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Mostrando postagens de dezembro, 2016

31/12/2016 - DA GASTANÇA A PASSOS DE AUSTERIDADE

A teoria comprova que o governo sai na frente para realizar investimentos infraestruturais, para, em seguida, a iniciativa privada realizar investimentos produtivos. Por simplicidade, preparar o terreno e depois plantar. No seu livro “Teoria Geral” da economia, Keynes se refere ao fato de que o Estado realiza a multiplicação dos investimentos e as empresas a sua aceleração. Nestes termos, a gestão de Lula, em oito anos, incrementou inversões da infraestrutura, percebendo grande capacidade ociosa e espaços para novos investimentos, tendo em vista o consumo e os créditos reprimidos. Obteve êxito, mediante taxa média de incremento do PIB de 4% anuais. No seu período, o Estado gastou proporcionalmente mais do que o incremento do PIB anual. A gestão de Dilma foi à mesma linha, gastando acima dos níveis de Lula. Passou quatro anos (2011-2014), realizando a contabilidade “criativa”, de colocar na conta “restos a pagar” o déficit fiscal. Porém, em 2014, não houve jeito, sendo reconhecid

30/12/2016 - CAMINHO TENEBROSO DE 2016

O caminho de 2016 foi tenebroso, mediante recessão e piora das contas nacionais, animais que se alimentam mutuamente, deixando um saldo negativo na economia brasileira. Sua síntese, déficit primário de R$166,7 bilhões, mais uma estimativa de “restos a pagar” de R$166 bilhões. Sem dúvida, coincidência dos números parecidos das estimativas, mas um assombro de R$372,7 bilhões de rombo. O déficit primário é o resultado negativo entre receitas e despesas dos governos em um ano. Ou seja, a economia regrediu tanto, sendo calculado pelas instituições financeiras, consultadas semanalmente pelo Banco Central, em 2016, de – 3,5% do PIB, ante um também péssimo desempenho de – 3,8% em 2015, perante a estagnação que adveio de 0,1% em 2014. Um triênio único na história das estatísticas oficiais, iniciadas em 1901. Notícias ruins proliferaram. Das últimas se observaram as quedas de vendas de fim de ano, quando os shoppings centers fecharam muito mais do que abriram lojas, algo inusitado; pela r

29/12/2016 - MAIORES EQUÍVOCOS DA SOLUÇÃO DA SECA DO NORDESTE

Anteontem, o presidente da República, Michel Temer, foi a Alagoas, reunindo os governadores do Nordeste, para liberar quase R$800 milhões, em caráter emergencial e assistencialista, repetindo o que quase todos os 36 presidentes da República fizeram. Um paralelo entre erros seculares pode ser feito, por exemplo, entre dois dos maiores problemas nacionais: a educação e a seca nordestina. Para a educação o discurso sempre foi bonito, mas a efetividade um fiasco. A educação precisa de reforma global. A reforma do ensino médio já é alguma coisa. Ou, o que politicamente, é possível aprovar neste Congresso que está aí, reprovado por 58% dos brasileiros, conforme recente pesquisa do Datafolha. O número supera o da pesquisa do “mensalão”, em 2005 e, do escândalo dos “anões do orçamento”, em 1993. Uma reforma para seca tem a mesma trava no Congresso. O fenômeno da seca ocorre há 20 mil anos. Porém, começou a agravar-se com o desmatamento, a partir de 1500. O registro estatístico mais

28/12/2016 - CONTAS DO GOVERNO EM PIOR RESULTADO DE 20 ANOS

Em novembro, o governo central, somatório do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou um déficit primário de R$38,356 bilhões, sendo o pior resultado em 20 anos, quando em novembro de 1997 se iniciou a série histórica do indicador. Déficit primário corresponde a excesso de gastos correntes, sem incluir os juros da dívida pública. O que se fazer com juros? Rolam-se os custos dos juros. Isto é, toma-se mais dinheiro emprestado no mercado financeiro para cobri-los. Cresce a dívida global. O resultado deficitário dos 11 meses de 2015 é de aproximadamente R$95 bilhões, também o maior da série histórica. Para dezembro o rombo estimado é de R$73,5 bilhões, o maior da história. A projeção é de o governo pagar grande parte do passivo diferido. Mesmo assim, a conta de “restos a pagar” ficará em R$166 bilhões. A previsão do Tesouro Nacional, através da secretária Ana Paula Vescovi, é de um déficit primário de R$167,7 bilhões, abaixo da meta aprovada pelo Congresso pa

27/12/2016 - BOLETIM FOCUS DO INÍCIO E FIM DE ANO

As principais expectativas do mercado são auscultadas semanalmente pelo Banco Central, mediante consulta a 120 instituições financeiras, publicadas nas segundas-feiras como Boletim Focus. Os entrevistados, em janeiro deste ano, projetavam nova queda do PIB, já que em 2015 fora de – 3,8%. Para 2016, estimavam – 2,8%. Agora no final do ano recalcularam em – 3,5%. O quadro de piora se deveu a que os erros de política econômica fizeram o governo pedir autorização para um enorme déficit primário, de R$170,5 bilhões, em 2016. O orçamento de 2017, já aprovado, projeta um déficit primário de R$139 bilhões. São quatro anos de déficits consecutivos. O que está ocorrendo? Em 2009, ao procurar defender-se da crise, o governo usou uma contabilidade social criativa, conhecida como “pedaladas” fiscais. Ou seja, usando de vários truques. Um deles, exacerbando, mais que vinha sendo usado também por governos anteriores, fazer de conta que pagava um compromisso, mas no último dia do ano, jogava a