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Mostrando postagens de junho, 2014

30/06/2014 - VINTE ANOS DO REAL

Amanhã faz vinte anos do lançamento do Plano Real. Ou seja, a primeira reforma monetária da economia brasileira que deu certo, depois de trinta anos de várias moedas indexadas no País. A nova moeda, o real (R$) surgiu em cenário de desindexação. Entre 1995 a 2013, a inflação brasileira alcançou 275,4%, representando uma taxa média anual de 7,2%, acima da expectativa do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 6,46% para este ano. O CMN é órgão criado há 50 anos, pelo regime militar autoritário em 1964. É órgão que foi preservado pelo governo Sarney de transição (1985-1989) e pela democracia instalada em 1990. Ele é formado por três autoridades: o ministro da Fazenda, o ministro do Planejamento e presidente do Banco Central, que, claro, é a linha mestra da política monetária ao fixar de um ano para outro a meta de inflação com viés de alta e de baixa. Atualmente, o centro da meta é de 4,5% com viés de 2% de um lado e de outro. Há aproximadamente dez anos, foi atingida a menor taxa de

29/06/2014 - SUPERÁVIT PRIMÁRIO

O superávit primário é a diferença entre receitas do Tesouro menos custos do governo. As receitas do Tesouro são aquelas obtidas de arrecadação de tributos, de dividendos das estatais e de vendas de ativos. Os custos do governo são de custeios e de investimentos. O que a União promete é ter saldo positivo entre receitas e custos, o chamado superávit primário. Isto se vem praticando pelo menos desde 1994, data do Plano Real, que estabilizou a economia e gerou confiança internacional. Referido superávit é destinado a pagamento de parte dos juros da dívida pública, a qual quase sempre na história vem sendo rolada em parte de juros e em parte de principal. Acontece que, desde 1994, o governo vinha prometendo ter 3% do PIB como superávit primário, visando obter o grau de investimento relativo ao cumprimento de obrigações contratuais, principalmente do pagamento dos vencimentos da dívida pública. Obteve o grau de investimento em maio de 2008. Contudo, os 3% vem sendo diminuído nos últ

28/06/2014 - CURTO E LONGO PRAZO EM ECONOMIA

A política econômica de curto prazo é baseada em três vertentes: política monetária, política cambial, política fiscal. O curto prazo é até um ano. No Brasil, após a estabilidade de 1994, mediante o Plano Real, a política monetária ancorou-se na nova moeda, o real, perante um sistema de metas de inflação. Tem dado relativamente certo, considerando já vinte anos. Porém, a inflação ameaça constantemente ultrapassar o centro da meta mais o viés de alta (4,5% + 2,0% = 6,5%). O governo vem comprimindo a inflação via represamento dos preços administrados principalmente de energia elétrica e de combustíveis. A política cambial ancorou-se no câmbio flutuante, isto é, de mercado, mas com a intervenção “suja” do Banco Central, vale dizer, comprando, quando a oferta é maior do que a procura de dólares; vendendo, quando a demanda é maior do que a oferta de dólares. Funciona bem, auxiliar no combate à inflação importada, que participa de cerca de 30% do índice inflacionário oficial. Porém, p

27/06/2014 - CONFIANÇA EXTERIOR EM QUEDA

A gestora de recursos Principal Global Investors realizou pesquisa com 700 fundos de investimentos, os quais somam aproximadamente US$30 trilhões, acerca do grau de confiança nos maiores países do mundo, nos próximos três anos. A classificação da confiabilidade revelou 47% deles para os Estados Unidos; 34% dos entrevistados para a China; 26% dos entrevistados se declararam favoráveis ao Japão; 15% deles revelaram que a confiança no Brasil, confiança esta que vem em queda. Para eles, os acontecimentos no Brasil estão travados pelo ambiente geral dos negócios, classificado pelo Banco Mundial em 120º lugar dentre 184 países. A contabilidade nacional, por sua vez, registra deterioração crescente nestes três anos e meio. Cada vez mais o Brasil necessita de recursos para fechar a balança de transações correntes. Porém, não corre risco de ataque especulativo, visto que as reservas internacionais estão em US$380 bilhões, teoricamente, poderia fechar referida balança por seis anos. Difer

26/06/2014 - EMPREGO EM SINAL FRACO

No início desta Copa do Mundo de Futebol a Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgou que a referida Copa, em balanço prévio, utilizando dados do ministério do Trabalho, gerará um milhão de empregos, sendo 710 mil permanentes, além de que o evento movimentará R$6,7 bilhões, fora os investimentos em infraestrutura. A expectativa governamental é de que os ganhos brasileiros serão maiores do que os da África do Sul, que sediou o último mundial, que informou que eles representaram um acréscimo de 1% do PIB. Observado este número, há um empate com as previsões de elevação por volta de 1% do PIB feita por cerca de 100 economistas credenciados pelo Banco Central, em sua pesquisa semanal denominada boletim Focus. Isto equivale a dizer que a economia brasileira poderá não ter crescimento neste ano, podendo até ingressar na faixa de recessão, visto que o citado boletim praticamente a cada semana mostra recuo nas perspectivas do PIB. Ademais, nos últimos dias, o ex-presidente

25/06/2014 - CRÉDITO CONSIGNADO

A política econômica do governo do ex-presidente Lula foi aquela de não “mexer em time que está ganhando”, pelo óbvio, no ataque. Isto é, a reforma monetária e a reforma bancária de FHC e o seu tripé econômico lhes foram fundamentais. Tripé, nome este sempre repetido, porém, sem dúvida, o alicerce no qual as economias internacionais tem se referenciado. Desde os anos de 1970, quando eles se referiam: empresas/crescimento/segurança, segurança essa de um regime autoritário, agora como tripé de moeda estável/câmbio flutuante/superávit fiscal. No meio de campo, elevar um pouco mais o salário mínimo real, ampliar as políticas de inclusão social, começadas com FHC, mediante utilização da capacidade ociosa da economia, crédito consignado, crédito generalizado e construção civil. Isto deu certo, até ser esgotado no início de 2011. “E agora José?” Pegando somente o crédito consignado, os idosos estão sendo explorados demais. Mas, não estão sendo explorados somente pelo governo federal

24/06/2014 - PREVISÕES DO PIB

Ao que parece a presidente Dilma deve ter neste ano o seu segundo pior desempenho econômico, visto que em 2012 a economia brasileira cresceu somente 1%. O boletim FOCUS, datado de ontem, diminuiu pela quarta vez consecutiva a expectativa do PIB deste ano, de incremento de 1,24% para 1,16%. Os resultados cada vez mais fracos são também sentidos internacionalmente. O Banco Mundial, que faz previsões gerais, possui perspectiva de uma economia mundial com dificuldades de sair ainda da maré baixa global, que se iniciou em 2008, drasticamente, reduziu a sua projeção para o Brasil de 2,4% para 1,5%. Grande redução relativa, visto que o Banco Mundial vem sempre defasado em suas projeções. Dados do Banco Central mostram que a projeção da produção industrial anual caiu de 0,51% para 0,14%, o que é de deixar perplexo como parece comprimir-se a indústria brasileira. Há cerca de um mês a previsão era de expansão industrial de 1,63% para o PIB e de 1,4% para a indústria. Para 2015, o PIB estimad

23/06/2014 - REFORMAR A ECONOMIA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi senador eleito por São Paulo, chegando a perder as eleições para prefeitura paulista para Jânio Quadros, um também ex-presidente da República, que renunciou ao cargo em 1961, deixando o País em situação crítica, com a economia aos pedaços, inflação alta e grande insatisfação popular. Jânio ganhou porque FHC tinha um ar elitista e não atingiu o gosto popular nos anos de 1980. Perante o desastre que foram os 30 meses de governo Fernando Collor, que também renunciou, assumindo o vice-presidente Itamar Franco, este convidou FHC para ministro da Fazenda. Este, em tacada de mestre, comandou a equipe que elaborou o Plano Real. O Plano Real ganhou aceitação popular e caminhou no destino certo de extirpar a inflação inercial.   FHC ganhou popularidade, ganhou as eleições presidenciais e foi reeleito. O que foi o Plano Real? O marco da estabilização econômica do País. Com FHC, a economia brasileira se tornou transparente. Nova moeda, moe

22/06/2014 - PÉ NO FREIO

A venda de produtos siderúrgicos no Brasil caiu 7,3%, posição de maio, em relação a maio do ano passado. No entanto, considerados 12 meses, a retração foi de 2%. A causa é a desaceleração da economia brasileira que faz com que as matérias primas básicas caiam em queda livre. As deficiências do sistema elétrico faz com que as termelétricas sejam usadas exaustivamente. O diretor geral da ANEEL, Romeu Rufino, revela que as empresas não estão suportando a compra de eletricidade das térmicas, visto que os custos não têm sido transferidos para os consumidores. Segundo o IBGE, o setor de serviços desacelera com retração de vendas do comércio de 0,4% e da indústria de 0,3%, em abril. A queda da confiança dos consumidores continua na economia doméstica. O maior comprador de   produtos brasileiros, a China, não compra mais como antes. O segundo parceiro, os Estados Unidos também. O terceiro parceiro, a Argentina atravessa fase muito difícil, retraindo suas importações e negociando com seu

21/06/2014 - ÂNCORA CAMBIAL

Historicamente, o Brasil adotava o câmbio desvalorizado, até 1994, visando estimular as exportações. Assim, o câmbio depreciado trazia mais dinheiro para o exportador, em moeda local, via conversão das divisas. A injeção de dinheiro a mais trazia pressões inflacionárias, além do adicional encarecimento das importações, cujo peso no Índice Geral de Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, corresponde a cerca de 30% de inflação importada. O Plano Real, em 1994, ao mudar o padrão monetário, para a moeda oficial denominada de real, usou a Unidade Real de Valor (URV), unidade de conta, sem ser moeda corrente, durante três meses, a qual representava diariamente um valor monetário, em consonância com a taxa de câmbio diária, IPCA, IGP da Fundação Getúlio Vargas e IGP-FIPE. No dia 01-07-1994, um real correspondeu a um dólar, tornando-se a nova moeda brasileira há vinte anos. O objetivo da URV foi o de apagar a inflação inercial, isto é, os preços subiam porque subiam no passado. Log

20/06/2014 - INDÚSTRIA – MAIS DO MESMO

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelo sétimo mês consecutivo o indicador de Sondagem Industrial permaneceu abaixo dos 50 pontos. Indicador que varia teoricamente de zero a cem. Para a CNI isto representa quadro de “grande dificuldade”, estoques indesejados e queda no nível de emprego. Por seu turno, a utilização da capacidade instalada ficou em 71%, em maio, mesmo patamar de abril, a dois pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês de 2013. A grande ociosidade revela grande desperdício, ineficiência, altos custos e baixa confiança na economia e no governo. Na medida em que se aproximam as eleições, a equipe econômica fez reuniões com empresários, durante o Fórum Nacional da Indústria, prometendo tomar medidas de estímulos e de tentar reverter a falta de confiança no governo. Assim, continua prorrogando incentivos. Isto é, mais do mesmo. Não tem coragem de alterar a política econômica e colhe frutos bisonhos. Há poucas semanas prorrogou a desoneração d

19/06/2014 - VALOR DA ENERGIA DO PETRÓLEO

Começando do fim, do que hoje é o valor da energia do petróleo, o valor monetário dos segmentos de gás e petróleo como participação do PIB é superior a 10%, desde 2006, antes de anunciados que as costas brasileiras possuem mais de mil quilômetros de extensão de jazidas de petróleo em águas profundas, o chamado petróleo da camada do pré-sal, encontrável há mais de cinco mil metros de profundidade. Minerais estes que ainda não ultrapassaram a 20% do total da exploração petrolífera atual. Até 1938, data da criação do Conselho Nacional de Petróleo (CNP) os negócios com o petróleo correspondiam a menos de 3% do PIB. Quer dizer, desde quando Vargas resolveu proteger a indústria nacional (década de 1930), a matriz energética brasileira já estava alicerçada sobre a matriz do petróleo. Dessa forma, fica hoje fácil compreender porque o Brasil não conseguiu mais alcançar altas taxas de crescimento, conforme as conseguidas de 1949 a 1979, acima de 6% em média anual, crescimento este projeta

18/06/2014 - TAMANHO DA EMPRESA ABERTA

O tamanho de uma empresa aberta, isto é, com ações negociadas em bolsa de valores, é gigante. Geralmente, de grande grupo econômico. Sem tomar medidas de política econômica abrangente, pelo contrário, tópicas e de pequeno alcance, o ministro Guido Mantega anunciou na Bolsa de Valores de São Paulo uma série de medidas para incentivar o mercado de ações. A principal é a isenção de imposto de renda para quem comprar ações com faturamento de até R$500 milhões por ano e valor de mercado inferior a R$700 milhões. O objetivo é estimular a entrada de empresas de menor porte a abrir seu capital e vale apenas para operações até 2023. Ora, este não é o perfil do mercado de ações onde somente existem grandes corporações, de valor de mercado de muitos bilhões de reais. Por outro lado, o impacto fiscal de perda de receita é muito pequeno, sendo sempre predominante não perder receitas, porque há poucas empresas do porte citado. É sempre isto, na hora de elevar tributos, o governo vê o leque ma

17/06/2014 - TECNOLOGIA USADA NA COPA

A vigésima Copa de Futebol Mundial é a maior e mais detalhada transmissão de um mundial, mediante imagens em 4k, a definição de última geração. A resolução 4k, também conhecida como ultra-HD, cuja nitidez é de 4 vezes a do full-HD, é utilizada em cinemas digitais e foi testada pela FIFA durante a Copa das Confederações. Por exemplo, irá resolver de uma vez por todas se foi gol ou não, em situação de grande dúvida, através da tecnologia linha de gol (goal line tecnologie). No conjunto mais amplo, dessa maneira, 34 câmaras grandes em cada campo de futebol, sendo 4 a mais do que em 2010, sendo 500 imagens geradas por segundo por cada câmara (o olho humano registra no máximo 16 imagens), bem como 168 câmaras de alta resolução 30 vezes mais potente do que o olho humano, sete delas para cada meta de gol dos 12 estádios, apenas para dizer se a bola passou ou não. Dois dias atrás, no jogo da França com Honduras aconteceu a primeira resolução técnica. O estádio todo acreditava que não fo

16/06/2014 - CARNE ORGÂNICA

Há duas décadas, vendendo proteína animal de origem orgânica no Brasil a Korin iniciou com a produção de frangos e ovos sem tratamento químico. A JBS Friboi iniciou a produção de carne de boi orgânica. Porém, não atingiu a escala econômica de popularizar seu preço e deixou de fazê-lo. A carne dessa espécie custa até 120% a mais do que a carne tradicionalmente produzida. A tendência é de que cresça referido tipo de produção no Brasil devido ao grande potencial brasileiro de extensões de terra. Produções sustentáveis e orgânicas, por serem mais responsáveis nos impactos social, ambiental e na saúde, são cada vez mais praticadas no segmento alimentar. No momento atual é carne de grife. Porém, na medida em que a educação brasileira e o nível de renda melhorarem a opção de qualidade se verificará. A produção de carne bovina convencional utiliza agrotóxicos, o pasto recebe tratamento químico e há uso de grãos transgênicos. Existe também a produção sustentável, que recebe pouco tratame

15/06/2014 - PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

No Congresso foi recentemente aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE), prevendo 10% do PIB em investimento para a educação, seguindo agora para a sanção da presidente Dilma, quatorze anos após o PNE do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que tinha uma estimativa de investimentos de 7% do PIB para a educação. FHC vetou os 7%, alegando que já se gastava 4,7% no ano 2.000. O governo de Lula ampliou este percentual, sendo em 2012 de 6,4%. O orçamento do MEC passou daquela época de R$35 bilhões para R$92 bilhões atuais. O PNE atual possui 20 novas metas, dentre as quais seria a de todas as crianças alfabetizadas até 8 anos de idade, bem como a previsão das inversões em educação passou a meta de 10% anuais. Não se conhece ainda a decisão da presidente quanto a este item. Sabe-se, em termos comparativos, que o orçamento da Saúde deste ano é de R$107 bilhões e ainda não chegou a 10%. Está ele por volta de 8% neste ano. O primeiro ponto importante dos investimentos educaci

14/06/2014 - DECRETO SURPREENDENTE

A presidente Dilma editou um decreto que obriga os gestores de órgãos públicos a ouvir conselhos populares nos processos decisórios, a exemplo do que acontece na Venezuela. As condições em que foi feito tem provocado polêmica, na medida em que deveria ser um projeto de lei ou uma medida provisória, a ser discutido e aprovado pelo Congresso, jamais um decreto que tem menor hierarquia, no conjunto de normativos da República. Ao fazer esse decreto a presidente levantou a suspeita nos congressistas de que se objetive aparelhar politicamente os órgãos da administração pública federal. Isto é, quem é que indicaria os membros dos conselhos referidos? Ora, o próprio governo. A medida também burocratiza mais ainda um país que se encontra em um cipoal de milhares de leis e decretos. Houve parlamentar que comparou a medida à “comuna” existente na Rússia, onde os membros do Executivo dirigem com mão de ferro o governo. Já existem 40 conselhos e comissões de políticas públicas com 668 integr

13/06/2014 - DESEMPREGO EM 5% É MANIPULAÇÃO

Ricardo Amorim, na última página da revista Isto é, datada do dia 11 passado, mostra a manipulação da taxa de desemprego pelo governo. Ele pergunta: “Você sabia que de cada 100 brasileiros em idade de trabalho só 53 trabalham?” O fato é que o IBGE realiza duas pesquisas, a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A PME indaga quem procura emprego. Detectou no último mês 3%, mais 53% que trabalham se tem o potencial de 56%. Logo, calcula 3% de 56% e se encontra 5% de desemprego. A PNAD, que a cerca de um ano se tornou PNAD Contínua, divulgando trimestralmente o indicador de desemprego, encontrou em 3.500 municípios pesquisados 7,1% de desempregados. Isto é, aqueles que afirmaram estar sem emprego e querendo emprego, considerados a partir de 21 anos. Ademais, se fossem considerados aqueles de 18 a 65 anos, a taxa de desemprego seria maior. O que tem acontecido no Brasil é que existe hoje um número maior de beneficiários do seguro

12/06/2014 - COMEÇA A COPA, CUSTOS E BENEFÍCIOS.

O 20º Campeonato Mundial de Futebol, certame realizado de 4 em 4 anos,   começa hoje no Brasil com 32 seleções de jogadores. A problemática está em calcular os custos e benefícios, em razão de que existem aspectos difíceis de quantificação. A FIFA apresentou o custo total de R$25,8 bilhões em investimentos, relativos a estádios, aeroportos, transportes urbanos e demais projetos de infraestrutura. Um terço de recursos foi gasto para construir ou reformar estádios das 12 cidades que sediarão os jogos. Uma série de questões tem sido levantada. A primeira crítica é de que três estádios são antieconômicos, Manaus, Cuiabá, Brasília, o que é verdade ficarão praticamente vazios depois da Copa, já que não tem público para completá-los.   A FIFA se defendeu dizendo que a escolha foi brasileira, visto que ela sugeriu 10 estádios. A segunda crítica é de que o montante do dinheiro foi muito elevado, para um país que possui outras prioridades mais urgentes, tais como educação, saúde e melhori

11/06/2014 - CONSUMO APARENTE DO MAQUINÁRIO

O consumo aparente é o dispêndio com a produção nacional, mais importações, menos importações. Geralmente, o consumo se refere ao gasto em bens que desaparecem no seu uso. Porém, quem consome máquinas e equipamentos são os produtores, que as usam até o seu descarte final como sucata Logo, este tipo de dispêndio, na verdade, trata-se de Investimento Bruto ou Formação Bruta de Capital Fixo. No caso brasileiro, ele está hoje por volta de 18% do PIB. Um raciocínio simples, se a depreciação do estoque do capital for de 10%, bem como se admitindo que a cada 3% de inversão bruta se demoram em torno de três anos para reproduzir-se um novo item de consumo, a obtenção do PIB potencial estaria, portanto, hoje menor do que 3% (ou seja, 2,67%). Mas, foi o nível de 3% de potência que se apresentou para FHC, cujo governo cresceu em média anual de 2,3% em oito anos. Logo, mediante existência de capacidade ociosa, de estímulo ao consumo e de estímulo ao crédito, Lula alargou o referido potencial

10/06/2014 - CUSTOS DA VIOLÊNCIA DE HOMICÍDIOS E TRÂNSITO

A economia como um todo possui o maior segmento dentro da legalidade, da normalidade, em que se procura estimar a renda, o produto, a riqueza. Mas, possui um segundo segmento, embora legal, mas muitas vezes sinistro. Possui ainda um terceiro segmento, ilegal, que é o chamado mundo da marginalidade. Para todos é possível fazer o cálculo econômico. Hoje, se evidenciará aqui dois aspectos do segundo segmento. Os assassinatos e as mortes no trânsito. Assim, mediante dados recentes, os homicídios no Brasil, em 2010 eram 52.000, em 2011 repetiu número próximo a 52.000, em 2012 saltou para 56.000, este último salto foi de 7,7%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a violência urbana alcance 7% do PIB com este número de assassinatos. Os acidentes de trânsito no Brasil com mortes registradas foram 44.000 em 2010, 45.000 em 2011, 46.000 em 2012, crescimento do último ano de 2,2%. Estes dados trabalhados pela revista Exame, desta quinzena, provavelmente da OMS, estão subestim

09/06/2014 - CUSTOS DE COMPETITIVIDADE

Segundo o presidente mundial da consultoria americana Boston Consulting Group (BCG), Rich Lesser, em entrevista à revista Exame, desta quinzena, o custo médio industrial brasileiro subiu 25% em dez anos. Devendo-se isto ao aumento dos salários com crescimento real, à elevação do custo de vida, ao câmbio valorizado e aos maiores custos de energia. Para ele: “As empresas brasileiras são ótimas. Algumas das melhores indústrias do mundo estão aqui. Mas, como os custos subiram, elas terão de fazer investimentos significativos em produtividade se quiserem se diferenciar... inovação, qualidade e capacidade de compreender o cliente... O Brasil cumpriu uma longa jornada até se tornar uma economia de renda média e o setor industrial foi fundamental para isso. Mas, o que a experiência internacional mostra é que no estágio seguinte, quando as economias de renda média se tornam ricas, os serviços passam a desempenhar um papel mais importante. Portanto, a indústria no Brasil não deve ser tão

08/06/2014 - REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

Nas duas últimas décadas o Brasil conseguiu diminuir a distância entre pobres e ricos. Sem dúvida, isto começou com o Plano Real. A hiperinflação era taxa acima de 1.000% caiu para menos de 10% nos anos seguintes. Hoje por volta de 6,3% ao ano. Ainda alta, mas a diferença e abismal. Perante isso, as pessoas receberam o seu poder de compra, naquele ato, atualmente pouco depreciado. Claro está o fato de que os artífices dele foram praticamente os mesmos que impingiram derrotas com o Plano Cruzado. No entanto, o Plano Real só deu certo porque a população abraçou a causa de acabar com a hiperinflação. Aquela que vinha da inércia e passou a ser de expectativa. Vale dizer, deixou de ser projeção do passado de altas taxas para ser uma imagem de menores taxas no futuro. Aliado ao Plano Real, que o PT votou contra, mas depois abraçou a causa, tal como fez com a Constituição de 1988, dentre outros avanços sociais como a Lei de Responsabilidade Fiscal (voltar para avançar, está em “Duas Tá

07/06/2014 - RAZÕES DE BAIXO CRESCIMENTO

A economia está estabilizada desde 1994. Isto é, a inflação é civilizada, embora no viés de alta. Isto é, centro da meta de 4,5%, mais 2% do referido viés, no total de 6,5%. A estatística inflacionária até maio é de 6,3%, anualizada.   Porém, desde 1979, quando houve o segundo choque do petróleo, que o País tende a ter baixo crescimento. Claro, a curva de tendência tem momentos de alta e de baixa. De 1979 até 2002, longo período de taxa média anual do período de 2,3%. Na era Lula, a economia cresceu de 2003 para 2010 cerca de 4% anuais. No entanto, o governo Dilma mostra uma retroação maior de taxa de incremento do PIB, do que do período de 1979 a 2002. O crescimento médio anual projetado do PIB do seu governo está em 1,8%. Indagado, pela Folha de São Paulo, o ex-presidente Lula disse que isto se deve ao humor dos empresários. Como sempre diz algo sem nexo. Nada de política econômica. No caso, referia-se a mau humor. Ora, se a presidente Dilma segue rigorosamente a política econ

06/06/2014 - PESQUISA MOSTRA GRANDE DESACORDO

No final deste mês completa um ano das grandes manifestações. Depois delas, quase todo dia tem greve, protesto, interrupção de pistas de carros, dentre outros movimentos populares. No momento desta semana foi divulgada pesquisa de um dos maiores institutos americanos, Pew Research Center, que acompanha, desde 2010, 82 países, inclusive o Brasil, ouvindo 1.003 pessoas, no período de 10 a 30 de abril. Para ele, a percepção do brasileiro, em relação à situação do País, ao estado da economia e ao governo Dilma Rousseff se deteriorou de maneira acentuada, em apenas um ano, levando milhares de pessoas a protestarem em muitas cidades, contra a corrupção e a má qualidade dos serviços públicos. Incluíram-se aí os protestos mais veementes contra a Copa Mundial de Futebol. Na visão de Dora Kraemer, no dia 04 deste, a colunista do jornal Estado de São Paulo, assim se referiu: “A pesquisa do instituto americano Pew Research Center traduz em úmeros e ajuda a organizar um pouco o raciocínio

05/06/2014 - DESEMPREGO SEGUNDO AMOSTRAS

Conforme a resposta da questão da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), feita pelo IBGE, nas seis maiores regiões metropolitanas do País, a taxa de desemprego está em torno de 5%. É essa taxa que autoridades se referem para exagerar, dizendo que o Brasil está perto do pleno emprego, assim como dizem que referida taxa é menor do que aquela vigente na Europa e nos Estados Unidos, desde 2008, o que isto último tem sido verdade, em razão da maior crise capitalista depois de 1929. Porém, antes de 2008, a situação era inversa. Consoante a resposta da questão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua), também feita pelo IBGE, em 3.500 municípios, a taxa de desemprego está em 7,1%. É essa taxa que autoridades queriam que o IBGE suspendesse a sua divulgação, isto por causa das eleições que pretendem ganhar, divulgando-a somente no ano que vem. O IBGE se revoltou e ingressou em greve, fazendo as autoridades recuarem em seu propósito. Claro que a taxa da PNAD é

04/06/2014 - PIB RAQUÍTICO

Cabe ao IBGE o cálculo econômico mais importante, que é o do Produto Interno Bruto (PIB), expressão de tudo que é produzido no País e não revendido. O IBGE calcula o PIB trimestralmente, divulgando-o depois de quase três meses de cálculos para aproximá-lo o mais próximo da realidade. Na composição de quatro trimestres se tem a maior expressão que é o PIB anual. Referidos cálculos se fazem com margens reduzidas de erros estatísticos, não havendo contestações deles, visto que, convencionalmente, a pesquisa permite erro de até 2,5% de cada lado da curva normal (erro máximo de 5%). As pesquisas de grandes institutos, tais como IBOPE, VOX POPULI, dentre outros, toma 2% de cada lado, ouvindo cerca de 2.000 pessoas. Na história do IBGE os resultados permitem revisões de dados do universo coletado, até um ano, tal como a do PIB do ano passado de 2,3%, ajustado para 2,5% ou da revisão anteriormente realizada do PIB de 0,9% para 1% em 2012. Mas, depois cessam, no intervalo referido de um

03/06/2014 - BRASIL DAS COPAS

O único país que participou de todas as Copas do Mundo de Futebol é o Brasil. Porém, em tantos eventos, de quatro em quatro anos, sediou o primeiro em 1950 e o segundo será agora, neste junho de 2014. Os 64 anos que separam as duas Copas demonstram uma nação que mudou de maneira profunda, deixando de ser um país pobre para ser um país emergente. A renda per capita de 1950 era inferior a US$3 mil, sendo hoje superior a US$11 mil. Naquele patamar de 1950 era de renda de país pobre, no patamar de agora é o de país de renda média.   O Brasil há 64 anos era basicamente agrário exportador, de uma indústria retardatária e um setor de serviços acanhado. Na atualidade, o setor primário tem um forte segmento de agronegócios, de elevada produtividade. A agropecuária compõe atualmente 30% do PIB. O setor industrial cresceu bastante, com um segmento forte de grandes indústrias, mas também sofrendo por ter um segmento não muito competitivo, devido principalmente a um câmbio muito apreciado. A

02/06/2014 - DESONERAÇÃO PERMANENTE

Implantada gradativamente a partir de 2011, a desoneração da folha de pagamentos atinge 56 segmentos empresariais, agora a equipe econômica quer transformá-la em permanente. Trata-se da substituição do pagamento de 20% da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento por uma alíquota de 1% a 2% sobre o faturamento bruto das empresas. A renúncia fiscal do governo com a medida vai superar os R$21 bilhões previstos para 2014. Para fins comparativos, o valor está bem próximo do gasto com o Programa Bolsa Família, previsto para 2014 em R$24 bilhões. Iniciativa de baratear o custo da mão de obra agradou aos empresários, sendo atestado por estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), patrocinado pelo Ministério da Fazenda. Os segmentos que foram beneficiados, no primeiro ano, aumentaram em média 1,2% o número de empregos, principalmente para calçados, vestuário e tecnologia da informação. A FGV também calculou que a mudança na tributação, também no primeiro ano, contribuiu com 0,17%

01/06/2014 - PATAMAR DE CRESCIMENTO

O relatório “Conexão Brasil: um caminho para o crescimento inclusivo”, elaborado pela consultoria Mc Kinsey Global Institute, afirma que o Brasil precisa crescer 4,2% ao ano para manter ganhos sociais. Isto por décadas. Após o Plano Real, em 1994, a estabilidade da economia, os ganhos reais de 20 anos do salário mínimo e a adoção de programas sociais fizeram mais da metade da população brasileira ser considerada de classe média. No entanto, diversas forças que deram ensejo a tais ganhos começaram a arrefecer, principalmente baixo nível de crescimento, o crédito abundante e o mercado de trabalho aquecido. De 1949 a 1979 o Brasil cresceu a taxa média anual superior a 6%, quando existia planejamento econômico de longo prazo. Porém, os dois grandes choques do petróleo (1973 e 1979) fizeram com que a maior parte do crescimento não fosse mais sustentada, via endividamento externo.   Os juros flutuantes se elevaram acima de 20% ao ano e o Brasil teve e recorrer ao FMI, adotando rece

31/05/2014 - GRAU DE DESENVOLVIMENTO

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) examinou 5.512 municípios brasileiros, no que tange ao seu grau de desenvolvimento (índice FIRJAN), relativos a quatro itens: saúde, educação, emprego e renda, no que difere em um item, do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela ONU, que leva em conta educação, saúde, renda e longevidade. O indicador varia de zero a um. De 0,0 a 0,4 é baixo desenvolvimento; de 0,4 a 0,6 é regular; de 0,6 a 0,8 é moderado; de 0,8 a 1,0 é alto. Os dados são de 2011. Assim, mais da metade das cidades brasileiras já se encontra com o conceito médio (regular) de desenvolvimento. Em relação a 2010, o índice FIRJAN cresceu 1,8% no País. Houve uma redução na quantidade de municípios com conceito de regular e uma elevação nos que têm conceito moderado e alto. De uma maneira em geral, os indicadores de educação e saúde apresentaram melhorias, enquanto os relacionados à capacidade de geração de emprego e renda pioraram. Tais int