Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2020

31/01/2020 - PESQUISA DA FGV SOCIAL

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) promove uma série de pesquisas, somente perdendo em enquetes para o IBGE. Existe um núcleo, periodicamente, realizando pesquisas sobre a distribuição de renda brasileira, chamado de FGV Social. A mais recente pesquisa avaliou a crise da década passada, iniciada em 2014, quando ocorreu forte recessão. Os acertos da política econômica maiores do que os erros, desde o Plano Real, levaram aos superávits primários de 1998 a 2013. Os erros da política econômica maiores do que os acertos de Dilma levaram aos déficits primários desde 2014. Os problemas decorrentes se aprofundaram em recessão prolongada e na luta pela saída do poço recessivo. Consegui-se a estabilidade, após 2017 e até agora houve crescimento anual por volta de 1%. Porém, as desigualdades aumentaram bastante. O que se conseguiu, desde o Plano Real, com a estabilidade monetária, programas sociais e elevação real do salário mínimo resultaram na diminuição da pobreza absoluta de 30%, dos anos

30/01/2020 - DÉFICIT PRIMÁRIO PELO SEXTO ANO

Após 16 anos de superávit primário, em 2014, voltou-se ao déficit primário, já pelo sexto ano. Ou seja, pela sexta vez as despesas ultrapassam enormemente as receitas. Já no artigo de ontem a referência a uma dívida pública federal, que cresceu 9,5%, atingindo o valor recorde de R$4,24 trilhões, era aludido o fato do carry over dos déficits primários em sequencia. Em 2019, o rombo das contas públicas foi de R$95 bilhões. Pelo orçamento anual aprovado pelo Congresso existia a expectativa de déficit primário de R$139 bilhões. Porém, existiram em 2019 receitas extraordinárias, como aquelas advindas dos leilões de exploração de petróleo na área do pré-sal. A equipe econômica do governo central admitiu em campanha das eleições de 2018, que poderia zerar o déficit primário em 2019. Meses depois de governo, frisou que o déficit seria de R$70 bilhões. Ficou bem longe disso. “Falar é fácil, fazer é que são elas”, como é a conclusão da fábula de colocar o guizo no gato. Ainda que negat

29/01/2020 - DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL

A dívida pública federal é emitida pelo Tesouro Nacional, através de títulos públicos, para financiar o déficit orçamentário, qual sejam gastos que ficam acima da arrecadação federal de tributos, venda de ativos e dividendos. Ela cresce por dois motivos: pagamento de juros postergados e emissão de novos títulos. A dívida pública federal fechou o ano passado em R$4,24 trilhões, consignando uma alta de 9,5%, em relação ao registrado em 2018. É o maior patamar da série histórica iniciada em 2004. Porém, o montante ficou dentro do estimado pelo Tesouro, que era entre R$4,1 trilhões a R$4,3 trilhões. Referida turbinação se deve principalmente à cobertura de déficits primários que vem desde 2014. Quanto aos juros, hoje no menor patamar histórico, de 4,5%, vindo declinando desde os 14%, deixados no governo de Dilma e, por isso mesmo, contribuíram pela rolagem da dívida, à elevação tão elevada de 9,5%, no ano de 2019. Porém, à taxa de 4,5%, há analistas financeiros que informam que ela

28/01/2020 - EFEITOS ECONÔMICOS DE EPIDEMIA

A mais recente epidemia é do coronavírus, novo vírus causador de pneumonia, que está matando no mundo, rapidamente, mas, muito mais na China, onde teve origem, em escala crescente global, tendo efeitos econômicos imediatos de reduzir a produção, o nível de emprego, a renda, o turismo e as expectativas internacionais. Na esteira de estimativas pessimistas, a agência de risco S & P estimou que o PIB chinês poderia ter redução de 10% no consumo das famílias, recuando o PIB de lá cerca de 1,2%, neste ano. Ora, para quem vem crescendo acima de 6% anuais, o simples fato dessa avaliação tornou as forças econômicas mundiais pessimistas e de previsões catastróficas. Em Nova York, os índices da bolsa fecharam em queda. O Dow Jones e o S & P 500 cederam 1,6%. Os indicadores da bolsa de Paris e de Frankfurt caíram por volta de 2,5%. O IBOVESPA recuou 3,3%. É quase sempre assim: as bolsas mais fracas caem mais do que as mais fortes. Ainda serão conhecidos os efeitos das bolsas asi

27/01/2020 - FÓRUM DE DAVOS

Segundo o brasileiro Ronaldo Lemos, que participou de painéis em Davos, na Suíça, o Brasil agradou em economia, mas desagradou em sustentabilidade, ciência e tecnologia. O Fórum foi de 20 a 24 de janeiro. O lema do citado fórum era de “capitalismo de partes interessadas” (stake holders capitalism). Ou seja, a empresa deve gerar valor para o acionista, para o consumidor, para empregados, para fornecedores e para comunidades. Quase “todo mundo”. Não é brincadeira não. Eles nem citam o governo. É o suposto de Estado mínimo do neoliberalismo, que voltou a chamar-se de liberalismo, ao gosto de Paulo Guedes, que continua agradando aos capitalistas, mesmo quando Milton Friedman o ensinou que primeiro deve a empresa agradar ao acionista. Não deve estranhar-se isso. Há cinquenta anos que os ricos se reúnem e tem pena dos pobres. Que pena! O Fórum de Davos é uma demonstração de quem tem a comandar um mundo que progride e se debate em falsas promessas: sustentabilidade, redução da tempe

26/01/2020 - GATILHO PRESTES A DISPARAR

Uma das críticas à atual condução do País é muito lida, ouvida e procura mostrar sua mágoa pela oposição recebida. Trata-se de Miriam Leitão, colunista de jornal e de canais de televisão da rede Globo. Ontem, em sua coluna: “Longo caminho na volta do emprego”, ela assim se refere: “É uma melhora passo a passo, lenta demais em relação ao necessário. O País ainda tem 1,7 milhão de vagas formais a menos do que tinha em 2014, antes da economia cair na crise provocada pela desastrada condução da política econômica do governo Dilma. Se o ritmo de 2019 for mantido, somente em 2022 tudo será recuperado. Felizmente, a expectativa é de um crescimento maior do PIB este ano, o que deve se refletir também em um aumento das contratações... Há, no entanto, boas notícias. Houve criação de empregos em todas as cinco regiões do País e em todos os 26 Estados e no Distrito Federal. A construção civil teve um forte aumento de vagas, de 17 mil para 71 mil, confirmando que o setor, de fato, está se re

25/01/2020 - VOLTA CONSISTENTE DO EMPREGO

O nível de emprego de trabalho formal, isto é, trabalho com carteira assinada, nesta década, teve geração de emprego de 2010 a 2014, quando a taxa de desemprego caiu para 6%. Porém, no segundo trimestre de 2014, até o mês de dezembro de 2016, iniciou-se profunda recessão, a taxa de desemprego formal chegou a 13%, mais do que dobrou. Hoje está em 11,9%. Em 2017, a economia saiu do fundo do poço, mas ficou sendo difícil gerar mais empregos, devido aos fortes desequilíbrios econômicos de erros cometidos principalmente na gestão de Dilma Rousseff, que legou ao País déficits primários, que ocorreram desde 2014 até agora. Em 2019 houve o melhor desempenho da geração de emprego em seis anos. Cerca de duas décadas se passaram, onde se onde pegar o fio da meada. No governo de Lula, acontecido de 2003 a 2010, o País ingressou em longo ciclo econômico, destacando-se a geração de produto, emprego e renda. A taxa média do crescimento foi de 4% ao ano, sendo que em 2010, o PIB cresceu 7,5%

24/01/2020 - NOVO RECORDE

A alta da bolsa de valores brasileira, a B3, alcançou 0,96% no dia de ontem, atingindo 119.527 pontos. No acumulado da semana, a bolsa subiu 0,88%. Na parcial do ano, já alcançou 3,35%. Isto é novo recorde. Ora, se o País tem estimativas variadas de crescer por volta de 2,5%. Como pode a bolsa de valores subir 3,35% em 22 dias corridos e em 15 dias úteis? Nessa euforia, um conjunto imenso de pequenos poupadores aplica seus recursos na B3 e em fundos multimercados, que tem forte participação de ações em seus portfólios. Aí reside o perigo. No ano passado o número de pequenos investidores   dobrou na B3, passando de 1,6 milhão. Este número está crescendo, atraído pelos bons ganhos. De vez em quando há realizações de lucros, como aconteceu nesta semana, mas o crescimento de ontem suplantou referidos eventos. Por seu turno, o BNDES continua vendendo ações de sua carteira de participações em grandes empresas nacionais. Agora é a vez da Petrobras, a ação mais negociada na B3. At

23/01/2020 - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS

Cada Estado da União Nacional possui sua federação da indústria. A maior delas é a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Data dos anos de 1930, quando a FIESP propugnou a Getúlio Vargas o processo de substituição das importações via produção industrial interna. Isto é, da herança colonial, de uma indústria proibida no Brasil, em 1703, pelo Tratado de Methuen, ao atraso tecnológico, o desenvolvimento industrial se daria via indústria protegida, mediante barreira às importações, incentivos fiscais às exportações e divisas nacionais sendo dirigidas às compras de máquinas e equipamentos industriais. Lógico, se a economia nacional já vinha concentrando riquezas na região Sudeste, isto foi turbinado, para que hoje aquela região seja a mais forte do País, a que mais cresce como continua acontecendo nesta década, com crescimento quase o dobro do País, conforme se registrou aqui, na entrevista citada por Henrique Meirelles, por estes dias. A FIESP vem dando apoio ex

22/01/2020 - AVERSÃO AO RISCO E INCERTEZA

Momento na economia que afeta o investimento é a aversão ao risco e a incerteza. O local onde mais ocorre isto é na bolsa de valores. Ela trabalha normal, mediante compras e vendas de ações do capital das grandes empresas. Em tese, a bolsa de valores é o local onde as grandes empresas captam dinheiro para crescer ainda mais. Porém, a bolsa também é local onde existem jogadores, apostando em altas e baixas de ações, mitos de forma especulativa e havendo até o insider trading. Nela, tornarem-se empresas globais em cerca de 200 países do mundo. Não há pequenas e médias empresas. Quando ocorrem fatos novos, que põem em risco os capitais investidos, ainda que em pequenas doses, a bolsa de valores se retrai, não somente pelo risco, mas também pela incerteza. Devido às fortes altas ocorridas nas bolsas em vinte dias deste mês de janeiro, houve também a movimentação de realização de lucros. Ontem foi também um dia típico disso, mais os fatos novos que ocorreram. Como todo mundo sabe

21/01/2020 - PRIMEIRO DIA EM DAVOS

No instante em que completa cinquenta anos de reunião do Fórum Econômico Mundial saiu a primeira enquete de peso. Em dois anos, os presidentes executivos de empresas globais saíram do cume de expectativas positivas para o recorde de descrença na economia global. Em dois anos, percentual de executivos que acreditavam em bom desempenho e passaram a descrer de que a economia continuará subindo, de 5% para 53%, conforme a consultoria PwC, tradicional e mundial pesquisadora, feita com 1.581 dirigentes empresariais de 83 países. Em dois anos, a elite empresarial de Davos saiu de um recorde de otimismo para um recorde de pessimismo. A China está na área de otimistas e os Estados Unidos de pessimistas. A estimativa da consultoria é de que a economia mundial deverá crescer em 2020 cerca de 2,4%, ante previsão anterior de 3,3% do FMI. Note-se que 2,4% são também o esperado pelo governo brasileiro para o País e 2,2% é a estimativa, que subiu, do FMI para o Brasil. A razão da elite empresar

20/01/2020 - PESO DA DESIGUALDADE MUNDIAL

A todo final do mês de janeiro acontece há cinquenta anos, o encontro dos líderes do capitalismo mundial, em Davos, na Suíça, chamado de Fórum Econômico Mundial, quando é demonstrado o ciclo virtuoso da riqueza, vis-à-vis, o ciclo vicioso da pobreza. Ou, na linguagem tautológica, os ricos ficam mais ricos; os pobres ficam mais pobres. Nos debates no clube dos ricos, visto que os representantes mais luminosos são grandes capitalistas e grandes dirigentes do capitalismo internacional, a principal constatação é o peso da desigualdade mundial. O mais novo relatório da Organização Não Governamental (ONG) Oxfam, que antecede a reunião da semana entrante, informa que em dez anos, 1% dos bilionários da população global mais do que dobrou, sendo hoje por volta 2.153 deles, tendo atualmente mais patrimônio do que 60% da população mundial. A ONG Oxfam procura dar visibilidade aos excluídos e pobres, visto que existe no citado Fórum o desfile dos mais ricos e de suas propostas. Claro, torna

19/01/2020 - ACORDO COMERCIAL DOS EUA COM A CHINA

Os Estados Unidos e a China assinaram no dia 15 o primeiro acordo para reduzir a guerra comercial iniciada há dois anos, tendo como iniciativa os Estados Unidos, alegando que estava defendendo os interesses dos empresários americanos, principalmente aqueles do agronegócio e do uso das patentes ligadas às gerações de inteligência artificial. Dessa maneira, os EUA elevaram as taxas das suas importações. Em seguida foi a China que também fez isso. A principal consequência se deu na redução do fluxo do comercial mundial. Claro, isso afetou bastante o Brasil, que viu suas correntes de comércio internacional diminuir no ano passado. A chamada fase 1 de um acordo que coloca fim a uma guerra comercial por quase dois anos. Os EUA provocaram uma escalada de tarifas a US$360 bilhões de produtos chineses e respostas dos chineses a valores também expressivos das exportações americanas. Consoante o acordo, os chineses aceitaram elevar a compra de bens e serviços americanos, principalmente

18/01/2020 - CAPACIDADE INSTALADA DA INDÚSTRIA

Era sabido que a indústria brasileira estava usando por volta de 75% da capacidade instalada. Eis que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou ontem que o nível de utilização da capacidade instalada brasileira subiu para 78,2%, em novembro de 2019, em relação a outubro. Um crescimento de 4,3% de um mês para outro. Está por volta de 75% mesmo, mas seria um grande incremento dela. A CNI se referiu que o aumento de 0,3 ponto percentual em relação a outubro atingiu o maior nível desde agosto de 2018. Os dados constam da publicação da pesquisa sobre Indicadores Industriais. Conforme a CNI o incremento da utilização da capacidade instalada deve fechar 2019 com resultado positivo. Contudo, o ritmo de crescimento da indústria ainda para ela é frustrante, principalmente no início de 2019. Conforme ainda a CNI o faturamento, o emprego e as horas trabalhadas na produção deveriam ter fechado o ano com pequenas quedas. Não está dando para entender se a indústria cresceu muito pouc

17/01/2020 - PRÉVIA DO PIB PELO BC

O Banco Central (BC) vem calculando mês a mês a prévia do PIB, o chamado indicador IBC-Br. O resultado do PIB é apresentado trimestralmente pelo IBGE. O BC surpreendeu o mercado financeiro, indicando que, após avançar 0,09%, em outubro, a economia nacional obteve novo resultado positivo em novembro, subindo o IBC-Br 0,18%, perante outubro, na série com ajuste sazonal, na quarta elevação mensal consecutiva. Dessa maneira, a previsão do BC para o crescimento econômico de 2019 passou a 1,2%. Os referidos 0,18% e 1,2% surpreenderam mesmo com a revisão para baixo de dados anteriores. As estatísticas conhecidas dos setores primário, secundário e terciário não demonstraram a consistência do crescimento de quatro meses seguidos, conforme o IBC-Br. Na contramão vêm as previsões da Organização das Nações Unidas (ONU) de que a recuperação da economia deverá ganhar pequeno fôlego neste ano, em relatório sobre a perspectiva de crescimento global, exposto também ontem. A ONU prevê expansão

16/01/2020 - TAXA DE JUROS BÁSICOS E RESERVAS

A taxa básica de juros está em menor nível da história: 4,5% anuais. O maior nível da história ocorreu no segundo mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando chegou a 41% anuais. Naquela época, de 1999 a 2002, as reservas externas tinham se esgotado. Ao assumir o primeiro mandato, o governo Lula entregou a Henrique Meirelles a direção do Banco Central (BC). Em entrevista a Miriam Leitão, Meirelles declarou: “Quando assumi o BC vendia diariamente US$50 milhões ao mercado, era a chamada ‘ração’. O Brasil tinha US$38 bilhões, mas foi caindo até atingir US$15 bilhões. Chegamos a ter 40% da nossa dívida pública denominada em dólares. Tínhamos papeis indexados ao dólar. Então nos éramos devedores líquidos.” Não sem motivo, quando Lula assumiu o governo ele surpreendeu a muitos, quando elevou a SELIC de 25,0% para 26,5%. Ora, em seu discurso, ele dizia que iria fazer uma auditoria da dívida e reduzir os juros. Não fez uma coisa nem outra. Isto porque como o País pagaria as ex

15/01/2020 - MINISTÉRIO AUMENTA PREVISÃO DO PIB

O Ministério da Economia, que se compõe de seis secretarias, sendo a de Política Econômica que realiza a maioria das projeções para o PIB. Assim, através do Boletim Macro Fiscal, prevê um cenário de retomada econômica para este ano. Por esse motivo elevou a estimativa do crescimento econômico de 2,32% para 2,40%, em 2020. Por seu turno, projeta também uma elevação da inflação de 3,53% para 3,62%, muito embora esteja abaixo da meta de 4% estabelecida pelo Conselho Monetário para este exercício. A edição anterior do referido boletim foi de novembro. Nela a projeção do crescimento de 2019, que somente será conhecida em março, divulgada pelo IBGE, foi elevada de 0,9% para 1,12%. Em trecho do citado boletim, reproduzido em jornais, vê-se uma contradição, de que “O emprego formal tem apresentado aceleração nos últimos meses, dando sinais de aquecimento da economia, o que é fundamental para a atividade, uma vez que a produtividade no setor formal é maior do que no setor informal”. N

14/01/2020 - EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO

A balança comercial é composta de exportações menos importações. As exportações brasileiras de commodities corresponderam, na década de 2010, quase à metade do valor das exportações totais, sendo a outra metade de semimanufaturados e de manufaturados. Em dez anos somaram por volta de US$1 trilhão (US$931 bilhões). No ano passado, as exportações do agronegócio tiveram participação menor do que a média dos últimos cinco anos, devido à guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas mesmo assim alcançaram 43,2%, no valor de US$96,8 bilhões. Na verdade, a aceleração dos preços das carnes no final do ano, devido as carnes serem bens inelásticos reduziram-se as receitas totais. Nos últimos anos as commodities representaram 46,2% do total exportado. A média das exportações de commodities em dez anos alcançou US$93 bilhões. Na década anterior a média fora de US$43 bilhões anuais. Referido salto das commodities se deve ao aumento de produtividade. Assim, a balança comercial brasileira

13/01/2020 - INFLAÇÃO ACELEROU NO FINAL DO ANO

O IBGE divulgou que a inflação de 2019 acelerou no final do ano e fechou em 4,31%, acima do centro da meta da inflação, fixado pelo Conselho Monetário Nacional em 4,25%. Foi a primeira vez, desde 2016, que o indicador ultrapassou o centro da meta. Em 2017 o IPCA ficou em 2,95%. Em 2018, em 3,75%. A grande pressão na inflação em dezembro veio das carnes, que tiveram alta média de 18,06% no mês, acumulando em 2019, em 32,40%. A elevação no preço da carne bovina influenciou o aumento do frango inteiro, de pescados e alimentação fora de casa. Outros alimentos tiveram forte alta, tal como o feijão carioca (23,35%) e o tomate (21,69%). Pesou também na inflação do ano passado a alta de 8,24% nos planos de saúde. Assim, o grupo alimentação avançou 1,04%, a maior alta em 17 anos. Se fossem retirados os efeitos das carnes, a inflação teria sido de 3,54% no ano e de 0,64% em dezembro. O IPCA para a população de baixa renda ficou ainda maior, em 4,48%, em relação ao IPCA total. A inflaçã

12/01/2020 - ANOS DE 2010 FORAM RUINS

Os anos de 2010 a 2019 foram muito ruins no crescimento econômico para o Brasil. A economia brasileira nos anos de 2010 a 2019 registrou a menor taxa de crescimento do PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas durante o ano, sem serem revendidas. O crescimento médio anual da última década foi de 1,39% ao ano. Os cálculos foram efetuados pelo economista Roberto Macedo, professor aposentado pela USP, onde lecionou econometria. Macedo foi também Secretário de Política Econômica e presidente do IPEA. Para ele: “O desempenho médio anual do período foi menos da metade do registrado na década anterior”. Conforme ele, o resultado foi o pior que fora registrado desde os anos de 1990, quando aconteceram crises externas. Em meados da década, forte recessão ocorreu devido à crise fiscal. Em mais de cem anos de estatísticas do IBGE, a recessão da década, de 2014 a 2016 foi a segunda pior, só perdendo para a recessão dos anos de 1980. O número médio de incremento do PIB de 1,39% f

11/01/2020 - PESQUISA INDUSTRIAL MENSAL

Conforme o IBGE, que realiza a pesquisa industrial mensal, dentre outras inúmeras enquetes, após três altas seguidas, a produção industrial caiu 1,2%, em novembro de 2019, em comparação com outubro. O resultado, influenciado pela queda principalmente dos 4,4% do segmento de veículos, é o pior para o mês em referência, desde 2015. Em comparação com o mesmo período de novembro de 2018, o recuo foi ainda maior, de 1,7%. Consoante ainda o IBGE, 16 dos 26 ramos pesquisados tiveram retração da produção. Contatou aquele Instituto que a queda observada em novembro eliminou parte importante do crescimento industrial dos últimos meses. Assim, de janeiro a novembro, o indicador acumulou queda de 1,1%. Em 12 meses, recuou 1,3%. O IBGE não realiza análise estrutural. No entanto, se forem tomados os dados desde 1985, quando a indústria tinha participação de 25% do PIB, hoje pode ser constatado que ela está um pouco acima de 10% do PIB, em clara demonstração de que a indústria brasileira é pou

10/01/2020 - INTERPRETAÇÃO ERRADA DA SAÍDA DE DÓLARES

O saldo dos fluxos cambiais é composto de duas partes: o saldo do fluxo comercial, que mede as transações de exportações com importações, também chamado de saldo da balança comercial com o mundo, que tem sido positivo há muitos anos, embora tenha diminuído sensivelmente no ano passado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mais o saldo do fluxo financeiro, que mede investimentos em empresas, empréstimos e transações no mercado financeiro. Foi exatamente este saldo de capitais financeiros que fez haver uma saída líquida recorde de US$44 bilhões em 2019. Ao ponto de haver interpretação errada disso, conforme exposto por Miriam Leitão, em sua coluna de ontem no jornal O Globo, a seguir: “Para a economia do Brasil tudo isso vem em hora muito ruim, em que começam a aparecer dados de recuperação. O aumento da incerteza não ajuda. Ontem o banco Central divulgou que a saída de dólares no ano passado foi a maior em 37 anos, de US$44,8 bilhões. Em parte é a aversão a risco

09/01/2020 - BOLSA DE VALORES CRIA TARIFA

Incrível é o que acontece no cotidiano do País. Por exemplo, os dividendos pagos aos acionistas estão isentos de imposto de renda, o que, em si, já é um absurdo, por que as rendas do trabalho em geral o pagam acima do limite de isenção, sob o argumento de que as empresas pagam primeiro imposto de renda e depois distribuem o lucro líquido como dividendos. Ora, no Brasil há várias formas disfarçadas de bitributação, que não seria aqui o caso de comentar-se. Desde quando se lançou a campanha de presidente a equipe econômica do atual governo vem dizendo que iria fazer a reforma tributária. E nada de enviar projeto de lei ao Congresso, decorrido mais de um ano de governo. Aliás, a reforma tributária é muito aguardada pelos investidores, principalmente no que tange na simplificação dos processos tributários. O que vem ao caso aqui tratar agora é que a bolsa de valores brasileira, a B3, ontem criou uma tarifa de 0,12% sobre dividendos, para aplicadores acima de R$20 mil, isentando 6

08/01/2020 - ENERGIA SOLAR

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou anteontem, que iria retirar a vantagem de produzir-se energia solar, qual seja a compensação do valor da distribuidora com o valor produzido pelo usuário, criado em 2012 e com tal vantagem prevista até 2035, custando ao consumidor R$34 bilhões.   A energia solar é uma energia limpa e ajuda a desafogar o sistema elétrico. A energia solar representa 1% da energia total. O presidente da República disse ontem que tinha acertado com a ANEEL a manutenção do subsídio à energia do sol. Não é subsídio é vantagem compensatória. Estava previsto que em 2020 as distribuidoras iriam cobrar os custos de transmissão. Em tese, a ANEEL deveria ser independente. No entanto, o presidente Jair atendeu aos pedidos das demandas do sistema atual de energia solar. O fato é que os custos de produção são altos. Retirar as vantagens, mesmo que seja para futuros consumidores, levaria a um desestímulo ao uso de energia limpa. Quem mais tem usado esse

07/01/2020 - PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

O atual governo federal prometeu e cumpriu o pagamento do 13º benefício aos participantes do Programa Bolsa Família. Mas precisou usar dinheiro destinado ao pagamento de pensões e aposentados. Se não fizesse isso um milhão de famílias ficaria sem receber o 13º. E como pode fazer isto? Durante o ano de 2019 realizou a operação pente fino, que retirou muitos cidadãos que estavam aposentados do quadro previdenciário, principalmente por fraude, além de colocar muitos deles que poderiam estar na ativa e não estavam. O orçamento do Programa era de R$32 bilhões e foi reforçado em mais meio bilhão de reais. Em janeiro 13,8 milhões de famílias receberam o benefício mensal. Em maio atingiu 14,3 milhões e em dezembro estavam 13,1 milhões de famílias. Isto porque houve a revisão de pessoas que não mais precisavam das verbas. Há uma lista de espera de 700 mil famílias para ingressar no Programa. O Bolsa Família atende aquelas pessoas que estão em condições de extrema pobreza, percebendo até

06/01/2020 - BALANÇA COMERCIAL QUEDOU-SE

A corrente de comércio internacional do Brasil recuou 4,6% em 2019, EM RELAÇÃO A 2018. Fechou em 21% do PIB. Uma das economias mais fechadas do mundo. As exportações caíram e as importações ficaram estáveis. Justamente o contrário do que prometeu a campanha presidencial, de fazer da economia brasileira maior abertura. Houve queda mais acentuada dos bem manufaturados de 11%, mostrando que a indústria brasileira não está ganhando a luta pela competição. A indústria precisa modernizar-se. Os fluxos de comércio caíram muito com a Argentina, em especial, de veículos e peças. A previsão de crescimento do PIB mundial fora de 3,5% e recuou para 3%, segundo o Fundo Monetário Internacional. A fraqueza da economia da América do Sul levou a menores exportações brasileiras. Do lado das importações houve estabilidade no global, mas elevação de máquinas e equipamentos importados, em clara sinalização de que a economia nacional está em recuperação. O comércio exterior brasileiro ainda é marc

05/01/2020 - IMPÉRIO ATACA

De repente os conflitos no Golfo Pérsico se agudizaram porque os Estados Unidos mandaram matar o segundo homem mais forte do Irã, o general das forças de elite, no aeroporto do Iraque, há três dias, através de drones que despacharam mísseis e mataram também iraquianos. O que isso tem a ver com o Brasil? Muito. Os preços do barril de petróleo começaram a subir para próximo de US$70.00. Mas, o Brasil não já tem autossuficiência na produção de petróleo? Em termos físicos sim. Isto é, produz mais de 3 milhões de barris por dia. No entanto, o tipo de petróleo aqui explorado é do tipo pesado e o aparelho produtivo brasileiro é movido pelo tipo leve. Quer dizer, o País exporta o petróleo aqui produzido e importa petróleo produzido no Oriente Médio. Portanto, já vem pagando o alto preço internacional da commodity, dado que negocia com o cartel da OPEP e irá pagar muito mais, quanto pior for a situação naquela região. O atual dirigente do império, Donald Trump, anunciou neste início d

04/01/2020 - CRESCIMENTO DA CONSTRUÇÃO

Mônica Bergamo, colunista da Folha de São Paulo, publicou hoje que teve acesso a uma pesquisa feita pela Consultoria Tendências mais a empresa de análise de dados Neoway, que criaram um indicador com base no uso de cimento, apontando crescimento da construção civil de janeiro a novembro de 2019 de 10,4%. Já pelo ângulo do metro quadrado construído as pesquisadoras constataram um incremento de 13,5%, no mesmo período de 2018. Sem conhecer maiores detalhes da pesquisa, citado incremento é muito robusto. Certamente, os Sindicatos da Indústria da Construção Civil, pelo Brasil afora poderão confirmar ou não a robustez da pesquisa em referência. Conforme o levantamento, a região Centro Oeste puxou a referida evolução, crescendo 17,3%. Seguiu-lhe a região Sudeste com 16,9% e região Sul com 5,2%. Não citou o Norte e o Nordeste, o que provavelmente não deve ter tido crescimento expressivo. As empresas pesquisadoras vêm nos dados encontrados um novo ciclo de alta. A teoria econômica m

03/01/2020 - BOLSA ABRE O ANO COM RECORDE

A bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu seu primeiro pregão com recorde, ultrapassando os 118,5 mil pontos. A alta foi de 2,5% no dia de ontem. No mesmo dia ela anunciou redução de taxas, para continuar atraindo os pequenos investidores, que no ano de 2019 se elevaram em mais de 100%. Eram cerca de 870 mil em 2018 e passaram a ser 1,680 milhão no final de 2019. A B3 isentou de R$110,00 anuais a manutenção da conta e da taxa de custódia para investidores até R$20 mil, situação que beneficiará 65% dos aplicadores em mercado à vista e de balcão. Ainda que caia a receita, o número de novos aplicadores compensará parte das perdas de receitas. No cenário em que os juros básicos da economia estão em 4,5%, no qual a inflação está menor do que 4%, de que a economia crescerá mais do que o ano passado, de que as aplicações financeiras em renda fixa não têm rendido o suficiente para manter investidores e com a melhora do cenário externo, na medida em que o presidente dos Estados Uni

02/01/2020 - ESTE ANO SERÁ MELHOR

De uma forma em geral as previsões são de que neste ano a economia tenha melhor desempenho do que no ano que passou. A taxa média para crescimento do PIB é de 2,5%. Ainda assim, mais baixa do que a previsão do Fundo Monetário Internacional de 3,1% para a média da economia global. A década que se encerrou trouxe em 2010 a maior taxa de crescimento do PIB desde os anos de 1970, de 7,5%. De 2014 a 2016, uma das mais fortes recessões da história nacional. Depois, de 2017 a 2019 o País veio se arrastando, deixando a recessão, mas com crescimento pífio.   Os bancos têm departamento econômico que realiza cenários. O Banco Bradesco, por exemplo, realiza mensalmente analise conjuntural. Assim, mediante expectativa de que quatro plataformas de petróleo ingressarão em operação, calcula que a indústria petrolífera crescerá 6,3% no Brasil. Além disso, estão previstos leilões para novas concessões de aeroportos, portos, rodovias, hidrovias. A indústria da mineração continuará em forte r

01/01/2020 - FORÇAS DO CONTRA

O governo de Jair Bolsonaro passou um ano inteiro com os dois maiores jornais do País lhe atirando e torcendo para que sua gestão não tivesse êxito. Não se sabe qual mais parcial, se a Folha de São Paulo ou a Rede Globo. Referida animosidade afugentou investidores. Estes que são responsáveis pelo crescimento. Não que Jair fosse ou seja uma maravilha. Tampouco, que seus filhos lhe ajudassem ou um tanque de direitistas o aprovasse. O fato concreto é que as forças do contra contribuíram para que os investidores ficassem receosos e muitos evadissem, tal como a saída de mais de R$44 bilhões da bolsa de valores nacional. Mesmo assim, ele cravou um crescimento econômico por volta de 1,3%. Fraco, mas com tendências de recuperação. Ele realizou a reforma da Previdência Social, que cinco presidentes tentaram desde 1990 e não conseguiram. Collor trocou os pés pelas mãos. Itamar implantou o Plano Real. FHC viabilizou a estabilidade econômica. Lula colocou a década passada em boas taxas de c