Postagens

Mostrando postagens de abril, 2016

30/04/2016 - DÉFICIT PÚBLICO TRIMESTRAL INÉDITO E INÉDITAS

Na fase de baixa do ciclo econômico acontecem várias coisas inéditas, muitas aqui relatadas. Entretanto, déficit públicos em anos consecutivos (já o terceiro, em curso), nunca foram registrados pelas estatísticas oficiais. O pior momento anterior aconteceu no biênio 1930/1931, quando o PIB recuou 2% e 3%, respectivamente, conforme cálculo de Gustavo Franco. A última notícia inédita foi de um déficit trimestral pela primeira vez, no período de janeiro a março deste ano, desde que a série estatística se iniciou em 1997. Trata-se de R$18,2 bilhões, divulgado pelo Tesouro Nacional, além de compor um rombo em 12 meses de R$137,5 bilhões, correspondentes a 2,3% do PIB. O resultado trimestral não foi pior porque o Tesouro recebeu no período R$11,3 bilhões, pelas concessões das usinas hidrelétricas do leilão de 2015. São três anos de deterioração das contas nacionais, cujos déficits crescentes estão trazendo grande infelicidade a um contingente cada vez mais crescente de brasileiros. Se

28/04/2016 - EXPECTATIVAS DISPARAM AS BOLSAS HÁ UM MÊS

Uma máxima de mercado é de que as bolsas sobem no fato e descem no ato, que se repete, na fase de baixa do ciclo econômico. Há cerca de um mês que as bolsas já subiram cerca de 40%. Aguarda-se novo governo, ainda que por 180 dias, para substituir a presidente Dilma Rousseff, de desastrada administração, que há três anos deixou o Brasil em forte recessão, além de deteriorar a contabilidade nacional, forte elevação do desemprego aberto e desconfianças, inclusive internacional, cujas maiores agências de risco mundiais retiraram o selo de qualidade, de bom pagador do País. O motivo da saída dela, nos próximos dias, “é a economia, estúpido”, consagrada frase do assessor presidencial dos Estados Unidos, Sr. Carvile, no final do século passado, que se aplica a qualquer país, acerca dos erros da má gestão econômica e a economia não perdoa, em lugar nenhum do mundo. Cobra mesmo. No momento, ocorre uma euforia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que se aproximou de 55 mil ponto

27/04/2016 - BOMBAS PARA PROVÁVEL GOVERNO

Em um País no qual o Executivo procura evitar pagar, em dinheiro, por seus erros, prefere sempre os precatórios; o Legislativo, querendo votar pautas-bomba, para projetos com gastos extraordinários, que desequilibram o orçamento, podendo a presidente vetar e ele mesmo poderia derrubar os vetos; o Judiciário é lento, praticamente, sem decidir, muitas vezes, as grandes decisões vão para o Supremo Tribunal Federal (STF), em grau de recursos, as quais, finalmente, são transitadas em julgado. É o neologismo hoje chamado de “judicialização” das decisões. O fato é que no STF existem vários esqueletos que, se retomados, trariam gastos explosivos. (1) O mais antigo, salvo melhor juízo, vem de 1986, do Plano Cruzado, quando foram tomados empréstimos compulsórios de 30% nos preços dos combustíveis naquele ano e que seriam devolvidos três anos depois. Não foram. O montante ficou enorme porque, após 30 anos, teria juros e correção monetária. Não se tem um cálculo conhecido dos bilhões do que

27/04/2016 - A DESACELERAÇÃO VEM DE 2012

Atento economista, mesmo aos 87 anos, Antônio Delfim Netto, elogiou o primeiro ano do governo da presidente Dilma, quando a gestão econômica acrescentou mais 3,9% ao PIB, em cima de 7,6% do ano de maior crescimento do governo de Lula. Naquela oportunidade, consertou erros de Lula e prometeu uma faxina ética, que chegou a começar quando afastou sete ministros, acusados de corrupção. Porém, parou por aí, começando uma intervenção na economia muito cara à sociedade, em contenção de preços de insumos básicos, do câmbio e interferindo na taxa básica de juros. O PIB então recuou para 1,8% em 2012. Ao invés de retirar subsídios, concedeu mais ainda para a linha branca de eletrodomésticos, automóveis e para construção civil, além de substanciais créditos ao seleto grupo de empresários, via BNDES, mais financiamentos daquele banco para muitos países ditos amigos. Esta última, uma caixa preta jamais alçada. Mais gastos públicos. A dívida pública crescia exponencialmente, em face de referi

26/04/2016 - MEDIDAS EMERGENCIAIS COGITADAS

A economia brasileira está desequilibrada desde 2014, quando ocorreu déficit primário depois de 18 anos de política econômica de uma economia estabilizada, após o Plano Real, em 1994. Vai fazer três anos que o buraco das finanças públicas só tem crescido. Como “miséria pouca é bobagem”, a arrecadação de tributos caiu muito mais, próxima da do dobro da produção. Assim, União, Estados e Municípios mergulharam em forte recessão. A toda semana, o Banco Central consulta 120 entidades financeiras sobre as perspectivas da economia. Desde a primeira semana do ano a expectativa do PIB de 2016 só tem estado ladeira abaixo. Pela primeira vez, o mercado projeta taxa de – 3,88% de queda do PIB, maior do que a queda do ano passado. Já há economista projetando para este ano – 6% de retração do PIB. Uma calamidade. O governo está paralisado. O vice-presidente, Michel Temer, em 180 dias, terá de agir rápido. O ideal seria um plano econômico de desenvolvimento. Porém, o que provavelmente irão aco

25/04/2016 - BOMBA RELÓGIO PARA TEMER

Até o PT, informalmente, já admite que a presidente pudesse ser afastada em maio e que assumiria Michel Temer a presidência. Ele tem de desmontar uma bomba relógio em pouco tempo, anunciando a (1) redução da dívida pública, mediante abatimento com parte das reservas internacionais, (2) redução ministerial, (3) cálculos do superávit primário deste ano, ainda que pequeno e (4) aprovação de reformas que possam levar à retomada do crescimento. O principal executivo do grupo Folha, Octávio Frias Filho, em artigo de ontem, dá “como favas contadas” a sua assunção, abrindo o texto: “O governo Michel Temer irá se defrontar com a colossal tarefa de tirar o País da maior recessão da história, o fator decisivo dos que contribuíram para a queda de Dilma Rousseff. Não bastará algum clarão no horizonte, será preciso que sinais de êxito apareçam logo, antes que a legitimidade apenas formal do novo presidente seja consumida na voragem dessa crise insaciável. O sucessor contará com dois trunfo

24/04/2016 - GARROTE VIL DA POLÍTICA ECONÔMICA A SER VENCIDO

Combinar a política monetária com a cambial e com a fiscal é a tradução do bom desempenho econômico. Quando o referido tripé tem uma política que fracassa, a tendência é que haja um garrote vil que sacrifique, por extensão, as outras duas formas de política econômica vinculadas. A última lembrança de acabar com o garrote vil no Brasil aconteceu no governo de Itamar Franco, de cerca de 18 meses, tendo convidado quatro ministros da Fazenda, sendo o último deles FHC. A inflação atingia a sua maior marca, por volta de 2.500% em 1993. FHC declarou que era um sociólogo da USP e não entendia nada de finanças públicas (política fiscal), Banco Central (política cambial) e do ministério da Fazenda (política monetária), mas que montaria uma equipe de economistas notáveis, chamando para ela André Lara Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e Pérsio Arida (ordem alfabética), para criar o Plano Real, que, finalmente, promoveu o equilíbrio fiscal e o controle inflacionário. A nova m

23/04/2016 - LISTA DA ODEBRECHT

Os assuntos aqui referidos são principalmente de ordem econômica. Mas, como a corrupção é tão malévola ao sistema econômico, procura-se um cálculo de quanto representa de decréscimo do que deveria ser o PIB per capita real. A FIESP já fez vários estudos, calculando, no mínimo, 1%, número que, no atual estágio de recessão aguda, faz enorme falta à sociedade. Em discurso, de ontem, conforme atendeu a convite de alunos brasileiros que estudam nas universidades de Harvard e do Massachussets Institute of Tecnologie dos Estados Unidos, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, referiu-se a que o esquema de corrupção na Petrobras é brincadeira, em relação ao esquema corrupto do “mensalão”, do primeiro governo de Lula, denunciado pelo deputado de seu apoio, Roberto Jefferson, que fora um dos condenados, para o qual Lula disse que assinaria um cheque em branco, esquema que envolveu 40 réus e condenou 25 à prisão e para a devolução de propinas. Segundo ele: “O ‘mensalão’ revelou a

22/04/2016 - REFLEXO AGUDO DA RECESSÃO

O IBGE divulgou dia 20 passado o que seria o maior reflexo da forte recessão: a elevação do desemprego aberto, a taxas crescentes, de 10,2%, correspondentes a mais de 10,4 milhões de desempregados na parcela do emprego formal, sendo referida taxa o seu maior patamar, desde que o IBGE iniciou a pesquisa trimestral, em março de 2012, através do uso mensal de números elos. O indicador só não foi pior porque a pesquisa identificou 676 mil pessoas que passaram a trabalhar por conta própria. Isto é, quando há precarização do trabalho, o cidadão tem a ambição de que poderá ganhar mais ou pelo menos o que ganhava antes de ser desempregado. A indústria foi o setor que mais demitiu no trimestre em referência, por volta de 740 mil postos de trabalho. No levantamento global, de fevereiro a março de 2012, a taxa encontrada foi de 7,9%; de agosto a outubro, de 6,9%; de janeiro a março, de 8%; de setembro a novembro, de 6,5%; de janeiro a março, de 7,2%; de agosto a outubro, de 6,6%; de janeir

21/04/2016 - ROMBO NOS FUNDOS DE PENSÃO MAIOR DO QUE NO PETROLÃO

Partidarização do governo sempre ocorreu, parcialmente. Porém, havia muitas vagas criadas no Executivo e nas empresas estatais, por técnicos ou especialistas, de reconhecidos méritos, que conduziriam com eficiência a sua gestão. Países chegaram ao pleno desenvolvimento com crescimento continuado de produtividade, mediante classificação dos melhores. Porém, a partidarização do governo tem levado a colocar pessoas sem a devida competência em lugares chaves, levando a maior ineficiência. No Brasil, os escândalos de desvios de função e finalidade têm acontecido com grande intensidade nos últimos 13 anos. A teia começou a ser desvendada em 2005 com o episódio do “mensalão”. Vale dizer, o governo que se instalou em 2003, chamado de “governo de coalizão”, lançou mão de pagar em dinheiro apoio político para manter-se no poder. Aconteceu então a maior ação penal da história na Suprema Corte, onde em 2012, 40 réus foram julgados e 25 condenados. Pensou-se que não pioraria, mas piorou sim.

20/04/2016 - RÁPIDA PERCEPÇÃO DOS ACONTECIMENTOS

O secular problema estrutural brasileiro é a dívida pública, desde 1822. De tempos em tempos, de acordo com os ciclos econômicos, tem colocado em cheque a política econômica. Quando há déficit primário como neste triênio de 2014-2016. Atualmente, alimentando-a vem o déficit fiscal agudo neste momento, piorando, em muito a recessão. Conforme dados divulgados ontem pela Receita Federal, a sua arrecadação mais a do INSS caiu em março de 2016, 7,2%, em termos reais, em relação a março de 2015, quase o dobro da queda do PIB no ano passado. Em março de 2015, a arrecadação caiu 2,8%, em termos reais. Em se tratando da economia brasileira, o ritmo dos acontecimentos é previsível em curto prazo. Há um sentimento de que haverá ainda piora dos fatos econômicos para depois melhorarem, visto que desde que a equipe econômica abandonou o ajuste fiscal no final de 2015, que ficou incompleto e terá de ser realizado, a presidente da República parou de conduzir a economia na direção da estabili

19/04/2016 - CRISE FISCAL AGUDA

O embrulho em que se meteu a presidente Dilma, começando no seu primeiro mandato, em 2011, estourou em 2014, quando se reconheceu o déficit primário de R$35 bilhões, naquele exercício. Desde 2011 que se foram acumulando erros de política econômica. A sujeira tinha ficado debaixo do tapete. No primeiro ano do seu segundo mandato, impôs-se o ajuste fiscal, não concluído, além do que o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou valores expressivos sacados dos bancos oficiais para fazer gastos públicos, no montante de R$56 bilhões. O TCU viu então crime de responsabilidade, visto que a Lei de Responsabilidade Fiscal veta empréstimos ao governo central pelos referidos bancos. A criatividade ficou conhecida como “pedaladas fiscais”. As contas de 2014 foram rejeitadas pelo TCU não foram ainda julgadas pelo Congresso. As “pedaladas” são o motivo do início do processo de impeachment, já aprovado pela Câmara Federal. Procurando evitar o impedimento, o governo pagou as “pedaladas fiscai

18/04/2016 - OFERTA PÚBLICA INICIAL DE AÇÕES

A oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) é a forma como as grandes empresas se capitalizam. Isto é, como se expandem pelo mundo, democratizando seu capital social. Os investidores em IPO são levados a acreditar que as ofertantes irão ensejar bons resultados, ampliando sua riqueza. Portanto, é uma prática comum nos países em crescimento. Em 2014 somente uma empresa fez oferta na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). Em 2015 também só uma. Em 2016, até agora, nenhuma. A oferta primária de ações é um importante termômetro de vitalidade. No referido triênio ficou clara a retração do espírito animal do empresário brasileiro. A BOVESPA é uma das maiores do mundo, onde se negociam ações de cerca de 300 sociedades abertas. Tamanha apatia foi reforçada com os escândalos da operação Lava-Jato, quando em 2014 se iniciaram as denúncias de desvios de dinheiro na Petrobras, que ainda continuam, depois de 29 fases investigativas. A estatal sempre foi a maior estrela da bolsa, segu

17/04/2016 - MÁ GESTÃO CONDUZ AO IMPEACHMENT

A presidente Dilma travou nesta noite uma batalha do impeachment na Câmara Federal. Cerca de 71,5% ou 367 deputados foram a favor da abertura do processo de seu impedimento. Bastavam 342 votos. Por outro lado, ela precisava de 171 deputados e obteve 137 votos. A razão é o crime de responsabilidade cometido na gestão do orçamento público. Ou seja, a presidente realizou grandes despesas sem aprovação do Congresso, mediante decretos, bem como se utilizou dos bancos estatais para realizar gastos vultosos, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2014 dizia que tudo ia a mil maravilhas, para ganhar a eleição. Mas, depois de 17 anos apresentou déficit primário de R$35 bilhões. Repetiu em 2015, em R$115 bilhões. Para 2017, já se antecipou a um provável déficit primário de R$97 bilhões e para 2018 estão previstos mais um buraco de R$60 bilhões. Os políticos da situação estão dizendo que o vice-presidente, Michel Temer, não tenha condições de governar. No momento o P

15/04/2016 - 60 MILHÕES DE INADIMPLENTES

A quanto correspondem 60 milhões de inadimplentes no Brasil? Considerando 205 milhões de habitantes significam mais de 29% dos brasileiros. Dessa vez, o número de cidadãos atingiu a marca histórica de 60 milhões de pessoas com sérias dificuldades financeiras. A inadimplência mostra o quanto as pessoas estão sofrendo com a preocupação de não poder pagar seus compromissos em dia. As dívidas em atraso totalizam R$256 bilhões, conforme estatísticas divulgadas pela Serasa Experian. Considerando cidadãos com mais de 18 anos, os inadimplentes seriam 41%, sendo o resultado mais adverso já registrado pela série histórica mensal, iniciada em 2012. Naquela oportunidade, o número de pessoas que não conseguiram pagar seus compromissos financeiros em dia eram 50,2 milhões. Em quatro anos, cerca de dois milhões de pessoas, em média, foram agregadas anualmente ao rol de inadimplentes. Porém, a maior gravidade dos registros de quatro anos se revelou neste início de 2016. Nos três primeiros meses

14/04/2016 - ESQUELETOS DE DÍVIDAS QUEREM SAIR DO ARMÁRIO

Nesta década o ciclo de descida do PIB chegou a meados da década com bastante força. Na década passada ciclo de subida ocorreu com vigor. Os ciclos econômicos se alternam na história, não necessariamente seguindo com rigor a trajetória dos anos. Justamente, neste triênio, de 2014-2016, em que são reconhecidos grandes déficits públicos consecutivos, esqueletos de dívidas do passado querem sair do armário, até porque a forte recessão coloca os agentes econômicos em dificuldades, exigindo redefinições de posições de liquidez. Por exemplo, o esqueleto das “pedaladas” fiscais de cinco anos, de R$56 bilhões, saiu do armário e foi pago em 2015 de uma só vez. Claro, aí foi uma cartada posterior, que parece não estar dando certo, para evitar o impeachment. Ademais, decisões da Corte Suprema são obedecidas. A volúpia do endividamento vem desde a Independência, quando, em 1824, Dom Pedro I, reconheceu que a dívida portuguesa seria a dívida brasileira, exigência inglesa para o reconhecim

13/04/2016 - PROJEÇÃO PIOR DO FMI PARA O PIB

  Em janeiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) surpreendeu o mundo econômico, principalmente o governo federal, prevendo um recuo de – 3,5% do PIB. O Banco Central (BC) foi tão impactado, vez que esperava reduzir um pouco a taxa SELIC, para indicar uma pequena recuperação da economia. Não o fez, a manteve. Assim, a SELIC continua nas alturas de 14,25% ao ano, muito embora a inflação tenha recuado de dois dígitos para a casa de um dígito ainda não é possível acreditar que o BC irá cortar juros neste ano. Isto ele ainda não admite. A consulta semanal a 120 instituições financeiras desta vez, denominado informativo Focus, mostra que a projeção da inflação caiu pela quinta semana consecutiva, agora sendo 7,14% neste ano e 5,95% no próximo. Os credenciados pelo BC ouvidos também estimam redução na SELIC até o final do ano para 13,75%. Sim, somente de 0,5%, o que revela a premissa de forte recessão, perante elevadíssima taxa básica de juros. Já para 2017 prevê encerramento dela

12/04/2016 - ECONOMIA NA DIREÇÃO ERRADA PARA SER CORRIGIDA

A empresa de pesquisas IPSOS realizou enquete com 1.200 cidadãos, para os quais 94% acreditam que a economia brasileira está indo na direção errada. Nem todos possuem a técnica de avaliar números ruins da contabilidade nacional. Porém, há o chamado “inconsciente coletivo”, que retransmite os sinais de que as “coisas” Não vão muito bem. Assim, em quase três anos de forte recessão, sem igual na história republicana, os hábitos de consumo estão mudando para pior. Acostumados, por vários anos, a melhorar o padrão de vida, os brasileiros agora estão indo em sentido contrário. Estão comprando produtos mais baratos e percebidos por eles mesmos como de qualidade inferior. Conforme a pesquisa, 91% dos entrevistados afirmaram que estão adquirindo bens em promoções e 87% confirmaram que estão deixando de lado marcas famosas. Os consumidores estão diminuindo os gastos com produtos considerados supérfluos, para 89% dos entrevistados; roupas, para 85% deles; telefone celular, para 66%; TV a c

11/04/2016 - INFLAÇÃO EM RITMO DE QUEDA

A inflação em ritmo de queda é uma boa notícia. Segundo o IBGE a inflação desacelerou para 0,43%, em março, menos da metade do registrado em fevereiro, que foi de 0,90%. O IPCA estava acima de 10%. Agora, caiu para 9,39%. Apesar da perda de fôlego, a inflação prossegue acima do teto da meta de 6,5%. Conforme muitos economistas a tendência da inflação é de queda. Os participantes da equipe econômica do Bradesco fizeram as previsões mais otimistas, de fechar o IPCA no ano em 6,9%. A maioria dos economistas está projetando entre 7% a 8%. O item que mais contribuiu foi a energia elétrica, a mesma que turbinou a inflação em 2015, quando fechou o exercício em 10,7%, porque ela tinha se elevado em mais de 50%. Dessa feita ocorreu a mudança da bandeira, que agrava a conta de energia, de vermelha para amarela. Mesmo assim, o reajuste compensado de janeiro de 2015 para cá é de aumento de 45%. O presidente do Banco Santander no Brasil, Sérgio Rial, acredita que o País com Dilma ainda po

10/04/2016 - REFORMA AGRÁRIA DESVIADA

Sempre foi uma característica a reforma agrária brasileira desviada dos seus propósitos. Propósitos estes que não custa citar, qual sejam os de fazer as propriedades da terra produtivas, não obstante o Brasil sempre tenha sido de grandes propriedades rurais. Nasceu de 12 doze capitanias hereditárias. Posteriormente, dividida em sesmarias. Enormes extensões de terras. Estrutura rígida de relações de produção. Somente em 1850 se criou a Lei de Terras. Porém, só poderia ser dono quem tivesse título de propriedade, registrado em cartório. Quem tinha? Pouquíssimos herdeiros de sesmarias. Quem podia provar a propriedade? Quase ninguém. Como o Brasil nunca teve revolução social a tônica da propriedade rural se reflete nas grandes plantações desde 1500, quando começou com o açúcar, gado, fumo, cacau, sisal, borracha, arroz e algodão, através de ciclos econômicos muito bem relatados por Celso Furtado, em seu clássico livro “Formação Econômica do Brasil”, em cerca de 50 edições, desde 195

09/04/2016 - RELATÓRIO DE ESTABILIDADE ECONÔMICA

O Banco Central (BC) publica semestralmente o Relatório de Estabilidade Econômica, que, pelo próprio nome, é tudo que a população sempre quis e quer, mas somente conquistou a citada estabilidade com o Plano Real, em 1994. Antes de 1994, sem estabilização, principalmente monetária, o Brasil não tinha credibilidade, nem mesmo a doméstica, nem a internacional. Era considerado um país pobre ou subdesenvolvido, onde havia grande desorganização do aparelho produtivo e os agentes econômicos não tinham visibilidade dos negócios. A partir do Plano Real, o País passou a ser considerado como Nação emergente ou de renda média. Realmente, na direção de ser considerado um país desenvolvido ou economicamente maduro. A conclusão do atual relatório, relativo ao segundo semestre de 2015, é a de que o brasileiro está tomando menos empréstimos e cada vez menos honrando compromissos em dia. O diretor do BC, que divulgou a peça, Anthero Meirelles, afirmou que o problema não é da oferta agregada, comp

08/04/2016 - INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA TORNOU-SE HERANÇA MALDITA

A indústria automobilística já fez grande contribuição ao progresso brasileiro, conforme é comum em muitos países. Contudo, na atualidade tornou-se herança maldita dos governos de Lula para o de Dilma e dela para ela própria. Exatamente, reportando-se a 60 anos, o progresso do governo JK, de 1956 a 1960, foi alicerçado no Plano de Metas, dividido em cinco setores e 30 grandes objetivos. Depois de eleito é que JK confirmou que a meta síntese seria a construção de Brasília, elegendo dois carros chefes: a indústria automobilística e a construção civil. O País cresceu como nunca: 8,3% ao ano, em média, no período. Ambos complexos são os maiores geradores de emprego no Brasil, calculando-se que cada emprego direto em qualquer um dos segmentos citados pode gerar até dez empregos indiretos. Mas, a recíproca também é verdadeira. A era Lula (2003-2010) registrou 4% de crescimento médio do PIB. No final de 2008 começou a maior recessão mundial depois da Grande Depressão. O Brasil foi o úl

07/04/2016 - POR QUE AS PEDALADAS SÃO CRIMES DE RESPONSABILIDADE

O parecer final lido ontem, do relator Jovair Arantes (PTB-GO) na Comissão da Câmara de Deputados considera as pedaladas fiscais cometidas pela presidente Dilma como crimes de responsabilidade. Isto é, de que a presidente infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tal qual constou da reprovação das contas presidenciais do ano de 2014, além dos decretos de 2015, de abertura de créditos suplementares, sem a aprovação do Congresso. O que são as pedaladas referidas? Por que antes de 2014 não eram significantes? O processo de impeachment segue. Os antecedentes das pedaladas, desde a estabilidade advinda com o Plano Real são de, ao final do governo Tucano (1995-2012), o Executivo ter se socorrido de R$948 milhões dos bancos oficiais. Ao final do ano passado, nos governos do PT até agora (2003-2015), a conta se aproximava de R$60 bilhões, saldo de 2015, pagos, em dezembro, em reconhecimento de que o TCU tem razão. A presidente Dilma argumentou que as diferenças de valores estão

06/04/2016 - SEGUNDO MAIOR INDICADOR DE MEDO DE DESEMPREGO

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) iniciou série histórica, em julho 1999, sobre o receio do desemprego. Depois de registrar o recorde de 1,5 milhão de vagas com carteira assinada em 2015, conforme divulgou o IBGE, a CNI informou que o medo de perder o emprego continua a crescer no País. Assim, o receio de perder o emprego subiu 4,1%, em março, na comparação com dezembro passado, além de 7,8%, em relação a março do ano anterior. A CNI se utiliza de pesquisa própria, de base fixa de 100 pontos. A média histórica do receio do desemprego é de 88,7 pontos. Porém, a deterioração da média histórica do indicador chegou a 106,5 pontos no mês passado. Um incremento de 20%, em relação à média histórica. O único resultado pior foi há 17 anos, quando ficou em 107,3 pontos. Em março de 2015 estava em 98,8 pontos. A CNI ainda se utiliza de outro indicador, o Índice de Satisfação de Vida, que bateu recorde negativo, ao registrar uma queda de 2,4%, perante dezembro de 2015, atingindo 92

05/04/2016 - MERCADO DE CRÉDITO BASTANTE ESTATIZADO

No ano passado, o colegiado de órgãos federais, compostos pela União, Estados, municípios e empresas estatais absorveram 72% do crédito no País. Do total do dinheiro emprestado em 2015, de R$829 bilhões, o governo tomou R$597 bilhões. A análise é do economista Carlos Antônio Rocca, do IBMEC, de São Paulo, que possui dados para 10 anos. Em 2015, o governo já participava com a metade do endividamento do mercado financeiro brasileiro, do total das dívidas de R$7,6 trilhões. O endividamento governamental cresceu cerca de 20% no ano passado. A razão dessa voracidade se deve a um déficit orçamentário de cerca de 10%, o que obriga o setor público a recorrer ao sistema bancário. O setor público é tomador das taxas maiores de juros e desidrata a demanda do setor privado. Quando o governo tem déficit ele poderia financiar-se de três maneiras. A primeira é emitindo moeda, o que inunda o mercado financeiro de dinheiro e provoca inflação monetária. Por exemplo, as emissões foram feitas por J

04/04/2016 - AVANÇO E RETROCESSO SOCIAL

  São cinco as classes sociais no Brasil, definidas por faixas de renda familiar mensal. A Tendência Consultoria considera família de classe A com rendimentos acima de R$16.263,00; classe B, na faixa de R$5.223,00 a R$16.263,00; classe C, de R$2.166,00 a R$5.223,00; classes D e E até R$2.166,00. Em 2005, as classes A, B e C eram 61,4 milhões, as classes D e E eram 124,3 milhões. Em dez anos, de 2005 a 2014, período em que se geraram muitos empregos, 27 milhões saíram da pobreza. Ou seja, as classes A, B e C chegaram a 106,2 milhões, as classes D e E eram 97 milhões. Em 2015, a economia brasileira recuou – 3,8%, trazendo desemprego, cuja taxa dobrou, de 4,2% para 8,4%, a inflação ultrapassou os dois dígitos, cravando 10,7% no final do ano. Em 2016, a projeção da Tendência Consultoria, constante de reportagem da revista Veja, desta semana, 7,8 milhões de cidadãos estão descendo para as classes mais pobres, D e E, perfazendo 104,8 milhões, enquanto as classes A, B e C também se red

03/04/2016 - TAXA DE JUROS DE LONGO PRAZO

O banco de fomento mais importante do Brasil é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os demais da espécie são bancos mistos, a exemplo do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amazônia. As suas linhas de crédito de forma direta são para os grandes capitalistas. As linhas de crédito feitas para os pequenos e médios empresários são as de repasse pelo sistema bancário como um todo. O argumento dele é de que não tem capilaridade par atingir todo o território nacional. Se fosse só por isso, ele poderia anexar os bancos oficiais ou torná-los seus correspondentes bancários. Anteprojetos já foram cogitados e poderiam ser aprovados pelo Congresso. Diretamente o BNDES pratica, por volta de duas décadas, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e, mesmo antes, sempre praticou, para o grande capital, taxa de juros amplamente subsidiada. Justamente, para quem menos precisa dela; quem geralmente tem geração de caixa para faz

02/04/2016 - RECUO NA EDUCAÇÃO ONDE NÃO DEVERIA RECUAR

Sim. Recuo na educação onde não deveria recuar, acontecendo no Brasil, cujo discurso oficial é de obter uma educação aprovada, acima de média da nota numérica, para chegar mais rápido ao desenvolvimento. No século XX ficou comprovado que muitos países asiáticos, tais como exemplos são o Japão, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Coreia do Sul, dentre outros asiáticos, inclusive a China, que anexou Hong Kong, neste, onde se encontra o melhor nível educacional do globo, conforme a Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico, muito embora boa parte da China ainda esteja na esfera de país emergente, experimentaram grande progresso porque elevaram o nível educacional dos seus povos. Na escala de zero a dez, todos eles estão aprovados, acima de nota cinco, outros na faixa da nota seis ou mais. Rumos ao elevado desenvolvimento, melhor estágio de classificação da Organização das Nações Unidas, vindo em seguida médio desenvolvimento e baixo desenvolvimento. A nota do brasileiro méd

01/04/2016 - RODA DO DÉFICIT PÚBLICO CRESCENTE

Não bastasse déficit primário de R$32 bilhões da União, em 2014, depois de 18 anos, muito embora o governo contasse com superávit. Não fosse suficiente déficit primário de R$119 bilhões em 2015, embora prometido superávit no início do ano. Não fosse necessário prever superávit primário, mas, já agora em março o governo federal, anuncia déficit primário de R$96,6 bilhões. Assim, três anos consecutivos prováveis de rombos orçamentários pioraram as contas nacionais e tiraram o selo de qualidade do Brasil, antes atribuído pelas agências principais de risco mundiais, além de elevar a relação Dívida Pública/PIB, de 53% em 2010, para acima de 70% em 2016, além de ser projetada a relação referida para 80% em 2018. A deterioração assim exposta e continuada é explicada pelo governo federal, pela severa recessão instalada, a qual ele mesmo colocou a Nação, pelas suas equivocadas medidas de política econômica. Os dados mais recentes revelam que o setor público brasileiro registrou em fev