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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

01/03/2015 - SUPERÁVIT PERSEGUIDO

Em janeiro, a equipe econômica, liderada por Joaquim Levy, no Ministério da Fazenda, anunciou que o governo perseguirá um superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% do PIB em 2016, visando pagar parte dos juros da dívida pública, visto que está passou de 53% do PIB em 2010, para 63% do PIB em 2014. Tamanho comprometimento ameaça o grau de credibilidade internacional conquistado em 2008, o chamado “grau de investimento”, indicador de que um país tem condições de honrar, sem dificuldades, os compromissos com seu endividamento. Há até uma grande convergência, em termos microeconômicos, quando ao analisar um projeto de investimentos, o banco financiador considera até 60% da capacidade de pagamento, em geral. Acima, é perigoso emprestá-lo.   O critério é primeiramente técnico. Claro, depois se torna político. O grau de investimento é observado por bancos, investidores, fundos de pensão, seguradoras, dentre outros, visto que isso lhes dão tranquilidade quanto à preservação dos r

28/02/2015 - CONTIGENCIAMENTOCOMEÇOU E FICARÁ FORTE

A ortodoxia da política econômica, em situação de elevada inflação e crescimento zero é a de redução dos gastos públicos, quer queira, quer não, aqueles chamados de “desenvolvimentistas”, justamente porque só acreditam em crescimento econômico com aumento do tamanho do Estado. Só que, em quatro anos, o governo Dilma não soube se contiver, nunca deixando de ampliar gastos públicos. Porém, com somente essa carta-coringa (ajuste fiscal) no jogo, poderá fazer o contrário do que fez em quatro anos. Dessa maneira, o governo editou o decreto 8.412, que traz a reprogramação financeira dos órgãos do poder Executivo, para o primeiro quadrimestre deste ano. O Secretário do Tesouro Nacional (STN), Marcelo Saintive, antecipou que o governo irá reescalonar os pagamentos dos ministérios, visando ajustar receitas às despesas públicas. Citado decreto limitou as despesas de janeiro a abril em R$75,155 bilhões, sendo R$59,98 bilhões relativos aos pagamentos do custeio da máquina pública, mais R$15

27/02/2015 - PACOTE DE BONDADES DA CÂMARA

A sessão da Câmara de Deputados Federal, de anteontem, comandada pelo seu presidente Eduardo Cunha (PMDB), aprovou pacote de benefícios em causa própria, sem ir à votação, somente por acordo das lideranças, o que mostra mesmo que Cunha é fisiologista, em franca contradição com os debates sobre o ajuste fiscal do governo, que visa justamente reduzir despesas públicas. Na contramão da austeridade, os deputados deixaram mais uma vez perplexa a sociedade brasileira. Não bastassem os altos benefícios que os parlamentares já gozam, o referido pacote de bondades representará um custo adicional neste ano de R$112,8 milhões e de R$150,3 milhões, para 513 deputados. O problema é multiplicado por 27 unidades federativas e 5.565 municípios, que têm seus vencimentos e vantagens vinculados ao poder central. O presidente Eduardo Cunha ainda adiantou que a Câmara pretende realizar investimentos em escritórios e anexos daquela Casa no valor de R$1 bilhão. Os cônjuges dos deputados haviam perd

26/02/2015 - CONSÓRCIO ESTALEIRO PARAGUAÇU FINDOU

Uma das obras derivadas da exploração de petróleo, por todo o Brasil, o Consórcio Estaleiro do Paraguaçu foi estimulada na euforia do Brasil ter chegado à “autossuficiência” e ter descoberto petróleo na camada do pré-sal, a partir de 2007. Não aconteceu a autossuficiência. O Brasil ainda é grande importador de petróleo. O escândalo da operação Lava-Jato de corrupção na Petrobras tem sido um castelo de cartas em desmoronamento. O sonho acabou. Agora a tempestade que não quer parar. Há um ano, quase todo dia tem denúncias de prejuízos para a não só a estatal, para a Nação. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça Federal do Paraná estão procurando levar a julgamento os malfeitores. Seis empreiteiras já foram denunciadas. Restam dez delas. Restam os políticos, que vão para o Supremo Tribunal Federal. Ainda nesta semana, a Petrobras perdeu o grau de investimento. Isto é, o grau de confiança na atração de novos capitais para realização do seu plano de negócios. A CP

25/02/2015 - GRAU DE INVESTIMENTO EM PERIGO

A seguir, cinco pontos entre parêntesis, sobre o discurso do atual Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, declarando, nesta semana, na Câmara de Comércio França/Brasil, de que apesar das perspectivas negativas para a economia brasileira neste ano “não há nada de problemático” (1), visto que o País conta com “inúmeras vantagens” (2).   Na semana passada, para um grupo de investidores dos Estados Unidos, em Nova York, ele também tentou atrair investimentos externos. O referido ministro disse que procura consolidar um novo ambiente econômico: “Não há nada de problemático na economia brasileira. Ainda há inúmeras vantagens no País, como nosso capital humano (3). Temos certeza de que temos condições de fazer essa reengenharia (4) de nossa economia sem grande dificuldade. No ano passado, o governo fez alguns ajustes em programas de transferência e atacou situações em que havia distorções (5). O governo tem de agir e consolidar um novo ambiente, que são as bases para um novo ciclo de desenv

24/02/2015 - INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA MUITO OCIOSA

A indústria automobilística é muito importante em qualquer país. Ela gera muitos empregos diretos e muito mais empregos indiretos. Empregos indiretos são compostos de dois conjuntos: à montante, isto é, demandando matérias primas, peças, componentes, máquinas, equipamentos, tecnologia e inovação; à jusante, vale dizer, distribuidoras, revendedoras, lojas de compra e venda, oficinas, postos de combustíveis e infraestruturas públicas e privadas. Um cálculo consagrado é o de que por cada emprego direto dez indiretos são criados no ramo de atividade delas. Pode até ter variações de região para região. Mas, dez é um número razoável de aspiração regional e aqui serve para generalização. Claro, cada projeto apresenta a sua devida criação de empregos de acordo com as características regionais. As montadoras de automóveis no Brasil operam hoje com 53% da sua capacidade. Atualmente deixarão de ser produzidos 2,25 milhões de carros, conforme se depreende de informações da Associação Nac

23/02/2015 - DÉCADA ESBANJADA

Quem está chamando a década atual de esbanjada é Paulo Rabello de Castro, Doutor em Economia por Chicago, Estados Unidos, de onde também tem o mesmo título o atual Ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Rabello de Castro, em seu artigo de ontem na grande imprensa, assim se refere: “O ministro Joaquim Levy acaba de admitir, em Nova York, que o PIB de 2014 deve fechar com variação negativa. A prévia do Banco Central (BC) para a evolução do ano passado aponta uma queda de 0,15%. O problema não é tanto o que já passou, mas o que virá. Nossa consultoria, RC Consultores, já estima em 1% a queda do PIB em 2015. Se levarmos em conta umas inflação da ordem de 7% este ano, portanto, estourando o teto da meta, devemos estar preparados para o que chamo de ‘taxa de desconforto social’, um indicador combinado de inflação para cima com produção, emprego e renda para baixo... Os efeitos da DÉCADA ESBANJADA já estão aí para quem quiser ver. Um desses efeitos, talvez o mais grave, é a intensidade da

22/02/2015 - AUMENTO DISFARÇADO DE TRIBUTOS

A primeira reforma tributária brasileira aconteceu em 1946, por força da quarta Constituição Brasileira, instaurando a primeira democracia do País, visto que antes, a democracia de 1889-1930 era disfarçada, chamada de “café com leite”. As mulheres não votavam e o voto era para o escolhido pelos poderosos, o chamado voto de cabresto.   A ditadura de Vargas (1930-1945) criou alguns tributos, mas não fez reforma nenhuma. Dessa maneira, a carga tributária era 16% do PIB em 1946. Depois daquele momento somente houve uma segunda reforma tributária, através da Constituição de 1967, promulgada pelos militares. A carga se elevou para em torno de 20% do PIB e não parou mais de crescer ano a ano. Nem a Assembleia Geral Constituinte de 1988 promoveu a reforma tributária, somente aperfeiçoamento da malha existente. Somente se tem uma explicação: os gastos públicos sempre puxaram a arrecadação. Não se tem notícia de um período razoável de retração na arrecadação. Dentro dos gastos públicos aq

21/02/2015 - IMOBILISMO VERSUS DINAMISMO

A Nova República, iniciada há três décadas, transição da ditadura militar de 21 anos, os quais se utilizaram de uma eleição indireta pelo Congresso Nacional, entre somente dois partidos, PDS e PMDB. Mas, morreu o presidente eleito pelo PMDB, Tancredo Neves, sendo substituído pelo seu vice, José Sarney, que mudou do PDS para o PMDB, para ser candidato. A ele coube preparar o País para a democracia, através da convocação da sétima Constituição Nacional, promulgada em 03-10-1988. Governou, de início, com Decretos-Lei e, depois daquela data com Medidas Provisórias (MPs), que é somente diferente no nome e tem prioridade na votação do Congresso. Foram eleitos, em seguida, pelo voto popular quatro presidentes: Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luis Ignácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Porém, todos os presidentes se utilizaram das MPs, que, de urgentes se tornaram a regra de dirigir via Executivo. Além do mais, todos os presidentes até então tiveram o poder de veto, imobiliz

20/02/2015 - O QUE A ECONOMIA GREGA TEM A VER COM A BRASILEIRA?

A Grécia em 2008 sucumbiu aos ajustes propostos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)e o Banco Central da Alemanha (Bundesbank), o qual emite o EURO. A sua economia apresentava indicadores abismais, tanto no que se refere ao déficit público como à elevada taxa de desemprego. O receituário foi austeridade. Não deu certo em mais de seis anos. A Grécia vinha sendo ameaçada de deixar a Zona do Euro. Neste ano, ascendeu ao poder militantes marxistas. De logo, propondo-se a descumprir os acordos de higienização financeira com os bancos internacionais. Isto porque a receita tem sido recessiva e traumática. O governo grego apresentou, ontem, formalmente, um pleito para estender em seis meses seu acordo de crédito. O pedido de prorrogação temporária foi visto com “ganhar tempo”, pelo o governo da Alemanha, que rejeitou a proposta. Sem acesso ao crédito, conforme critérios determinados pelo Eurogrupo (banqueiros) aumenta o risco de a Grécia ser excluída da Zona do Euro, ao dar o cal

19/02/2015 - PROPRIEDADE INTELECTUAL

Conforme a Organização Mundial da Propriedade Intelectual, o Brasil é o nono colocado em registros de patentes. Mas, a maioria das inovações não é desenvolvida no País. São empresas estrangeiras que procuram garantir a propriedade intelectual na economia brasileira. Dessa forma, em 2013, o País apresentou 31 mil pedidos aquela organização, sendo somente 5 mil de empresas locais e 26 mil de empresas estrangeiras. Na frente do Brasil estão: Canadá com 35 mil pleitos; Índia, 44 mil; Rússia, 45 mil; Alemanha, 63 mil; Coréia do Sul, 205 mil; Japão, 329 mil; Estados Unidos, 572 mil; China, 825 mil. Como bem destacado acima, do seu grupo de emergentes chamado de BRIC, o Brasil é o último. Considerando a população, o número de patentes registradas em 2013 por milhão de habitantes, o País registrou proporcionalmente menos patentes do que países vizinhos, tais como Uruguai e Chile, estando muito longe de economias maiores, tais como os Estados Unidos, Alemanha e China. Em ordem, Aleman

18/02/2015 - FOCUS PROJETA RECESSÃO

Os cem especialistas da pesquisa semanal do Banco Central, pela primeira vez neste ano, passaram a projetar o encolhimento do PIB de 0,42%, puxado pelo desempenho negativo da indústria, estimado em queda de 0,55%, pelo setor de serviços em desaceleração, elevando-se 0,40%, cabendo a agropecuária um incremento de 1,8%. O cenário é de inflação elevada, passando da semana passada de 7,15% para esta, de 7,27%. Para a reunião do COPOM, prevista para 3 e 4 de março, os analistas consultados já se referem a uma elevação de 0,50% na taxa básica de juros, a SELIC. A expectativa ruim é também de um dólar continuar subindo. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Nova Yo4rk, em palestra para 185 investidores, afirmou que já espera recessão no ano passado e que 2015 será um ano difícil. Para ele, em 2014, houve “deslize fiscal” e que estaria tomando decisões importantes para ajuste de rumo. Pela primeira vez se referiu que o governo irá realizar reformas estruturais significativas. O disc

17/02/2015 - PIB POTENCIAL DIMINUIU

A gestão da presidente Dilma, desde 2011, levou a geração de riquezas para baixo.   O PIB está em patamar medíocre, elevando-se em torno de 1,6%, média anual de 2011-2014. O próprio governo já admite que o dado de 2014, a ser divulgado no final de março, poderá ser negativo. Neste ano não se esperam melhoras. O que está havendo nesta década? Ainda não foi possível alterar o padrão de crescimento, visto que a presidente não gerou confiança para o ambiente geral os negócios. Os investimentos estão represados, tanto da parte governamental, que não consegue deslanchar as parcerias público/privadas, como de empresários que somente elevarão os investimentos se forem feitas as reformas econômicas, notadamente a reforma tributária. O PIB nominal brasileiro é o sétimo do mundo, correndo risco de ser ultrapassado. Na década passada o PIB cresceu próximo de 4% anuais. De 2004 a 2010, o crescimento foi ainda maior, por volta de 4,5%. Em 2010, o PIB se elevou em 7,5%. O bom desempenho se

16/02/2015 - CRIME DE RESPONSABILIDADE

Este não é bem um artigo. Neste carnaval, a presidente da República, Dilma Rousseff, está em Inema, praia da Bahia de Todos os Santos, ‘bunker’ dos militares de 1964-1984, descansando. FHC reinaugurou o evento, Lula gostou e ela adorou. Não perde chance de vir aqui e com toda a sua família.   Economicamente, é você quem paga, eu que pago, “todo mundo” que paga. Na reeleição da diva, mais de 54 milhões votaram nela. O opositor, “comedor de povos”, obteve 51 milhões. Não decola, porque não tem o carisma do avô e porque não sabe se explicar direito. A questão é: na Petrobras, qual a parcela de culpa Dilma em dinheiro? Claro que tem resposta. É o crime de responsabilidade. Qual é a mordomia da presidente? Quem paga? Quem merece? Qual a relação custo/benefício?

15/02/2015 - ESTATÍSTICAS PELA ESFERA FINANCEIRA

A economia se assemelha a um cérebro, que possui duas esferas se integrando. Na economia as estatísticas brasileiras sempre foram produzidas, basicamente, pelo IBGE. Este usa o sistema insumo/produto, criado por Leontieff ainda nos anos de 1930. A máquina do IBGE atinge o território nacional, em seus 5.665 municípios, sendo que o cálculo maior abrange cerca de 3.500 municípios, para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). As demais cidades, por serem muito pequenas e de difícil acesso, tem estatísticas por estimativas. Os principais indicadores do IBGE são os de população, inflação, contabilidade nacional, em destaques produto e renda. Sem dúvida, o indicador mais esperado é o de Produto Interno Bruto (PIB), calculado a cada três meses e divulgado também cerca de dois meses depois. O do último trimestre (outubro/dezembro) apresentará também o acumulado de 2014, cujo anúncio está previsto para 27 de março de 2015. O PIB é a medida da esfera real. A

14/02/2015 - CONFISCO DA POUPANÇA

As redes sociais hoje são um poderoso instrumento de divulgação. Está no ar, o movimento a favor do impeachment de Dilma, marcado para sair às ruas no dia 15 de março. Não haja dúvida, que o custo disto será alto. Aqui, sempre a preocupação é com a economia. Dessa maneira, lá vai a bomba: confisco da poupança. O Ministério da Fazenda descartou, ontem, qualquer intenção de confiscar a poupança ou outras aplicações financeiras dos brasileiros, consoante aconteceu no Governo de Fernando Collor, em 1990. Na época, o “caçador de marajás” dizia que Lula seria o malfeitor. No entanto, foi ele. Roubou tanto, que foi levado à renúncia, para não ser cassado. Incrível é que foi inocentado, por falta de provas, no Supremo Tribunal Federal. Na época, não tinha um Joaquim Barbosa, que implantou no Brasil a teoria que vigora, pelo menos na Alemanha, da expressividade do fato. O atual governo pode até fazer o confisco da poupança, o que não se sabe é se se sustentará. Na época de Collor, hav

13/02/2015 - EMPREGOS INFORMAIS

O governo federal quer reduzir empregos informais, argumentando que trará benefícios sociais. O Ministério do Trabalho, por meio do seu titular, deputado Manoel Dias, anunciou que pretende aumentar o valor da multa cobrada de empregadores que contratem funcionários sem assinar a carteira de trabalho. A decisão também aperta a fiscalização em todo o País. Através de uma série de medidas, ele acredita que poderá arrecadar R$10 bilhões. Qual é realmente o fito? Reduzir informalidade ou gerar receitas? Os dois, sendo que o segundo é o proeminente. Em outras palavras, cresce também a carga fiscal com respeito aos empresários. Diga-se, não tem outro jeito. Tem, sim, reduzindo gastos públicos. Citado ministério avalia que existem hoje 14 milhões de pessoas na informalidade, o que se traduz em uma sonegação de R$80 bilhões por ano. Em 2015, a meta é formalizar 400 mil trabalhadores. Para isso, haverá mobilização de todos os auditores fiscais do trabalho, além de nova etapa de fiscali

12/02/2015 - DÓLAR DISPARA

O dólar dispara e vai a R$2,874, a maior cotação em quase 11 anos. Desde o fim de janeiro, o dólar vem em clara escalada. No dia 29 estava valendo R$2,608. Do dia 28-01 até ontem o real caiu 10%, em apenas nove dias úteis. A disparada ocorreu devido aos comentários do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no dia 30, de que o governo não tem intenção de manter o câmbio “artificialmente valorizado”, reduzindo os swaps cambiais de US$200 milhões para US$100 milhões por dia. A forma de um contrato garantir a valorização futura do dólar referida, provocou perdas de R$17 bilhões junto ao BC, o que se incorporou à emissão de títulos da dívida pública. Logo, transferiu-se para o déficit primário. Já, no balanço de transações correntes, o déficit externo foi de 4% do PIB em 2014. Estão aí os chamados “déficits gêmeos”, que enfraquecem qualquer economia.   Em um maior conjunto, o que está por trás é que, quando a economia degringola, risco iminente de recessão, falta de água, risco de racion

11/02/2015 - BOM EXEMPLO, MAUS EXEMPLOS DE GASTOS PÚBLICOS.

Esta coluna de uma página do cotidiano procura abordar principalmente o lado econômico. Quando se sabe como é grande a presença do governo na economia, a cada dia há exemplos bons e ruins dos gastos públicos. Os bons exemplos vêm de Brasília e os maus também. O bom exemplo é o senador José Antônio Reguffe, que ora tomou posse, pretende economizar R$16,6 milhões dos cofres públicos, dispensando mordomias, é o único. Se os outros 80 senadores o seguissem, o Parlamento economizaria R$1,3 bilhão nos próximos oito anos. A economia seria bem maior também na Câmara Federal, que possui 513 deputados. Além do mais os benefícios geralmente são indexados nos três níveis de governo, federal, estadual e municipal, o bom exemplo poderia levar à austeridade que os governos deveriam fazer. A reportagem da revista Veja, desta semana, intitulada “Pregação Solitária”, apresenta referido político como bom exemplo, que constrange seus pares, os quais defendem ferrenhamente privilégios. Apareceu e

10/02/2015 - BOLETIM FOCUS, CRESCIMENTO NULO.

A chamada lei principal de Murphy: “se você pensa que não vai piorar, vai mesmo” ou “se você pensa que não pode ficar pior, engana-se, pior ficará”. Ou, perante outras palavras, é atribuído a um engenheiro da NASA, chamado por Murphy, a máxima invertida de que o que é pior, pior ficará. Assim, há mais de um ano, a pesquisa semanal do Banco Central, que ausculta 100 especialistas, cujo relatório se denomina de boletim Focus, começou em 2014 a divulgar a estimativa de uma taxa de incremento por volta de 3%, caindo consecutivamente por mais de 20 vezes, agora estimada em crescimento nulo do PIB. Nesse mesmo sentido, ontem, divulgou a Fundação Getúlio Vargas, através do monitor do PIB, que procura antecipar o indicador mais importante da economia, usando a mesma metodologia do IBGE, que a economia brasileira encolheu 0,1% em 2014. Já, na semana passada, a consultoria GO, do economista Gesner Oliveira, calculou – 0,5% de queda do PIB no ano passado. Este número de recuo foi também es

09/02/2015 - PERCEPÇÃO DE PIORA

A percepção de piora na economia é recorde, conforme o Instituto Datafolha, que ouviu 4.000 pessoas, nos dias 3 e 5 deste mês, desde que a pergunta começou a ser feita pelo Datafolha em 1997. Nem a troca do comando da política econômica ajudou a melhorar a percepção dos brasileiros com o desempenho da economia brasileira. Segundo o Datafolha, em pesquisa divulgada no dia 7 deste, cerca de 55% dos brasileiros acredita que a situação econômica do País vai piorar nos próximos meses. Em dezembro, apenas 28% acreditavam que o cenário econômico iria piorar. A explicação para isto se deve às elevações de preços aos saltos, que estão se dando no início deste ano. Assim, oito em cada dez entrevistados esperam elevações inflacionárias. Isto é, 81% contra 54% de dezembro. O número também é recorde para janeiro. Existe ainda o receio de que o desemprego vai aumentar, para cerca de 62% dos entrevistados. Em dezembro eram 39%. Para 57% dos brasileiros haverá redução do poder aquisitivo nos pr

08/02/2015 - AVALIAÇÃO DE DILMA DESABA

O Instituto Datafolha ouviu 4 mil eleitores, em 188 municípios, entre os dias 3 e 5 deste mês, verificando que a avaliação ótima/boa caiu de 42% em dezembro, para 23 agora. Já a avaliação dos que consideram o governo da petista ruim/péssimo subiu de 24% para os atuais 44%. As explicações vêm em meio à combinação do escândalo de corrupção na Petrobras e da piora nos indicadores econômicos do País. Trata-se da pior marca desde que a presidente assumiu o poder, em 01-01-2011 e da avaliação mais baixa de um governo federal, desde aquela de Fernando Henrique Cardoso, de 46% de ruim/péssimo, em dezembro de 1999. Conforme os entrevistados pelo Datafolha, 77% dos perquiridos acreditam que a presidente Dilma tinha conhecimento da corrupção dentro da Petrobras. Para cada seis de dez entrevistados, consideram que a presidente mentiu durante a campanha eleitoral. Para 46% ela falou mais mentiras do que verdades. Destes 46%, 25% se revelaram petistas e 14% afirmaram que Dilma só disse men

07/02/2015 - INÍCIO DE PROJEÇÃO DE RECESSÃO

Desde o início da primeira gestão da presidente Dilma, 2011-2014, as projeções começaram otimistas, visando um bom número de crescimento do PIB, por exemplo, em direção a 5%, depois vindo definhando, conforme revisões da equipe econômica, atingindo, no final de 2011, 2,7%; em 2012, 1%; em 2013, 2,5%; em 2014, ainda não divulgado, mas, espera-se algo em torno de zero. Porém, pela primeira vez, a equipe econômica governamental admite que este ano que o PIB não irá crescer, assim como também, pela primeira vez, há uma projeção de recessão em 2015. Trata-se da consultoria GO Associados, do economista Gesner Oliveira, que já transitou em cargos importantes, tais como presidente do CADE, da SABESP e jornalista de opinião econômica do jornal Folha de São Paulo. A sua previsão para 2015, que era positiva em 0,5%, passou a uma queda de 0,5%. A declaração do executivo se deu em conferência desta semana sobre “O Impacto do Racionamento de Água, Energia e a Operação Lava-Jato no PIB”. Tra

06/02/2015 - ECONOMIA E POLÍTICA NO SEGUNDO MANDATO

No primeiro mandato da presidente Dilma economia e política caminharam em sentidos opostos. Pode-se considerar que houve êxito na política porque reforçou os programas sociais e as alianças que a reelegeram. Quando existiram as manifestações populares, principalmente de rua, em junho de 2013, respondeu com   necessidade de realizar cinco pactos, a começar pela reforma política e a transferindo responsabilidades ao Congresso Nacional, que ficou com a culpa de não ser versátil o suficiente para os avanços sociais requeridos nas manifestações citadas. Ademais, levou CPIs, como a da Petrobras, a acabarem em “pizzas”. Fracasso na economia, porque ela se arvorou a ser o Ministro da Fazenda, assim como desautorizou qualquer ministro de realizações que não fossem da sua lavra. Isto é, concentrou as decisões e imobilizou 39 ministérios.   Assim, foi um dos piores desempenhos econômicos da história republicana, tendo o PIB crescido por volta de 1,63% em média anual. Falta ainda a divulgaç

05/02/2015 - FORTE PRESSÃO INFLACIONÁRIA DA ENERGIA

Não bastassem à elevação das alíquotas da CIDE, do IOF sobre empréstimos, do PIS/COFINS Importação, da tributação do IPI sobre os atacadistas e fim das desonerações das montadoras de veículos, representando estimativa de receitas de R$22 bilhões, bem como nas mudanças nas regras do abono salarial, seguro desemprego, pensão por morte, auxílio doença, cortes nas verbas da educação, dentre outros, totalizando de verbas de R$19 bilhões dos ministérios, o governo também deixará de repassar dinheiro para a Conta de Desenvolvimento Energético, que financia o Luz para Todos e a Tarifa Social da energia elétrica, calculado em R$8 bilhões. Até agora estes R$49 bilhões representam dois terços do superávit primário anunciado de 1,2% do PIB. Estarão por vir (ainda não declarado) mais R$5 bilhões do esforço de aumento da arrecadação, mais R$11 bilhões do esforço fiscal dos Estados, mais até R$25 bilhões de corte nos gastos públicos. A poupança dos governos poderá ser de R$78 bilhões, haja vis

04/02/2015 - CLASSE MÉDIA VULNERÁVEL

A revista quinzenal Exame, datada de hoje, edição 1082, ano 49, em artigo “O emprego em risco no Brasil”, destaca o seguinte: “A economia fraca torna 31,5 milhões de brasileiros da nova classe média vulneráveis à perda do ganha-pão. Com medo de voltar à pobreza, eles já deixam de consumir”. O artigo foi feito alguns dias atrás. Ontem, foi exposto na grande imprensa que as vendas de veículos caíram mais de 31% em janeiro, em relação a dezembro. Assim, referem-se a que o mês de janeiro foi o pior em vendas de automóveis em quatro anos. O declínio nas vendas aconteceu mesmo com os pátios das concessionárias lotados de carros, cuja alta do IPI não foi repassada ao consumidor e das várias promoções de lojistas, através de descontos e taxa zero para financiamento. Para fevereiro, a queda esperada ainda será pior, visto que têm os dias não trabalhados de carnaval, os juros estão mais altos e as medidas de ajuste anunciadas pela equipe econômica praticamente estarão em vigor. Sem perspe

03/02/2015 - NOVA ERA DO PETRÓLEO

Dois dos maiores choques do petróleo aconteceram nos anos de 1970, em setembro de 1973 e setembro de 1979. Os preços foram para as nuvens, na medida de que surgia uma teoria de que as reservas dos combustíveis fósseis se esgotariam em 50 anos. Os preços do barril de petróleo saíram de um dígito para dois dígitos, até alcançar mais de US$100.00. O desenvolvimento tecnológico levou a que as explorações das reservas de xisto dos Estados Unidos e Canadá se tornaram competitivas, em relação ao petróleo. A produção mundial disparou no ano passado, levando a que os preços do barril começassem a cair para menos de US$50.00. De meados de 2014 para cá, o mundo com barril de três dígitos ficou para trás. Ao que tudo indica os Estados Unidos irão ocupar o papel de regulador de preços que antes cabia à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A nova era do petróleo começou, mudaram os preços e a geopolítica do petróleo. Desde março de 2014 que se iniciou a operação Lava-Jato

02/02/2015 - GERAÇÃO DE EMPREGOS

Em 2014 o País gerou apenas 150.000 postos de trabalho. Trata-se do pior número em 12 anos. Parece que chegou ao fim uma era de criação de muitos empregos. Se a população brasileira ultrapassa de 202 milhões, sendo o crescimento vegetativo da população perto de 1%, pela lógica cartesiana deveriam ser gerados 2 milhões. Porém, pelos dados do Ministério do Trabalho, somente cerca de 800 mil jovens engrossam o mercado de trabalho a cada ano. Em 2013, havia se acrescentado 730 mil postos. Nos últimos dez anos foram criados 13,4 milhões de vagas formais. A taxa de desocupação nas maiores regiões metropolitanas do País bateu em 4,8%. É bem verdade que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, levantamento em cerca de 3.500 municípios, a taxa de desemprego encontrada é de 6,5%. Mas, a economia se estagnou no ano de 2014. No ano passado o crescimento do PIB está sendo estimado em 0,03%, como média da expectativa dos 100 especialistas consultados semanalmente pelo Banco Cen

01/02/2015 - ESTATÍSTICAS DE EMPREGO

Dentro do IBGE existem duas formas de encarar o desemprego. Todas as duas têm sido favoráveis do governo e são verdadeiras, haja vista que o PT assumiu o governo com desemprego em dois dígitos e o trouxe para um dígito. Divulgada nesta semana a menor taxa de desemprego das estatísticas recentes da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) de 4,8% da população economicamente ativa (PEA). A PME investiga o que se passa no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Devido às limitações das seis regiões metropolitanas, o IBGE tem calculado a taxa de desemprego da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que vai a 3.500 municípios e tem taxa de desemprego de 6,5%.   Esta hoje empata com os Estados Unidos em forte recuperação. É muitas vezes menor do que a taxa de alguns países europeus. Por exemplo, em Portugal está em 14%; na Espanha em 25%. Em face dos dados recentes, acima, para a questão do emprego, os ministros de Dilma divergem a res