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Mostrando postagens de julho, 2016

30/07/2016 - TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO

O único grande rio nacional, de dimensões continentais é o São Francisco. Nasce em Minas Gerais, percorre grande extensão do Estado da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Nele estão quatro enormes barragens e instaladas as usinas hidrelétricas denominadas por Paulo Afonso I, II, III e IV. Desemboca no mar, ente Alagoas e Sergipe. Pela grande quantidade de água vertida no oceano e por existir mais cinco Estados nordestinos em que ele não passa, o sonho acalentado destes seria a transposição das suas águas, mediante amplos canais, visando amainar os enormes efeitos das secas que acontecem desde a etapa colonial, sendo o que se sabe. Os governos de Lula gestaram tal projeto e deram seu início, prometendo entregar as obras prontas em 2010. Nunca ocorreu. Sequer entregaram uma só etapa. Há áreas até que regrediram. Mas, de prorrogação em prorrogação, a última é para 2017, foram previstos R$4,5 bilhões de investimentos, na década passada, sendo gastos até o momento o dobro deste val

29/07/2016 - RÉCORDES NAS TAXAS DE JUROS

No modelo macroeconômico da economia doméstica, onde PIB = C + I + G, em economia fechada, a taxa de juros (i) é exógena, assim como a propensão marginal a consumir (dCo), os investimentos privados (I) e os gastos do governo (G), que também são exógenos. C = consumo das famílias e PIB = produto interno bruto. A situação de equilíbrio é de que a renda interna bruta (RIB) seja igual ao PIB. Logo, as variáveis endógenas são RIB, PIB e C. A variável (i) é exógena porque é praticada livremente no mercado financeiro. O governo atua nas taxas relativas à sua dívida pública. No Brasil, as taxas de juros batem recordes em mais de uma década. Por que as taxas de juros são elevadas ou se elevaram tanto nos últimos três anos? Ora, se o próprio governo paga 14,25% anuais por seus títulos prefixados, conforme taxa SELIC, visto que os juros se elevaram também em três anos, de 7,25% para 14,25% referidos, os bancos também elevaram os seus juros. Porém, numa proporção bem maior, dado que eles

28/07/2016 - PESQUISAS AINDA MOSTRAM INSTABILIDADE

As pesquisas ainda mostram instabilidade. A instabilidade tem gerado desconfiança. Os empresários não investem como deveriam. A economia cai, como agora, em profunda recessão, em busca de uma âncora e esta está na segurança política. Portanto, somente depois de resolvida a questão do impeachment haverá a recuperação, visto que os anteprojetos de reformas serão encaminhados, votados e a maioria deles aprovada.   Leonardo da Vinci (1452-1519) afirmou que “a pesquisa nunca nos engana”. Claro, de acordo com temperatura e pressão normais. No caso da pesquisa do Instituto Datafolha, publicada dia 17 deste, na Folha, quando 62% afirmaram que prefeririam que o Brasil tivesse novas eleições, a Folha não considerou relevante tal dado, apresentando que 50% preferem que Michel Temer continue e 32% que Dilma retorne. Na coluna de no jornal O globo di dia 25, passado, um dos seus mais frequentes articulistas se referiu à pesquisa do Instituto Paraná, também com mais de 2.000 consultados, cujo

27/07/2016 - CAIXA PRETA DO BNDES

As auditorias nos contratos do BNDES estão sendo feitas. A caixa preta é composta daqueles contratos realizados com países amigos, de forma multilateral, de acordo com a ideologia do Foro de São Paulo, gestado em 1989, mas aplicado depois de 2003, com a vitória de Lula, em contraposição ao Consenso de Washington, implantado no Brasil por Fernando Collor, em 1990, após vencer a eleição presidencial. Além dos contratos multilaterais, os governos do PT também elegeram empresas campeãs nacionais, para receberem privilégios de subsídios do BNDES. Assim, já se cogita que o BNDES apresentará prejuízo neste semestre, visto que também ele antecipou dividendos para fechar as contas do governo federal. Dificilmente, um banco poderia apresentar lucro, após procurar fazer correções. Se o BNDES irá apresentar resultado negativo é porque também os dividendos foram bem elevados, em relação à capacidade de gerá-los. Por outro lado, o BNDES ainda pratica juros altamente subsidiados aos grandes ca

26/07/2016 - ZONA DE CONFORTO

Em zona de conforto, Michel Temer não quer brigar com ninguém, em mais de dois meses, nem responde às provocações. Aguarda a votação do impeachment para dizer ao que veio. Porém, na sua interinidade conseguiu plantar um clima de estabilidade na política e na economia, os quais contribuem para a sua permanência no poder. Esse tem sido o motivo para não ter apresentado as propostas de crescimento da economia até agora. Emplacou Rodrigo Maia (DEM) como presidente da Câmara, seu aliado. No Senado, Renan Calheiros (PMDB) admite que irá colaborar com a colocação de anteprojetos de interesse de recobro econômico. No entanto, o Congresso entrou de férias e só retornará em agosto. Contudo, o presidente interino sancionou reajustes salariais para servidores públicos. Reajustou o benefício do Programa Bolsa Família em mais de 12%, quando a presidente Dilma tinha proposto 9%. Elevou o número de bolsas do FIES. Ampliou os financiamentos da Caixa Econômica Federal para a compra de imóveis. Nã

25/07/2016 - TEMER DA PAZ E DA GUERRA

“Construindo nossa paz” é o título do artigo escrito para a Folha, publicado ontem, pelo presidente interino, Michel Temer, que inicia o texto, citando o Papa Paulo VI, um pontífice longevo e conservador. Já, no jornal O Globo, a coluna diária de Miriam Leitão é intitulada “Governo ambíguo”. A citação de Paulo VI é de 1967, ao encerrar a encíclica Populorium Progressio: “Se o desenvolvimento é o novo nome da paz, quem não deseja trabalhar com ele com todas as forças?”. Inicialmente, o artigo coloca que “a primeira condição para alcançar a cidadania é o emprego”. Em seguida, fala claramente em “resgatar as bases da economia”. Entende-se aí, de resgatar o tripé, iniciado em 1999, de meta de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal, que obteve êxito no segundo FHC e na era Lula, quando a economia ficou estabilizada. Inflação no sistema de meta, câmbio valorizado e superávit primário. No governo Dilma, o tripé foi detonado e o País se encontra em forte recessão. Ademais, refere

24/07/2016 - POPULISMO ECONÔMICO

Antes de 2003 e desde 1979, o Partido dos Trabalhadores (PT), encabeçado por Lula, mantinha-se na oposição, discursando contra os empresários, contra o capital internacional, dizendo que faria uma auditoria na dívida externa, na oposição, claramente, de que não a pagaria na sua integridade. Não tinha chances para a presidência, mas se colocava em segundo lugar nas eleições majoritárias. Depois das campanhas perdidas de 1989, 1994 e 1998, na campanha de 2002, Lula fez uma carta aos brasileiros, prometendo respeitar contratos. Ganhou as eleições e surpreendentemente, manteve o tripé estabelecido por FHC, que começou a dar certo pelo mundo nos anos de 1990, adotado por FHC em 1999. O tripé é formado por meta de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal. No populismo econômico de Lula, em 2003, aprovou lei de reajuste do salário mínimo, de acordo com a inflação do ano passado, mais o incremento do PIB, que é o ganho de produtividade da economia nacional. Ademais, pegou o Program

23/07/2016 - CONFIANÇA DO COMÉRCIO CRESCE APÓS TRÊS ANOS

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula mensalmente o Índice de Confiança do Empresário. Este registrou neste julho a primeira taxa de crescimento anual dos últimos três anos. O indicador cresceu 2,4%, em comparação com julho de 2015. A última alta do índice elo aconteceu em julho de 2013. Com a CNC se somam a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que já tinham se revelados confiantes no governo interino de Michel Temer. Está faltando confiar em quem? Nos políticos. Nestes termos, o julgamento do “mensalão”, em 2012, que condenou 25 dos 40 envolvidos em corrupção, agora se tem o “petrolão”, mediante investigações da Lava Jato sobre esquemas de propinas no sistema Petrobras, cujos políticos ainda serão também julgados, em número muito maior do que no episódio do “mensalão”. Sim, é na classe política que estão se dando as mudanças, para que o País volte a crescer. Já começou com a mudança do p

22/07/2016 - POLITICA MONETÁRIA DOS JUROS

A política monetária atua de forma parecida com a rainha do jogo de xadrez: tem a maior mobilidade do que qualquer peça. No caso, do rol de política econômica. No Brasil existe o Conselho Monetário Nacional (CMN), que fixa o sistema de metas da inflação anual e o Banco Central (BC), que opera no cotidiano como banco dos bancos. O BC cuida de estabelecer a base monetária, que é aquela quantidade de moeda que deve servir para a circulação dos bens e serviços, além de controlar os meios de pagamento, de forma imediata (M1), de curto prazo (M2), de médio prazo (M3) e de longo prazo (M4). Ademais cabe também ao BC ao intervir na taxa “ideal” de funcionar a economia, na formação da taxa de câmbio, comprando e vendendo moeda estrangeira, bem como disciplinando o sistema financeiro. O BC é o xerife do mercado. Com respeito aos juros, no Brasil existe uma taxa básica chamada de SELIC. Trata-se de uma taxa média de pagamento de juros dos títulos da dívida pública, que serve de referenc

21/07/2016 - DESDE 2014 FALTA CONTROLE FISCAL

Ao não reconhecer a gravidade das contas públicas, em face da arrecadação ter começado a recuar, por conta de ter sido instalada a recessão no segundo trimestre de 2014, as quais implicaram em déficit primário, depois de 18 anos, o governo federal destemperou de vez, ampliando gastos, mesmo sabendo disso, visando ser reeleito. Falou que era mentira a grave situação da contabilidade nacional e dizia que a oposição eleita iria promover “maldades”. Ganhou as eleições. Iniciou em 2015 o ajuste fiscal com “maldades”. Porém, ainda não completando o ajuste, a presidente Dilma mudou o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, incorrendo em R$112 bilhões de déficit primário em 2015, contra R$32 bilhões em 2014. Colocou Nelson Barbosa, na Fazenda, o que piorou o quadro. Porém, foi afastada por realizar decretos de despesas sem aprovação do Congresso. A oposição chamou isso de estelionato eleitoral. O fato é que o ciclo econômico negativo vem há mais de dois anos derrubando a economia brasileira

20/07/2016 - MEDO DO DESEMPREGO

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com o IBOPE, calcula o Índice de Medo de Desemprego (IMD) há bastante tempo. No primeiro semestre de 2016, ele bateu seu recorde histórico ao chegar a 108,5 pontos. O recorde anterior ocorreu em meados de 1999, aos 107,3 pontos. A média histórica do indicador é de 89 pontos. O menor número foi atingido em meados de 2012, aos 69 pontos.   Em julho de 1999, o governo vivia uma crise cambial, mediante expressiva desvalorização do real. A pesquisa atual ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 24 a 27 de junho. O estudo mediu também o Índice de Satisfação de Vida (ISV) dos brasileiros. No particular, houve melhora em junho, em relação ao penúltimo levantamento de março. A pontuação desse quesito passou 92,3 para 93,1 pontos. Não obstante houvesse alta, esse indicador foi o segundo pior da sua série. O temor com desemprego é maior entre os homens, revelado em 110,7 pontos, enquanto o receio das mulheres é de 106,6

19/07/2016 - OTIMISMO RETORNA DE FORMA LENTA

A projeção governamental que deverá constar do orçamento de 2017 é da economia brasileira crescer 1,2% em 2017. O mercado financeiro acredita em 1,1%, conforme pesquisa do Boletim Focus do Banco Central (BC), cuja pesquisa semanal fora divulgada ontem. A enquete anterior era de incremento de 1%. Para este ano a retração ficou menor, em – 3,25%. Quatro semanas atrás a recessão era de - 3,44%. Os cerca de 120 pesquisados pelo BC encontram evidências de melhoras por parte de investidores, empresários e consumidores. No entanto, o desemprego ainda cresce e o temor recessivo não se dissipou de todo. Sondagens da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com industriais revelam que, pelo quarto mês seguido, eles melhoraram de humor. Já, pela mesma FGV, os humores dos consumidores melhorar em maio e em junho. Ontem, a bolsa de são Paulo fechou em alta pelo nono dia consecutivo, acima de 56 mil pontos, renovando pontuação máxima em 14 meses. O dólar fechou em baixa, pela atuação do BC em operações d

18/07/2016 - INTEGRAÇÃO DA LAVOURA COM A PECUÁRIA E FLORESTA

Em reportagem sobre o agronegócio e sua sustentabilidade, a revista Exame, datada do dia 20 deste mês, mostra que a integração entre lavoura, pecuária e floresta eleva a produtividade rural, cujas tecnologias podem ser obtidas na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Estima-se que pelo menos 60 milhões de hectares de pastagens estão degradadas no País. No lugar de capim existem muitos cupinzeiros e poucos bois magros. A saída é a integração entre lavoura, pecuária e floresta. A lavoura devolve nutrientes perdidos do solo e o pasto se regenera. O lema é diversificar para ganhar. A prática simultânea de três atividades na mesma área indica sinergia entre elas, podendo proporcionar maior produtividade, além de ganhos ambientais. Foram mapeados 3 milhões de hectares com produção integrada. A meta estabelecida pelo Brasil na Conferência do Clima em Paris, no ano passado é de 5 milhões. A EMBRAPA afirma que a área potencial é de 60 milhões de hectares. Oito Estados

17/07/2016 - PRODUTIVIDADE INDUSTRIAL NEGATIVA

A produtividade da economia como um todo é dada pelo crescimento do PIB. Depois de muitos anos, o PIB ficou estagnado em 2014, em 0,1%. Recuou 3,8% em 2015 e está prevista uma retração de 3,3% neste ano, conforme pesquisa semanal do Banco Central, ao auscultar 120 analistas financeiros. A indústria é o setor que mais caiu e perdeu participação no PIB, de um máximo de 25% que chegou em 1985, hoje sesta em 10% do PIB. Em contrapartida o setor agropecuário ganhou posição sendo hoje cerca de 33% do PIB. Ou seja, 10% da pequena produção e 23% da grande produção. Assim, o setor agropecuário é o único em que cresce a produtividade. Segundo estudo feito pelo Conference Board, examinado por Fernando Veloso, da Fundação Getúlio Vargas, até os anos de 1980 o Brasil conseguia melhorar a produtividade industrial, em relação aos seus concorrentes e diminuir a distância para o setor nos Estados Unidos, considerado país industrial mais avançado. Mas, de lá para cá, criou-se um abismo na prod

16/07/2016 - DESCENDO A LADEIRA MENOS ÍNGRIME

A música de Moraes Moreira, dos Novos Baianos, é mais ou menos assim: “Lá vai o Brasil descendo a ladeira”. Final dos anos de 1970 é o que se confirma. Atualmente, não se pode ainda afirmar que a economia brasileira chegou ao fundo do poço. Mas, que a economia está na área depressiva da curva de crescimento, que se comporta como uma curva senóide, dependendo da variação de forma, não se tem dúvida matemática. O professor Gentil da UFBA se dedica ao estudo de crise capitalista, quanto à economia matemática. Não há dúvida do ciclo, de forma redundante.   O indicador mensal de atividade do Banco Central, que é uma prévia do comportamento do PIB, sendo agora o divulgado, relativo a maio, surpreendeu o mercado, – 0,51%, quando era esperado – 0,24%. O PIB do segundo trimestre será negativo. A prévia do PIB de 12 meses é de – 5,43%. Menor do que a do mês anterior, mas elevada demais. Provavelmente, os analistas do futuro vão afirmar que o segundo ano consecutivo de queda do PIB, o p

15/07/2016 - PLANOS A, B, C

Enquanto o País espera a votação final do afastamento definitivo ou não da presidente Dilma, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a quem também acena agora com a sua permanência, visto que a presidente Dilma, em entrevista na imprensa, no dia 13, disse que não desgosta dele. Em entrevista do dia 9 passado, ao jornal Estado de São Paulo, Meirelles mostrou que possui um arsenal. O que Meirelles tem: o Plano A, qual seja o de impor um limite aos gastos públicos, até a inflação do ano anterior, além de recuperação da arrecadação (aqui há também um “mundo” de precatórios, que poderiam servir de lastro para emissões de debêntures, cerca de R$90 bilhões e que não chegariam a engrossar a dívida pública); o Plano B, qual seja o de reforçar o caixa com recuperações, securitIzações e vendas de ativos; o Plano C, relativo ao aumento de tributos (aqui também se agregariam tributos novos, tais como sobre herança, doações, sobre jogos, dentre outros criativos). O fato é que, assumindo de

14/07/2016 - PARLAMENTARISMO DE OCASIÃO

Ao assumir o poder, o PT e Lula alteraram quase que totalmente o seu discurso, prometendo respeitar contratos e executar uma política econômica ortodoxa, no que deu certo, tendo a economia crescido na era Lula (2003-2010) 4% em média anual. Na época, Henrique Meirelles era presidente do Banco Central e agora é Ministro da Fazenda. A presidente Dilma tem acenado que o manterá, visando o seu retorno. Voltando a 2009, a recessão mundial que aconteceu, tenuemente, no Brasil, ocorreu pelo fato de Lula ter expandido o crédito barato para o consumo e para a construção civil, em defesa da economia doméstica, além de subsidiar certos segmentos empresariais, saindo ele do governo com 83% de popularidade. Em seguida, Lula foi o principal eleitor de Dilma para presidente, assinalando que voltaria, já que não poderia haver mais de uma reeleição. Porém, Dilma fez um governo com suas próprias ideias e acordos de seus aliados e ainda se candidatou à reeleição. Exacerbou na concessão de subsídio

13/07/2016 - RODA VIVA DOS REAJUSTES DOS SERVIDORES

De há muito tempo vem à gestão pública no Brasil inchando a máquina governamental. Há décadas que o gasto público cresce mais do que a receita pública, assim como o governo procura financiar demais gastos excedentes do seu orçamento com mais dívida pública e, ao não pagar os juros da dívida, torna o endividamento o garrote vil de toda a economia nacional. Em 2014, depois de 18 anos, explodiu o déficit primário, qual seja não havendo condições de pagar nem pequena parte dos juros da dívida pública, sendo a outra parte, mais amortizações roladas. O limite do endividamento teoricamente deveria ser 60% da dívida, para o País ter capacidade de pagamento, conforme critério técnico de análise de projetos. Isto é, não se torna sadio um corpo econômico que ultrapassa esse limite. Em 2013, ainda era de 56% sobre o PIB, a participação da dívida pública. Depois de 2014, ultrapassou 60%, projetando-se para 75% no final deste ano e mais de 80% em 2018. O governo interino desde o primeiro dia

12/07/2016 - RECESSÃO E LAVA JATO

A relação entre a operação Lava Jato e a recessão tem sido inversa. Isto é, enquanto as investigações dos contratos das áreas de atuação da Petrobras se desdobraram em 32 fases operacionais até agora, em mais de dois anos e três meses de atuação, a recessão, que já vinha latente na mesma oportunidade de 2014, acentuou-se consideravelmente. Por que isto? Por que nunca o combate à corrupção foi implacável. Está-se acabando com um cartel de empreiteiras, que realizava um teatro de espetáculos, pelo menos, desde 1964, quando as obras públicas passaram a ter regras de superfaturamento, de propinas, de corrupção, de falcatruas, de desvios de finalidade e de transferência de riqueza dos governos e das estatais para o poderio de gigantes complexos empresariais, para bandidos, doleiros e políticos, todos de diferentes matizes, contaminando a economia nacional, tornando ineficiente o aparelho produtivo. Mas, os resultados da Lava Jato tem sido eficazes. Por exemplo, a maior empreiteira br

11/07/2016 - DE PAÍS JOVEM A MADURO

Mais 30 anos e o Brasil será um país maduro. Nenhum país voltou a ser jovem. No ano 2.000 a população de idosos como mais de 60 anos era de 8% dos brasileiros. Hoje, em 2016, é de 12%. Em 2030 serão 19%. Em 2050 serão mais de 30%. O País está passando pelo bônus demográfico, quando a população economicamente ativa tem maioria no total, na idade de 18 a 64 anos. Todo país passou por ele, mas nenhum retornou. Ao tornar-se maduro todo país passará pelo ônus demográfico, de sustentar a sua população de idosos. O Brasil está desde o início do século da fase do bônus, que se expirará depois de 2030. Tem mais de uma década de aproveitá-lo. Porém, hoje convive com a maior recessão da sua história, desde 2014. A contabilidade nacional começou a deteriorar-se com decremento da produção do País e déficits primários. Rombos sucessivos de 2014, 2015, 2016 e há projeção ainda de rombo para 2017. A dívida pública não parou de crescer rapidamente, visto que os encargos financeiros não estão sen

10/07/2016 - ELEVAÇÃO DE RISCOS CARDIOVASCULARES

  Pesquisa de elevadas proporções sobre riscos cardiovasculares, a que se refere o editorial da Folha de São Paulo, de ontem, batizado por ERICA - Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, foi realizada pelo Ministério da Saúde, avaliando 75 mil estudantes, na faixa de 12 a 17 anos, de escolas públicas e privadas, em cidades com mais de 10 mil habitantes, cujos resultados estão sendo apresentados de forma fracionada. A primeira revelação é de que os referidos estudantes seguem uma dieta pobre de nutrientes, com excessos de açúcar e gordura, os quais trazem os problemas do sobrepeso e da obesidade. O que se confirma é que na base da pirâmide alimentar dos jovens está o feijão, com 82% das preferências, além do arroz, com 68%. Em seguida, em sexto lugar do consumo deles vêm os refrigerantes (45%), acompanhados por doces (33%). As frutas sequer figuram entre os 20 itens de consumo. Em conclusões preliminares, 17% dos adolescentes se apresentam acima do peso, enquanto 8,5%

09/07/2016 - EDUCAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO

É consenso internacional de que a educação é a principal mola para o desenvolvimento. Nesta semana, o Fórum Econômico Mundial publicou estudo sobre educação, órgão com sede em Genebra, na Suíça, estabelecido há pelo menos cinco anos, mas nascido da ideia de ser permanente, isto é, como têm funcionado durante o ano todo, oriundo dos encontros semanais dos finais de janeiro, desde 1979, em Davos, dos grandes capitalistas, intelectuais, governos, estatais e organizações não governamentais, para diagnosticar aspectos de progresso das nações. Durante todo ano que corre, ele publica a situação dos países, quanto à educação, demografia e economia, dentre outras relevâncias de estudos mundiais. O planejamento educacional brasileiro tem evoluído lentamente, haja vista o recente exemplo do mais novo plano, criado em lei de 2014, como Plano Nacional da Educação, definindo 20 metas anuais, das quais nenhuma sequer fora cumprida em 2015. A esse respeito, o Fórum referido, em seu relatório

08/07/2016 - EM COMPASSO DE ESPERA

Em compasso de espera se encontra a sociedade brasileira, para ver surgirem   novas medidas de política econômica, visando alterar o grave quadro de desequilíbrio das finanças publicas, desde o dia 11 de maio, quando assumiu um presidente interino, Michel Temer, em substituição à presidente Dilma, mas Temer assumiu com duas limitações: prazo máximo de 180 dias ou votação definitiva do impeachment da presidente, previsto a partir de 22 de agosto (1º limite) ou a solução para a Câmara funcionar, fato que está impedida desde o dia 5 de maio, quando o STF afastou Eduardo Cunha da presidência daquela Casa,   ficando em seu lugar o inoperante Waldir Maranhão. Ontem, Eduardo Cunha renunciou (2º limite). Assim, haverá eleição para novo presidente da Câmara e se espera que as propostas de política econômica, o quanto antes, para iniciar-se a recuperação econômica. Entretanto, o quadro somente ficará mais claro a parir do afastamento definitivamente provável da presidente Dilma. Daqui a tr

07/07/2016 - GASTANÇA SEM FREIOS PODERÁ PARAR

A presidência da República interina tem na sua equipe econômica declarações consistentes tal como uma queda estrutural nos gastos públicos, desde o dia 11 de maio. Referida queda se daria com emenda constitucional cujo anteprojeto se encontra no Congresso, prevendo que as despesas somente se elevem de acordo com a inflação do ano anterior. A Câmara está acéfala há vários meses devido ao afastamento de Eduardo Cunha (PMDB), cujo substituto, Waldir Maranhão (PMDB), do baixo clero, nada preside. Os anteprojetos que têm sido aprovados estavam no Senado. Entretanto, eles são de uma gastança sem freios. Assim, transformado em projeto de lei está o explosivo reajuste do funcionalismo, corrigindo falhas de aumentos desde 2012, à espera de sanção presidencial. Depois, o Supremo Tribunal Federal concedeu liminares a vários Estados para pagarem juros simples em seus empréstimos, numa regressão à Idade Média com respeito ao tratamento de juros. A União aumentou mais ainda seu problema, medi

06/07/2016 - B0LETIM FOCUS SINALIZOU LENTA MELHORA

Depois de seis semanas consecutivas em alta, observa-se que a projeção média das instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), foi levemente reduzida ao passar de 7,29% para 7,27%. Para 2017, também caiu, de 5,50% para 5,43%. As previsões fazem parte de pesquisa feita toda semana pelo Banco Central e divulgada às segundas feiras. As estimativas estão longe do centro da meta de inflação de 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5% este ano e de 6% em 2017. Por seu turno, nesta semana melhorou também as projeções para o PIB. A projeção passou de – 3,44% para – 3,35% para este ano. O Boletim Focus vem nessa de lenta melhora, até porque a “nova” política econômica somente será exposta se o presidente interino se tornar efetivo. Segundo a Boa Vista SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito, de janeiro a junho de 2016, um total de 1.098 empresas quebraram no Brasil em decorrência dos efeitos da recessão. O número r

05/07/2016 - ÍNDICE DE CAPITAL HUMANO

A teoria do Capital Humano fez escola, a partir dos anos de 1970, cujo um dos maiores defensores foi Gary Becker, posterior ganhador de Prêmio Nobel de Economia, conforme seu livro Human Capital. O princípio é de que o cidadão se educa se faz um investimento na sua qualificação. Forma-se então em um capital humano. Dessa maneira, logicamente, são os países ricos tem maior acumulação desse tipo de capital. Há um consenso mundial de que, quanto mais anos de estudo tem a sua população, maior é o nível de progresso que adquire. O Fórum Econômico Mundial divulga anualmente a classificação de países, através do Índice do Capital Humano. O Brasil figurou em 83º posto no total de 130, examinados em 2015. Os estudantes da educação primária são os piores classificados. A figuração deles é em 118º. O País continua não priorizando a educação. Existe o Plano Nacional de Educação, aprovado por lei, em 2014, que fixou 20 metas anuais. O Brasil não atingiu nenhuma meta em 2015. Nem 5% dos co

04/07/2016 - BANCADAS FEDERAIS E A LAVA JATO

Como não considerar as bancadas dos congressistas como fundamental para a economia? Alguém tem dúvida de que a briga de Dilma com Eduardo Cunha aumentou a recessão? O artigo de Eron Rezende e Bruno Aziz, repórteres do jornal A Tarde, embora eminentemente político, t raz a composição de membros do Congresso. Para eles, o pensamento reacionário saiu do armário. Isto é, o pensamento conservador avançando. Trata-se também de muitos políticos de baixa qualidade. É público e notório que os parlamentares abdicaram das tarefas de propor leis. Limita-se a dizer sim ou não aos anteprojetos e medidas provisórias que vem do Executivo. Por seu turno, o Judiciário ganhou um protagonismo excessivo. Os repórteres identificaram interesses em pronunciamentos de políticos federais. Dentre os deputados e senadores, eles catalogaram 207 políticos, representando o agronegócio; 202 os empresários; 200 deputados da Bíblia; 43 sindicais; 35 da bala e 30 dos direitos humanos; no total de 717. A Câmara tem

03/07/2016 - GOVERNO INTERINO AINDA NÃO É APROVADO

O presidente interino, Michel Temer, vice-presidente, em exercício, embora eleito com 54 milhões de votos na chapa com a presidente Dilma, cujo oponente foi Aécio Neves com 51 milhões de votos, mais de 5% de frente, Temer, sem dúvida carreou milhões de votos para Dilma, mas ela teve muito mais milhões do que ele, na dobradinha. Ela afastada; ele, interino. Ela protestando; ele com receios de deslanchar. Ela não tem mais condições de retorno; ele está se segurando. Ela tinha 10% de bom e ótimo na última enquete; ele, agora na sua primeira pesquisa tem 13% na faixa referida. A parcela dos entrevistados desta avalia a atual gestão como ruim ou péssima em 39%. Já os que consideram o governo regular são 36%. Outros 13% não souberam ou não quiserem responder. Somando os 13% de bom ou ótimo com os 36% de regular, Michel Temer completa 49%. Não é ainda aprovado pelo menos pela maioria. Este resultado se encontra na pesquisa realizada pelo IBOPE, patrocinada pela Confederação Nacional da

02/07/2016 - NO CRAVO E NA FERRADURA DO BOLSA FAMÍLIA

No cravo. Sem amplas condições de governabilidade, Michel Temer pretende manter seu capital político, qual seja a maioria no Congresso. Sem ela, ninguém governa. Não sem outro motivo a presidente Dilma foi afastada pelas duas Casas, mediante fato de que teria desobedecido a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas, na verdade, ela perdeu a sua base de votação pela sua arrogância e pelos erros de política econômica. Assim, ele reajustou o Programa Bolsa Família em 12,5%, em substituição aos 9% da presidente Dilma, anunciado no dia primeiro de maio. O reajuste passará a valer a partir de julho. Segundo ele, o reajuste será feito através de remanejamento de recursos já previstos em orçamento da União. O benefício não tinha reajuste desde maio de 2014. O valor foi revisto porque é preciso recuperar o poder de compra dos beneficiários. Faturando em cima, o Ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, declarou: “A crise econômica provocada pelo governo anterior é sentida, sobretudo pel

01/07/2016 - SINAIS POSITIVOS PARA O SEGUNDO SEMESTRE

Cresce a confiança econômica na recuperação do País. Uma prova evidente é a valorização do real em seis meses. Aproxima-se de 20%. Se fosse só pela recuperação a valorização seria demasiada. Porém fatores externos contribuíram muito para a referida queda. A saída do Reino Unido da União Europeia tem levado à desvalorização do dólar, do euro e da libra. Dólar a R$3,21 significa redução dos efeitos da desvalorização de 50% do real em 2015. Significa também que a valorização do real contribui para a redução do processo inflacionário, vez que 30% do IPCA são de produtos importados. Na contramão reduz o efeito propulsor das exportações. Contudo, as exportações brasileiras são hoje principalmente do agronegócio, onde existe elevação contínua da produtividade. Outra prova é o índice da Bolsa de Valores de São Paulo, que apresentou crescimento de 18,8% no primeiro semestre do ano, sendo a maior valorização entre os principais indicadores globais da espécie. O tempo recente da gestão int