DESEMPREGO AINDA PODERÁ SE ELEVAR

28-05-2021 Iniciada em 1992, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) vinha de cálculo anual, até 2012, quando se tornou Contínua (PNAD Contínua), sendo divulgada dentro do cunho trimestral móvel, mês a mês. Por exemplo, ontem foram divulgados dados do trimestre móvel de fevereiro/março/abril. O dado mais impactante, que preocupa demais a política econômica, é o desemprego, com suas variantes. Assim, o desemprego do referido trimestre foi de 14,7% da população economicamente ativa. Ou seja, aquela em idade de trabalhar, entre 18 a 60 anos. Foram registrados 14,8 milhões de trabalhadores em desemprego aberto. Isto é, os dados se referem àqueles trabalhadores que tiveram carteira de trabalho assinada e não àqueles que eram informais na data da pesquisa. Depois da pandemia da covid-19, decretada a partir de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o desemprego mensalmente divulgado tem batido recorde após recorde. A taxa atual é a maior desde a pesquisa iniciada há 30 anos. Tais resultados mostram como o mercado de trabalho está fragilizado. Ou, em outras palavras, o estado de infelicitação de grande parte da população brasileira desejosa de trabalhar e que não encontraram emprego. A esse respeito, o economista Bruno Ottoni, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, entrevistado pelo jornal Estado de São Paulo, com referência à pergunta “O que deve ocorrer daqui para frente com o emprego no País?” Assim, ele respondeu: “Para o primeiro semestre vejo perspectiva ruins. Minha projeção é que a taxa de desemprego vai continuar aumentando até junho e chegar a 15,5%. Daí em diante pode ser que o cenário comece a melhorar, mas vai depender de como avance a vacinação e o crescimento econômico. Se a vacinação deslanchar mais rapidamente poderemos ter um terceiro trimestre mais razoável e chegar ao fim do ano com taxa de desemprego de 14,6%. Essas projeções foram feitas a algumas semanas e podem ser revistas, levando em conta os dados divulgados pelo IBGE e as próximas previsões para o PIB. Para outra questão: “Há chances de uma recuperação da economia?”Ele respondeu: “Há um crescimento econômico nesse início do ano que está surpreendendo positivamente alguns analistas, mas não é um crescimento suficiente para absorver todas as pessoas que estavam do mercado de trabalho. Muitos voltaram a procurar emprego pois não podem mais ficar em casa, precisam de sustento, por isso também a taxa aumentou. O isolamento está caindo mesmo no auge da pandemia”. Respondendo qual a recuperação dos empregos perdidos ele disse que está havendo mais recuperação dos empregos informais do que aquele dos empregos formais.

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