Postagens

Mostrando postagens de março, 2014

31/03/2014 - MEIO SÉCULO DEPOIS

Em 1964, ocorreu o segundo golpe militar do século XX, há meio século. O primeiro golpe militar ocorreu em 1930. A contabilidade oficial dá conta de 362 mortos e desaparecidos. O teatro do primeiro trimestre de 1964 era de uma bagunça. O presidente João Goulart, no dia 15 de março de 1964, envia mensagem ao Congresso, ressaltando a necessidade de aprovação de mudanças que permitissem as reformas de base, o direito de voto do analfabeto e a convocação de plebiscito para alterar a Constituição, permitindo a sua reeleição. Grupos de esquerda, em documento intitulado Programa da Frente Popular pedem a nacionalização do sistema financeiro, das reservas naturais, a aplicação da lei de remessa de lucros ao exterior e a legalização dos partidos comunistas. Falava-se abertamente em um golpe político, para o presidente aliar-se com o bloco comunista. Do outro lado, o ambiente não poderia ser mais propício para a movimentação dos militares golpistas. Nos Estados Unidos era executada a oper

30/02/2014 - ERROS DE POLÍTICA ECONÔMICA

Por que a atual gestão econômica, usando o mesmo modelo teórico, tanto abraçado por FHC como por Lula, está sendo objeto de críticas internacionais e nacionais? A resposta internacional primeiro foi transmitido pela imprensa econômica londrina, especializada, através de jornal tradicional como o Financial Times, que pede há mais de um ano a mudança do gestor Guido Mantega, segundo o referido jornal, ele é o autor da contabilidade criativa. Maquiando números de uma falsa economia de gastos, escondendo a incapacidade do governo em gerar um prometido superávit fiscal, o qual é justamente para pagar a dívida pública, da qual muitos capitalistas internacionais são credores, desestimulando investidores, trazendo baixa taxa de crescimento econômico. Nesta semana, a poderosa agência de risco americana rebaixou a nota brasileira de BBB para BBB – (menos), bem como de 13 agências financeiras nacionais. Não perdeu ainda o grau de investimento o País porque os fundamentos da economia bra

29/03/2014 - É A ECONOMIA QUE GANHA ELEIÇÃO

A economia nem sempre proporciona ganho, visto que pode haver prejuízo na atividade ou empatar receita com custo. Porém, em essência, fazer economia é obter lucro, que mais tem a dizer seu próprio nome. Em se tratando de eleições, é com a economia proativa que o candidato pode obter resultado positivo. Ficou paradigmático o dito pelo assessor político chefe, de Bill Clinton, a respeito da campanha do adversário George Bush (pai), alertando “é a economia, estúpido!”, visando Clinton vencer, como de fato venceu o escrutínio presidencial. No Brasil, FHC ganhou duas eleições sob a égide da estabilidade econômica do Plano Real. No entanto, o candidato do seu partido a sua sucessão perdeu, justamente, porque no final da era FHC, o desemprego estava acima de 11% da PEA e houve em 2001 o racionamento nacional de energia elétrica. No caso, Lula ganhou com a bandeira do emprego. A presidente Dilma venceu a eleição porque surfou no apoio de Lula, nos seus bons resultados econômicos alca

28/03/2014 - SUBSÍDIOS DISCRIMINATÓRIOS

Classicamente, o Estado é o regulador do sistema econômico. Porém, a participação do Estado também ocorre na atividade econômica, podendo acontecer de forma direta ou indireta. Diretamente, através da criação de agências reguladoras e de estatais. Indiretamente, através de vantagens aos empresários, sejam doações, fazendo a infraestrutura locacional, utilização de divisas exclusivas, do crédito e redução ou isenções de tributos. Os subsídios são reduções ou isenções de tributos e de créditos. Muitas vezes a decisão empresarial de localização se deve a existência de muitos subsídios. Em todos os tempos, os subsídios são direcionados para privilegiados, a pretexto de “proteção”, de prioridade ou de segurança nacional. Não se referirá aqui aos períodos colonial e imperial, vistos como quase todos os bens serem propriedades do reinado. Porém, durante a primeira República, também chamada de República Velha (1889-1930), prevaleceu a doutrina liberal, ficando o Estado somente como r

27/03/2014 - SINAL AMARELO DO MODELO

O modelo econômico brasileiro tem como teoria a equação de que oferta agregada deve atender à demanda agregada. Logo, o lado independente, o lado que comanda a equação é o lado da demanda. De outra forma, PIB + M = C + I + G + X, onde PIB = oferta interna; M = oferta externa; C = consumo das famílias; I = investimento bruto; G = gastos do governo; X = exportações. No caso brasileiro, desde que assumiu o governo o PT tem feito crescer mais o consumo das famílias, mesmo depois da segunda maior crise econômica mundial (a maior foi a de 1929), iniciada em 2008. Assim, de 2008 a 2013 o consumo agregado cresceu 4,2% ao ano enquanto o PIB a 2,6% anuais. Claro que o consumo crescendo dessa maneira reduziu a poupança global em 3% no período em tela. Desta queda, 2% se referem ao consumo governamental, sem a contrapartida visível em serviços públicos. A poupança se contraindo, reflete-se também em retração da demanda por investimento, este, principal responsável pelo crescimento do PIB, c

26/03/2014 - REBAIXAMENTO DA NOTA

A organização mundial sempre manteve uma hierarquia entre os países, mesmo com a bagunça que trazem as guerras, de tempos imemoriais até hoje. As guerras sempre foram formas violentas. Nunca deixaram de existir e sempre existirão. No entanto, mediante o advento do capitalismo, o sistema de mercado necessitou de dinheiro para fazer realizar as transações. Dessa forma os países líderes impuseram as suas moedas como forma de dominação indireta, definindo regras de subordinação. A regra internacional é a de que o país rico empresta ao pobre. Este lhe constitui dívida pública “eterna”, sendo esta a primeira velada dependência. Depois, nas trocas internacionais, o país forte desvaloriza sua moeda para ganhar exportações, o inverso é verdadeiro, em jogo sem fim. Os países centrais fixam regras, através do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas. Exigem que os países dependentes tenham reservas internacionais elevadas como formas de garantir pag

25/03/2014 - VIRTUDE NÃO ESTÁ NOS MEIOS

No Brasil, o maior problema social é a educação, assunto que é unanimidade. A questão não é somente diagnosticá-la, é resolvê-la, no sentido do Brasil ser um país desenvolvido. O próprio MEC demonstra as notas de um resultado concreto, isto é, conforme as últimas avaliações do referido ministério, o ensino básico tem nota média de 5,0; o ensino médio, 3,7; o ensino superior, 4,3. A média geral dos três níveis é de 4,3. Portanto, em termos quantitativos, reprovado, visto que 5 é a nota mínima de aprovação, na escala de zero a dez. Por seu turno, se houvesse virtude na educação brasileira, ela não estaria nos meios, conforme ditado latino famoso de que “a virtude está nos meios”, dado que o ensino médio é o pior do País. Dirigido basicamente para quem tem de 15 a 17 anos, o ensino médio passou pela maior auditoria feita até agora na educação nacional, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), ouvidos os tribunais estaduais de contas. A meta do Plano Nacional de Educação é de pass

24/03/2014 - INFLAÇÃO NÃO É FANTASMA

Um dos três formuladores do Plano Real (1994), Edmar Bacha, tem feito comparações sobre o controle de preços do governo Dilma à política de preços adotada pelo regime militar nos anos de 1970. Naquela época, havia o Conselho Interministerial de Preços (CIP) que administrava preços públicos e autorizava preços privados dos grandes grupos econômicos. O alcance era muito grande e o controle inflacionário existia. Havia até manipulação estatística das suas referidas taxas. Além do mais a política salarial era feita para todos os assalariados, por faixas, havendo arrocho salarial. Muito diferente de hoje, quando o governo federal somente administra preços das áreas de algumas estatais, em especial dos derivados de petróleo, da energia elétrica e dos ônibus. A grande maioria dos preços hoje é livre. Para Bacha: “Estamos vendo o inflacionismo de volta, um inflacionismo muito perverso, do tipo do Delfim Netto, quando a inflação estava em 20%. Ele instituiu os controles, de forma muito i

23/03/2014 - REFORMAS INSTITUCIONAIS

As manifestações de rua eclodiram com muita força em junho de 2013, mas vinham de muito antes, através de organismos não governamentais, instituições populares ou não, tais como OAB, CNBB, cobrando do atual governo as prometidas reformas institucionais. O Brasil, depois da estabilidade econômica, a partir de 1994, vem necessitando melhorar os seus institutos. Em primeiro lugar, necessita de uma verdadeira reforma política. Não daquela que está ainda em discussão no Congresso, chamada de minirreforma, discutindo basicamente os financiamentos de campanha. Existem 32 partidos políticos no Brasil onde os seus representantes batem cabeça. Em decorrência eles disputam 39 ministérios. Uma máquina pública pesada e custosa. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, que existe há mais de quatro décadas, entre 148 países, ranqueando do melhor (1º) para o pior (148º), o País ocupa o 136º lugar do mundo de confiança nos políticos. Em segundo lugar, é fundamental uma reforma tributária.

22/03/2014 - PRIMEIRA PESQUISA DO IBOPE

A primeira pesquisa para eleições presidenciais em outubro foi divulgada esta semana. A presidente Dilma tem 43% das intenções de voto e 21% de pontos de vantagens sobre os principais adversários, conforme o IBOPE. Aécio Neves (PSDB) aparece com 15%. Eduardo Campos (PSB) vem em terceiro com 7%. É bom referir-se aos 20% de votos que a Marina Silva (PSB) da última eleição que ainda não aparece, no todo ou parte deles (o mais provável) a Eduardo Campos, visto que ainda não compôs chapa com ele. Marina Silva vem perdendo terreno nas simulações desde o mês de outubro. Aécio Neves cresceu 1%, aguardando-se o ingresso de FHC para reforçar sua provável campanha. Mediante tal resultado a presidente Dilma venceria no primeiro turno as eleições, no caso de ela ter sido realizada nesta semana. Em relação à pesquisa anterior, feita em novembro passado o quadro é de estabilidade. O levantamento foi realizado antes da citação do nome da presidente no caso da Petrobras, que imprimiu nota à imprens

21/03/2014 - POLÍTICAS ECONÔMICAS DA ESTABILIZAÇÃO

A estabilidade da economia foi conseguida com o Plano Real, em 1994, depois de muitas tentativas, que tinham em comum a heterodoxia, isto é, a intervenção do governo na atividade econômica, criando ou privatizando estatais, mas tendo ação proativa nos dois tipos de investimento, tanto na infraestrutura (em tese, multiplicativo) bem como na produção (em tese, efeito acelerador). Após 1994, mesmo mantendo as suas estatais estratégicas, mas privatizando aquelas que não tinham tais características, fazendo parcerias público-privadas, a política econômica se espelhou nas principais ações adotadas pelos países de economia estabilizada, que fixaram três principais bases, desde 1991, também chamadas de tripé do sistema econômico: 1) política monetária, mediante adoção do sistema de metas de inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional e executado pelo Banco Central; 2) política cambial de mercado livre, mas de intervenção “suja” do Banco Central, comprando quando o dólar estiver

20/03/2014 - ELE SABIA DO DINHEIRO

Assim que detonou o escândalo de que o PT, em 2005, após denúncia do deputado Roberto Jefferson, para o qual o ex-presidente Lula declarou que assinaria um cheque em branco, mas o PT, que vinha lhe dando dinheiro para o seu partido PTB, começou a falhar, isto desde 2003, quando o PT passou a fazer uma base aliada para votação de seus projetos no Congresso, comprando os congressistas com dinheiro vivo, chamado de “mensalão”, o ex-presidente Lula declarou que nada sabia. Depois, em 2006, reformou sua declaração que, ao ficar sabendo pelos jornais de todo o esquema, tinha sido traído por quem executou o projeto de permanecer no poder por, pelo menos, 20 anos. Resultado: 40 pessoas foram julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no maior julgamento daquele egrégio da história, tomado o nome de Ação Penal 470, somente chegando ao fim agora, neste início de ano, sendo 25 pessoas condenadas. Foram aproximadamente oito anos para julgar aqueles que tinham foro privilegiado, autoridades

19/03/2014 - CRECHES DE PLÁSTICO

Muitas das promessas de campanha da presidente Dilma não estão sendo cumpridas. Uma de cunho popular irá ser centro de debates: a promessa de construção de 6 mil creches em quatro anos. De 2011 até o final de 2013, apenas 1.103 creches haviam sido construídas. Outras 4.697 estão na longa fila burocrática, mediante obras paralisadas. A solução encontrada pelo Ministério da Educação seriam as operações seriam contratadas, no âmbito do FNDE, Programa Proinfância, sendo o “método inovador”, dado que as creches seriam entregues de forma pré-moldada. Para tal seriam de plástico. Segundo o Instituto dos Arquitetos do Brasil a construção leve e sem base pode não resistir a fortes chuvas e enxurradas. Não terão fundações profundas, as paredes serão feitas de chapas “sanduíche” de plástico PVC e fibra de vidro. Praticamente soltos no solo, os prédios escolares só poderão ficar em terrenos planos. As creches também devem ficar em área totalmente afastadas das grandes árvores ou encostas, j

18/03/2014 - JUROS PRATICADOS

A taxa de juros é a remuneração do capital. Em tese, os juros de mercado são livres, para quem quer emprestar e para quem quer tomar empréstimos. No curso da história existe uma polêmica do que seria justo, ao ponto de existir a lei da usura, para combater em todas as épocas os exageros. No Brasil, os juros atualmente são livres e administrados pelo governo, estando o Banco Central na sua atenta observação. Na verdade, o maior devedor nacional é o Tesouro, que fixa a taxa básica de juros, a SELIC, àquela que serve para remunerar os títulos da dívida pública prefixados. Por seu turno, trata-se de uma taxa muito abrangente, sendo a maior referência dos juros brasileiros, estando hoje fixada pelo Banco Central em 10,75% anuais. O comum é que as taxas de juros dos empréstimos sejam no mínimo a SELIC. Os bancos praticam taxas muitas vezes acima dela, principalmente os bancos privados. Os bancos públicos têm menores taxas de juros, havendo em especial até linhas de crédito com juros subs

17/03/2014 - LOBISMO

  Nos países ricos o lobismo é legal. No Brasil, o lobby não é legal, mas existe. Nos Estados Unidos existe uma comissão legalmente formada pelo Congresso, que examina diferentes tipos de projeto, aprovando os melhores, conforme apresentação de lobistas. No Brasil, por exemplo, o ex-ministro da Fazenda do governo de Lula, deixou o governo sobre denúncias de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, para pressioná-lo, quanto ao movimento desproporcional em sua conta corrente, que era tudo legal, o qual denunciara a presença constante dele em uma mansão em Brasília, onde aconteciam festas patrocinadas por lobistas, em 2006.   Afastou-se do governo federal. Naquele ano, Palocci fundou a empresa Projeto. Em 2011, voltou mais forte, como ministro da Casa Civil do governo Dilma, mas denunciado pelo jornal Folha de São Paulo, por ter comprado apartamento de R$6,6 milhões, sinal de patrimônio incompatível com a sua renda. Sem ter demonstrado como ganhou tal dinheiro,

16/03/2014 - ESTRESSE PRÉ-COPA

O maior consumo de energia pela indústria na produção de bens para a Copa do Mundo de Futebol está trazendo um estresse nacional. A indústria está antecipando a produção, pretendendo até maio realizar seus negócios. Há toda uma problemática hidráulica neste ano, sendo baixo o nível dos reservatórios e há previsão de poucas chuvas para o atual período de seca, que se estende até setembro. O clímax do estresse será atingido se não houver alternativa que não seja o racionamento. Na semana passada houve uma manifestação popular contra a realização da Copa de Futebol aqui, reunindo 1.500 pessoas. Antes já tinha havido outras da espécie sobre a mesma tônica. Isto também já faz parte do estresse. Infelizmente, tais expectativas são inflacionárias, visto a elevação de custos produtivos, transmitidos para os preços. A atual gestão econômica continua inflexível quanto a realizar as necessárias reformas, turbinando o grau de insatisfação dos empresários. A Copa do Mundo é um momento de

15/03/2014 - ENERGIA CRIATIVA

A gestão econômica do governo Dilma vem sendo desacreditada pelo “disse não me disse”. Isto é, uma hora fala uma coisa, outra hora volta atrás, falando outra. Assim, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, depois de ter sido criticado pelo Financial Times como executor de uma contabilidade “criativa”, para cumprir parte do superávit primário, por três anos, agora, no quarto ano de governo, declarou que em 2014 não haveria nenhum artifício. O dito recuo representou o fato de que ele tinha feito uma armadilha, caindo tão mau que as agências de risco se referiram na possibilidade de rebaixar a nota brasileira. Em decorrência, dias depois, a bolsa de valores vem em declínio continuado. Ontem recuou para cerca de 44 mil pontos, a menor cotação desde 2009. Neste ano existe uma escassez energética, pela ausência de chuvas, o que forçou o forte uso de termelétricas, muito mais caras. O megawatt-hora passou da casa dos R$200 para o teto de R$822,00 (mais de quatro vezes). O ônus calculado

14/03/2014 - PREVISÃO DA FIESP

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) é o órgão que congrega os sindicatos industriais mais poderosos do Brasil e da América Latina. Desempenhou e desempenha papel ímpar nas interpretações da sociedade brasileira. Por seu turno, é detentora de maior notoriedade empresarial desde 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a presidência da República, instaurando a “proteção” da indústria nacional via substituição das importações. Isto é, o País tinha sua industrialização proibida desde 1703, pelo Tratado de Methuen, situação que remanesceu até 1930. Tendo em vista retirar parte do grande atraso manufatureiro em relação aos países avançados, o processo de substituição de importações se tornou rápido e efetivo. Dessa forma, em 1985, o setor industrial chegou a corresponder a 27,5% do PIB. Porém, por falta de competitividade, veio definhando, estando hoje em 13% do PIB, menor participação do que tinha antes do grande governo desenvolvimentista de JK, quando o setor manufatu

13/03/2014 - SEMELHANÇAS DE GESTÃO

O provável candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, partiu para a ofensiva contra seus dois também prováveis adversários na eleição de outubro, Aécio Neves (PSDB), como possível herdeiro de dois governos de FHC, Dilma Rousseff (PT-PMDB), no caso de ser reeleita, mostrando o ponto comum entre ambos, de que FHC jogou para baixo do tapete a sujeira do primeiro mandato, ingressando em crise no segundo. Já Dilma está deixando o seu maior problema econômico, de pífias taxas de crescimento, menores até do que as de FHC, gestado também no primeiro mandato dela, para “explodir” no seu provável segundo mandato. Em suma, concluiu Campos que FHC (Aécio por tabela) e Dilma não poderiam possuir a necessária competência para o desenvolvimento sustentável. Mas, com isso, ele não está dizendo “volta, Lula”. Apresenta-se como candidato, nem Lula, nem Dilma disseram nada, porque isso poderia fortalecê-lo. No cerne da disputa eleitoral está a problemática econômica. O an

12/03/2014 - PERDA DE VALOR EM BOLSA

O valor de mercado é calculado pelo preço da ação em bolsa de valores multiplicado pelo total de papéis que a companhia negocia, conforme autorização da Comissão de Valores Mobiliários no Brasil ou de órgão similar das bolsas de valores mundiais. A cotação da ação se traduz na confiança do investidor sobre a empresa. No caso brasileiro, a BOVESPA se encontra bastante depreciada, por volta de 45 mil pontos. No auge da última crise capitalista, a partir de 2008 estiveram em torno de 37 mil pontos. Dessa maneira, as perdas enormes refletem o quanto se deterioraram os fundamentos da economia brasileira. Basta ver que, no ano passado, entre as 500 maiores firmas do mundo, quatro das dez que mais perderam valor de mercado no exercício são brasileiras, conforme publicação recente da Folha de São Paulo. A Petrobras obteve o pior resultado das elencadas, perdendo 34% do seu valor em bolsa. A queda só não foi pior do que a do banco espanhol Bankia, de 51%. A Companhia Vale quedou-se 29,6%

11/03/2014 - FRIBOI

Perto de um ano tem havido a enxurrada de propaganda do maior frigorífico nacional, o FRIBOI, utilizando-se de Tony Ramos, ator de grande credibilidade. Divulgou a empresa que suas vendas se elevaram em 30%, basicamente no mercado interno, visto que continuou sendo a maior exportadora mundial de carne bovina. Agora, vêm ainda mais forte, dentre outros artistas globais, com Fátima Bernardes, Ana Maria Braga e Roberto Carlos. Os gastos intensos de propaganda em carne confiável, para consumo doméstico, antes nunca tentado, levam à especulação de que haveria retração nas vendas internacionais, assim como a empresa precisa faturar muito, tendo em vista pagar os financiamentos concedidos pelo BNDES, em valor informado de R$20 bilhões. Ocorre que tais recursos pagam taxas de juros subsidiadas, cerca de 3,5% ao ano, quando o Tesouro Nacional, que é quem tem reforçado o caixa do BNDES, paga, no mínimo a taxa SELIC de 10,75% anuais, de dinheiro captado no mercado financeiro. Recente episó

10-03-2014 - AUTO ABASTECIMENTO

O auto abastecimento nos postos de combustível é prática há décadas nos Estados Unidos e na Europa. Trata-se de modelo de eficiência, à semelhança dos populares supermercados. Entretanto, referida prática é proibida no Brasil, por lei federal, de janeiro de 2.000. Naquele ano o desemprego era acima de 11% da população economicamente ativa. Até se entendia que se perseguisse tal objetivo. Porém, hoje o desemprego no Brasil está em 5,4%. Não está sendo fácil recrutar esse tipo de mão de obra, principalmente pelo agravante aumento dos assaltos aos postos de gasolina no País, tornando muito difícil contratar frentistas. O varejo de combustíveis emprega mais de 500 mil frentistas. Faltam trabalhadores em vários lugares. As distribuidoras alegam que se o autoatendimento fosse aqui realizado, haveria redução de vinte centavos por litro em média, em São Paulo. A economia por tanque de um carro popular seria de dez reais. Um serviço automatizado, mais seguro, mais econômico, já dev

09/03/2014 - GRUPOS DE EMERGENTES

A Organização das Nações Unidas identifica a existência de cerca de 200 países, classificados em três grandes conjuntos. Os ricos, capitalistas maduros, com renda per capita acima de US$40 mil, compreendendo sete gigantes em acumulação de capital. Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá e Itália. Os emergentes, pelo menos treze são assim considerados, aspirantes a ricos. Dessa forma, vinte países estão em progresso diferenciado. Já 180 países a grande maioria é de pobres. Nestes 180 países existem ricos, tais como Suécia, Suíça, dentre outros. Mas, países de pequeno território. Voltando aos emergentes, quatro grupos podem ser detectados. A ordem abaixo vai dos melhores para os que hoje estão em dificuldades, além da redução do investimento estrangeiro direto. Grupo 1 – China, Coréia do Sul, Hungria, Eslovênia. O perfil de referidos países é de exportar manufaturados. Como registram superávit nas contas correntes externas, são capazes de se autofinanciar e

08/03/2014 - POLÍTICA ECONÔMICA EXTERNA

O Brasil tem o sétimo PIB do mundo e ocupa o 22º lugar nas transações internacionais. Quer dizer, o mundo se reúne com os países líderes, antes chamados G-7, quando incluíam as potências aliadas ao uso de artefatos nucleares, caso precisassem ser utilizados em conflitos bélicos, sendo elas: Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália.   Depois do fim da União Soviética (1992), tornou-se G-8, incluindo no G-7 a Rússia. Porém, em 2008, eclodiu a maior crise capitalista desde 1929, obrigando o G-8 a incluir os países emergentes, passando a ser G-20, o Brasil nele. Se o critério de inclusão fosse à participação dos negócios internacionais, o Brasil estaria excluído. Mas, os critérios foram os de PIB (em 7º) e o de população (em 5º). Em termos globais, o País tem mantido por décadas, a inexpressiva participação de 1% das transações mundiais, sendo hoje próximo de 2%. Muito pouco, para passar para o primeiro mundo, visto que está no segundo (depois da estabili

07/03/2014 - SEM EMPREGO POR OPÇÃO

As estatísticas mais precisas brasileiras são feitas pelo IBGE, de muitas décadas. No fim do ano passado, referido Instituto informou que apenas 5,4% da população economicamente ativa do Brasil estavam desocupados. Trata-se de uma das menores taxas da história somente comparável à década de 1970, quando o PIB brasileiro cresceu por volta de 10% por vários anos (em 1973 alcançou o pico histórico em torno de 14%), grande momento chamado de “milagre brasileiro”. Depois de 1980 o Brasil passou a ter PIB modesto, na faixa de 2% a 3%. Até que na primeira década do século XXI o PIB subiu para uma média histórica de 4%, durante a era Lula (2003-2010), quando no ultimo ano de 2010 foi incrementado em 7,5%. O desemprego em 2003 estava acima de 11% e a era Lula o trouxe para em torno de 6%. Ocorre que os anos da presidente Dilma, 2011 a 2013, até agora, o PIB foi de 2,7% em 2011; 1% em 2012; 2,3% em 2013. No entanto, o desemprego continuou caindo até os referidos 5,4%. Estaria a economia b

06/03/2014 - GASTOS EM FESTEJOS

O boletim Focus, publicação semanal do Banco Central, divulgado na segunda feira, ontem, após ouvir 100 analistas credenciados, elevou a projeção da taxa de crescimento do PIB deste ano, de 1,67% para 1,7%, mantendo a previsão da inflação em 6%. Nada a festejar na economia brasileira. O modelo permanece o mesmo. Mas, os gastos em festas do governo da presidente, ainda no seu terceiro ano, já suplantam os gastos do segundo governo do ex-presidente Lula em quatro anos. Em valores constantes, isto é, atualizados pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas, de 2007 a 2010, foram 153,4 milhões, enquanto o mandato atual já registra R$214 milhões, ultrapassando os oito anos de Lula, que custaram R$204,2 milhões. A distância é muito grande também para o segundo mandato de FHC (1999-2002) cujas festas custaram R$61,9 milhões. Enfim, o valor de R$214 milhões referidos será ainda turbinado pelos custos festeiros dos jogos da Copa do Mundo de Futebol. O agravante para a gestão de Dilma é que as

05/03/2014 - BAIXA PRODUTIVIDADE

Uma semana depois de divulgado o PIB do ano passado, de 2,3%, verificou-se que a poupança global sobre o PIB se reduziu de 14,6% para 13,9%. Já, para o investimento total de 18,4%, houve o ingresso de 4,5% de investimento externo. No momento em que o País se vê ameaçado de ver rebaixada a sua nota por agências de risco internacionais, a situação do PIB poderia piorar. Não melhorar, conforme disse no anúncio daquela taxa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tem errado quase sempre sobre dados macroeconômicos projetados. Hoje, os comentários pertinentes à macroeconomia, feitos pelo economista Alexandre Schwartsman, na coluna Opinião Econômica do jornal Folha de S. Paulo, traz à tona a continuidade da baixa produtividade brasileira. Assim ele se referiu: “A contrapartida do baixo investimento é o aumento não menos medíocre da produtividade. Tomada o valor de face, ela teria crescido 1,5% no ano passado, já que o produto aumentou 2,3%, e o emprego 0,7%. Ocorre que, se crermos

04/03/2014 - MINISTÉRIO DO TRABALHO

O ministério do Trabalho, nos três governos federais do PT foi entregue ao partido aliado PDT. Naquele órgão, instalou-se um esquema de propina para aprovar a criação de sindicatos em profusão. A gestão da presidente Dilma diz não tolerar casos de corrupção, para tanto mantém a Comissão de Ética da Presidência da República. Vários ministros saíram nos últimos três anos. O ministro do Trabalho anterior, Carlos Lupi, renunciou, depois de várias denúncias de propinas. O deputado Manoel Dias (PDT), assumiu em março de 2013. Continuaram as denúncias. Referida Comissão de Ética decidiu que suas explicações para aprovar sindicatos, sob suspeição, não foram convincentes. A revista Isto é, em 24 de janeiro, publicou entrevista exclusiva com a empresária Ana Cristina Aquino, denunciando ter pago R$200 mil ao advogado João Graça, homem forte de Carlos Lupi, agora assessor especial de Manoel Dias. Este, portanto, será investigado pela Comissão de Ética da Câmara. Hoje os jornais dão cont

03/03/2014 - VINTE ANOS DO REAL

No dia 25 de fevereiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e o tucanato solicitaram a pauta do Congresso para comemorar os 20 anos do Plano Real, lançado em 1994. Na verdade, como ano, completam-se duas décadas. No entanto, tratou-se de uma jogada política de lançar FHC como cabo eleitoral, que cumpriu dois mandatos, mas ficou de fora das três eleições seguintes para presidente da República, quando os candidatos tucanos perderam para os candidatos do PT, duas vezes José Serra e uma vez Geraldo Alckmin. Ao comemorarem duas décadas do plano econômico que estabilizou a economia brasileira, os tucanos levaram a luta contra a inflação para o centro da disputa eleitoral e, ao contrário das três referidas campanhas, lançaram FHC como peça importante das próximas eleições. FHC e o pré-candidato Aécio Neves afirmaram que o Brasil precisa de um choque de confiança, tentando resgatar eleitoralmente o sucesso do Plano Real. Na verdade, no final de fevereiro de 1994 foi lançada

02/03/2014 - REPRIMARIZAÇÃO

Uma prova evidente de que o Brasil realiza a “reprimarização” da sua economia é que o setor primário (agropecuário) cresceu 7% em 2013, enquanto o setor secundário (industrial) cresceu 1,3% e o setor terciário (serviços) cresceu 2%.   Devido às ponderações relativas o PIB brasileiro se elevou somente em 2,3%. Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade: “Isto é reflexo do quanto o agronegócio brasileiro anda bem. Acredito que se não fossem as chuvas fortes em algumas regiões e a seca em outras, poderíamos chegar a 10% de crescimento. Esta excelente taxa de crescimento deve-se ao resultado da safra no ano de 2013, que atingiu 186,9 milhões de toneladas. Nos 7% referidos, 4,85%, ou seja, R$234,6 bilhões do PIB representaram praticamente o total do agronegócio e os 2,15% representaram os restantes dos segmentos da agricultura e a pecuária domésticas, pesca, mineração e extrativismo internos. O grande destaque da agropecuária continua sendo a soja. Por

01/03/2014 - BATALHAS ECONÔMICAS

As batalhas econômicas são permanentes. A batalha do cotidiano é a monetária, onde o dólar corresponde a mais de 80% do meio circulante, o euro a cerca de 10%, a libra esterlina a quase 5%, o yen também a 5%. As demais moedas são praticamente de uso interno dos demais países. Portanto, para fazer valer seus interesses comerciais, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, manipulam suas moedas. Depois, as batalhas que se seguem são aquelas dos blocos de países formados, onde os acordos comerciais prevalecem, impondo tributos, subsídios e demais restrições negociais. O maior bloco é o Nafta, capitaneado pelos Estados Unidos, Canadá, México e Chile. O segundo grande bloco é o Mercado Comum Europeu, que nasceu em 1993. Seguem-lhe o bloco asiático, liderado pela China e pelo Japão. Depois a OPEP, para vir então o MERCOSUL. Este, além do menor deles, nunca se ajustou bem. Alguns países procuram realizar acordos bilaterais, tal como faz o Chile, mediante dezenas deles realizados com vária