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Mostrando postagens de junho, 2015

30/06/2015 - EXPECTATIVAS DO PRÓXIMO SEMESTRE

Como acontece semanalmente, o Banco Central informa as taxas médias das previsões de 100 representantes de instituições financeiras credenciadas. Pela 11ª vez consecutiva, a inflação continua em alta, agora cravada em 9%. A estimativa anterior era de 8,97%. Muito embora a instituição continue afirmando, que em 2016 a inflação chegará ao centro da meta de 4,5%, as previsões pela média dos entrevistados repetem 5,5% da pesquisa anterior para o próximo ano. O Banco Central (BC), mais ortodoxo do que nunca na era Dilma, já avisou que poderá elevar a taxa básica de juros na próxima reunião, a SELIC, hoje em 13,75% ao ano. Somente deixará de elevá-la, quando a inflação convergir fortemente para o centro da meta. A SELIC é o referencial para os juros em geral. Ao aumentá-lo o BC estimula as aplicações financeiras, em detrimento da produção. A ideia dele é de frear o excesso de demanda que provoca a elevação de preços. O fato é que, desde os acontecimentos da corrupção identificada n

29/06/2015 - AGENDA DE DILMA NOS EUA

Em primeiro lugar, na agenda da visita presidente Dilma, que começou ontem nos Estados Unidos, consta a ampliação do comércio entre os dois países, hoje por volta de US$100 bilhões. O primeiro encontro foi com 25 empresários de multinacionais brasileiras, acerca de oportunidade de negócios. Reunião esta que poderia ser feita aqui no Brasil, para evitar o alto custo de realizá-la em Nova York. O Ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, assim, enfatizou: “No nosso encontro nós discutimos a maior inserção do Brasil nos EUA e, sobretudo, a questão de como o governo e o setor privado podem atuar exatamente no desenvolvimento e no incremento dessa relação. Houve, sim, uma manifestação no sentido de reconhecer que o canal de comércio exterior é um canal muito importantes neste momento de transição da sua economia e o reequilíbrio fiscal impõe no curto prazo uma certa retração da atividade econômica doméstica, é exatamente por isso que o canal de comércio exterior se apresenta com

28/06/2015 - ACORDOS COMERCIAIS

  Os governos do PT iniciaram em 2003 uma série de acordos comerciais, privilegiando países parceiros comerciais pequenos e complicados, sem fazer uma integração com acordos bilaterais e com polos dinâmicos do globo. Dessa maneira, o Brasil continuou um “país pequeno” no comércio internacional. Isto é, há muitas décadas que a posição brasileira está por volta de 1% das transações internacionais. O Brasil participa do menor bloco econômico mundial, o MERCOSUL, somente tem dois ou três acordos bilaterais, em contraste com os latino-americanos Chile e México, que fazem parte do NAFTA, bloco da América do Norte, bem como ambos têm dezenas de acordos bilaterais. Depois dos escândalos de espionagem, em 2013, da NSA americana, o governo da presidente Dilma se afastou ainda mais de negócios com os Estados Unidos. O Programa de Infraestrutura e Logística (PIL), de 2013, não decolou porque seu governo também não realizou acordos maiores, com o NAFTA (a ALCA fracassou), com a União Europei

27/06/2015 - REDUÇÃO DA META DE TOLERÂNCIA INFLACIONÁRIA

A inflação brasileira está sendo prevista pelos cem analistas financeiros, credenciados pelo Banco Central como de 9%, neste ano, o dobro do centro da meta de 4,5%, processo inflacionário que estava acima da meta de tolerância. Em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no dia 25, passado, manteve-se o centro da meta de 4,5%, que existe desde 2006, mas com um limite máximo de 6%. A redução do chamado intervalo da meta vinha sendo defendida pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central, que, com mais um componente, o Ministério do Planejamento, formam o CMN. Os três se reuniram e levaram o documento decisório para a presidente da República também assinar. Para que essa encenação, justamente quando a inflação se situou agora por volta de 8,5% e em ascensão? Eles disseram que estão reforçando o compromisso com a redução inflacionária. Mas, qual, veladamente, eles estão se justificando previamente pelas elevações da taxa de juros básica, a SELIC, que irão ocorrer até que a i

26/06/2015 - PLANO DE EXPORTAÇÕES

O risco de fazer um plano global fez com que o governo federal abandonasse a ideia, desde o fiasco do III Plano Nacional de Desenvolvimento (III PND), em 1979, isto porque o seu lançamento coincidiu com o segundo grande choque de petróleo dos anos de 1970 (em 1973 foi o primeiro), nunca mais se viu no País um verdadeiro plano de desenvolvimento. Nos anos de 1980 e de 1990 existiram sete denominados de “planos” (Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão, Collor, Collor II e Real), mas que foram programas de estabilização, esta conseguida com o Plano Real. No segundo governo de Lula foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), que não acelerou como deveria. No governo de Dilma foi lançado o PAC 2, que desacelerou. Logo, a presidente abandonou a ideia de PAC 3, conforme foi aventado, lançando o Programa de Infraestrutura e Logística (PIL), em 2013. Não foi bem à frente. Agora, há cerca de um mês lançou o PIL 2, comprometido com o ajuste fiscal em curso. Na verdade é també

25/06/2015 - RECUO HÁ 25 ANOS

A atividade econômica de 2015 será a mais baixa dos últimos 25 anos. Em 1990, há pouco mais de 25 anos, estava lançado no o Plano Collor. O maior desastre do século XX no Brasil, quando o PIB recuou – 4,3%. Naquele ano também se conheceu a maior taxa de inflação brasileira, anualizada, conforme o calendário gregoriano, em torno de 2.500%. Claro, os números de hoje não são tão dramáticos. Dados coletados pelo Banco Central, divulgados no boletim semanal Focus, que ausculta cerca de 100 credenciados analistas econômicos, permitiu estimativas de um recuo de – 1,1% do PIB e a inflação em 9% em 2015, a maior desde 2003, isto porque em 1994 foi debelada a hiperinflação, fincando a estabilidade dos fundamentos econômicos do País, através do Plano Real, em vigor até hoje, há 21 anos. O cenário da atualidade vem com uma safra de más notícias desde o final de 2014, quando, após 18 anos, a União obteve déficit primário nas contas públicas, além de uma deterioração geral da contabilidade

24/06/2015 - DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL

O Tesouro Nacional informou ontem que a dívida pública federal interna é de R$2,45 trilhões, mais a dívida pública federal externa de R$124 bilhões, totalizando R$2,57 trilhões, correspondentes a 46,6% do PIB brasileiro. As taxas de juros dela variam conforme o tipo de papel ou título lastreado, se prefixado ou pós-fixado. Porém, supondo que a taxa básica de juros, a SELIC, de hoje seja a média das taxas de juros, por volta de 13,75%, o pagamento de encargos anuais do endividamento seria de R$353 bilhões. A projeção do ajuste fiscal é de economizar R$66 bilhões, com o fito de pagar parte dos juros da dívida global, que seria de 18,7%. Logo, a diferença é rolada, levando a um perfil maior do endividamento. Considerando que o Brasil possui hoje 204 milhões de habitantes, conforme site do IBGE, em tese, cada brasileiro deveria R$12.600,00 do total da dívida consolidada. A dívida pública é a principal razão ela qual não se faz uma reforma fiscal neste País. Pelo contrário, que

23/06/2015 - DESINVESTIMENTO EMPRESARIAL PARA LIQUIDEZ

No ano passado, as empresas elevaram os seus desinvestimentos para obter liquidez financeira, saltando de 19%, em 2009, 33%, em 2012, para 57%, em 2014, conforme pesquisa da consultoria Deloitte, que ouviu executivos de 221 empresas de diversos segmentos empresariais e de portes distintos. Da amostra global, 67% das companhias faturaram até R$250 milhões por ano, enquanto 17% tinham receitas entre R$250 milhões a R$1 bilhão. O terceiro segmento de 16% têm receitas acima de R$1 bilhão. Pouco mais da metade das firmas é de controle familiar e apenas 7% têm ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Pelo exposto, estas últimas estão bastante capitalizadas e aplicando em títulos da dívida pública, que estão oferecendo ótimas taxas de juros. As demais pesquisadas procuraram reavaliar seus ativos, descartando aquelas que não fossem próprias dos seus negócios, olhando o que vale a pena mantê-los ou não. Por outro lado, a desvalorização do real frente ao dólar, fenômeno que bara

22/06/2015 - CICLO LONGO DE ALTA DA SELIC

O ciclo longo de alta da taxa básica de juros, a SELIC, é verificado por passar de dois anos, desde abril de 2013 e é esperada ainda, pelo menos, mais uma alta de 0,5% na referida taxa, na próxima reunião de agosto deste ano. Espera o governo encerrar o longo ciclo citado na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM). No primeiro mandato da presidente Dilma, assumido em 2011, incensada pelo presidente Lula como boa gestora na sua campanha, ela não seguiu à risca o seu padrinho, já que ele depositou nas mãos de Henrique Meirelles, durante oito anos, a condução do Banco Central (BC), despertando a confiança dos empresários, pela sua experiência administrativa. A presidente, mantendo uma equipe econômica de fachada, postou-se ela mesma como a economista que iria dar as cartas. Na política monetária, sua visão era de que deveria derrubar a taxa básica de juros, a SELIC, para que o capital deixasse o mercado financeiro e se deslocasse para o mercado da produção, conforme

21/06/2015 - A LEI VALE PARA TODOS

A 14ª fase da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que investiga a corrupção nos contratos da Petrobras, denominada de erga omnes, termos em latim que significa que “a lei vale para todos”, prendeu ontem Marcelo Odebrecht, presidente da Construtora Norberto Odebrecht, a maior empreiteira do País, bem como Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do Brasil, mais dez outros dirigentes delas. Nas treze fases anteriores foram feitas delações premiadas e apresentados documentos de pagamentos de propinas de R$510 milhões, pagos pelo grupo Odebrecht, assim como de R$200 milhões, pagos pelo grupo Andrade Gutierrez. As prisões tiveram grande repercussão internacional devido ao fato de que a Odebrecht, fundada em 1944, possui operações em 21 países, a Andrade Gutierrez, fundada em 1948, internacionalmente, com passos semelhantes dados. As dimensões em que a apuração dos fatos será gigantesca, no momento em que inúmeras obras estão paralisadas

20/05/2015 - IDEIAS ECONÔMICAS MALUCAS PERSISTEM

Mais uma Medida Provisória, que entrou em vigor ontem, é uma concepção econômica que fragiliza a gestão do Brasil. Ela veio em resposta ao projeto aprovado pelo Congresso, de eliminação do fator previdenciário, mediante criação da regra de aposentadoria 85/95, mulheres se aposentando quando a soma da idade mais o tempo de contribuição chegar a 85 anos; homens, aos 95 anos.   Vetado pela presidente Dilma, mas, imediatamente, enviando a referida Medida Provisória, mantendo por dois anos a regra 85/95, instaurando, a partir de 2017, a progressividade de aumentar um ano em cada faixa, até a regra alcançar 90/100, no ano 2022. A justificativa do governo é de que a expectativa de vida do brasileiro ainda estará crescendo, em direção aos 80 anos de idade até 2020. Os Ministros da Fazenda, Planejamento e da Previdência estiveram em público, mostrando a citada Medida Provisória como algo mais lógico do que a regra fixa 85/95, devido ao fato de que o Brasil está na faixa do bônus demográfi

19/06/2015 - IMPACTO ECONÔMICO DA VIOLÊNCIA

O Instituto para a Economia e a Paz, órgão de pesquisa australiano, dedica-se desde 2008 a estudar o impacto econômico da violência ao redor do mundo. As comparações que ele faz compreendem 161 países. No seu ranking, o Brasil ocupa o quinto lugar dos que mais gastam com a violência, em valores, atrás dos Estados Unidos, China, Rússia e Índia. Para o Instituto o Brasil gastou, em 2014, US$255 bilhões, o equivalente a 8% do seu PIB. Tal número é muito elevado, visto que o Brasil gasta 7% com a Saúde e por volta de 5% com a educação. Entretanto, quando a comparação é feita com os países que mais gastam em relação ao seu PIB, o País cai para a 47ª posição, sendo a liderança ocupada pela Síria, reconhecidamente em guerra civil, cujas despesas alcançaram 42% do seu PIB no ano passado. Iraque vem em seguida com 31% e o Afeganistão com 30% do PIB. Isto se deve ao fato de que, nos cálculos, são incluídas as despesas com as forças armadas, guerras, crimes, terrorismo, polícia, serviços d

18/06/2015 - COBRANÇA INÉDITA À PRESIDENTE

O Tribunal de Contas da União (TCU) adiou o julgamento das contas do governo da presidente Dilma, relativas ao exercício de 2014, cobrando, pela primeira vez, de um presidente da República, que se explique pessoalmente sobre 13 irregularidades passíveis de reprovação, no prazo de 30 dias. A plenária do TCU aprovou por unanimidade, visando observar o contraditório. Se fossem rejeitadas as contas, a presidente ingressaria no Supremo Tribunal Federal, arguindo que não teve direito de defesa. Agora, ela terá de responder. No total, as dívidas escondidas pelo governo em 2014, com bancos e fornecedores, chegaram a R$256 bilhões. O relator no TCU, Augusto Nardes, disse que o governo fora avisado de que teria de cortar despesas e, mesmo assim, aumentou gastos no último ano do primeiro mandato, quando ela tentava a reeleição. Afirmou Nardes que “é preciso dar um basta nisso”. Mais adiante, arrematou: “A Lei de Responsabilidade Fiscal não pode ser jogada pela janela”. A rejeição das conta

17/06/2015 - QUEDA DO INVESTIMENTO INDUSTRIAL

Conforme pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a indústria de transformação vai reduzir 32,7% do investimento total neste ano, em relação ao ano passado. Assim, em 2014, o valor do investimento em máquinas, equipamentos, instalações, gestão, inovação, pesquisa e desenvolvimento de produtos industriais alcançou R$163 bilhões. Em 2015, referido valor será de R$109,7 bilhões. Perguntados os industriais pela FIESP, 62% alegaram que reduziram inversões por que está havendo elevação da carga tributária continuamente. Para voltarem a investir com maior amplitude, os pesquisados querem uma reforma tributária, mediante redução de despesas públicas e cortes de tributos. Então, onde fica o dinheiro deles? Certamente, ficam aplicados em títulos da dívida pública, que rendem no mínimo 13,75%, que é a taxa básica de juros da economia, a SELIC. Por que no mínimo? Sim, porque os valores aplicados são bastante altos, procurando melhores taxas. Um semestre de notí

16/06/2015 - ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS

O endividamento das famílias é o maior em dez anos. Dados do Banco Central revelam que, de março para abril, o volume de dívidas familiar passou de 46,2% para 46,3%, sendo o maior percentual desde janeiro de 2005, quando começou a série. Tecnicamente, os bancos não pretendem comprometer mais de 30% da renda familiar. Por que então se chegou a 46%? Existem formas fora de controle bancário, tal como cartão de crédito. O retrato pode ser pior, visto que têm famílias que recorrem aos agiotas. Pelo exposto, a vida das famílias não está nada fácil. Quase a metade da renda está comprometida. Por outro lado, aqueles que têm poupança obtiveram rendimento real da caderneta em doze meses, o pior desde 2003. Isto retrai a poupança e o dinheiro se dirige ao consumo. O Brasil é um país que necessita urgentemente de poupar. Mas, a despoupança é que é regra, quando não o endividamento.

15/06/2015 - CUSTO DA MOBILIDADE URBANA

A Associação Nacional de Transportes Públicos realizou comparativo de dez anos sobre o custo da mobilidade urbana, coletando informações em 438 municípios com mais de 60 mil habitantes. Neles residiam 123 milhões de pessoas, mais de 60% da população brasileira, circulando 37 milhões de veículos. No total, a despesa da mobilidade urbana subiu de R$103,8 bilhões em 2004, para R$225,8 bilhões em 2013, uma elevação de 118%. Enquanto isso, o indicador que mede o quanto as pessoas estão se deslocando pelas cidades subiu muito pouco, visto quem em 2004, cada habitante fazia uma média 1,51 viagem por dia, indicador que ficou 1,66 em 2013, uma elevação de 10%. Conforme a pesquisa, a frota de veículos nos 438 municípios praticamente dobrou em dez anos, de 19 para 37 milhões. Não assustam os números devido ao fato de que deveria ter sido descontada a inflação. Sem recorrer a manuais ou ao IBGE, 6% ao ano, em média, daria 80%.  Linearmente, se 60% de 200 milhões (população da época) de hab

14/06/2015 - CPMF, GRANDES FORTUNAS, NÃO PASSARÃO. OUTROS SIM

O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contradisse a proposta do 5º Congresso do PT, realizado esta semana em Salvador, e ao Ministro da Saúde, Arthur Chioro, quer era o articulador do renascimento da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que foi extinta em 2007, ao declarar-se contra o tributo. Chioro voltou atrás e disse que não levaria a proposta à frente, ele, que há um mês está conversando sobre o assunto com governadores e prefeitos, argumentando que daria para sustentar o Sistema Único de Saúde. Ele foi autorizado pela presidente Dilma a executar a missão. A nova ideia da CPMF era retirar da cobrança amplos setores da classe média. Dessa forma, PT, Dilma e admiradores foram contrariados pelo poderoso Joaquim Levy. Na verdade, a presidente não quer correr o risco de mais uma derrota no Congresso sobre tributo tão controverso. Perderia, sim. Em 2006 o tributo rendeu R$40 bilhões à União, mas não ia integralmente para a Saúde. Já o imposto sobre grand

13/06/2015 - SANHA TRIBUTÁRIA

A sanha tributária é a ideia fixa de só elevar tributos. Pela Constituição de 1946, a carga tributária subiu para 16% do PIB. Daí, não parou mais de crescer. Em 2014, a carga tributária esteve por volta de 36% do PIB. Quer dizer, mais de um terço, em direção à metade da renda interna bruta está indo a arrecadação do governo. Em primeiro lugar, a União precisa pagar os juros da dívida pública crescente, que, em 2010, era de 53% e de que no fim do primeiro mandato da presidente Dilma chegou a 63% do PIB, sofrendo forte ameaça de rebaixamento do grau de confiança internacional, conferido pelas agências de risco. Por isso mesmo, o ajuste fiscal deste ano focou na redução do gasto e no incremento de tributos, como está acontecendo. Isto é recessivo, sendo isto muito óbvio, dado que a elevação da arrecadação reduz o dinheiro principalmente para o investimento bruto, caindo o nível de geração de renda e levando à recessão, conforme acontece agora. Em segundo lugar, a despesa pública te

12/06/2015 - CLÍMAX DOS ENGANOS DA CAMPANHA

Durante a campanha para as eleições presidenciais de 2014, a presidente Dilma disse que não iria reduzir os programas sociais, nem verbas para a educação, nem para a saúde, nenhum direito trabalhista, nenhuma outra verba de ministérios, nem no Programa de Aceleração do Crescimento, que o País continuaria crescendo, que haveria crédito farto e forte continuidade do Programa Minha Casa Minha Vida, de que os preços administrados continuariam assim sendo, nos níveis que vinham. Ganhou as eleições, com grande popularidade, quando já tinha atingido o máximo de 63% em 2013, de bom a ótimo. Então, a máscara caiu da face. Já no final do ano se referiu a que não iria cumprir as promessas. Anunciou fortes cortes orçamentários, em média, de 30% em todos os ministérios. Sua popularidade caiu para 13%. A presidente está evitando comparecer em lugares públicos, em razão de ser vaiada. A maior desfaçatez aconteceu com o lema do segundo mandato, encontrando-se forte propaganda em todo semestre n

11/06/2015 - COMPETITIVIDADE BANCÁRIA

Em teoria, os mercados podem ser de nove tipos: concorrência pura, concorrência perfeita, concorrência monopolística, monopólio, monopsônio, oligopólio, oligopsônio, duopólio, duopsônio. Concorrência pura, concorrência perfeita, monopsônio, oligopsônio, duopólio, duopsônio não existem na competitividade bancária brasileira. A concorrência monopolística ocorre entre os pequenos e médios bancos. No Brasil são dezenas deles. O Oligopólio acontece com os grandes bancos. Pontuar-se-ia aí seis deles, como enormes: Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander, HSBC, mais outros estrangeiros, enormes também, que são corporativos. O monopólio está com os bancos governamentais: BNDES, BB, CEF, BNB (este está entre os dez maiores) e BASA, que dispõe do que os outros não têm, isto é, fundos estáveis e aplicam a taxas de juros abaixo do mercado, transferindo o ônus para a União. Antes do Plano Real, que é de 01-07-1994, o Brasil convivia com elevadas taxas inf

10/06/2015 - DOAÇÕES DE CUNHO POLÍTICO

Na esteira da operação Lava Jato, que investiga há mais de um ano o esquema de desvios de recursos da Petrobras, já reconhecidos como superfaturamentos de R$6 bilhões em balanço do final de 2014, continuam havendo delações premiadas de diretores de empreiteiras, de doleiros e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal. Este tem feito inúmeras denúncias, para ter pena menor possível. Na Petrobras, de 2004 a 2012, ele confirmou que as empreiteiras das suas obras doaram muito dinheiro aos partidos políticos da sua indicação, PT, PP, PMDB, além de, especificamente, mais de 40 políticos de alto calibre. Declarou ele, que, de sã consciência não acredita que uma empreiteira iria doar milhões se não ambicionasse bilhões em obras superfaturadas. Da citada operação, a Polícia Federal divulgou o laudo 1047/2015, que foi a ela anexado, mostrando que a construtora Camargo Corrêa repassou R$183 milhões, para “doações de cunho político”. A novidade é que se refere ao pag

09/06/2015 - PACOTE DE INFRAESTRUTURA

Hoje foi anunciado um pacote de concessões governamentais para a infraestrutura, no valor de R$198,4 bilhões, para quatro anos, deste segundo mandato da presidente Dilma. Referido valor corresponde a 1,6% no período e a 0,4% ao ano sobre o PIB. O cálculo é que poderá ter uma repercussão de 0,25% sobre o PIB anual. Desta vez foi anunciado que a maioria das concessões será para aqueles que fizerem maior oferta de valor e não as menores tarifas dos serviços a serem prestados. O modelo de privatização é semelhante aquele adotado pelo ex-presidente FHC. O financiamento poderá contar com recursos do BNDES, cuja participação poderá variar até 70%. Empresas estrangeiras poderão concorrer. Não obstante exista uma lei de parceria público/privada desde o primeiro governo de Lula, ela tem sido pouco utilizada. Até mesmo em áreas reconhecidas de elevada deficiência, o governo do PT, no poder desde 2003, não fez nenhuma privatização, e sim, algumas parcerias. Pelo contrário, elevou a partic

08/06/2015 - PADRÃO FIFA

Na Suíça se encontram presos sete diretores da FIFA, inclusive, o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, todos acusados de suborno. O presidente da FIFA, Joseph Blatter, reeleito para o quinto mandato, renunciou ao cargo. O tal padrão de qualidade que a FIFA defendia era recheado de propina. A escolha das sedes e os monumentos em que se constituíram nos estádios, hoje vazios e deficitários mostram os desperdícios de rios de dinheiro. Foram denunciados cartolas pelo mundo e se fala em operação limpeza.   A Copa de Futebol no Brasil possui até hoje gastos inexplicáveis e amargos prejuízos. O mais caro, o Mané Garrincha, em Brasília, custou R$1,4 bilhão, quase o dobro do previsto. Brasília não tem nenhum clube que possa encher estádios. Então, poucas partidas e pouco público no estádio. O governo do Distrito Federal tenta repassá-lo para a iniciativa privada, mas faltam interessados. O prejuízo do governo local é de R$5,9 milhões. Segue-lhe o Maracanã, no Rio de Jane

07/06/2015 - DESEMPREGO MAIOR ENTRE OS MENOS EDUCADOS

O desemprego retomou sua posição crescente. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (CAGED), mostra que é diferente por faixa de escolaridade. Entretanto, o saldo de postos de trabalho, diferença entre admitidos e demitidos, na faixa daqueles que têm nível superior completo se reduziu de 19,4 mil para 500 em abril deste ano. Embora ainda seja positivo, mas bem pequeno. Já entre aqueles que têm apenas o ensino médio completo se reduziu de 77,7 mil para 26,1 mil negativos, mostrando que o mercado de trabalho é hostil aos menos escolarizados. Em outras palavras, a desaceleração da economia a traz mais desemprego aos menos escolarizados. Os menos educados são preteridos porque sua produtividade é mais baixa. Falta-lhe iniciativa, confiança e saber fazer melhor as tarefas. Pesquisa mensal de emprego do IBGE mostrou que a taxa geral de desemprego em abril foi de 6,4%, entre aqueles que detêm carteira assinada. Entre os jovens, essa taxa foi de 16%.

06/06/2015 - FAMÍLIAS ENDIVIDADAS

Conforme o Banco Central, em 10 anos, as famílias cresceram seu endividamento de 18,42% em 2005, para 46,3% agora. Como as taxas de juros estão altas, cerca de 10% da renda do brasileiro é para pagar juros. Mais a inflação por volta de 8,4%, outro grande pedaço de renda é subtraído. Os bancos costumam fazer análise de risco, não comprometendo mais de 60% da capacidade de pagamento das empresas e de 30% das famílias. Pelo exposto, os brasileiros estão mais se endividando do que o recomendado, não tendo o porte empresarial. Para combater a inflação elevada, o Banco Central tem elevado sucessivamente a taxa básica de juros da economia. A última elevação a colocou em 13,75%. Os saques nas cadernetas de poupança têm durante todo este ano sendo negativo em relação aos depósitos. Já atingem R$32 bilhões em maio. Por incrível que pareça, quem se endivida pode ter caderneta de poupança, que estaria também sacando dela, pelo baixo rendimento comparativo com outras formas de aplicação e

05/06/2015 - FORTE CORTE NA DEMANDA AGREGADA

Engana-se quem acredita que ao cortar gastos e elevar tributos o governo federal não irá atingir pelo menos seus dois objetivos: obter superávit primário, para corrigir a escorregada do ano passado, depois de 18 anos, quando se obteve déficit primário em 2014, de 0,6% do PIB, bem como combater a inflação recalcitrante, que ameaça chegar a dois dígitos. O uso da política fiscal austera está em curso e a política monetária chegou a mais um aumento de 0,5% na SELIC, agora em 13,75%. Resultado ensaiado é de forte recessão, por volta de 2%. Dizem os ortodoxos na direção da política econômica, contra protestos de áreas expressivas de partidos políticos, inclusive o PT, de que “ira piorar, está piorando, mas depois melhorará”. A questão é quem paga este ajuste pelos erros da gestora do primeiro mandato? “Você, cara pálida”. Os 39 ministérios, embora parecendo reduzidos a 38, dada a vacância de um ministro, 891.949 servidores públicos mantêm seus empregos, em seus ministérios, havendo d

04/06/2015 - AGRICULTURA SUBSTITUI A INDÚSTRIA NO PIB

No século XX, o Brasil fez um esforço enorme para deixar de ser baseado no modelo primário exportador, que fora durante 450 anos, para transformar-se com base no modelo industrial. O primeiro sempre foi muito sensível ao comércio internacional e a ideia do segundo é de que gera maior valor agregado, internalizando mais o progresso. Dessa forma, a indústria saiu da casa de 10% do PIB nos anos de 1950, chegando a 25% do PIB em 1985. Porém, o perfil da agricultura se modificou, deixando também a partir dos anos de 1950, de exportar produtos de monoculturas para exportar uma gama maior de bens, chamados atualmente de agronegócios. A partir de 1985, a indústria começou a recuar, chegando em 2008, a 18% do PIB, estando agora em 10% do PIB, a mesma participação dos anos de 1950. Por seu turno, a agricultura sempre bipartida, na pequena produção rural, que estagnou por volta de 10%, mais o agronegócio, que saiu de 10% para hoje ostentar atuais 23% do PIB. No conjunto, atualmente setor a

03/06/2015 - CLASSE C COMEÇOU A RECUAR

Teoricamente, um sistema econômico funciona puxado pela demanda agregada. Em seguida vem a oferta agregada. A demanda agregada é composta por consumo das famílias, gastos do governo, investimentos e exportações. Para supri-la, a oferta agregada se compõe do produto interno bruto mais as importações. Ao assumir em 2003 o governo de Lula centrou seus esforços na dinâmica do consumo das famílias. Havia muito espaço para crescer. Assim, ampliou o Programa Bolsa Escola, denominando-o de Bolsa Família. Elevou os demais programas sociais. Aumentou o crédito. Incentivou mais ainda a construção civil. Na medida em que o PIB crescia a boas taxas, os ganhos reais do salário mínimo e dos salários médios em geral foram expressivos. Antes, mesmo, a estabilidade econômica advinda com o Plano Real, em 1994, ampliou as possibilidades da ascensão de pessoas, antes nas classes D, para a classe C. A conjuntura internacional da década de 1990, apresentou vários ataques especulativos, no México, no

02/06/2015 - AJUSTE FISCAL DE DOIS ANOS

Ao anunciar que o ajuste fiscal irá durar dois anos, o Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, praticamente garante recessão neste período, falando na Fundação Getúlio Vargas: “O Brasil está elevando gradualmente seu resultado primário para garantir a estabilidade e viabilizar a recuperação do crescimento de modo sustentável. O esforço fiscal é substancial, mas ainda assim é mais gradual do que o projetado em 2014 e leva pelo menos dois anos... A elevação da taxa de juros em curso pelo BC, que é o competente para decidir sobre essas coisas, é o remédio necessário para trazer a inflação para o centro da meta”. Desde 17 de abril de 2013 que a taxa básica de juros vem sendo elevada, consecutivamente. A previsão dos cem analistas financeiros consultados pelo Banco Central é de que a SELIC subirá 0,5% em reunião de amanhã e 0,25% até o final de 2015, paralisando em 14% anuais. Serão 16 elevações. Para 2016, eles acreditam que a SELIC cairá para 12% ao ano. A inflação estimada pa

01/06/2015 - CONSUMO COMBATE A INFLAÇÃO

A queda no consumo de – 1,5% no primeiro trimestre deste ano tem como explicação a elevação persistente no nível dos juros. Juros altos, consumo se retrai, principalmente para aqueles que usam cartão de crédito ou tomam dinheiro emprestado. Provavelmente ajuda a combater a inflação. Porém, eleva-se o desemprego. É o cenário de piorar para melhorar. No entanto, se não vierem as reformas estruturais, as leis de Murphy poderão ocorrer. A lei geral dele, em simplificação, poderá ser anunciada assim: “se você não pensa que poderá piorar, poderá mesmo”. O inferno é mais em baixo. Existem cidadãos que falam no fim da economia, porque economistas fazem previsões erradas. Por que Lula, sem saber “muita” economia fez boa gestão econômica? Somente tem uma explicação. Colocou um bom economista no Banco Central, Henrique Meirelles, que, veladamente, dirigiu o País, não foi Lula o economista, como quis ser Dilma, no seu desastroso primeiro mandato, que agora, colocou um economista na condu