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Mostrando postagens de dezembro, 2015

31/12/2015 - PARECE QUE ESTE ÚLTIMO TRIMESTRE É FUNDO DO POÇO

De esperanças, vive-se em todo o País, de que as coisas melhorem no Ano Novo, ou de que, no mínimo, parem de piorar. As estatísticas apontam na ligeira melhora na confiança dos agentes econômicos, de que o quarto trimestre do ano chegou ao fundo do poço, muito embora o caminho de volta seja o de ter-se ainda recessão entre - 2% a - 3%, conforme previsões semanais auscultadas com 100 instituições, pelo Banco Central (BC). Na coluna Contraponto da FSP de ontem, segundo Antônio Delfim Netto, um dos mais experientes economistas, afirma que há fatores positivos destes 2015. A balança comercial fechará com superávit perto de US$19 bilhões. As reservas externas estão em torno de US$370 bilhões. E de que até a presidente Dilma acredita no ajuste fiscal. Essa ironia à parte dele, visto que ela sempre foi contra, mas foi obrigada a adotar em 2015. Conta ainda o articulista que Lula teria dito que Delfim estava otimista demais. Porém, ele disse que tinha 87 anos, redundância, no entende

30/12/2015 - PENÚLTIMAS PREVISÕES ECONÔMICAS DO ANO

A pesquisa mais esperada, do mundo econômico, é a divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), após auscultar 100 analistas de instituições financeiras credenciadas. São basicamente três previsões: a do PIB, a da inflação oficial (pelo IPCA) e a da taxa básica de juros (a SELIC), relativas ao ano em curso e ao próximo ano. Nesta última previsão de 2015 e a de 2016, que começará. Portanto, é a previsão da espécie do BC, de tempo mais curto. A estimativa do PIB se manteve em – 3,7% para 2015; - 2,81% para 2016. Dois anos consecutivos de recessão. Geometricamente, 7% de recuo. A última vez que houve isto foi em plena Grande Depressão, 1930-1931. Portanto, os números das expectativas são muito sombrios. Como, por exemplo, do comportamento dos cidadãos com a chamada “depressão brasileira” instalada, aconteceu no dia 27, passado, em Salvador, Bahia, quando, devido a falsa mensagem de emprego, uma fila de cinco mil pessoas, começou a se formar, no domingo, no Sistema Nacional de Emp

29/12/2015 - METAS DE 2015, SÓ PARA 8 MINISTÉRIOS

A atual gestão do governo central tem raio de ação ainda em 39 ministérios. Desde o início do primeiro mandato que há uma pressão para redução do gigantismo da máquina pública. Só neste ano, mediante ajuste fiscal, recessivo por natureza, a presidente há dois meses iniciou uma reforma administrativa para reduzi-lo de 39 para 31 ministérios. Mas, muito pouco foi feito, devido à dificuldade de acabar com privilégios e remanejar funções em comissão. Uma prova de que a máquina pública brasileira é administrável se vê, quando a presidente só estabeleceu metas de 2015 para 8 ministérios. Levantamento das FSP, divulgado no dia 27, passado, comparou a mensagem da presidente Dilma ao Congresso, no dia 2 de fevereiro, identificando 34 metas. Metade delas foi abandonada durante o ano. Somente 11 sairão do papel integralmente. Assegurava que a economia não entraria em recessão. O resultado global obtido é de grave queda do PIB. A maior delas depois de 25 anos. I - metas para a Educação.

28/12/2015 - CINCO ANOS DE INDICADORES DETERIORADOS

No início deste ano o governo federal afirmou que iria ter superávit primário de R$66 bilhões. Mas, fechará o ano com déficit primário de R$120 bilhões, correspondentes a – 1,6% do PIB. Em 2010, houve uma economia de 1,8% do PIB para pagar juros. Como se repetiu em 2015, déficit primário, pelo segundo ano consecutivo, isto foi decisivo para a retirada do grau de investimento pela Standard & Poor’s, em setembro e pela Fitch Ratings, em dezembro. Gastar mais do que arrecada é um sério problema, visto que gasta mal. O reflexo é a queda vertiginosa do PIB, neste exercício, estimada pelo próprio governo em – 3,7%, quando em 2010, o PIB cresceu 7,6%. Assim, a dívida pública bruta saiu de 51,8%, em 2010, para 65,7%, em 2015. Em seguida, o descontrole dos gastos pressionou bastante a demanda agregada, passando a inflação de 5,9%, em 2010, para 10,7%, em 2015. Ademais, houve grande afetação das expectativas do setor privado. Por exemplo, em 2010, o Índice de Confiança da Indústria er

27/12/2015 - CONTRATADOS PARA 2016

O maior contrato será logo em janeiro. A elevação do salário mínimo, que terá ganho real, conforme vem obtendo, desde a implantação do Plano Real, em 1994. O seu valor real já ultrapassou incrementos superiores a 150%. A previsão é de um reajuste de 11%. Este se propagará para a inflação. As expectativas do mercado financeiro são de que a inflação ultrapassará 7%, em 2016. A área dos vilões inflacionários se efetivará na educação, alimentação, energia, combustíveis e demais serviços.   Antes de 1994, a inflação era dada por inércia. Ficou esquecida por 20 anos, já que a inflação projetada era de perspectivas. Agora, a inflação voltou a ser inercial. Para o seu combate, o Banco Central continuará movendo ou não a taxa básica de juros. A dívida pública, superior a R%2,7 trilhões, renderá cerca de R$500 bilhões de juros. Terá que serem pagos ou rolados. A situação será ainda mais difícil, porque o Brasil perdeu o selo de bom pagador. O rumo de 2016 ainda será de ajuste fiscal

26/12/2015 - RECESSÃO ESTIMADA EM R$240 BILHÕES

Os cem analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente pelo Banco Central, projetaram nesta semana, um PIB de – 3,7%, um decremento equivalente a R$240 bilhões. Se considerada a população brasileira de 204 milhões, a cada brasileiro corresponderia R$1.176,47. Como a família tem cerca de três dependentes, o valor de vezes 4 seria de R$4.705,88, umas estimativa de quanto um cabeça do casal assumiria de retração em sua renda. O PIB calculado pelo IBGE, ajustado de R$5.690 trilhões, em 2014. Daria um PIB per capita de R$27.892,16. Dividido por 13 salários, seria de R$2.145,55. Recuando o PIB de 2015 para R$5,479 trilhões. Dividido por 206 milhões de cidadãos seria a renda anual de R$26.600,00. Dividido por 13 vencimentos seria de R$2.046,15. A quem pensar que cerca de R$2 mil não seria tão ruim. Ocorre que a renda não igualmente distribuída. Os mais de 200 milhões são detentores de renda do trabalho e renda do capital. Os analistas referidos estimaram ainda que o PIB de 20

25/12/2015 - ECONOMIA NO NATAL

‘Vinde a mim as criancinhas!”. Frase atribuída a Jesus Cristo. Principalmente, em economia, a criança e o adolescente não devem trabalhar. Devem estudar. Sem dúvida, estudando, serão mais produtivos e contribuirão melhor para a economia, para o progresso. Dessa maneira, alvissareira é a noticia de que a exploração do trabalho infantil caiu 54% na Bahia, em 12 anos. A pesquisa divulgada nesta semana pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), entre pessoas de 5 a 17 anos, mostrou queda estimada de 647 mil para 296 mil o número daqueles infantis que trabalham. A SEI se baseou na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), cujos resultados são anuais. Porém, sobre emprego, a PNAD-Contínua, apresenta dados trimestrais. O lema do governo da presidente Dilma, é “Brasil, Pátria Educadora”, cuja propaganda correta é “toda criança na escola”. Quanto à “Pátria Educadora”, infelizmente, no ano em curso, ela cortou 30% das verbas para a educação, seguindo a

24/12/2015 - DÉFICIT EXTERNO BRASILEIRO

Secularmente, devido à herança colonial, o Brasil sempre apresentou déficit nas transações correntes com a economia internacional. O balanço de transações correntes envolve duas balanças: a balança comercial, que é a contabilidade das exportações menos as importações, a qual apresentou superávit ou déficit no curso da história; mais a balança de serviços, relativa à contabilidade dos serviços comuns, tais como seguros, turismo, fretes, cinema, dentre outros, além dos serviços da dívida, que são os juros pagos, tendo sido esta sempre negativa na história. O segundo balanço é o de capitais, refletindo a entrada e saída de dinheiro e bens de capital. Pode ser positivo, quando se atraem muitos recursos externos; pode ser negativo, em caso contrário. A soma dos dois balanços, o de transações correntes com o de capitais, apresenta o saldo do balanço de pagamentos. Deixa-se claro aqui que o chamado déficit externo brasileiro é o saldo do balanço de transações correntes, que é entre ben

23/12/2015 - PERSISTIR NOS ERROS, ATÉ QUANDO?

Se Nelson Barbosa, Ministro da Fazenda, mantiver a chamada “nova matriz econômica”, ele que foi um dos seus artífices, será não reconhecer que o País já perdeu o selo de bom lugar para investimentos, pelas duas maiores agências de risco internacionais, a Standard & Poor’s e a Fitch. Já a Moody’s tem dito que também irá rebaixar a nota brasileira para grau especulativo. Domesticamente, os mercados reagiram nervosamente, visto que parece que se voltará a persistir no erro de manter a tal de “nova matriz”. Será não reconhecer que não pode deixar de pagar os juros da dívida pública, visto que ela fica cada vez mais cara e difícil de pagar. Será não reconhecer que é preciso elevar o Brasil a mais competitivo no mercado internacional, visando elevar as exportações e diminuir o déficit do balanço de transações correntes. Será não reconhecer que a inflação de dois dígitos é incompatível com a estabilidade monetária, financeira e produtiva. Será não reconhecer que precisa voltar a ga

22-12-2015 - MATRIZES DA ECONOMIA

Outrora a política econômica fora traduzida pelos planos econômicos de longo prazo, do período de 1949 a 1994. Foram 15 deles. Porém, já em 1979, o último governo militar, de João Batista Figueredo (o nome é assim mesmo), abandonou o III PND, dizendo que não somente enviaria ao Congresso “pacotes” econômicos. Quem sabe, “containers”. É bem verdade que, quem iniciou o envio de “pacotes” ao Congresso foi o seu antecessor, Ernesto Geisel, quando fora bombardeado pelo primeiro choque do petróleo, a partir de setembro de 1973. O então denominado “pacote” econômico contem medidas de uso imediato, inscrito na Constituição Federal, de 1988, como Medida Provisória (MP), de caráter emergencial, porém, sendo, desde José Sarney, de caráter rotineiro. Após o último Plano Econômico, o Plano Real, de 1994, de longo prazo, estando aí até hoje, o País passou a contar com a estabilidade monetária. Ao assumir em 1995, FHC procurou definir também uma matriz econômica própria, que já advinha do Real

21/12/2015 - REUNIÃO COM INVESTIDORES

No primeiro dia útil no Ministério da Fazenda, hoje, Nelson Barbosa fez reunião com investidores privados. A expectativa dos empresários estava em linha com as reformas econômicas estruturais. Ouviram do ministro que seguiria com o ajuste fiscal e de que não pretendia mais elevar impostos. No entanto, aspira que o Congresso aprove, até maio de 2016, a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no final de 2007, pela não aprovação de projeto governamental de renovação dela, por aquela Casa. Quer dizer, uma sonora contradição. Ademais, ele prometeu aperfeiçoar a atual política econômica, ele que é, justamente, um dos fundadores da “nova matriz econômica”, isto é, o atual modelo econômico, criada no final do segundo governo de Lula, como resposta à crise internacional do final de 2008, que atingiu em cheio o Brasil em 2009, quando o PIB recuou 0,2%. A recessão anterior tinha sido no ano de 1992, de – 0,54, sendo a pior recessão de muitas décad

20/12/2015 - MUDANÇA NA DIREÇÃO

A substituição do Ministro da Fazenda Joaquim Levy por Nelson Barbosa é o atendimento de forças dentro dos partidos da base aliada, em especial, PT e PC do B, para maior liberalidade nos gastos públicos. Ironicamente, maior liberalidade no gasto público implica em dizer que o tamanho do Estado aumentará e ele retomará as medidas que se fortaleceram nos oito anos do governo do presidente Lula, visto que as medidas adotadas pela presidente Dilma não deram certo em cinco anos, quando País cresceu por volta de 1% em média, seguindo praticamente o crescimento vegetativo da população, que está por volta de 1%. Quer dizer, não acompanhou o progresso mundial e muito menos dos emergentes do seu tamanho. Pelo contrário, nestes 2015, o PIB está recuando por volta de 4%. Em outras palavras, o País ficou mais pobre, o desemprego cresceu e o Brasil ficou menos feliz. Poder-se-ia pensar, então, que a mudança irá de encontro à reversão de expectativas. Enquanto Joaquim Levy é doutor em econo

19/12/2015 - EMPREGO FORMAL E INFORMAL

O Cadastro de Empregados e Desempregados (CAGED), criado em 1992, é uma obrigação mensal das empresas, a ser prestada ao Ministério do Trabalho. Este consolida e divulga o emprego formal no Brasil. No mês de novembro houve uma redução de 130.629 vagas, computadas admissões menos demissões, sendo o oitavo mês de elevação do desemprego com carteira profissional. Nos doze meses, de dezembro de 2014 a novembro de 2015, as demissões superaram as admissões em mais de 1,5 milhão. É o pior resultado em 23 anos, já que de janeiro a novembro foram fechados 945.636 postos de trabalho. Existem no Brasil cerca de 9 milhões de pessoas em desemprego aberto. Considerando que a população economicamente ativa no Brasil esteja perto de 100 milhões, visto que 8,9% foi a taxa divulgada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua, do trimestre julho a setembro. Os 9 milhões é uma estimativa de que o desemprego ainda cresce no País. A recessão ainda continua. Não há notícias de que se at

18/12/2015 - RETORNO DEMORADO PARA GRAU DE INVESTIMENTO

O histórico das decisões da retomada do grau de investimento está indicando um longo período de recuperação, visto que as agências internacionais de risco que o concedem, analisam a capacidade de pagamento do devedor e se tem sido bom pagador. Geralmente, um país que o perdeu levou vários anos para recuperá-lo. Uma das maiores dificuldades é a de obter superávit primário. Em seguida, de quanto do PIB para fazer o mínimo de pagamento de juros aceitável pelas referidas agências. Os maiores investidores internacionais são os fundos de pensão, os quais retiram as suas aplicações em países não recomendados e, muito menos, fazem novas, a não ser quando da volta da creditação citada. O Brasil foi anteontem destronado, porque apresentará, ao findar este exercício, dois anos consecutivos de déficit primário, mediante uma dívida pública de mais de R$2,6 trilhões, para a qual precisaria honrar, somente de juros, mais de R$400 bilhões. Ora, a meta que se está propondo para 2016 é de 0,5% do

17/12/2015 - PERDA DO GRAU DE INVESTIMENTO 2 VEZES

Aconteceu ontem o pior dia do governo da presidente Dilma, iniciado em 01-01-2011, neste primeiro ano do segundo mandato. Duas agências de risco colocaram o Brasil sem selo de qualidade, para obtenção do grau de investimentos. Antes, recorde-se que durante 2014/2015, a equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma, está demonstrando incompetência, tanto na visão interna como no exterior, no trato da coisa pública. Dois anos consecutivos de déficits primários, já praticamente reconhecidos pela gestão federal, depois de 18 anos de superávit fiscal. Vale dizer, a economia está em forte recessão, os indicadores macroeconômicos recuaram, mas, os gastos públicos não acompanharam e continuam altos. Começou-se a semana, a presidente propondo ao Congresso que aprove o orçamento fiscal de 2016, não mais com superávit de 0,7% do PIB, mas de 0,5%, ou seja, R$30,5 bilhões, mas com a possibilidade de chegar a zero. A proposta apresentada é de emenda à lei orçamentária complementar.

16/12/2015 - FASES DE BAIXAS DOS CICLOS RECENTES E GRANDES ACONTECIMENTOS

Quanto tempo dura um ciclo econômico, tanto em sua fase ascendente como descendente? Veja-se, por exemplo, as duas últimas gerações brasileiras, também chamadas de geração X e de geração Y, dos anos de 1980 para cá. A geração que nasceu depois do “milagre econômico” (1968-1973) e a geração que nasceu depois do Plano Real (1994 até os dias atuais). Nos anos de 1968 a 1980, ocorreu o período de mais altas taxas de incremento do PIB, a saber, 9,8%, 9,5%, 10,4%, 11,3%, 12,1%, 14,0%, 9,0%, 5,2%, 9,8%, 4,6%, 4,8%, 7,2%, 9,1%, respectivamente, sendo 13 anos de exarcebado crescimento, em média anual de 9,0%. Não se conhece registro desse nível. Porém, o longo ciclo chegou ao fim pelos choques do petróleo. Em setembro de 1973, o primeiro choque, sendo a média de incremento do PIB do período de 1968 a 1973, de 11,2%. Sentindo a economia o alto preço do barril do petróleo, mas, mesmo assim, o governo Geisel colocou a economia brasileira em “marcha forçada”, que cresceu de 1974 a 1980, em m

15/12/2015 - IDH DE 2014, 75º LUGAR ENTRE 188 PAÍSES

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado há 24 anos pela Organização das Nações Unidas (ONU), calculado anualmente pela equipe permanente do PNUD, levando em consideração a expectativa de vida, anos de escolaridade e nível de renda média, de forma ponderada. Em outras palavras: saúde, educação e renda. Depois ele é ajustado, quando leva em consideração a desigualdade na distribuição de renda. Ele substitui o indicador produto per capita, que é somente o PIB dividido pelo número de habitantes. Há três faixas para o IDH. Alto, médio e baixo desenvolvimento. Depois de escalar três posições entre 2009 e 2014, o Brasil subiu (piorou) um degrau na classificação de 188 países, ficando em 75º lugar, mas ainda na faixa de alto desenvolvimento. O IDH varia de zero a um. Divulgado ontem pela ONU, o indicador de 2014 foi de 0,755; em 2013, fora de 0,752, em 74º lugar. Deu-se então pequeníssimo progresso, ficando uma posição pior, visto que o Sri Lanka, ilha do sul da Índia, com 2

14/12/2015 - GASTOS COM A SAÚDE EM 2013

  Antes de 1988, o cidadão não tinha um sistema de proteção da sua saúde integral, a não ser acesso ao sistema de pronto socorro. Ou seja, era um sistema emergencial, nem sempre chegava a ser atendido. Morria-se pelos corredores ou na sua porta. Havia também o sistema limitado, de institutos de atendimento por categorias profissionais. Precisava-se de comprovação de que se trabalhava ou de que era dependente do trabalhador. A Constituição Federal de outubro de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde. Conforme o Artigo 196 da referida Constituição “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. A garantia desse direito se faz mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença, de acesso universal, igualitário e integral, para sua promoção, proteção e recuperação. Conforme o IBGE, segundo dados da Conta Satélite de Saúde foram gastos com bens e serviços relacionados à saúde, em 2013, cerca de R424 bilhões, sendo R$234 bilhões despendidos pelas famíli

13/12/2015 - OPERANDO VIDAS SECAS

Há 85 anos o Brasil passou pelo maior desastre econômico da história. O mundo também. Em 1930, chegou ao País a onda da Grande Depressão, iniciada em 1929, nos Estados Unidos da América (EUA), devido à superprodução. Naquela época, por exemplo, havia um estoque de 6.000.000 de automóveis a serem desovados. Sobrava muito e não tinha quem comprasse. Logo, houve a desativação de milhares de empresas, advinda a queda da Bolsa de Nova York. O processo depressivo tomou conta do mundo. Os EUA, nos anos de 1930, correspondiam a mais de 30% do PIB mundial. Passaram 10 anos, quando encolheram. Porém, nos anos de 1940, depois da segunda guerra mundial, atingiram 40% do PIB global. Hoje, correspondem a 25% dele. Agora, a depressão no Brasil está acontecendo, começada em 2014, prevista para terminar somente em 2017, fruto de incompetência da gestão presidencial, principalmente no Brasil, sem ser irradiada do centro do sistema capitalista. Crise tipicamente de incompetência. Nos anos de 19

12/12/2015 - INÉRCIA INFLACIONÁRIA DE VOLTA

O Plano Real, iniciado em 1994, venceu a inércia inflacionária, qual seja o fato de que os preços eram automaticamente reajustados pela inflação passada. Relembrando, uma lembrança que se deveria esquecer, depois de 1964, foi criada a correção monetária, garantindo inflação futura, em razão de inflação passada. Assim, inflação alta foi suportada por mais de quatro décadas. Entretanto, em 1973, no primeiro choque do petróleo, os preços do barril foram às nuvens. A ditadura militar procurou maquiar a inflação, manipulando estatísticas. Porém, em 1979, aconteceu o segundo choque do petróleo. Não houve jeito. A inflação brasileira passou de 100%, a partir de 1980, até à hiperinflação de 1990, de 2.500%. Mais de 20 anos depois do Plano Real, a inflação deste ano está em 10,5%, em 12 meses até novembro. Analistas financeiros estão vendo a volta da inércia inflacionária. Por exemplo, o Banco Itaú acredita que haverá inércia inflacionária de 2%, carregada de 2015 para 2016. Para a Te

11/12/2015 - FLUXOS ILEGAIS DE DINHEIRO

Global Financial Integrity (GFI) é uma instituição de pesquisas dos Estados Unidos, que calculou, para o período entre 2004 a 2013, que os países em desenvolvimento e os emergentes movimentaram US$7,8 trilhões de origem ilícita. Ou seja, o referido órgão enumera cartéis de drogas, esquemas de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e esquemas de organizações terroristas. O Brasil está em sexto lugar em movimentação média anual de US$22,67 bilhões. Entre os dez maiores, em ordem: 1) China, fluxo no período de US$1,39 trilhão; 2) Rússia, US$1,05 trilhão; 3) México, US$528,44 bilhões; 4) Índia, US$510,29 bilhões; 5) Malásia, US$418,54 bilhões; 6) Brasil, US$226,67 bilhões; 7) África do Sul, US$209,22 bilhões; 8) Tailândia, US$191,77 bilhões; 9) Indonésia, US$180,71 bilhões; 10) Nigéria, US$178,04 bilhões. Em 2003, o cálculo do GFI para o fluxo ilícito foi de US$456,3 bilhões, subiu para US$1,1 trilhão em 2013. Os BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estão na liderança

10/12/2015 - QUINQUÊNIO DE CRESCIMENTO MEDÍOCRE

Antônio Delfim Netto é doutor em economia pela USP, desde os anos de 1950, exerceu os mais elevados cargos, ministro da área econômica mais de uma vez, embaixador na França, deputado federal, professor, secretário de finanças de São Paulo. Sobre o atual desempenho econômico de cinco anos do governo da presidente Dilma, ele escreveu ontem na FSP: “O quinquênio 2011-15 pode ser resumido em um número. O PIB do Brasil cresceu pouco mais de 5%. Enquanto o PIB mundial cresceu mais de 17% e o dos emergentes (sem o Brasil) cresceu 28%. Logo, a tragédia foi interna... Estamos diante do experimento crítico: ou Dilma defende-se corretamente, assume seu protagonismo, enquadra sua ‘base’ e propõe reformas constitucionais indispensáveis ou a Câmara, convencida da impossibilidade de reconstrução da confiança da sociedade na presidente, dá-lhe a possibilidade de afastar-se com honra”. Em outras palavras, a gestão econômica tem sido medíocre, fazendo o País andar para trás. A retomada do crescim

09/12/2015 - INDÍCIOS DE QUE A DESIGUALDADE VOLTOU A SUBIR

    A partir do início deste ano, o IBGE começou a computar uma média de 170.000 fechamentos de postos de trabalho por mês. Mais de 5.600 por dia, em escalada que ainda não findou. Especula-se em 2 milhões de desempregados neste ano. Por volta de 1% da população. A taxa de desemprego subiu rapidamente para 8,9% da população economicamente ativa, conforme o último levantamento da PNAD-Contínua. Sem dúvida, o cálculo que faz o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrará um índice de Gini mais alto. Isto é, a desigualdade que tanto caiu em vinte anos anteriores, lentamente, também lentamente voltará a subir. Segundo a Associação Nacional de Birôs de Crédito, citada pela FSP de ontem, existia em outubro 59 milhões de brasileiros impedidos de obter novos créditos por estarem inadimplentes. Aproximadamente 30% dos cidadãos e de 50% dos prováveis tomadores de crédito. A parcela em atraso de curto prazo, de 30 a 60 dias, alcança R$255 bilhões, consoante a mesma fonte,

08/12/2015 - DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO

A carteira da dívida ativa da União, passível de recuperação a curto e a médio prazos, é estimada em R$1 trilhão. Se neste ano o Congresso Nacional já aprovou um déficit primário superior a R$50 bilhões, podendo atingir até R$120 bilhões, por que não se tentar recuperar pelo menos por volta de 10% da citada dívida ativa? Claro que o governo quer. Acontece que a justiça brasileira é cheia de entrâncias e recursos. No caso de grandes somas, milhares de processos esperam julgamentos no Supremo Tribunal Federal. A morosidade da justiça, além das inúmeras possibilidades de recursos, pode esticar por 10 a 15 anos o prazo de conclusão de um processo. É para combater isto que o governo criou uma força-tarefa, visando identificar os débitos com maior potencial e adotar ações que facilitem o pagamento, incluindo acordos e mutirões de negociação, de forma presencial ou pela internet. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) listou mil ações de execuções fiscais com maiores chances d

07/12/2015 - DEPRESSÃO NÃO ESTÁ LONGE

O PIB deste ano está perto de – 4%. Para 2016, estima-se perto de - 3%. Crescimento, talvez, em 2017, de 1%. Em 2018, entre 1% a 2%. Inflação de dois dígitos. Desemprego projetado para dois dígitos no ano vindouro. Números negativos somente comparáveis aos anos de 1930-1931, época da conhecida grande depressão. Momento mais sofrido da história econômica. Portanto, já há quem afirme que existe uma depressão brasileira. Em uma tirinha jornalística antiga, chamada de “O mago de Id”, no alto do castelo, o soldado pergunta ao rei: - Majestade, o que é recessão?   Responde o rei. - É quando você perde o emprego. - E depressão? – É quando eu perco o emprego. Ontem, no jornal FSP, Henrique Meirelles, que escreve aos domingos, assim se referiu, em coluna intitulada: “Antidepressivo”. “A evolução dos dados econômicos deixa claro que a recessão começa a atingir ares de depressão. A expectativa da queda do PIB neste ano ultrapassa 3% e alguns analistas preveem que chegue a 4%. Para 2016, as

06/12/2015 - VICE-REPUBLICANO

No Brasil, o vice-presidente da República é o parceiro do presidente, eleito sem nenhum voto. Assim, na República Velha (1889-1030), democracia do “café-com-leite”, voto aberto e voto de cabresto, os presidentes eleitos eram de interesse da região Sudeste. Vice acompanhava. Segue uma ditadura de 15 anos da era Getúlio Vargas (1930-1945), bem como dos governos democráticos da República Nova (1946-1954). Nada mudou. Perante o suicídio de Getúlio Vargas (24 de agosto de 1954), assumiu o vice-presidente, Café Filho, sem nenhuma legitimidade. Derrubado após 44 dias pelos militares. Assumiu o presidente da Câmara de Deputados, Carlos Luz, ficando somente três dias, também derrubado pelos militares. Em seguida, entrou o 1º primeiro vice-presidente da Câmara referida, Nereu Ramos, que governou dois meses e 21 dias, o tempo de completar o quadriênio de Getúlio, quando assumiu o presidente JK (1956-1961), que governou plenamente, entregando o poder ao eleito pelo voto direto Jânio Quadros

05/12/2015 - SINAIS DE CONTINUADA RECESSÃO

Parece que não se findou ainda os sinais de recessão com alta inflação, o pior dos mundos em economia. Para tal, contrariamente ao seu discurso, o próprio governo vai contribuindo para que a inflação fique na casa de 10% ou mais. Primeiro, a Petrobras surpreendeu com o reajuste do gás de cozinha pela segunda vez neste ano. O aumento nas refinarias irá variar entre 2,5% a 5%, vigorando de imediato. O reajuste anterior alcançou 12%. Quer dizer, é a inflação basicamente de preços administrados pelo governo, em processo autofágico. Segundo, a ata do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central assinalou que é bem provável que se elevem os juros básicos da economia (a taxa SELIC), na interpretação do mercado financeiro. Assim, conforme a teoria, juros altos combatem a inflação, mas retraem a atividade produtiva, porque inibem investimentos. Em consequência, mais recessão. O quadro de incredibilidade continua, visto que a presidente Dilma tem feito uma má gestão, principal

04/12/2015 - LEGALIZAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA

A equipe econômica iniciou o ano disposta a realizar o ajuste fiscal, qual seja o de proporcionar um superávit de 1,1% do PIB, visando superar o surpreendente déficit fiscal de 2014, de 0,5% do PIB, depois de 18 anos de superávit primário. Na gestão correta, o governo federal se vê obrigado o a gerar superávit primário, visto que tem que pagar pelo menos parte da dívida. Se fossem pagar os juros totais dela, seria de superávit nominal, hoje correspondente a 9,5% do PIB. Porém, a maior parte do déficit histórico vinha sendo escondido nas contas nacionais, descoberto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como “pedaladas” fiscais, as quais a União não deveria realizar. O maior exemplo é de o governo sacar contra o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, a descoberto, para honrar programas obrigatórios, como o Programa Bolsa Família, de benefícios mensais. No ano passado, o TCU identificou R$57 bilhões de débitos do governo com referidos bancos. Por isso mesmo, não re

03/12/2015 - TÁBUA DA MORTALIDADE E PIB

O IBGE, sempre ele, produz os retratos fundamentais da economia brasileira. Dentre outras estatísticas, calcula a expectativa de vida do brasileiro. Assim, a nova tábua de mortalidade, a vigorar desde 01 de dezembro de 2015, até 30 de novembro de 2016, objetiva servir à Previdência Social, para cálculo do fator previdenciário, fórmula determinante do valor da aposentadoria proporcional por tempo de serviço. Pela referida tábua a expectativa de vida subiu de 74,9 para 75,2 anos, sendo a esperança das mulheres de viver 78,8 anos e dos homens de 71,6 anos. A alta da esperança de vida reduz a aposentadoria de quem se aposentar por tempo de serviço, no caso de 30 anos para a mulher e de 35 anos para o homem. A sistemática por idade mais tempo de serviço obedece a formula 85/95. A regra dela nada tem a ver com o fator previdenciário. É outra forma. Ou seja, as mulheres poderão se aposentar quando a soma da idade mais o tempo de contribuição atingir 85 pontos, isto é, 55 anos de idade,

02/12/2015 - DÉFICIT SUBMERSO

Não se tem um assunto econômico mais comentado nos últimos meses do que o déficit público. Na verdade, dividido em dois: déficit primário e déficit nominal. Este inclui aquele. Logo, o que se fala primeiro é no déficit primário, exigência mínima da boa gestão das contas públicas, para pagar parte dos juros da dívida global e rolar parte deles com o principal. Assim, o déficit primário é a diferença entre as receitas e despesas do governo central, durante um ano. O déficit nominal seria o total pagamento dos juros, o que “nunca” tem sido feito, tornando a divida pública em dívida “eterna”. Ocorre que, depois de 18 anos de superávit primário, em 2014, a presidente Dilma incorreu em déficit primário de R$35 bilhões. Por que isto? Por que não fez boa gestão das contas nacionais, deixando que os percentuais dos gastos públicos superassem os incrementos do PIB. O déficit do governo central se refere ao do Tesouro Nacional, ao do Banco Central e ao da Previdência Social. No entanto, apr