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Mostrando postagens de março, 2015

31/03/2015 - MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

O Balanço Energético Nacional de 2014, do Ministério das Minas e Energia revela que o Brasil ainda utiliza a maioria das fontes de energia poluente. Basicamente, o petróleo. Já foi muito pior, quando nos anos de 1970, a Petrobras não produzia nem 20% das suas necessidades, tendo de importar cerca de 80% do consumo. Os dois choques do petróleo, o de 1973 e o de 1979, demonstraram como era inviável essa dependência. O primeiro, de setembro de 1973, reduziu o crescimento do PIB de 14% daquele ano, para em torno da média de 6% nos anos seguintes. O governo Geisel iria realizar investimentos fortes na produção de petróleo na plataforma continental, para o Brasil hoje consumir mais de 90% do petróleo aqui explorado. Ademais, criou o Proálcool, que, não decolou nos anos de 1970/1980, em razão de que somente seria possível produzir álcool se o preço do petróleo caísse de US$60.00. Somente no século XXI o álcool retornou a ser mais bem explorado. O segundo choque, de setembro de 1979, est

30/03/2015 - PIB EM TRINTA ANOS

O IBGE corrigiu os números do PIB. Novos cálculos merecem novas interpretações. Durante o primeiro mandato de FHC, de 1995 a 1998, o PIB foi 4,4%; 2,2%; 3,4%; Zero. Média anual de 2,54%. No segundo mandato de FHC, de 1999 a 2002, o PIB alcançou 0,3%; 4,3%; 1,3%; 3,1%. Média anual de 2,31%. No primeiro mandato de Lula, de 2003 a 2006, o PIB mediu 1,2%; 5,7%; 3,12%; 4%. Média anual de 3,49%. No segundo mandato de Lula, de 2007 a 2010, o PIB esteve em 6%; 5%; menos 0,2%; 7,6%. Média anual de 4,56%. No primeiro mandato de Dilma, 2011 a 2014, o PIB registrou 3,9%; 1,8%; 2,7%; 0,1%. Média anual de 2,2%. A taxa média de Itamar Franco (1993-1994) foi de 5,4%. De Fernando Collor (1990-1992), menos 1,29%.   De José Sarney (1985-1989), 3,49%. Dessa maneira, o pior desempenho aconteceu com Collor, ao ponto dele ter os direitos políticos suspensos por oito anos e sido retirado da presidência. Depois dele, vem Dilma. Collor cometeu o equívoco de sequestrar 80% dos meios de pagamento, causando

29/03/2015 - CORRUPÇÃO BAIXA, MAIOR DESENVOLVIMENTO

A corrupção não tem jeito. É um modelo de negócios que sempre existiu. De tão camuflada, pode não ser percebida. Mas, o certo é que os países com os baixos níveis de corrupção tem maior nível de desenvolvimento. A Organização não Governamental (ONG) Transparência Internacional acompanha mais de 180 países. Classifica o Brasil em 69º lugar. Nada lisonjeiro para um país que tem o sétimo PIB mundial. Em termos não compatíveis com quinta população e quinto território do globo. A propósito, o IBGE divulgou dia 27 passado, que o PIB brasileiro se elevou em 0,1% em 2014. Considerando a cesta de dados do IBGE de poucas semanas atrás, o primeiro mandato de Dilma começou com 2,7%, desceu para 1%, subiu para 2,5% e fechou em 0,1%. A média alcançada foi de 1,58%. Todavia, segundo nova metodologia adotada pelo IBGE, acrescentando certos investimentos que eram até então considerados como despesas, para o período de 2001 a 2011, as variações são muito pequenas para os anos de 2001 a 2010. Poré

28-03-2015 - ARMÍNIO SUPÕE AJUSTE AQUÉM DO NECESSÁRIO

Sem dúvida, Armínio Fraga, que foi autoridade monetária do governo FHC, assim como Joaquim Levy, atual autoridade monetária, são ortodoxos, no exercício da política econômica. Ambos acreditam que fazer política econômica é administrar o tripé da política monetária, cambial e fiscal, no quadro de liberdade relativa dos mercados. A monetária, mediante controle inflacionário pela taxa de juros. A cambial, perante câmbio flutuante e pela não permissão de contágio externo, através da intervenção do Banco Central, para evitar especulação e inflação. A fiscal, realizando superávit primário, para pagar a dívida pública. A diferença entre ambos está basicamente na política fiscal. Armínio acredita que o superávit primário de 1,2% do PIB, proposto por Levy, é insuficiente. De que este deveria ser de 3%, para estancar o aumento da dívida bruta do governo, diante da alta dos juros e da deterioração das perspectivas de crescimento da economia brasileira, conforme entrevista concedida ao jorn

27/03/2015 - PROJETOS PRIORITÁRIOS DA INDÚSTRIA

Três setores produtivos mostram o perfil do PIB brasileiro. O setor agropecuário responsável por 32%, sendo 22% do agronegócio e 10% da pequena produção; o setor industrial responsável por 13%; o setor de serviços a quem cabe 55%. Em um país desenvolvido, o setor de serviços representa por volta de 70% do PIB. Como se vê, em termos de proporção relativa do setor de serviços, aquele que mais cresce no processo evolutivo, o Brasil é mesmo um país emergente, até porque a sua renda média per capita é de US$11 mil. Acima de US$6 mil se tem o limite inferior. Abaixo de R$6 mil é considerado pobre. Mas, está distante da Coréia do Sul com US$36 mil, dos Estados Unidos, por volta de US$51 mil ou, da Noruega, em torno de US$73 mil. Claro que US$11 mil equivalem a uma renda mensal de aproximadamente R$2.750,00. Convém frisar que a renda per capita é oriunda do conjunto do trabalho e do capital. O IBGE calcula a renda média domiciliar mensal por pessoa pouco acima de R$1 mil. Além do mais,

26-03-2015 - CICLOS ECONÔMICOS ALTERNATIVOS

O primeiro plano econômico brasileiro se iniciou em 1949, o Plano SALTE relativamente bem sucedido. O segundo plano econômico foi o de METAS, em 1956, do governo JK, o mais completo documento já feito.   A década de 1950 foi de grande crescimento econômico, em média, acima de 6% ao ano. O terceiro plano econômico nasceu no momento de turbulência, o TRIENAL, em 1963, fracassou com o governo de Jango. A ditadura militar, a partir de 1964, lançou o quarto plano econômico, o PAEG, em 1965, que fez o realinhamento brasileiro com a economia capitalista, mediante fortes reformas econômicas. O quinto plano econômico, de 1967, o PED, preparou o Brasil para o crescimento acelerado. No entanto, a década dos anos de 1960 teve, em média, taxa baixa de elevação do PIB. O sexto plano econômico, o I PND, de 1970, levou o Brasil ao chamado “milagre brasileiro”. O PIB cresceu acima de 10% ao ano. Em 1973, foi a maior taxa da história, incremento do PIB de 14,3%. Assim, a década de 1970 experiment

25-03-2015 - ORÇAMENTO ENGESSADO

No último dia de agosto o orçamento da União foi apresentado como anteprojeto no Congresso. Na semana passada ele foi aprovado. Seis meses depois, entrecortado por férias de janeiro. Agora o governo federal irá ver o que poderá ser cortado, para obter superávit fiscal de 1,2% do PIB, conforme meta anunciada pela equipe econômica. A presidente disse que vai ela mesma indicar onde se economizará. O maior obstáculo está no fato de que 90% do orçamento tem destino obrigatório, apenas cerca de 10% podem ser remanejados. O valor total dos recursos é de R$2,86 trilhões. Identificados R$295 bilhões (10,3%) que podem ser objeto de reduções. O referido superávit está definido como R$66 bilhões. A rubrica de maior valor é de R$1,13 trilhão, 39,5%, para amortização da dívida, isto é rolagem de títulos públicos. Seguem-lhe R$526 bilhões, 18,4%, para pagamento de aposentadorias, benefícios assistenciais e trabalhistas. Para juros da dívida pública e outras despesas financeiras foram alocados R

24/03/2015 - FALTANDO FORÇA

A economia brasileira deste ano está faltando força.   A produção e vendas de caminhões recuaram 50% no primeiro bimestre de 2015. A intensidade da retração dobrou em relação à expectativa de queda de 25% dos empresários da área. O BNDES apertou as condições de financiamento que eram por demais facilitadas. A possibilidade de racionamento de água é uma ameaça. A inflação está projetada para acima de 8% pelo mercado financeiro, conforme pesquisa semanal Focus do Banco Central. Inflação de 8,2% somente perderá para os 9,3% de 2003. O dólar encareceu uma série de componentes de eletrônicos. Os efeitos da operação Lava-Jato têm prejudicado os setores produtivos, nas áreas de construção civil e projetos de infraestrutura. A queda dos preços internacionais das commodities reduz lucros do agronegócio, perante o cenário de dólar alto. O desemprego está aumentando. A falta de otimismo no Brasil está generalizada. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas com órgãos conveniados, feita trim

23/03/2015 - O XIS DA QUESTÃO

Em qualquer circunstância de detonar os investimentos, o busílis está com os empresários. Eles têm que investir e não ficar grande parte do seu caixa em aplicações financeiras. Deve-se estimular a criação de empresários, que tem, segundo Keynes, o espírito animal. Claro, quem cria valor é o trabalho. Mas, trabalho de todos. O capitalista também trabalha. Há aqueles que são somente rentistas. Porém, Marx, generalizou. Seus seguidores foram mais marxistas do que ele, colocando a dicotomia capital versus trabalho. Podem reclamar como quiserem, mas a Coreia do Sul é ou não é desenvolvida? A China vai ou não desse encontro? O nome, salvo melhor juízo, é o retorno do planejamento econômico de longo prazo. Como, nesta coluna, a posição foi não partidária, embora política, aquele que dirigir o País tem de fazer plano estratégico. A impressão que se tem da atual gestão, semelhante a Sarney, FHC, Lula, é de que governar passa do gabinete presidencial “somente” à Casa Civil, com edição d

22/03/2015 - POLÍTICA ECONÔMICA E ECONOMIA POLÍTICA COM DILMA

Lula foi um dos melhores POLICY MAKER sem saber tanto sobre política econômica. Dilma é péssima. Lula não estudou quase nada. Dilma estudou economia na UNICAMP. Qual o segredo? Lula é esperto. Usou o que tinha de melhor da ortodoxia. Dilma pensa que sabe só. Foi um desastre no seu primeiro mandato. Na virada do primeiro para o segundo mandato está alterando a política econômica, a começar com um forte ajuste fiscal. O caminho correto é este. Haverá recessão. Retornará o crescimento econômico. Porém, o crescimento forte irá demorar, visto que os fundamentos econômicos também foram fortemente abalados. Com Dilma, o País para sair da beira da mediocridade é muito difícil. Agora mesmo, 84% dos pesquisados pelo Instituto Datafolha acreditam que a presidente sabia da corrupção na Petrobras. Ela terá que fazer esforço hercúleo.

21/03/2015 - MP DO FUTEBOL COMO PRIORIDADE

A filosofia de ter mantido na Constituição, a condição do Executivo de agir em caso de emergência, o dispositivo da Medida Provisória (MP), que na ditadura militar era o Decreto-Lei, está foi banalizada por Sarney, FHC, Lula e Dilma. Usada para passar na frente de qualquer anteprojeto de lei e entrando em vigor na data da publicação, a MP do Futebol objetiva salvar os grandes clubes de futebol brasileiro, muitos dos quais falidos, relativa renegociação das dívidas dos clubes, no valor aproximado de R$3,8 bilhões. A MP prevê que clubes e também entidades desportivas, tais como federações, possam refinanciar seus débitos entre 120 a 240 meses (20 anos), mediante abatimento de multas, juros e encargos legais. Os descontos variam de acordo com o tempo de parcelamento e podem chegar a 70% das multas e 100% dos encargos. Quer dizer, o Brasil perdeu o campeonato mundial de futebol, os seus times estão quebrados e o governo federal os premia. É dinheiro público para salvar má gestão.

20/03/2015 - REDUÇÃO DE MINISTÉRIOS PROPÕE PMDB

O PMDB, que tem a vice-presidência da República, é órgão bem informado e está dando mostras neste segundo mandato da presidente Dilma, de que terá candidato próprio nas eleições de 2018. Abertamente, também, tem o vice, no caso de impedimento da presidente Dilma. Assim, a bancada do PMDB na Câmara de Deputados definiu que dará prioridade às medidas de que estimulem a economia. Em especial, ao pacote anticorrupção, apresentado pela presidente Dilma, anteontem, visto que reduz custos. Neste sentido, está a favor das propostas de ajuste fiscal, além de resgatar uma proposta de emenda à Constituição, que limita o número de ministérios a vinte, quando hoje são 39. Isto é, corte praticamente à metade deles, para tornar a máquina pública governável, sabido o fato que a presidente sequer despacha com tantos ministros. O anteprojeto de referida redução foi feito em 2013, pelo atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O PMDB também pedirá à presidente Dilma que vete a proposta do orçament

19/03/2015 - POPULARIDADE DA PRESIDENTE É MAIS BAIXA DESDE COLLOR

Pela primeira vez a maioria dos brasileiros reprova a presidente Dilma. A pior avaliação, em mais de duas décadas. A popularidade da presidente caiu tanto, que só perde para Collor, em 1992. Tão rápido, para ela. Para ele, foi por causa do impeachment. No segundo mandato a sua curva de aprovação virou para a de reprovação. Por que em poucos meses, depois da reeleição, caiu assim? As respostas são oriundas principalmente da economia. A presidente disse na campanha política de que a economia ia bem. Não ia. Logo, depois, as contas nacionais estouraram como deficitárias. Rombos que há mais de uma década não existiam. A Petrobras não conseguiu até hoje fechar o balanço trimestral de outubro de 2014. Há um mês a estatal foi considerada como inidônea financeiramente. Isto é, perdeu o grau de investimento internacional, que fora concedido pela maior agência risco, a Standard & Poor’s. Cerca de 20 empresas também saíram do grau de confiança, para o grau especulativo de inversões, pe

18/03/2015 - UM ANO DE LAVA-JATO

A operação Lava-Jato, iniciada em 17-03-2014, promoveu 10 fases de investigações até agora. O balanço da operação revela 71 mandatos de prisão expedidos; 215 mandados de busca e apreensão emitidos; 80 inquéritos policiais já foram abertos; 236 pedidos de cooperação internacional emitidos; 182 milhões de reais repatriados para o Brasil; 50 políticos envolvidos, a maioria de congressistas e alguns governadores, sendo os maiores nomes os presidentes da Câmara Federal e do Senado; três diretores da Petrobras foram presos; vários diretores de seis empreiteiras envolvidas. Mais de dez envolvidos já obtiveram delação premiada. Cada vez o cerco aperta mais, tendo nesta semana a Procuradoria Geral da República denunciado à justiça o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e mais 25 pessoas, todos acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O procurador da República Deltan Dallagnol, um dos responsáveis pela força-tarefa da referida operação assegurou que possui evidê

17/03/2015 - CRIAR IMPOSTOS E NÃO REDUZIR DESPESAS

Criar impostos e não reduzir despesas tem sido a tônica do governo brasileiro desde 2003. Isto porque se criou ainda mais ministérios, hoje em número de 39. Não se fala em fundi-los, ou em reengenharia, quando se sabe que seus componentes “batem cabeça” ao realizar as suas dotações orçamentárias. Por exemplo, existe o ministério do Desenvolvimento, o da Ciência e Tecnologia, o da Pequena Empresa, na mesma área; o da Agricultura, o do Desenvolvimento Agrário e o da Pesca, do setor agropecuário. Sem alongar, somente em seis exemplos, quatro poderiam ser extintos ou agregados. Em exercício de sala de aula de hoje, às 7 horas, dos 39 ministérios somente se conseguiu identificar 29. Sabe-se que a presidente passa até meses sem despachar com ministros. É muita gente para compor uma agenda com empresários, inaugurações, aberturas de feiras, associações, federações, confederações, além de viagens, dentre outras atividades. Logo, a máquina é pesada e ineficiente. Ademais, grande parte do

16/03/2015 - ACABAR COM O JEITINHO BRASILEIRO

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, em entrevista à revista Exame, datada de 18 deste, afirma que a falta de planejamento, de fiscalização, de projetos corretos, de verdadeiras agências reguladoras e o fim do jeitinho brasileiro é da mais alta urgência. Na verdade, não é só um jeitinho, são inúmeros jeitinhos, que são desvios, improvisações, desperdícios, falta de ética, falta de técnica, roubo, enfim, maus modos. O Brasil possui uma máquina pública gigantesca, sendo 39 ministérios, 27 unidades federativas e 5.565 municípios. Sabedores dessas históricas dificuldades, mediante regime democrático de 1946, lançou-se o Plano SALTE no Congresso, em 1948, para vigorar a partir de 1949. Depois veio o Plano de Metas de JK (1956), o Plano Trienal de Jango (1963), o PAEG de Castelo Branco (1964), o PED de Costa e Silva (1967), o I PND de Médici (1970), o II PND de Geisel (1974), o III PND de Figueredo (1979, o nome dele é mesmo assim). Perante dois choques v

15/03/2015 - BRADESCO PIORA PREVISÕES

O BRADESCO é quem tem maior número de agências no País, sendo o terceiro banco em valor de ativos, atrás do Banco do Brasil e do Banco Itaú/Unibanco, realiza, mensalmente, através de equipe de economia cenários sobre o País. Sua perspectiva é tida como conservadora. Assusta, portanto, que a sua estimativa de recessão de 2015, passe de – 0,5% para – 1,5%, de fevereiro para março, quando ela não visualiza nada que a faça melhorar, e sim, piorar, admitem, em previsões adiante. Estão aí as dificuldades da presidente Dilma de entender-se com o Congresso. Exemplo, no dia 11 passado, quando o veto do presidente à prorrogação até 2042 dos subsídios para a energia elétrica para indústrias do Nordeste, por dois votos não fora derrubado, em perda de receita de R$5 bilhões, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no caso do veto, afirmou que pediria demissão. Assim, estão tão tensas as relações entre Executivo e Legislativo, para o ajuste fiscal. As próprias manifestações do dia 13, passado, a

14/03/2015 - MAXIDESVALORIZAÇÃO DA MOEDA

Depois da edição do III Plano Nacional de Desenvolvimento (1979), pelas limitações de realizá-lo, a equipe econômica se engasgou na crise da dívida pública, pela impossibilidade de honrá-la, em pelo menos os seus juros, recorrendo o Brasil ao FMI, que lhe passou remédio recessivo. Assim, a forma de plano econômico de longo prazo foi abandonada definitivamente da vida brasileira. A gestão econômica passou a editar pacotes, contendo medidas, em síntese, de políticas monetária, fiscal e cambial. As surpresas vinham a cavalo, dentre elas as chamadas maxidesvalorizações cambiais, a partir de cerca de 30%, de uma só vez, começadas na década de 1980. Após o Plano Real (1994), a surpresa sistêmica dos pacotes deixou de ser feita. Mas, no início do segundo mandato de FHC (1999) houve seguidas desvalorizações cambiais, até o final daquele ano, que ficou superior a 30%. Cerca de 15 anos depois, o dólar começou a valorizar-se, desde outubro/2014 à presente data, subindo o câmbio comercial, e

13/03/2015 - IBGE - A QUEM SERVE?

Em tese, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), instituição centenária, constituída sobre a forma de autarquia, que é órgão de direito público, como o seu próprio nome indica, é a instituição mais acreditada dentre as muitas da espécie no País. Coleta, analisa, registra e informa estatísticas organizadas, que são de uso de todos, servindo como parâmetros, estimativas e para equações econométricas. Os resultados provocam interpretações que podem levar a juízos de valor sobre o desempenho dos dirigentes políticos. Há informes estatísticos desde o Império. Logicamente, as estatísticas melhoraram com o tempo e se tornaram mais rápidas. Não sem motivo, os políticos do governo federal sempre tentaram manipular informações, antes e durante a divulgação. Quando menos, propondo mudanças de cálculos que lhes beneficiariam no curso de sua gestão. Durante a ditadura militar (1964-1984) houve manipulação da taxa inflacionária. Dois episódios, e aqui o objetivo é escreve

12/03/2015 - MÁSCARA CAIU DA FACE

O desmonte do esquema de propinas na Petrobras está tendo repercussão muito grande na economia brasileira. Vinha da estatal cerca de 30% do investimento governamental. Não virá mais. Pelo menos, por longo tempo. O abalo sísmico na estatal está também contribuindo para que este ano haja uma das piores recessões da história. Há quem fale, como o professor Jorge Arbage da UnB, em – 2% e recessão prolongada até 2018. Dessa forma, o depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, de 1997 a 2011, hoje aposentado, que era do segundo escalão, sabatinado por seis horas na CPI da Petrobras, sendo o primeiro depoimento dela, deixou cair à máscara da face do atual esquema da base aliada do PT e de seus próprios dirigentes.   Pressionado pela situação política, que queria por queria envolver o governo Fernando Henrique Cardoso no escândalo da operação Lava-Jato, eles obtiveram do depoente a confirmação de que ele começou a receber propina em 1997, por conta própria, somente

11/03/2015 - VENTOS FORTES DA INFLAÇÃO

                                                                          O fenômeno inflacionário ocorre quando há aumento de preços em cadeia, sem uma contrapartida na produção. Os bens e serviços ficam mais caros, pagando-se mais dinheiro por eles. Isto é, mais dinheiro estará circulando. Esta é a inflação de demanda. Outra forma de inflação é a da elevação dos custos produtivos, que são repassados aos preços. Esta é a inflação de custos. Por fim, existem sinais de que os preços administrados irão subir, tais como combustíveis e energia elétrica. Esta é a inflação de perspectiva, conforme acontece principalmente agora. As três formas convivem hoje no Brasil, ocupando-se a equipe econômica de manter o tripé da economia, composto do sistema de meta da inflação, superávit fiscal e câmbio flutuante. O referido tripé funcionou razoavelmente bem com Fernando Henrique Cardoso, muito bem com Lula. Mas, mal com Dilma. No seu primeiro mandato ela desconstruiu o citado tripé. Agora, som

10/03/2015 - PAC DA REFORMA AGRÁRIA

O governo do PT criou dois ministérios para o setor rural: o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. O Ministério da Agricultura vai de vento em popa, sendo o agronegócio o segmento de alta produtividade, perante uma economia que estava estagnada e caminhou, desde 2014, para a recessão. O próprio governo já acredita que estamos nela, estimando queda do PIB de – 0,14% (IBC-Br) em 2014 e de aproximadamente menos 0,66% em 2015 (conforme Pesquisa Semanal Focus do Banco Central, divulgada ontem). No entanto, o agronegócio projeta seu crescimento em 2,8% em 2015. O Ministério do Desenvolvimento Agrário diz respeito à pequena produção e é responsável pela reforma agrária. O Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), na pessoa de Márcio Matos, coordenador do MST-BA informou ao jornal A Tarde, de ontem, que o processo de desapropriação que durava um ano no governo Lula, agora dura três anos no governo Dilma. Segundo ele, o governo Dilma travou o processo de

09/03/2015 - SELO DE QUALIDADE AMEAÇADO

Não somente foi a Petrobras que teve a sua nota rebaixada, de boa pagadora para incerteza de pagamentos, nestes dois primeiros meses do ano. Mais 22 empresas brasileiras também tiveram notas rebaixadas. Isto significa dizer que firmas gigantes, sim, geralmente são conglomerados empresariais, que terão dificuldades na captação de empréstimos e pagarão juros mais caros. No limite, quem tem dinheiro no mundo, destinado exclusivamente às aplicações financeiras, são os fundos de pensão ou caixas de previdência mundiais, as quais, por regulamentos próprios, somente investem em firmas que tenham o grau de investimento. Isto é, sejam sólidas, de baixo risco, que proporcionem bons resultados financeiros e recebam o aval das agências de risco. Os mesmos critérios valem para um país. O selo de qualidade do Brasil está ameaçado. Essa é a principal preocupação do governo, haja vista que tem, a contragosto, na direção da equipe econômica, um economista ortodoxo, Joaquim Levy. A primeira co

08/03/2015 - CÂMBIO DEPRECIADO

Irresponsabilidade do Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ao afirmar que o governo não tem uma meta para o câmbio. Mesmo que não tivesse, dizer que o câmbio deve ser livre é bobagem. Não existe isso em lugar nenhum. Declarou anteontem, em evento promovido pela Câmara de Comércio França/Brasil, em São Paulo: “Não é uma depreciação que causa descontrole, mas simplesmente a mudança de patamar da taxa de câmbio, que tem um efeito restritivo a curto prazo, afeta a inflação, afeta o crescimento, mas que tem um efeito positivo a médio prazo, ao recuperar   competitividade da indústria e ao incentivar a maior entrada de investimentos no Brasil. O governo não tem uma meta de câmbio, a gente trabalha com qualquer cotação”. Ademais, explicou que o câmbio, ultrapassando R$3,00, está promovendo uma correção da alta da moeda registrada, entre 2007 a 2011, período de alta dos preços das commodities, quando o Brasil recebeu uma enxurrada de dólares, derrubando muito a cotação da moeda amer

07/03/2015 - REMÉDIO SERÁ AMARGO MESMO

Remédio será amargo mesmo porque o governo federal não tem outra saída, visto que as notícias econômicas oficiais deste primeiro mandato são ruins e as notícias sobre o início deste ano são piores ainda, para o ano de 2015. Se não forem corrigidas, todo o segundo mandato será contaminado e a presidente Dilma provavelmente poderá fazer o pior governo da história republicana brasileira. Até agora já está entre os piores. Isto porque as contas nacionais foram se deteriorando ano a ano e o País se encontra em recessão. Prevista pelo mercado financeiro, retração do PIB para 2015, de – 0,5% a – 2,0%. Por exemplo, o professor Jorge Arbache, da Universidade de Brasília, em estudo dos ciclos econômicos no Brasil desde os anos de 1960, prevê recessão de 2015 até o fim de 2018. Quer dizer, todo o segundo mandato em declínio. Logo, é preciso corrigir a rota ainda neste ano, para voltar a crescer nos próximos.   Não é impossível. A maior parte das medidas de ajuste fiscal do governo não d

06/03/2015 - BOMBAS DE EFEITO RETARDADO

Data de 1979, a tentativa de execução de um verdadeiro plano econômico. Sim, a política econômica do período, 1949-1979, no qual o Brasil foi o País que mais cresceu no mundo, a taxa média anual do período superior a 6%, foi respaldada pelos Planos SALTE, de METAS, TRIENAL, PAEG, PED, I PND, II PND, III PND, formulados como verdadeiros planos econômicos. Como a inflação ultrapassou daquela época os temíveis 100%, os governantes, em sequência, procuraram fazer programas de estabilização, chamados de planos, falsos planos econômicos. Foram eles denominados Planos: Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão, Collor I, Collor II, Real. Sim o Plano Real, o exitoso na estabilização econômica, mediante criação da moeda REAL, somente foi um vitorioso programa monetário, parcialmente ainda em vigor. Enfim, desde 1979, o último governo militar, de João Figueredo (nome é assim mesmo), iniciou a criação de “pacotes” econômicos, conforme são até hoje. Referidos “pacotes” criaram choques na população

05/03/2015 - PRIMEIRO OBSTÁCULO AO AJUSTE FISCAL

Durante o primeiro mandato da presidente Dilma houve o desajuste global da economia brasileira. Carregando uma máquina pesada e sem querer reduzi-la, a presidente esgotou o seu estoque de heterodoxia e, sem saída, na iminência de perder o grau de investimento, isto é, o grau de confiança de que o Brasil deve merecer de investimentos, por ser bom pagador, até agora, mas que deixou rastros de 63% da dívida sobre o PIB e de 4% de déficit no balanço em transações correntes, além de não mostrar competência em administrar seu caixa que, após 18 anos de superávit, apresentou déficit primário em 2014, teve de recorrer à ortodoxia de Joaquim Levy, no Ministério da Fazenda. O apelidado “mãos de tesoura” começou cortando gastos públicos, direitos trabalhistas, até chegar à área dos impostos, elevando o IOF de 1,5% para 3%, taxando certas importações elevando abruptamente a contribuição previdenciária sobre a receita bruta, de 59 segmentos empresariais. Esta última medida foi violenta. Para

04/03/2015 - BALANÇA COMERCIAL COM RÉCORDE NEGATIVO

O documento elaborado pelo Banco Central mensalmente acerca das relações econômicas do Brasil com o exterior se trata de balancete de recebimentos e pagamentos do País com o resto do mundo. Anualmente, chama-se de balanço de pagamentos internacionais. Ele se compõe de três balanças: comercial, de serviços e de capitais. A soma da balança comercial com a de serviços compõem o balanço de transações correntes ou em conta corrente. A balança comercial é a diferença entre exportações e importações. A balança comercial brasileira registrou o pior resultado para o mês de fevereiro desde 1980, quando se iniciou a série histórica calculada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O saldo ficou negativo em US$2,84 bilhões em fevereiro, mais o saldo negativo de janeiro, o buraco até agora é der US$6,01 bilhões. Secularmente, a balança de serviços é negativa. Não há um só registro de saldo positivo dela, visto que nela se incluem o pagamento de juros da dívida exter

03/03/2015 - ECONOMIA COM VIÉS DE BAIXA

Inicia-se no Brasil o quinto ano consecutivo de fraco desempenho na economia e a tendência é de queda, queda esta que promete ser prolongada. Há projeções de muitos tipos. As mais pessimistas são de mais quatro anos de recessão. Sim, isto porque as consultas feitas as principais consultorias brasileiras, cerca de 100 delas, semanalmente, pelo próprio Banco Central, publicada em seu site como informativo Focus, levaram a concluir que o ano passado foi recessivo. O próprio indicador de atividade econômica brasileira do BC, o IBC-Br foi considerado de – 0,15% do PIB em 2014. A nova equipe econômica, chefiada pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pretende fazer um choque econômico, para que o Brasil volte a ter superávit primário, visto que no ano passado obteve déficit primário, depois de 18 anos de superávit, meta pela qual o governo federal cumpre o pagamento de parte da dívida vincenda e parte dos juros. O ajuste fiscal é de obter 1,2% de superávit primário neste ano e de 2% n