INDICDOR DE MISÉRIA

22-06-2021 O economista americano Arthur Okun (1928-1980) criou o índice de miséria, que é definido pela soma da taxa de inflação com a taxa de desemprego. As formas como tais taxas crescem ou se reduzem, de per si ou não, determina o crescimento ou decremento do índice de miséria do País. Quanto mais alto, o indicador de miséria, mais miserável. E vice-versa. Em maio o indicador esteve no seu maior patamar desde 2012. Ele pontou 23%. Na série histórica, quando mais se aproximava do maior número, ele se encontrava no segundo ano do governo de Dilma Rousseff. Porém, a inflação naquele tempo estava alta, mas o desemprego não estava nos níveis atuais. Em 2021, a inflação tem maior controle, porém o desemprego está próximo de 15% da população economicamente ativa. Muito embora as estimativas do mercado financeiro são as de que a taxa de desemprego recue no segundo semestre deste ano, o índice de miséria tende a aumentar porque tem sido bem lenta a recuperação do emprego e a inflação está acima de 8%. Mesmo que a inflação recue, ela neste ano deverá ultrapassar a meta inflacionária, cujo centro é de 3,75%, assim como o desemprego provavelmente ainda será de dois dígitos. Para que a miséria diminua, o desemprego terá de voltar para abaixo de 10% anuais. Desde 2015 que o índice de desocupação ultrapassou os 10%. No cenário atual, em que os preços do petróleo estão por volta de US$75.00, quando há bem pouco tempo estava inferior a US$50.00, a alta dos combustíveis em dólar tem sido repassada para o mercado doméstico. Ademais, a seca ou falta de chuvas tem deixado baixos os níveis de água dos reservatórios, o que fez o governo federal acionar as termoelétricas. O racionamento de energia está sendo cada vez mais provável, embora o governo negue que irá fazê-lo. As medidas acima então são inflacionárias e contribuem para aumentar o grau de pobreza da população.

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