Postagens

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

  A política econômica tem como peça de execução orçamentária a possibilidade de obter resultado positivo ou negativo. O superávit primário é a resultado positivo, o que, em tese, serve para pagar os encargos da dívida do governo central. O déficit primário é o resultado negativo, cujos recursos serão captados no mercado financeiro para pagar os encargos ou serviços da dívida pública. O Informativo Focus desta semana trouxe a permanência da projeção do mercado financeiro de déficit primário de 0,80% do PIB, neste ano, o mesmo nível de um mês atrás. Dessa maneira, os economistas das 100 instituições financeiras, pesquisadas semanalmente pelo Banco Central, continuam não acreditando em que o governo federal irá cumprir a Lei Orçamentária Anual de 2024, quando está previsto um pequeno superávit primário de R$2 bilhões, o que representaria zerar a participação relativa do referido déficit no PIB. Muito embora o Ministro da Fazenda tem reiterado que irá cumprir a referida lei do orçamento,

PROJEÇÕES DO RELATÓRIO FOCUS

  Semanalmente, o Banco Central consulta cerca de 100 instituições financeiras, desde o ano 2.000, sobre projeções feitas sobre as medianas de indicadores sobre a inflação, a taxa básica de juros, o Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de câmbio, a dívida líquida do setor público sobre o PIB e o saldo da balança comercial. O último relatório de mercado Focus, depois de 28 semanas de estabilidade, a inflação estimada de 2024 e 2025, subiu um décimo, para cada ano, de 3,80% para 3,81%, de 3,50% para 3,51%, respectivamente. Para 2026 e 2027 permaneceu em 3,50%. Quanto à taxa básica de juros, a SELIC, a estimativa para 2024 é de 9%, no final do ano. Para 2025, 2026 e 2027, permaneceu em 8,5%, em cada ano.    O diferencial entre as duas taxas acima é de aproximadamente 5%, em quatro anos. Para o Produto Interno Bruto, a mediana encontrada se manteve em expansão, indo para 1,6%. As estimativas para 2025, 2026 e 2027 permaneceram em 2% em cada ano. A mediana para o dólar comercial se manteve e

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE

  No mercado de concorrência imperfeita dos bancos no Brasil, o Banco Itaú é aquele que apresentou a melhor performance entre aqueles gigantes do mercado financeiro, período que compreendeu uma parte do ciclo de baixa da taxa básica de juros. Seu lucro do quarto trimestre de 2023, ora apresentado, cresceu 21% no retorno (ROE), em relação ao igual período de tempo do ano de 2022. O lucro líquido anunciado foi de R$9,4 bilhões do último trimestre do ano. O que dizer desses 21%, em relação aos setores da atividade econômica? O número é espetacular. Poucas empresas tiveram tão bom resultado. Por exemplo, a economia brasileira tem estimado o crescimento de 3% do PIB em 2023. Muitas empresas do comércio, serviços e da indústria nem passaram de dois dígitos de retorno. No quarto trimestre a carteira de clientes se expandiu em 5,3%, a margem financeira em 9% e houve redução da inadimplência, revelou também a Instituição. Em todo ano, o lucro líquido da companhia foi de R$35,6 bilhões. E anunci

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

  Realizou-se o oitavo Fórum Fiscal Arábe, em Dubai, onde diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a economia mundial está ingressando em “pouso suave”, após os incidentes globais desde 2020, quando se iniciou a decretação da pandemia do covid-19, advindo também a guerra entre Rússia e Ucrânia, além da guerra entre Israel e o Hamas, onde ambos os conflitos se acirraram e não se vislumbra, em curto prazo, o termino deles. Daquela data até agora as taxas de muros mundiais subiram muito, para combater a inflação global, que ainda persiste, embora esteja com tendência ao declínio. A solução ortodoxa foi de elevação da taxa básica de juros pelos bancos centrais globais. No Brasil, não foi diferente, quando a referida taxa subiu até 13,75% ao ano, no início de 2023 e se encontra em 11,75%. Já se está na quinta queda da taxa básica de juros, a SELIC, cujo ciclo se iniciou em agosto de 2023 e a inflação desceu de dois dígitos, para a casa de um dígito,

EQUILÍBRIO FISCAL DESACREDITADO

  Mesmo depois de aprovada a reforma tributária pelo Senado, que deverá retornar à Câmara de Deputados, para aprovar ou não as mudanças do Senado, tendo a equipe econômica acreditado que será aprovada ainda neste ano, o equilíbrio fiscal continua desacreditado. Existe ainda o descrédito de ser aprovada a referida reforma neste ano. No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou a Proposta de Emenda Constitucional de Emergência, autorizando o novo governo federal a gastar mais de R$160 bilhões. Poucos meses depois o Congresso aprovou a lei do arcabouço fiscal, que invalidou a lei do teto de gastos.   De superávit primário do ano de 2022, passou a equipe econômica a realizar o déficit primário. O superávit primário é necessário para pagar pelo menos os juros da dívida pública. Havendo déficit primário, o governo federal tem que tomar emprestado no mercado financeiro, via crescimento da dívida pública. Isto impede que o governo federal tenha o grau de investimento, que é a capa

DUMPING

  O termo dumping deixou inúmeros estudantes adolescentes atordoados, ao constar de questão na prova do Exame do Ensino Médio (ENEM) da semana passada, que hoje conclui os testes finais com as ciências exatas. O termo dumping é de uso corrente no estudo da Economia Internacional. Significa a prática predatória de vender mercadorias abaixo do seu preço de custo, deslocando concorrentes. As empresas, estimuladas por seus governos, mediante redução de impostos, dando subsídios ou prêmios para exportação, visam ganhar mercados e destruir empresas domésticas. Muito difícil dizer que país não fez isto. O exemplo mais clássico é o da China. País que estava, no segundo quartel do século XX entre os de menores economias do mundo e hoje é o segundo maior país global, ameaçando a hegemonia dos Estados Unidos. A Índia segue semelhante caminho. Há muitos anos, quando se queria referir a um muito bom negócio se dizia “negócio da China”. Aquele país tem um regime autoritário há muitas décadas. Du

INFLAÇÃO DESACELEROU

  A inflação brasileira vem reduzindo o seu nível de crescimento desde o início deste ano. Assim, desde 1º de agosto que o Banco Central vem reduzindo a taxa básica de juros em 0,5%, em três reuniões consecutivas. A medida de política econômica adotada, de elevação da taxa SELIC, por um longo período, mostrou-se acertada e isso não aconteceu somente no Brasil, mas também nos países que têm banco central atuante, bem como ter iniciado o ciclo de baixa, quando a taxa inflacionária tenha convergido para o centro da meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).   A inflação como resultado da elevação geral dos níveis de preços, depois da pandemia do covid-19, considerada encerrada em 2021, desde aquele ano viu uma elevação da demanda agregada ao nível mundial. Na economia doméstica, em 2022, o PIB cresceu 5%, agora revisado pelo IBGE, para 4,8%. Porém, a força maior do recrudescimento inflacionário há cerca de dois anos se deveu à economia externa, visto as elevações d