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Mostrando postagens de setembro, 2015

30/09/2015 - LEVY REAGE AOS REITERADORES DA MATRIZ MAC ROECONÔMICA

  A “nova matriz macroeconômica”, delineada por Guido Mantega, então Ministro da Fazenda, ainda no segundo mandato do ex-presidente Lula, abraçada pela presidente Dilma e reforçada no seu primeiro mandato, levou ao gasto desenfreado, muitas vezes mais alto do que a elevação do PIB, no período todo petista, havendo a redução abrupta de juros básicos, crédito farto ao consumo, com o consequente retorno da inflação alta, privilégios a grandes empresários escolhidos, logo, discriminando a maioria dos capitalistas nacionais, sendo concedidos créditos subsidiados pelo BNDES para aqueles, redução ou até isenção de tributos para montadoras de automóveis, produtores da linha branca de eletrodomésticos e participantes da construção civil, além de elevação da carga tributária, gerando recuo dos investimentos empresariais, desconfiança dos consumidores, aumento do desemprego e colocação da economia em recessão. Os resultados são números descendentes da contabilidade nacional, ao ponto de ob

29/09/2015 - EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

Fala-se que o maior problema brasileiro é a deficiente educação, visto que um cidadão que não consegue interpretar os escritos, verbalizar e entender prospectos, possui certamente baixa produtividade. Mas, o que vem antes? É a falta de dinheiro. Falta dinheiro para educação, saúde, saneamento, transportes, energia, dentre outras áreas, isto por conta de que cerca da metade da arrecadação anual poderia estar comprometida para pagar os juros da dívida pública e parte do principal. Mas, a antiga prática, desde a independência de 1822, não é pagar nem os juros completos, rolando parte deles e todo o principal vencido. O grosso da arrecadação se destina a alimentar uma grandiosa máquina pública. No ano de 2014, depois de 18 anos, houve déficit primário, não sendo feita a economia para pagar os juros da dívida brasileira. Assim, a dívida pública bruta passou de 53% em 2010, para 63% em 2014. Agora, em agosto, o governo enviou orçamento fiscal para 2016 com déficit. Foi a gota d’água p

28/09/2015 - RENÚNCIA FISCAL

Na peça do orçamento fiscal de 2016, apresentada ao Congresso Nacional, há a previsão de renúncia fiscal de R$271 bilhões. Trata-se de deixar de arrecadar tributos em determinados segmentos econômicos, com o objetivo de estimular atividades específicas. Ora, o pacote fiscal em debates no Congresso tenta fechar um rombo de R$30,5 bilhões. Neste País, mediante hipóteses de que certos segmentos não conseguem se rentabilizar, retiram-se tributos ou se concedem subsídios secularmente. Aqui, ontem mesmo, foi citado que somente o subsídio de juros do BNDES, a certos grandes capitalistas escolhidos, daria para fechar o referido rombo orçamentário. Por que existem certos privilégios históricos? Um caminho seria revê-los. Outro caminho seria fazer uma reengenharia na imensa máquina pública. Por que não se faz? Sem dúvida, é muito difícil um acordo político dentro da base aliada. Há dois meses a presidente Dilma, em decisão acertada, anunciou que cortaria ou aglutinaria ministérios ou secr

27/09/2015 - FOGO AMIGO

Dentro do PT há o fogo amigo provocado pela senadora Martha Suplicy, de São Paulo, que saiu atirando, filiando-se ao PMDB, sendo a sua maior crítica acerca da incompetência da presidente Dilma em conduzir a economia brasileira. Na Bahia, o senador Valter Pinheiro, prestes também a sair do PT, afirmou que o uso do BNDES, subsidiando o grande capital, em retorno ao que a ditadura militar fez, elegendo as “empresas campeãs nacionais”, que tomaram dinheiro a 3,5%, 4%, 5%, 6% e agora a 7,5%, pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que pode mudar a cada três meses, quando o próprio Tesouro Nacional toma emprestado ao mercado financeiro a 14,25%, está errado. Se o subsídio em referência deixasse de existir, os R$35 bilhões do déficit primário do ano passado não existiria. Ainda dentro do PT há um grupo contrário ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que promove o ajuste fiscal às custas da classe trabalhadora, tendo atingido o seguro desemprego, o abono salarial e querendo elevar tri

26/09/2015 - PESSIMISMO ATÉ DO GOVERNO

A incapacidade administrativa por quase cinco anos, que veio se deteriorando, dia após dia, tem gerado, até dentro do próprio governo federal “como nunca se viu antes”. Parece clichê o “como nunca se viu antes”. Mas, não. Na história republicana o elogio próprio, o comportamento dirigente estatal, sempre foi o de projetar o melhor desempenho da economia, toda a vez que o ciclo econômico se revertia para baixo, até mesmo com a presidente Dilma. Porém, agora, já próximo do final do péssimo ano de 2015, no qual não se concretiza o prometido ajuste fiscal, as projeções de órgãos de primeiro escalão da União são os de uma tristeza só. Neste setembro, o Ministério do Planejamento estima – 2,44% de recuo do PIB. Já o Banco Central (BC) projetou – 2,7% de retração da economia nacional. O BC aumentou também em 0,5% a sua estimativa de inflação, para 9,5% em 2015, perante uma meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 4,5%, tolerando um viés de alta de 2%. O próprio CMN subiu a Taxa de

25/09/2015 - RECURSOS DOS VETOS PRESIDENCIAIS

O Congresso Nacional possui 513 deputados na Câmara e 81 parlamentares no Senado. Nele tramitam milhares de projetos, a maioria tendo origem no Executivo, através de projetos de lei e de Medida Provisória (MP), em seguida, do próprio Legislativo e de origem popular. Transitando nas duas Casas estão 33 partidos políticos com muitos interesses divergentes, causando tumulto na gestão econômica do País. Assim, quando um projeto é aprovado, depois de trâmites diversos, cheio de regras legislativas para a sua aprovação, ele vai para sanção da presidente da República, que tem o poder de vetar, um ou mais artigos. O legislativo tem o poder de derrubar o veto presidencial, em reunião conjunta das referidas Casas. Depois, a lei entra em vigor. Por incrível que pareça mesmo o Executivo contrariando um ou muitos artigos com vetos, até desfigurando a lei aprovada, o Congresso pode mantê-los. A Constituição de 1988 trouxe dentro de si a possibilidade do Executivo usar a MP como instrumento de

24/09/2015 - RECRIAR CPMF É ELEVAR A INCERTEZA TRIBUTÁRIA

A presidente Dilma (PT) disse que não gosta da CPMF, mesmo assim mandou anteontem o projeto de lei da sua recriação ao Congresso. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), declarou a poucos dias que seria “um tiro no pé”. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), afirmou que não via possibilidade da sua aprovação. O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) deixou a articulação política do governo, mas, tem-se mantido calado sobre o tributo. A CPMF foi rejeitada no primeiro ano do segundo mandato de Lula (2007), deixando de ser cobrada desde 2008. Os empresários, principalmente os industriais, de todos os pontos cardeais, têm-se manifestados contra na TV, jornais e revistas. A comunidade brasileira sabe que a CPMF eleva a carga tributária. Portanto, é um tributo antipático. O pior é que se amplia a incerteza tributária, justamente quando os empresários clamam há muitos anos por reforma tributária. Por que ele foi mandado ao Congresso? Para trazer mais desgaste

23/09/2015 - ALTOS E BAIXOS DA ECONOMIA BRASILEIRA

Por incrível que possa parecer, há pelo menos sete décadas que o País tem belo desempenho econômico em uma década, mas não se sustenta e cai na década seguinte. A construção de fundamentos sólidos tem sido derrubada por debilidades, ora do desequilíbrio no comércio internacional, ora pela alta da inflação, ora pela crise da dívida pública, ora por excesso de gastos do governo. Não nessa ordem de importância, mas, interligados. Aos trancos e barrancos passou cerca de cinco séculos como país pobre. A partir da estabilização monetária do Plano Real (1994), em que os fundamentos da sua economia passaram a ser consistentes, ascendeu ao grau de grande país emergente. No segundo governo do ex-presidente Lula, crescendo a taxas acima de 4% ao ano, estourou a segunda maior crise do capitalismo, depois daquela de 1929, quando, em 2008, os Estados Unidos tiveram que socorrer suas grandes multinacionais, tais como a que já foi a maior empresa do mundo, a General Motors. Lula afirmou que o Br

22/09/2015 - REPERCUSSÕES DA ALTA CONTINUADA DO DÓLAR

Hoje o preço do dólar comercial fechou em R$4,05 e dólar turismo em R$4,25. Analistas do mercado financeiro acreditam que o dólar poderá subir ainda mais. Por isso, muitos já esperam a inflação se arriscando a fechar o ano em dois dígitos e no ano que vem acima de 6%. O mercado financeiro está nervoso. Os gastos dos brasileiros no exterior já caíram de janeiro a agosto por volta de 25%. Por seu turno, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy se encontrou com representantes da agência de risco Fitch, em reunião sigilosa. Ela poderá ou não rebaixar a nota brasileira, indo para o último degrau do selo de qualidade, o que tenciona as compras e vendas de moedas estrangeiras. Por seu turno, o Brasil importa 60% do trigo e a alta do dólar tem repercussão imediata nos preços de pães e de derivados. As condições climáticas inconstantes das regiões produtoras interferem secularmente na produção de trigo brasileira. A alta do pão de janeiro a agosto foi de 8%. Esperam os panificadores ainda

21/09/2015 - DESCONTROLE CAMBIAL

O dólar já subiu mais de 67%, nos últimos 12 meses, cravando o comercial R$4,00, a maior cotação na era do Plano Real, iniciado em 01-07-1994. A única vez que alcançou R$3,99 foi em 10 de outubro de 2002, nas especulações de que Lula iria provocar um arrastão. Mas, ele foi “paz e amor”, respeitou contratos e o dólar caiu até R$1,51. A cena política preocupa muito, porque o Congresso irá examinar amanhã os vetos presidenciais, que no caso de derrubados, novos gastos públicos se somarão à perspectiva de déficit primário também para este ano. Por outro lado, insiste o governo em aprovar aumento da carga tributária e a recriação da CPMF. Antes a alta do dólar se dava por desvalorização, seja mini, midi ou maxidesvalorização. Agora está havendo descontrole cambial. Segundo o Bloomberg, o mercado financeiro internacional está vendo até mais risco no Brasil do que na Rússia, conforme pontuação do indicador CDS, dos últimos 5 anos. O CDS do Brasil fechou em 428 pontos, enquanto o da

20/09/2015 - VELHO ANTES DE FICAR RICO

No ano 2000 a população brasileira até 14 anos era de 52,1%. Aqueles com 60 anos ou mais correspondiam a 14,2%. Isto é, havia duas crianças para cada idoso. São esperados nestes 2015, 47,4% de jovens para 23,9% de idosos. Em 2029 a proporção de idosos será de 40,3%, enquanto a de jovens será de 39,7%. Chegar-se-á ao fim do bônus demográfico. Em 2040, os idosos serão 54,2%, enquanto a população até 14 anos será de 35,4%. Referidas projeções advém do IBGE. O Brasil ficará velho antes de ficar rico. Ou seja, o bônus demográfico será de aproximadamente 15 anos e jamais retornará, porque nunca retornou em nenhum país. A situação da Previdência Social é a de maior déficit para o Tesouro Nacional, hoje da ordem de R$160 bilhões. Tal valor foi o dobro do total despendido em infraestrutura no ano passado. A Previdência dos servidores públicos é a que causa maior rombo, visto que eles se aposentam praticamente como se estivessem na ativa, enquanto os funcionários privados se enquadram

19/09/2015 - VORACIDADE DOS GASTOS

A Nova República surgiu em 1985. As despesas com custeio tem crescido mais do que o crescimento do PIB, pelo menos desde então. Mas, o governo da presidente Dilma tem sido demais, gerando déficit primário em 2014 de R$35 bilhões, coisa que não havia há 18 anos. Em 2011, o PIB se elevou de 3,3%, o gasto público 3,9%; em 2012, o PIB incrementou-se 1,8%, o gasto do governo 4,6%; em 2013, o PIB aumentando 2,7%, custeio governamental em 5,1%; em 2014, o PIB parou em 0,1%, o gasto governamental pulou 6%. Não bastasse isto, a incompetência da atual gestão enviou o orçamento para 2016 com déficit primário de R$30,5 bilhões, fazendo a Standard & Poor’s rebaixar a nota brasileira, colocando o Brasil como país de grau especulativo para investimentos internacionais. Este 2015 está sendo de profunda recessão como não havia há 25 anos. Está também sendo estimado 1 milhão de desempregados até o final do ano. A comparação clássica do Brasil com os Estados Unidos, país este o segundo maio

18/09/2015 - AVALIAÇÃO NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO

Queixas, por exemplo, dos empresários, de que muitos dos seus funcionários não sabem ler manuais de instruções de equipamentos sinalizam na direção do baixo nível educacional da população brasileira. Logo, é baixa a produtividade. O próprio MEC já reconheceu que 60% da população tem grande dificuldade de interpretar uma lauda. Em boa iniciativa, em 2012, a presidente Dilma lançou o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, visando garantir que, ao final de uma etapa escolar, todas as crianças estejam plenamente alfabetizadas. O objetivo de todos na escola e alfabetizados são corretos. Os resultados são decepcionantes. A Avaliação Nacional de Alfabetização é feita anualmente pelo Ministério da Educação (MEC). A primeira pesquisa aconteceu em 2013. Em 2014, foi aplicada em 49 mil escolas públicas do País, abrangendo 2,3 milhões de alunos do 3º ano fundamental, em leitura, escrita e matemática. Em 2015, a pesquisa não será feita, porque foram cortados 30% dos recursos para a

17/09/2015 - FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS POLÍTICAS POR EMPRESAS

O Supremo Tribunal Federal (STF), por 8 votos a 3 definiu ser contrário ao financiamento de campanhas políticas por empresas. Sem dúvida, isto irá dificultar a corrupção. Ademais, o acompanhamento do Imposto de Renda pode ir mais forte neste sentido. Não sem razão, a influência no STF vem na esteira dos escândalos de propinas da operação Lava-Jato, quando cerca de três dezenas de empreiteiras, dentre as maiores empresas nacionais, assim como por volta de cem políticos estão denunciados no STF, por envolvimentos em corrupção. O desdobramento até agora causou mais de 1% de queda no PIB brasileiro. Provavelmente, o projeto de lei, aprovado, mantendo referido financiamento será vetado pela presidente Dilma. Se não, a decisão do STF poderá prevalecer. De forma subliminar, os parlamentares incluíram no texto do projeto citado, um artigo, impedindo a identificação dos candidatos, que poderiam receber repasses de doações destinadas aos partidos, o quer poderia tornar impossível identifi

16/09/2015 - POLÍTICA ECONÔMICA DESNORTEADA

Quando não se tem orientação, costuma-se dizer que a pessoa está desnorteada ou de que “está mais perdida do que cego em tiroteio”. É o caso da equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma. Depois do fiasco que foi levar ao Congresso um orçamento com déficit primário de R$30,5 bilhões, o primeiro da história republicana, obteve o rebaixamento da agência de risco Standard & Poor’s, para país que tem grau especulativo na recepção de investimentos, reúnem-se às pressas para mandar ao Congresso um pacote, visando remediar decisão equivocada. Agora o objetivo é de arrecadar mais, gerando superávit primário de 0,7% do PIB, estimado em R$34,4 bilhões, e não de 0,5% do déficit referido acima. Em poucos dias, a presidente Dilma encampou governar com déficit e recuou para obter superávit. Ao mexer na proposta de ajuste do orçamento, buliu do lado das despesas e do lado das receitas. Na primeira plataforma, gastos totais poderão ser reduzidos em R$26 bilhões. Definiu nove

15/09/2015 - PAUTAS-BOMBA

Ao perder a maioria dos parlamentares no Congresso, a presidente Dilma a perde porque está realizando uma caótica gestão, visto que há inúmeras contradições em seus atos, muitas vezes de ida e volta em decisões, parecendo até que ela não sabe o que está fazendo, tal como diz não gostar da CPMF, mas que iria mandar projeto de sua criação, depois retiraria (a lei ou o projeto?). O jornal Estado de São Paulo identificou 19 projetos naquelas casas congressistas, que poderão compor “pautas-bomba”. Seriam projetos que poderiam gerar despesas extras do orçamento previsto anualmente. O cálculo deles é de R$284 bilhões, cifra assustadora, principalmente para uma gestão que, depois de 18 anos, gerou déficit primário de R$35 bilhões do PIB, em 2014, tendo feito peripécias, que poderão ser reprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), chamadas de “pedaladas fiscais”, as quais desrespeitam a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mudando sua ótica, a gestão econômica federal iniciou 2015, prom

14/09/2015 - CHINA ASSUSTA BRASIL

A projeção da economia brasileira é de – 3% de queda do PIB neste ano, mas o setor agropecuário poderá crescer 0,4%, destacando-se a produção para exportações para a China, notadamente de grãos, carnes e minérios. A China tem reduzido suas compras pelo mundo e assusta o Brasil, visto que é o maior parceiro comercial brasileiro. O ajuste das contas externas é uma das boas noticias da economia em 2015, mas isso se deve a um real mais barato. O déficit das contas externas está caindo de menos US$105 bilhões em dezembro de 2014, para menos US$93 bilhões em junho de 2015, cujas projeções para dezembro de 2015 são de menos US$76 bilhões e para dezembro de 2016 de menos US$54 bilhões. Referido déficit em transações correntes revela crescente superávit na balança comercial, mas é negativo pela necessidade das importações de serviços que o País necessita, principalmente pela remessa de lucros das multinacionais e de juros, em razão da recessão. Juros e lucros fazem parte dos chamados ser

13/09/2015 - FREIOS DO PROGRESSO

A política econômica ortodoxa parte dos princípios de que se devem reduzir as velocidades, vistas como aquelas que desequilibram o sistema econômico, causando sérias distorções, tais como inflação alta e moeda estrangeira cara, para depois a economia subir de forma consistente. Portanto, as origens dos desequilíbrios estão exclusivamente na esfera monetária, para aqueles defensores de que, na sua atuação, o progresso retornará na esfera produtiva. O Plano Real (1994) editou a política de estabilização monetária, com 21 anos em vigor, na época, a moeda real foi praticamente equiparada ao dólar. Contudo, devido à inflação brasileira ser maior do que a inflação dos Estados Unidos, mais reais são pagos por dólares. Porém, se a moeda local estiver valorizada o progresso é visível. Ocorrendo o seu contrário, o perigo é de o dólar disparar. Aconteceu isto em 2002, quando os agentes econômicos precificaram “o efeito Lula”. Isto é, caso Lula se elegesse. Ele se elegeu. Porém, manteve a p

12/09/2015 - ALTA DE IMPOSTOS É INVESTIMENTO

Quem falou esta bobagem? Até o dia 10 deste mês, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, somente falava de ajuste fiscal. No entanto, instado a falar sobre que saída terá para o Brasil não perder o selo de qualidade da agência de risco Moody’s e da agência Fitch, já que anteontem perdeu o grau de investimento da agência Standard & Poor’s, ele foi o mais confuso da equipe governamental. Disse que vale a pena “pagar mais um pouquinho mais de imposto”, visando à recuperação econômica do País. Nas suas palavras: “É um investimento que vale a pena. A gente não deve ser vítima de uma miopia na questão de impostos. Se a gente tiver que pagar um pouquinho mais de imposto para o País ser reconhecido como país forte, tenho certeza de que todo mundo vai querer fazer isso”. Muito confuso e com um erro inadmissível por um doutor em economia pela Universidade de Chicago ou por qualquer universidade. Imposto nunca foi investimento; pelo contrário ele subtrai valor do investimento. Voltando a

11/09/2015 - MORTALIDADE INFANTIL EM GRANDE RECUO

Conforme a Agência Brasil, a mortalidade infantil caiu 73% nos últimos 25 anos, após dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), consoante relatório “Níveis e Tendências da Mortalidade Infantil 2015”. O número de óbitos em crianças de até 5 anos era em 1990 de 61 por 1.000 nascidas vivas, passando para 16 mortes para cada mil nascidos vivas em 2015, média do País. Porém, a OMS apontou que as disparidades regionais persistem. O relatório informa que, dos 5.565 municípios, mais de mil registraram taxa de mortalidade infantil de até 5 mortes para cada 1.000 nascidos vivos, em 2013, enquanto na outra ponta, em 32 cidades a taxa superava 80 óbitos para cada 1.000 nascidas vivas. As crianças indígenas têm duas vezes mais chance de morrer antes de completar o primeiro ano de vida do que as demais. A OMS demonstra que em muitos países com níveis relativamente baixos são necessários maiores esforços para diminuir as disparidades entre diferentes classes sociais. O dado mais antigo ve

10/09/2015 - PERDA DO SELO DE BOM PAGADOR

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S & P) rebaixou ontem a nota brasileira, perdendo a condição de bom pagador, perante a economia mundial. Em 2008, o Brasil foi reconhecido como país que cumpre seus compromissos, ficando considerado como de risco baixo, fato que agora se reverteu. São três as agências de risco. A citada, a Moody’s e a Fitch. A Moody’s classifica ainda o País com grau de investimento, apenas a um passo para perder o selo de qualidade. A classificação da Fitch está dois graus acima da condição de bom pagador. Referidas agências são consultadas por grandes financistas e por fundo de pensão. Ao rebaixar a nota, a S & P encareceu o crédito brasileiro e o dificultou, chamando-o de grau especulativo, visto como de maior risco para dar calote. O Brasil passou a ser avaliado como a Rússia, que sofre bloqueio econômico, a Turquia, dentre outros. A nota deixou de ser BBB – para BB+, mediante viés negativo. A classificação serve para difere

09/09/2015 - DESPERDÍCIOS DO SUS

A Constituição de 1988 introduziu o Sistema Único de Saúde (SUS) como direito de todo o cidadão. Porém, se não tiver o cartão não pode ser atendido, visto que há registros que tem que serem anotados pelo sistema de computação. Uma burocracia, que em emergência deve ser contornada. Além do mais, os desperdícios são enormes. Por exemplo, o SUS tem 37 mil equipamentos fora de uso, conforme levantamento do jornal Estado de São Paulo, com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. São aparelhos para os mais diversos objetivos. Dessa forma são máquinas para diagnóstico por imagem, tais como ultrassom e tomógrafo, cadeiras de hemodiálise e incubadoras para recém-nascidos. Entre aparelhos inutilizados existem máquinas quebradas, em manutenção, obsoletas ou novas ainda sem instalação. É de estarrecer o fato de máquinas paradas, em relação às grandes filas para realizar exames, que tem que ser previamente agendadas e demoram muito tempo. Os Estados que tem mais equipamento

08/09/2015 - QUESTÃO DE MESES

O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, depois de participar do G-20, na Turquia, passou por um evento na Espanha e declarou que a volta do crescimento econômico é “questão de meses”, de que o ajuste fiscal não demoraria tanto quanto o da Espanha. Lá, o ajuste começou em 2008 e somente agora mostra sinais de recuperação.   Infelizmente, o ortodoxo Levy não trabalho com planejamento econômico de longo prazo. O que ele está fazendo com o Brasil é um crime somente comparável ao da sua chefa. Enfim, o País está pessimamente dirigido. Que “questão de meses”? Só visualiza Joaquim que é preciso “austeridade” do gasto público, que não está acontecendo, visto que o segundo trimestre da pesquisa do PIB do IBGE mostrou que somente ele cresceu e cresceu muito. Em seguida, quer aumentar impostos, o que engessa a economia, visto que retira dinheiro da produção para o gasto improdutivo governamental. Em terceiro, provoca recessão, mediante corte de salários, greves. Pessimismo generalizado. É iss

07/09/2015 - DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL

O noticiário deste dia da Independência é sobre a reunião do G-20, na Turquia, onde estão reunidos os ministros da Fazenda e do Trabalho, para debater política econômica, chegaram a um consenso de não desvalorizar as moedas locais. O que quer dizer isto? Ao desvalorizar a moeda um país estimula as exportações e se contrai em importações. Em linguagem técnica, um país ganha mais competitividade. Se todos fizerem isto haveria uma guerra entre eles. A decisão chinesa do mês passado, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), claro, presente no encontro, foi uma decisão ‘natural’. Na verdade, a China não revela que tem inflação. Mas, tem. O natural aí é isso. Na verdade, a perspectiva de crescimento baixo chinês, menos de 7% (quisera o Brasil estar neste cenário), incentivou aquela economia a desvalorizar a sua moeda. Porém, a desvalorização foi inferior a 10%. No caso brasileiro, a depreciação cambial foi superior a 50%. No entanto, a preocupação do G-20 nem se referiu ao Brasi

06/09/2015 - GESTÃO QUE SE DETERIORA

Ao contrário do que fez o ex-presidente Lula, a presidente Dilma, mesmo sendo criada por ele, deteriorou uma gestão, ao ponto de trazê-la ao pior beco sem saída desde a crise de 1929. O que Lula fez? Venceu as eleições de 2002. Venceu o preconceito. Propôs na Carta aos Brasileiros, para respeitar contratos e foi ortodoxo na economia (quase tudo ao contrário do que disse que ia fazer). Assim, ampliou a confiança na moeda já estabilizada e preparou as bases para crescer. Havia capacidade muito ociosa, tanto de investidores como de consumidores, sendo nestes tecidos que ele agiu, cercado de bons assessores. A sua ampla prática política o fez ver os “gênios” da economia brasileira. Contou ainda com a bonança da demanda chinesa pelas commodities brasileiras, recebendo preços altos pelas exportações. Claro, que Lula não foi nenhum gênio. Deixou um armário de bombas para Dilma desarmar, visto que construiu um cenário fictício de que as estatais seriam tão fortes, que não sucumbiriam ao

05/09/2015 - SINAIS TROCADOS

A gestão da presidente Dilma tem-se mostrado contraditória até agora (2011-2015). Sim, há esperanças de que ela mude, para que o País volte a crescer. Mas, hoje, está se aprofundando a recessão, caminhando na faixa de – 2% a – 3%. Perante isto, a popularidade da presidente Dilma é das mais baixas, por volta de 7% de ótimo a bom. A propósito, o seu próprio vice-presidente, Michel Temer, declarou que o seu governo não resistiria a mais três anos e meio com tão baixa popularidade, em declaração a empresários (dia 3 deste mês). Relembrando as principais contradições ou ações com sinais trocados. A primeira foi a de reduzir a taxa básica de juros em 5%, em um ano, de 2012 a 2013, voltando a elevá-la, em torno de 7%, em dois anos, visto o erro cometido, já que a inflação saiu do patamar de 5% para dobrar, praticamente hoje em 9,5%. A segunda foi resolver lançar uma medida populista de reduzir a conta de luz por volta de 20%, em 2013. Admitindo o erro, em 2014/2015, já aumentou a ref

04/09/2015 - CÂMBIO EM ALTA, REAJUSTE DO GÁS, INDÚSTRIA EM QUEDA

O aumento recente do botijão de gás foi de 15%, o que não se esperava com a queda do preço do barril de petróleo, mais a taxa de câmbio atingindo R$3,76, mantida hoje, a maior cotação desde dezembro de 2002, indicam que as repercussões inflacionárias serão para cima. O IPCA de agosto está sendo esperado em 0,25% e o de setembro de 0,50%, o que colocaria a inflação estabilizada em 9,5%. Esperava-se neste segundo semestre, que a projeção da inflação seria de recuar deste último número. Pelo agora sentido, muito provavelmente não irá, fechando o ano mesmo em torno de 9,5%, além de viés de alta. A produção industrial, segundo o IBGE, até julho, já recuou 5,3%. Em relação ao mesmo mês do ano passado a retração é de 8,9%, na 17ª queda consecutiva. Em dois anos, a redução da produção industrial está em 14%. Para 2015 é esperado recuo de 7,1%. Segundo Miriam Leitão, no jornal o Globo de ontem: “Com o encolhimento generalizado, a queda dos investimentos, que fica claro no recuo de 20% do

03/09/2015 - BNDES INEFICIENTE

Criado como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), em 1953, na fase nacionalista do governo de Getúlio Vargas, para financiar investimentos de longo prazo da chamada burguesia nacional. Isto é, especificamente para fortalecer a indústria brasileira. Porém, dirigiu-se para a grande empresa, para o grande conglomerado, que sempre pleiteou juros subsidiados. Ontem muito mais do que hoje, mas continuam os subsídios dos juros, em relação aos praticados pelo mercado financeiro. Claro, fortaleceram-se os grandes grupos nacionais. Dessa maneira, o Banco sempre foi pressionado para abrir linhas de financiamentos para o setor agropecuário, para o setor de serviços, para o setor governo e para empresas multinacionais (muitos querendo também citados benefícios). Em 1986, quando o governo do presidente Sarney colocou o nome Social (S), tornando-o BNDES, ele paulatinamente foi atendendo às referidas pressões, abrindo o leque para atender a praticamente qualquer grande agente econ

02/09/2015 - ELEVAÇÃO DE TRIBUTOS

Não é nenhuma novidade que a solução mais fácil e, por isso, uma das piores para o crescimento econômico, é a elevação de tributos, visando fechar o déficit primário previsto nas contas públicas. Depois de 18 anos, no ano passado, houve saldo negativo entre receitas e despesas governamentais. Neste ano, está-se brigando com os números para não repetir-se. Mas, no orçamento para o ano de 2016, enviado nesta semana ao Congresso, prevê-se déficit de R$30,5 bilhões. O aumento dos tributos engessa o dinheiro que poderia estar nas mãos dos agentes econômicos para produzir, indo para gastos públicos correntes. Dessa forma, editou-se a Medida Provisória 690, objetivando tributos em alta para quatro conjuntos de produtos. 1º) Fim da isenção do IOF para operações do BNDES. Os empréstimos realizados pela Instituição desde ontem já são majorados com as mesmas alíquotas de outros bancos. Ou seja, 0,38% mais 0,00082% no primeiro ano de operação. 2º) Vinhos e destilados. A partir de 1º de d

01/09/2015 - PROGRAMA DE INVESTIMENTO EM LOGÍSTICA

A propaganda do governo de R$198,4 bilhões em investimentos projetados, na verdade é o Programa de Investimento em Logística, compreendendo parcerias público-privadas, perante o intuito de escoar a produção com agilidade e menores custos, dando maior competitividade às exportações, além de gerar emprego e renda para os brasileiros e impulsionar o crescimento do País. O maior valor, cerca de R$86,4 bilhões, será aplicado em 7,5 quilômetros de ferrovias. Seguem-lhe R$66,1 bilhões para 7 mil quilômetros de estradas. Mais R$37,4 bilhões para portos e terminais privativos. Mais R$8,5 bilhões para quatro aeroportos. Mais isto tudo é propaganda, visto que o governo federal tem oito meses de ajuste fiscal, tendo o investimento recuado mais de 8%. Aliás, o ajuste fiscal prevê que a economia a ser feita em 2015 será de zero. O orçamento de 2016, entregue ao Congresso, prevê déficit primário de R$30,5 bilhões. Três fatores podem aumentar a desconfiança dos investidores com a economia br

31/08/2015 - NÚMEROS PÍFIOS DO ORÇAMENTO

Fato inédito ocorreu ontem. O governo federal apresentou ao Congresso um orçamento com déficit primário de R$30,5 bilhões, correspondentes a 0,5% do PIB. A irresponsabilidade vai mais além. Prevê que a economia crescerá 0,2% em 2016. Analistas credenciados pelo Banco Central, do mercado financeiro calculam queda de 0,4% do PIB no ano que vem. Neste ano, o PIB recuará entre 2% a 3%. Dois anos consecutivos de recessão não ocorreria desde a Grande Depressão de 1929. Em 2017, estima o mercado financeiro que o crescimento será de 1,7%. Muito pouco. A inflação recua lentamente e espera a União que em 2016 seja de 5,4%. O salário mínimo poderá ir para R$865,50, um aumento próximo de 10%. O projeto do orçamento enviado ao Congresso também desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal, deixando ao Congresso a tarefa de encontrar receitas, fechando as contas. Ademais, ao admitir déficit primário, o governo não admite pagar juros, tomando emprestado ao mercado financeiro. A dívida públic

30/08/2015 - INVESTIMENTOS TRAVADOS

Todo final de mês de agosto o governo federal tem de enviar ao Congresso o projeto de lei do orçamento do ano seguinte. Pela primeira vez referido projeto vai com déficit primário, argumentando a equipe econômica que não consegue antever receitas que possam cobrir todas as suas despesas. O déficit primário estimado será de R$30 bilhões. Queria o Executivo cobri-lo com a recriação da CPMF, cuja arrecadação estimada seria de R$85 bilhões. Mas, desistiu da CPMF, devido à forte reação negativa e avaliação de que não seria aprovado. Estuda enviar projeto de lei de novo tributo. Sem dúvida, a insegurança com mudanças nos tributos trava investimentos, conforme se pronunciaram 30 entidades do setor produtivo, tributarista, consultores e empresários ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo (FSP). Na indústria, no varejo e no setor de serviços os planos de negócio estão suspensos por 70% dos consultados pela FSP. Segundo empresários ouvidos pela FSP a insegurança atual é maior do que a do go

29/08/2015 - RECESSÃO CONFIRMADA

O IBGE divulgou que o PIB recuou 1,9% no segundo trimestre, fechando o semestre com queda de 2,1%, em relação ao primeiro semestre de 2014. Trata-se da pior recessão desde 1990. As causas da retração foram cortes nos gastos públicos, elevação dos juros, aumento dos preços administrados pelo governo e impactos das investigações nos contratos da Petrobras, referente à operação Lava-Jato sobre a indústria da construção civil.   Chama-se de recessão técnica o PIB recuar dois semestres consecutivos. Para a Fundação Getúlio Vargas, a recessão já está no seu quinto trimestre. Começou a cair o PIB -1,1% de abril a junho de 2014; subiu 0,1% de julho a setembro de 2014; zero de outubro a dezembro de 2014; - 0,7% de janeiro a março de 2015; - 1,9% de abril a junho de 2015. Dessa vez, todos os três setores recuaram. Indústria – 4,3%; agropecuária – 2,7%; Serviços – 0,7% no último trimestre. Do lado da demanda agregada, o consumo das famílias caiu – 2,4%, o investimento – 8,1%, o consumo do