FORÇANDO A BARRA
25-06-2021
Várias estatísticas oficiais estão “forçando a barra”. O Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo Ministro da Economia, pelo Secretário da Fazenda do referido ministério e pelo presidente do Banco Central, reúnem-se de forma secreta, geralmente no final do mês e, todo ano, anuncia a meta de inflação. Ontem divulgou que a meta da inflação para 2024 é de 3,00%, no seu centro, mas com viés de baixa ou de alta de 1,50%. Por seu turno, manteve o centro da meta para este ano em 3,75%; para 2022, em 3,50%; para 2023, em 3,25%. Os vieses continuam os mesmos, já há bastante tempo. O CMN estima a inflação para três anos a frente e pode manter ou não os centros das metas editados. Justifica-se, dizendo que está reduzindo gradativamente a perspectiva da inflação, em razão da “elevada credibilidade da política monetária”. Ao fazer isto, tornam normativas as taxas anuais, para os planejamentos governamentais. A questão é de que a inflação está em alta, em doze meses seguidos, estando até maio em 8,06%. Provavelmente, este ano estará acima do centro da meta, o que comprova que está “forçando a barra”.
Por sua vez, o Banco Central (BC) também anunciou ontem que a taxa de crescimento do PIB para este ano será de 4,60%. O mercado financeiro também tem projetado uma taxa de incremento do PIB, próxima de 5,00%. O Banco do Brasil (BB) estima uma taxa ainda maior, de 5,20%. BC e BB estão também forçando a barra”. O IBGE divulgou que o PIB cresceu 1,2% no primeiro trimestre. Porém, no segundo trimestre a segunda onda do covid-19 recomeçou e várias medidas de seu controle voltaram, principalmente relativas ao isolamento social. Assim, para acreditar nas estatísticas dos órgãos oficiais, será preciso conhecer a taxa do segundo trimestre, quando a segunda onda do covid-19 atingiu ainda mais forte, restringindo a economia, do que em igual choque que houve no segundo trimestre de 2020.
Ontem mesmo o IBGE divulgou o IPCA quinzenal, que é uma prévia do mensal, de junho, estando a inflação prevista em 0,88%. A inflação continua se acelerando. O IPCA prévio de maio fora de 7,27% (o IPCA mensal em maio fora de 8,06%, para os doze meses seguidos). O IPCA prévio de junho está em 8,13%.
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