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Mostrando postagens de janeiro, 2014

01/02/2014 - IMPASSE INDUSTRIAL

Na etapa colonial a indústria brasileira foi proibida, conforme Tratado de Methuen de 1703, realizado entre Portugal e a Inglaterra. As manufaturas pelo mundo se desenvolveram fortemente desde o século XVIII, enquanto o Brasil se atrasou por mais de dois séculos. A solução encontrada por Getúlio Vargas, somente a partir de 1930, decorreu de incentivar a industrialização substitutiva das importações. A concessão de subsídios, assim, tornou a indústria brasileira protegida. Por isso mesmo, embora o País fosse primário exportador, a sua repercussão nas transações internacionais sempre foram pequenas, por volta de 1%, marca que existe até hoje. Em 1990, Fernando Collor resolveu derrubar os mecanismos de proteção industrial e iniciou a privatização de várias estatais, com o fito de tornar a indústria brasileira competitiva. Após o Plano Real, de 1994, a estabilidade econômica veio demonstrando quais os segmentos realmente competitivos. Porém, o grande progresso do mundo a partir do i

31/01/2014 - DÍVIDA PÚBLICA

O tema dívida pública é um eterno problema da maioria das nações, visto que é o instrumento mais fácil que tem o governo de emitir títulos e resolver problemas imediatos. Na verdade, no caso brasileiro, desde a independência, o Brasil assumiu a dívida de Portugal, como condição de reconhecimento pela Inglaterra, além de ter feito mais dívida com os ingleses pelas guerras da independência. Por exemplo, outro país de dimensões continentais, Os Estados Unidos, 46 anos antes fez sua independência e não pagou a dívida. A dívida que eles fazem é para enxugar o excesso de emissões de dólares que fizeram pelos conflitos bélicos. Ora, para o Brasil a dívida tem de ser paga com seus encargos. Logo, pressiona o orçamento público. No caso brasileiro, cerca de 40% dele é para honrar débitos mobiliários. A dívida pública se divide em débitos mobiliários federais internos e em dívida externa. Os governos do PT principalmente na década passada acumularam reservas internacionais de US$375 bil

30/01-2014 - FAVORITISMO

A presidente Dilma vem se postando como favorita para a reeleição, segundo pesquisas. No entanto, as manifestações de junho deixaram marcas fortes na queda de popularidade dela. Naquele momento, ela não ganharia no primeiro turno, somente ter voltada a possibilidade vencer meses depois. Ela reagiu propondo ao Congresso cinco pactos, nenhum se realizou. Até agora somente a lei anticorrupção, que entrou em vigor ontem, saiu da prateleira de projetos no Legislativo. Neste fim de semana existiram manifestações em 13 capitais contra os gastos públicos para a realização da Copa de Futebol, cujo início se dará em junho próximo. Por coincidência, completará um ano as fortes idas às ruas, de 2013, o maior movimento desde o do Fora Collor, de 1992. Em São Paulo houve repressão e um manifestante foi baleado pela Polícia Militar. Os manifestantes sabem de sua força. Mais condições objetivas estão postas. A economia brasileira vem crescendo a taxas inexpressivas, 2,7% em 2011; 1% em 2012; es

29/01/2014 - ANALFABETOS

O Brasil tem a oitava maior população analfabeta, segundo a UNESCO. Do total de 774 milhões de adultos analfabetos no mundo, 72% deles estão em dez países. A Índia lidera a lista, com um total de 287 milhões, seguida de China e Paquistão. Os dados fazem parte de relatório divulgado pela UNESCO sobre seis metas para melhorar a educação até 2015. No ano 2000, 164 países assumiram compromisso de serem monitorados pela ONU, na busca da erradicação paulatina do analfabetismo, denominado de Metas do Milênio. O documento mostra que está havendo lentidão na consecução das metas, visto que o número de adultos analfabetos se reduziu em apenas 1% no mundo. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2012 (PNAD-2012) revelou que o Brasil tem 13,2 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. A secretária da educação continuada e alfabetização do ministério da Educação, Macaé dos Santos, afirmou que a concentração de analfabetos está entre idosos, principalmente em municípios pequenos.

28/01/2014 - INDÚSTRIA RECUA

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou pesquisa na qual as indústrias brasileiras revelaram que irão investir menos neste ano. O número das empresas pesquisadas caiu de 83% em 2013, para 78,1% em 2014, o menor percentual da série histórica iniciada em 2010. Conforme a CNI, a queda na intenção de investir decorreu de as empresas considerarem a atual capacidade instalada como suficiente para atender aos mercados. A respeito do programa das concessões, o diretor Flavio Castelo Branco declarou que não houve tempo ainda delas amadurecerem, o que provavelmente levará a elevação do investimento industrial nos próximos anos. O principal alvo das empresas é o mercado interno 79,6% e somente 3,6% tem o mercado externo como objetivo. O reduzido percentual das exportadoras denotou que falta competitividade as nacionais, não obstante no último ano o câmbio se depreciou por volta de 20% e ainda está bem valorizado. A indústria pretende financiar 54,9% dos investimentos com rec

27/01/2014 - LEI ANTICORRUPÇÃO

Entra em vigor no dia 29 a lei anticorrupção, 12.846/2013, criada após os protestos de ruas em junho do ano passado. Na verdade, o combate à corrupção é preciso ser rigoroso. Trata-se de novas regras que garantem a punição da empresa independentemente da responsabilidade dos seus dirigentes. Quer dizer, as empresas já podem se alvo de processos, podendo ser condenadas, mediante perdas financeiras. Anteriormente, apenas os sócios e administradores respondiam por atos ilícitos. A empresa terá de rever criteriosamente suas práticas internas e as relações com terceiros, não havendo mais espaço para o desconhecimento dos fatos e impunidades. Muitas consultorias foram usadas como forma de ocultar o caixa 2, pagamentos de subornos e propinas, sem serem responsabilizadas. Agora, não. Corruptos e corruptores poderão ser penalizados. Os processos serão abertos pela Controladoria Geral da União. A lei também estabeleceu a possibilidade de assinatura de um acordo de leniência, que pode g

26/01/2014 - BURACO MAIS EMBAIXO

O Brasil teve no ano passado o maior déficit nas transações de bens e serviços com o exterior da sua história, sendo o resultado negativo der US$81,4 bilhões. Conforme o Banco Central (BC), o déficit de todas as trocas de bens e serviços do País com o mundo cresceu 50% no ano passado, extrapolando até a projeção do próprio BC, que era de um saldo negativo de US$79 bilhões. O rombo das contas externas se elevou de 2,41% para 3,66% em relação ao PIB, de 2012 para 2013. Os principais motivos declarados pelo BC foram az remessa de lucros, pagamentos de dividendos e os gastos com viagens internacionais. Mais uma vez o governo procura esconder que o pagamento dos juros da dívida externa é o maior custo. O problema é que os governos do PT insistem que o Brasil pagou a dívida externa. Trata-se de meã culpa porque disseram que iriam fazer uma auditoria na dívida, o que nunca fizeram. Nunca os banqueiros lucraram tanto como com os governos do PT. As autoridades econômicas dizem não est

25/01/2014 - EQUÍVOCOS RECONHECIDOS

O primeiro equívoco reconhecido foi somente no quarto ano do governo da presidente Dilma, quanto a sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, realização anual, em janeiro há mais de quatro décadas, onde pontificam os maiores cérebros e dirigentes do globo. Lula não perdia a oportunidade de dialogar com os investidores e inteligentes do mundo. O segundo equívoco, na verdade, vários deles, devem-se à declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no referido conclave, de que serão reduzidos os incentivos setorializados: “Não haverá mais desonerações fiscais e, portanto, haverá recomposição da arrecadação. Isso já começou a ocorrer nos números do fim de 2013. Em setembro, outubro, novembro, dezembro, tivemos elevação da arrecadação. Isso reflete o maior crescimento em 2013 e a maior rentabilidade das empresas que estão pagando mais Imposto de Renda. Essa performance deverá continuar em 2014, facilitando um resultado fiscal necessário”. Ora, os capitalistas não gostam

24/01/2014 - OBRAS NOS AEROPORTOS

Faltam um pouco mais de cem dias para iniciar-se a Copa do Mundo, decorridos cerca de 64 anos depois do primeiro evento da espécie. Por que demorou tanto, já que o Brasil é o único pentacampeão do certame, que se realiza de 4 em 4 anos? Poder-se-ia referir-se à questão política ou à questão de força das nações ricas em recepcionar o maior campeonato do globo. Porém, o que pesou mesmo foi o conceito de o País estar no 120º lugar no ambiente geral dos negócios, do primeiro (o melhor) ao último (o pior), indicador calculado anualmente pelo Banco Mundial, entre pelo menos 184 países ou de estar atualmente em 72º posto em corrupção, conforme recente classificação da ONG Transparência Internacional, que examinou 177 países. Isto se resume no vexame é que é ao realizarem-se obras de grande porte no País, geralmente públicas ou em parcerias. Mesmo o com o Congresso tendo aprovado lei específica para as licitações da Copa, reduzindo, em muito, a burocracia para as construções, dos 12 est

23/01/2014 - CRENÇA ABALADA

Os investidores estrangeiros retiraram pelo menos US$11 bilhões da BOVESPA em 2013. Tratou-se de um recorde negativo. Nem mesmo durante o auge da crise de 2008 se promoveram tantos resgates. O ano de 2014 se iniciou e as saídas continuaram. A bolsa de valores que perdeu 15% no ano passado, já perdeu mais 5% em duas semanas, praticamente, já que ontem recuperou 1,5, mas a tendência é de queda. Os grandes fundos internacionais têm preferido agora aplicar em mercados desenvolvidos, em processo de recuperação, como nos Estados Unidos, Europa e Japão. Porém, o País tem perdido mais dinheiro externo por problemas internos. Para tanto contribuíram a inflação renitente, desequilíbrio na balança comercial, investidores, contrariados, autoridades nervosinhas e ameaça de rebaixamento da classificação de risco do País. Em entrevista à revista Exame, datada de ontem, Mark Mobius, presidente da área de mercados emergentes da gestora Franklin Templeton, uma das maiores do mundo, tendo US$48

22/01/2014 - MILAGRE DO EMPREGO

Na década de 1970, o Brasil conheceu as maiores taxas de crescimento do PIB da sua história, em período longo de média anual superior a 10% e de 14% no ano de 1973 (isto mesmo, sendo surpresa para aqueles que não conheceram aquele tempo e hoje passam mais de três anos de PIB crescendo por volta de 2%). Naquela época, passava-se por uma forte ditadura militar, que durou 21 anos, tendo atraído farto ingresso de capitais estrangeiros flutuantes no mundo, disponíveis pelo excesso monetário, em razão de gastos da recuperação da segunda guerra mundial, do fim da guerra da Coréia e do fim da guerra do Vietnam. Outrossim, praticou-se forte arrocho salarial, o que contribuiu para a maior concentração de renda da história. Chamaram os militares ao crescimento referido de “milagre brasileiro” e os seus críticos, em face ao arrocho de salários, à reconcentração de renda e exclusão social. Ontem, o ministério do Trabalho divulgou que o Brasil criou em 2013 o pior resultado na criação líquid

21/01/2014 - CORREDORES DE ÔNIBUS

O sistema de corredores de ônibus ou BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) tem um custo por quilômetro entre US$5 milhões a US$30 milhões. Já o custo de um quilômetro de metrô varia de US$200 milhões a US$400 milhões. Os números são eloquentes pelas suas relações aritméticas. O modelo possibilita que os ônibus circulem em corredores exclusivos, mediante embarque de passageiros em plataformas, necessitando de dois anos para ser operacionalizado, muito menos tempo para ser entregue do que o de uma linha de metrô, que necessita do dobro.   Os números em referência têm convencido prefeituras em várias partes do globo a adotar o BRT. Em 1972, em Lima, no Peru, foi construído o primeiro corredor. Curitiba fez também o seu primeiro em 1992. O modelo de maior sucesso do BRT é o de Bogotá, na Colômbia, adotado em 2001, que passou a ser admirado pelo mundo. Outro de grande admiração é o BRT de Guangzhou, na China, inaugurado em 2010. O mundo já tem perto de 200 corredore

20/01/2014 - FRAUDES NO MCMV

Minha Casa, Minha Vida (MCMV) é o nome do programa habitacional para baixa renda, lançado em 2009, no governo do ex-presidente Lula, cujo foco seria de construir um milhão de moradias. Terminado em 2010, o presidente Lula afirmou que estava perto de alcançar a meta, mas, prosseguiria o programa com a presidente Dilma. Relançado em 2011, agora com mais um milhão de casas, a meta passou a ser então de dois milhões de moradias. Até o momento não se sabe realmente quantas foram construídas, visto que o ministério que gere o programa é o das Cidades e o agente financeiro é a Caixa Econômica Federal, apresentando geralmente dados de valores comprometidos, afirmando que o programa vai muito bem. O objetivo do MCMV é construir habitação popular para famílias com renda de R$1.600,00 a R$5.000,00. Todas as moradias contam com subsídios do Tesouro Nacional, repassados através da Caixa Econômica Federal. As prefeituras fazem o cadastro dos prováveis beneficiados. É aí que mora o perigo,

19/01/2014 - BOLSA RECUOU ATÉ AGORA 4,5%

Até o dia 17, sexta feira, em duas semanas iniciais do ano, a bolsa de valores brasileira recuou 4,5%, estando abaixo dos 50 mil pontos. A BOVESPA se ressente com a saída de capitais estrangeiros. Pelo menos são dois os principais motivos: o primeiro, na semana de divulgação do IBC-BR de – 0,31, de novembro, gerando ainda mais expectativas de menor crescimento neste ano, do que os 2% e alguma coisa esperado para 2013; o segundo, a recuperação da economia mundial, puxada pelos Estados Unidos, cuja expectativa é de ter fechado 2013 em 1,8%, projetando-se crescimento entre 3% a 4% para 2014. Grandes empresas dos Estados Unidos têm em caixa US$1,5 trilhão. Foi a partir da crise iniciada em outubro de 2008 que o caixa das empresas americanas começou a aumentar. Desde então o volume quase dobrou. Em 2007, antes do início da crise, o caixa das grandes empresas, selecionadas pela agência de risco Moody’s, era de US$815 bilhões. As grandes empresas no mundo desenvolvido se mostraram cons

18/01/2014 - ECONOMIA EM QUEDA

O Índice de Atividade Econômica o Banco Central (IBC-BR) registrou queda de 0,31%, em novembro, em relação ao mês anterior, influenciado pelo recuo na produção industrial. Tal resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado que apostava em alta de 0,2%. Para dezembro, os dados preliminares indicam que o resultado foi ruim para a indústria e para o comércio. Por exemplo, a previsão do Banco Itaú é de queda na atividade de 0,2%, em dezembro, em relação a novembro. Dessa forma, diante do quadro atual, vê-se elevada a chance de uma atividade econômica mais fraca no primeiro trimestre de 2014. Como o IBC-BR é divulgado antes da pesquisa da economia pelo IBGE, pensa-se que ele seja uma prévia do PIB oficial. Conforme já divulgado pelo Banco Central (BC), nos últimos doze meses, o PIB estaria em 2,43%. Uma mediana das previsões de mercado para o próprio BC é de 2,27% para 2013. Já a previsão dos cem analistas consultados pelo BC, para 2014, é de 1,99%. Pelo visto a economia nacional

17/01/2014 - DESEMPREGO EFETIVO

A taxa de desemprego do Brasil divulgada pelo IBGE era com base na Pesquisa Mensal do Emprego (PME) feita nas seis maiores regiões metropolitanas do País. Desde que o PT assumiu o comando dos destinos nacionais (2003), vinha-se vangloriando que retirou a Nação de mais de 11% para menos da metade dos desempregados, média de 5,5% em 2013. Chegou-se ao ponto de falar-se em pleno emprego, visto que zero seria uma utopia no capitalismo, que necessita de um “exército de reserva”, para que os salários não atinjam as nuvens. Hoje, o IBGE está divulgando nova metodologia de pesquisa, para todo o Brasil, da taxa de desocupação da mão de obra, chamada de Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (PNAD Contínua), calculada há décadas, mas iniciada divulgação do segundo trimestre de 2012, de 7,5%; terceiro trimestre de 2012, de 7,1%; quarto trimestre de 2012, de 6,9%; primeiro trimestre de 2013, de 8%; segundo trimestre de 2013, de 7,4%. Como é pesquisa da maioria do território

16/01/2014 - RESPOSTA IMEDIATA DO BC

Mediante divulgação de resultados além do previsto para a inflação de 5,7%, chegando a 5,9%, em 2013, a reunião desta semana do COPOM elevou a taxa básica de juros de 10% para 10,5%, quando o seu aceno da última reunião seria de somente mais um ajuste de aumentar 0,25%. Porém, os preços continuaram subindo velozmente neste janeiro. A questão agora é de se vai parar de elevar a taxa SELIC, em janeiro, conforme previsão, ou se irá continuar aumentando a SELIC, até que a inflação se comporte e convirja para o centro da meta. Existe já uma divisão entre os analistas financeiros. Para alguns, poderá haver elevação da SELIC nos próximos meses. Para outros, a atual elevação encerrou o ciclo de aumento de 7,25% para 10,5% anuais. Nas entrelinhas dos comunicados do BC, percebe-se que a instituição não tem sido capaz de agir com autonomia e firmeza no combate à inflação. Foi assim, quando deixou a presidente da República influenciar a redução rápida de 5% na SELIC, em 2012, tendo a econom

15/01/2014 - TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL

Vinte anos atrás foi criada a Organização não Governamental (ONG), intitulada Transparência Internacional, fundada pelo advogado alemão Peter Eigen, cujo objetivo declarado é o combate à corrupção. Ou seja, examina dados da maioria dos países do globo, fazendo comparação do menos corrupto (primeiro lugar) ao mais corrupto (último lugar). Na última classificação (2013), o Brasil ficou colocado na 72ª posição entre 177 países examinados. Em 2012, esteve em 69ª posição. Em entrevista a revista Veja, nas páginas amarelas, datada de 14-01-2014, ele citou que a própria presidente do Brasil, na 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, que ocorreu em Brasília, teria afirmado que a corrupção brasileira é endêmica e que a sua prioridade era combatê-la. Mesmo assim, em junho se assistiu fortes manifestações de rua protestando pela impunidade existente. Houve muito palavrório e pouquíssima coisa foi feita. Para ele, “o Brasil ainda é uma democracia jovem, de grande diversidade, o que

14/01/2014 - CONTABILIDADE CRIATIVA

O ministro Guido Mantega, durante o primeiro governo de Lula, ocupou o ministério do Planejamento, depois foi presidente BNDES, quando estourou o escândalo do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, ele veio ocupar o ministério da Fazenda, onde está há oito anos. No segundo governo de Lula os resultados foram bons, mas o cargo mais importante dos dois primeiros mandatos do PT, no poder, foi exercido pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O terceiro mandato do PT, sendo atualmente exercido pela presidente Dilma, dando as cartas na equipe econômica está Guido Mantega. Os resultados econômicos com a presidente não tem sido bons. Mantega então colocou suas manguinhas de fora, mediante o uso de uma contabilidade criativa. Isto é, o prometido superávit fiscal, que vem definhando ano a ano, já foi 3,5% do PIB e hoje está em 1,8% do PIB. O uso dessa forma de contabilidade é de realizar receitas para a União, através do uso das estatais, recebendo dividendos fartos, vendendo

13/01/2014 - PERDÃO DE DÍVIDAS

No ano passado, a presidente da República perdoou a dívida de ditaduras africanas, tais como Congo-Brazzaville, Sudão, Gabão e Guiné Equatorial, países dirigidos por acusados em tribunais internacionais de crimes de desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito, corrupção, lavagem de dinheiro e genocídio. Referidos países importaram bens no valor de US$1,9 bilhão e não pagaram. Assim, cada brasileiro teve de fazer uma doação compulsória de R$9,50. Acresça-se a reforma do Porto de Mariel, em Cuba, a ser inaugurada no final deste mês, cujo custo é de US$682 milhões, financiado pelo BNDES, contrato sigiloso e garantias frágeis, de abertura de Havana, de uma conta corrente em uma agência do Banco do Brasil nos Estados Unidos. Cuba também não tem tradição de honrar seus compromissos internacionais. Havana deu calote no México. O incrível é de que o Brasil precisa investir fortemente na infraestrutura brasileira e vai investir em Cuba. Os documentos do negócio em Cuba somente se

12/01/2014 - MAIOR EM DEZ ANOS

Puxado pelo custo com gasolina, passagens aéreas e alimentação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,92%, em dezembro, a maior desde 2002. No acumulado de 2013, a inflação fechou em 5,91%, superando as previsões mais pessimistas do mercado financeiro. Levando-se em conta as desonerações feitas para automóveis e redução na tarifa de energia elétrica, contenção dos preços dos combustíveis, deveriam ser preços para baixo, o que tornou o resultado desastroso para a política econômica. Assim, 2013 marcou o quarto ano seguido em que a inflação fica próxima de 6%. Em 2010, a inflação medida pelo IPCA ficou em 5,91%, indo a 6,5% em 2011, a 5,84% em 2012 e agora a 5,91%. A meta do governo é de 4,5%, mediante tolerância de viés de 2%, para mais ou para menos. No Nordeste houve seca. No sudeste houve recorde de safra. No entanto, os preços dos alimentos vêm subindo de forma sistemática nos últimos cinco anos. A alta acumulada somente de alimentos, e

11/01/2014 - INFLAÇÃO BÁSICA

A inflação é um fenômeno que tem várias causas, mas certamente se reflete no aumento geral nos preços. O IBGE calcula a inflação através do Índice de Preços ao Consumidor ao Atacado (IPCA), mais de quatro centenas de bens e serviços são acompanhados diariamente e o IPCA é divulgado semanalmente, mas a referência maior é o indicador mensal, conhecido como a inflação oficial, o qual se torna em uma série, para fins comparativos ano a ano. Como se trata de uma média, uma abstração de reflexos, também a Fundação Getúlio Vargas calcula o Índice de Preços ao Consumidor para os Idosos, bem como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) calcula a variação da cesta básica, a qual atinge os pobres, que seria a inflação básica. Estes três indicadores sempre são comparados, para fins de saber se o IPCA é o mais preciso ou o mais consistente. Não foi divulgado ainda o indicador dos idosos. Porém, nesta semana foi divulgada a cesta básica, revelada em m

10 /01/2014 - MICHAEL BLOOMBERG

As informações divulgadas por Elio Gaspari, na Folha de São Paulo de domingo, 05-01-2014, veterano jornalista e respeitado historiador, trazem “O Exemplo de Michael Bloomberg” (título), do qual se transcreve parte do texto: “Depois de governar a cidade de Nova York por 12 anos, o bilionário Michael Bloomberg pegou o metrô e foi para casa. Além de uma grande administração, deixou um exemplo. Durante o tempo em que ocupou a prefeitura, gastou US$650 milhões do próprio bolso. Sabia-se que voava em jatinhos e helicópteros de sua propriedade (alô, Sérgio Cabral). Sabe-se que o seu gosto por aquário no gabinete custou-lhe US$62,400.00. O café da manhã e almoços frugais para a equipe saíram por US$890 mil. Uma viagem ao exterior custou US$500 mil (alô Cid Gomes). Seu salário na prefeitura era de um dólar por ano. Com uma fortuna avaliada em US$31 bilhões, Bloomberg gasta como quer. Já deu um bilhão à universidade onde estudou ... No Brasil, foram muitos os milionários que passaram por

09/01/2014 - CARGA TRIBUTÁRIA, PIB, SALÁRIOS

Nesta semana, os críticos da atual gestão econômica estão com a mão na massa. Não vêm perspectivas de melhoras. O jornal Estado de São Paulo, através do Estadão Conteúdo, de anteontem, apresenta comparações entre carga tributária, PIB e salários. Dessa forma, cita o Instituto Assaf, que analisou a carga tributária brasileira, baseado nas informações do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo, máquina que funciona sem parar, calculando tributos da União, 27 Unidades Federativas e 5.565 Municípios. Segundo o levantamento, nos últimos 14 anos, a carga tributária brasileira se elevou de R$350 milhões, em 2000, para R$1,53 trilhão, até 13 de dezembro de 2013, representando um incremento de 334%. Ao examinar o PIB, no período de 2000 a 2012, o crescimento foi de 273,3%. Na base de comparação do PIB, o aumento da carga tributária per capita foi de 284,3%. Ao analisar citado Instituto a carga tributária como participação do PIB, a tributação representava cerca de 35,3%, em 201

08/01/2014 - BOLETIM FOCUS

Criado pelo Banco Central há alguns anos, para semanalmente dar informações abalizadas, visto que seus técnicos consultam cerca de 100 dos mais respeitados consultores financeiros, o boletim Focus apresenta conclusões e projeções quase sempre contrárias às previsões da equipe econômica do ministério da Fazenda. A ironia é que o Conselho Monetário Nacional, órgão máximo de política econômica, desde quando foi criado em 1964, é composto pelo ministério da Fazenda, pelo ministério do Planejamento e pelo Banco Central, os quais na democracia não deverão fraudar os dados econômicos como ocorreu no período ditatorial (1964-1984). O estranho é que, mesmo sabendo das projeções nada boas, semanalmente, eles não mudam o quadro geral, fazendo as reformas econômicas prometidas, em campanha eleitoral, das quais são reclamadas até nas ruas, consoante aconteceram em junho passado.   O mercado financeiro consultado iniciou 2014 com projeções mais conservadoras para o desempenho da economia de

07/01/2014 - BANQUEIROS INTERNACIONAIS

  Artigo publicado ontem pelo Estadão Conteúdo, sucursal de Londres, do jornal Estado de São Paulo, reflete sobre as opiniões de alguns banqueiros internacionais com negócios no Brasil, acerca da próxima eleição presidencial. Antes de examiná-las, elas são um indício de que os capitais internacionais se antecipam ao que querem do próximo presidente a ser eleito, em outubro, de forma semelhante à união de forças capitalistas que obrigaram ao ex-presidente Lula a novos compromissos, antes da eleição de outubro de 2002, episódio que ficou conhecido como “Carta aos Brasileiros”, na qual Lula afirma que, a despeito do que vinha enfaticamente se referido, desde 1979, de realizar uma auditoria na dívida pública, mas quando no poder, passaria a “respeitar os contratos”, no caso de ser eleito. Foi eleito e foi tão ortodoxo na economia como FHC. Nunca banqueiros, empreiteiras e muitos outros capitalistas ganharam tanto, vendo o topo da pirâmide, ao tempo em que reforçou os programas socia

06/01/2014 - CARGA MAIOR

  Sai ano, entra ano, o governo federal comanda a elevação da carga tributária também para estados e municípios, visto que há desdobramentos para todas as unidades da federação. De 1946 para 2014 a carga tributária passou de 16% para mais de 36% do PIB. Ao findar 2013, três medidas de grande impacto foram tomadas. A primeira, a União retirou os subsídios para automóveis já, a partir de primeiro de janeiro. A segunda, no último dia de 2013 foi elevado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 0,38% para 6,38%, para compras no exterior com cartões de débito e pré-pagos, cheques de viagem e saques em moeda estrangeira. A terceira, a correção da tabela do Imposto de Renda na Fonte para o exercício de 2014, alcançou só 4,5%, quando a inflação de 2013 ficou por volta de 6%. Qual a gênese da sanha tributária brasileira? Desde 1822 que o império assumiu a dívida de Portugal com a Inglaterra e fez suas outras dívidas com a mesma para realizar as guerras da independência. Como pag

05/01/2014 - PONTO FRÁGIL

  O primeiro número semanal da revista londrina The Economist se refere ao ponto frágil do governo brasileiro, qual seja a debilidade em que se encontra a economia brasileira, baixo crescimento do PIB, em relação aos países emergentes. Ingleses, americanos, franceses, dentre outros ricos, são cruéis em suas críticas quando um país não se encontra nos rumos por ele apontados. Assim, a revista citada afirma que o resultado das eleições presidenciais de 2014, de outubro próximo, é imprevisível. Como se vê, a costura capitalista tem forte conteúdo internacional. Eles ficam atentos a quem apoiar ou a quem tiver melhor projeto, segundo seus interesses ou de suas empresas. Pode ser até um balão de ensaio, mas a revista comenta que o eleitorado brasileiro quer mudanças, visto que os protestos de rua de junho estão ainda presentes no seio da sociedade brasileira, bem como o apoio a presidente Dilma poderia “derreter” se estes voltassem, assunto que não perdeu sua força. Momento decisiv

04/01/2014 - SUPERAVIT ANTECIPADO

  Pressente-se um ar de desespero na atitude do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem, ao antecipar os dados do superávit primário, qual seja a diferença entre arrecadação e despesas governamentais, coisa que somente anunciaria, segundo ele, daqui a um mês. Disse ele que estava fazendo o anúncio para evitar especulações. O referido ministro afirmou ainda que a União cumpriu o prometido de gerar uma economia de R$75 bilhões, para pagar parte dos juros da dívida, cujo total de encargos deverá ir para R$250 bilhões. Isto é, 30% dela. Os demais 70% serão renegociados para pagamentos futuros. Em si, isto já não é boa coisa, visto que a dívida de mais de R$2,1 trilhões engessa, desde sempre, o orçamento público, tornando inviável a elevação ou até mesmo a mínima realização de inversões prometidas em infraestrutura. Quer dizer, a União não pode absorver mais do que isso, não quer reduzir seus 39 ministérios que “batem cabeça”, comprometendo todo o futuro. O lado frágil do govern

03/01/2014 - LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

  A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014 fez o Congresso usar muito malabarismo. O relator do projeto, deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE) afirmou ontem em Fortaleza que a União terá pouco dinheiro para investimentos dentro do referido orçamento. Assim se referiu: “Dos 2,488 trilhões de reais aprovados, mais de 0,8 trilhão é para Previdência Social. Outro grande tanto, cerca de 1,002 trilhão vai para o refinanciamento da dívida pública. Investimento mesmo fica com menos de um terço do total, algo em torno de 0,7 trilhão de reais... Buscamos desde o primeiro semestre, quando começamos a debater o assunto, adequar a nossa realidade fiscal, adotando o pacto federativo, com desoneração para competitividade industrial e uma melhor distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios. Debatemos tudo isso e isso refletiu no Congresso Nacional, mas a nossa capacidade de investimento ainda é pequena para a necessidade nacional”, peças que indicam redução de obras públicas ne

02/01/2014 - PRODUÇÃO DA CÂMARA

  A Câmara de Deputados aprovou 32 projetos de lei em 2013, em contraste com 73 projetos de 2012, bem menos do que a metade. Foram quatro meses de pauta trancada por urgências constitucionais, também chamadas de Medidas Provisórias (MPs). Quer dizer, o que seria urgência passou a ser banal. Conforme a Constituição, matérias que tenham urgência atribuída pelo governo precisam ser analisadas em 45 dias, sob pena de trancamento da pauta, quando os parlamentares só podem analisar proposições como emendas à Constituição e projetos de decreto legislativo. Como exemplo, o projeto governamental do novo código da mineração, enviado no final de junho, obstruiu os trabalhos do plenário de 4 de agosto a 23 de setembro, tendo o governo aceitado revogar a urgência, mas até hoje não foi aprovado. Em seguida, outro projeto do marco civil da internet teve caráter prioritário em setembro. Novamente, a falta de consenso entre os dois maiores partidos, PT e PMDB, colocou a votação para o ano que ve

01/01/2014 - BOVESPA E DÓLAR

  O ano encerrado apresentou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), recuando 15,5%, enquanto o dólar comercial fechou o exercício com desvalorização de 15,37%. Praticamente, os mesmos números, em sentido contrário. Porém, o IBOVESPA, transformado em dólar, acumulou queda de 26%.   O cenário de 2013 foi repleto de incertezas. Analistas econômicos de plantão não enxergaram melhores resultados para 2014. A BOVESPA mostrou que o Brasil recua, enquanto o mundo desenvolvido avança. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York apresentou um ganho de 26%.   O indicador FTSE-300 da União Europeia se valorizou em 16%.   O mercado de ações brasileiro fechou o ano, pela primeira vez desde 2009, com um valor de mercado abaixo de US$1 trilhão, segundo levantamento da consultoria Economática. Os sinais de recuperação capitalista contrastaram com a deterioração do tripé que compõe a economia nacional, devido ao mau desempenho do quadro fiscal brasileiro, elevada pressão inflacionária e câmbio

31/12/2013 - SALÁRIO MÉDIO

  A consultoria PriceWCoopers calculou o salário médio dos maiores países. O Brasil tem o sétimo lugar, exatamente como tem o seu PIB. No entanto, projetou o salário médio para 2030, caindo o Brasil para nono lugar. Em 2011, o salário médio mensal em dólares de dez países era assim: Austrália, 4.471; Japão, 3.562; Estados Unidos, 3.482; Alemanha, 3.466; Coréia do Sul, 2.361; Rússia, 1.056; Brasil, 948; Argentina, 834; China, 523; México, 467. As projeções para 2030 são: Coréia do Sul, 5.040; Alemanha, 4.911; Austrália, 4.818; Estados Unidos, 4.574; Japão, 4.544; Rússia, 2.815; Argentina, 2.128; China, 2057; Brasil, 1.900; México, 1.197. Os salários médios dos trabalhadores dos países emergentes vão aumentar mais nos próximos anos. O salário médio dos chineses deverá subir quatro vezes entre as duas datas referidas. Quer dizer que o grande atrativo chinês de mão de obra dará lugar a outros rincões, tal como o México, a Índia ou a Filipinas, países que deverão melhorar seus ambien

30/12/2013 - CRÉDITO SUBSIDIADO

  O governo federal historicamente subsidia o crédito empresarial. Justamente aqueles que menos precisam são os que o recebem. O setor primário recebe subsídios há séculos, além de contar com renegociação de dívidas todo ano. O setor secundário recebe dinheiro do BNDES, justamente as maiores empresas, à taxa de juros de longo prazo de 5% ao ano. O setor terciário praticamente tem pouco subsídio, somente da área do semiárido nordestino, via Banco do Nordeste, que é outro banco oficial que vive subsidiando diferentes formas de capital. A expansão do crédito subsidiado no País preocupa o Banco Central, visto que a multiplicação monetária é inflacionária, ainda mais a barata. Mediante o aumento do chamado crédito direcionado, o BC não interfere em 44% dos financiamentos do País, aqueles de taxa de juros menor do que a SELIC, hoje de 10% anuais. Representam tais recursos R$1,16 trilhão em circulação e estão imunes à principal autoridade monetária. A eficácia da política monetária