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Mostrando postagens de novembro, 2023

EQUILÍBRIO FISCAL DESACREDITADO

  Mesmo depois de aprovada a reforma tributária pelo Senado, que deverá retornar à Câmara de Deputados, para aprovar ou não as mudanças do Senado, tendo a equipe econômica acreditado que será aprovada ainda neste ano, o equilíbrio fiscal continua desacreditado. Existe ainda o descrédito de ser aprovada a referida reforma neste ano. No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou a Proposta de Emenda Constitucional de Emergência, autorizando o novo governo federal a gastar mais de R$160 bilhões. Poucos meses depois o Congresso aprovou a lei do arcabouço fiscal, que invalidou a lei do teto de gastos.   De superávit primário do ano de 2022, passou a equipe econômica a realizar o déficit primário. O superávit primário é necessário para pagar pelo menos os juros da dívida pública. Havendo déficit primário, o governo federal tem que tomar emprestado no mercado financeiro, via crescimento da dívida pública. Isto impede que o governo federal tenha o grau de investimento, que é a capa

DUMPING

  O termo dumping deixou inúmeros estudantes adolescentes atordoados, ao constar de questão na prova do Exame do Ensino Médio (ENEM) da semana passada, que hoje conclui os testes finais com as ciências exatas. O termo dumping é de uso corrente no estudo da Economia Internacional. Significa a prática predatória de vender mercadorias abaixo do seu preço de custo, deslocando concorrentes. As empresas, estimuladas por seus governos, mediante redução de impostos, dando subsídios ou prêmios para exportação, visam ganhar mercados e destruir empresas domésticas. Muito difícil dizer que país não fez isto. O exemplo mais clássico é o da China. País que estava, no segundo quartel do século XX entre os de menores economias do mundo e hoje é o segundo maior país global, ameaçando a hegemonia dos Estados Unidos. A Índia segue semelhante caminho. Há muitos anos, quando se queria referir a um muito bom negócio se dizia “negócio da China”. Aquele país tem um regime autoritário há muitas décadas. Du

INFLAÇÃO DESACELEROU

  A inflação brasileira vem reduzindo o seu nível de crescimento desde o início deste ano. Assim, desde 1º de agosto que o Banco Central vem reduzindo a taxa básica de juros em 0,5%, em três reuniões consecutivas. A medida de política econômica adotada, de elevação da taxa SELIC, por um longo período, mostrou-se acertada e isso não aconteceu somente no Brasil, mas também nos países que têm banco central atuante, bem como ter iniciado o ciclo de baixa, quando a taxa inflacionária tenha convergido para o centro da meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).   A inflação como resultado da elevação geral dos níveis de preços, depois da pandemia do covid-19, considerada encerrada em 2021, desde aquele ano viu uma elevação da demanda agregada ao nível mundial. Na economia doméstica, em 2022, o PIB cresceu 5%, agora revisado pelo IBGE, para 4,8%. Porém, a força maior do recrudescimento inflacionário há cerca de dois anos se deveu à economia externa, visto as elevações d

INTERNET NO BRASIL

  A invenção da internet se deu para fins de estratégias militares, no primeiro quinquênio do século passado. Aquilo que era segredo passou a se tornar público. Ficou difícil ficar sem entender a inteligência artificial nesse mundo da internet, sem conhecer matemática economia. Aqui a referência principal é do professor Carlos Gentil da Universidade Federal da Bahia. Aqui, muitas vezes, se reproduz o conteúdo de artigos publicados na internet, mas visando testar o seu conjunto e ser um exercício cotidiano. Até meados da década dos anos de 1990, o acesso da internet era ligado principalmente aos meios acadêmicos, desenvolvido por professores, funcionários e alunos, sem deixar de ter uso da academia militar.     Dessa forma, em 2022, o Brasil passou a ter perto de 90% da sua população, em torno de 180 milhões de usuários da internet, conforme Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do ano passado. As plataformas que surgiram estão sendo sucesso atrás de sucesso. Os instrume

DESTRAVAR A ECONOMIA

  O Fórum Econômico Mundial, que se reúne, anualmente, há muitas décadas, em janeiro, define equipes de trabalho para promover estudos econômicos e sugestões de mudanças para o progresso, que produz relatórios variados durante o ano. O seu último relatório, apresentado ontem no Ministério do Desenvolvimento, indústria, Comércio e Serviços, enfatiza principais mecanismos para destravar a economia social. Dessa maneira, visando destravar a economia atual, com duas grandes guerras bélicas, a mais recente no Oriente Médio, a mais demorada entre Rússia e Ucrânia, a primeira com cerca de um mês de duração e a outra em direção a três anos de duração. As sugestões do referido Fórum são as de maior intervenção governamental, mediante suas compras, a criação de incentivos sobre a tributação, para financiamentos, e investimentos, tanto privados como sociais. São sugestões tipicamente keynesiasnas. O termo vem de John Maynard Keynes, que é o seu inspirador, ele que criou o livro-texto e clás

CONFIANÇA DO CONSUMIDOR SOBE PELA 5ª VEZ SEGUIDA

  A Associação Comercial de São Paulo contratou a consultoria PiniOn para fazer a mais atual pesquisa onde revelaria o atual estágio do Índice Nacional do Consumidor (INC). Pela quinta vez seguida, de junho a outubro, o INC se elevou e passou para 110 pontos. Quando acontece ultrapassar de 100 pontos o indicador ingressa no campo otimista, explicado pela sensação de melhora geral da situação financeira da população. O crescimento de outubro em relação a setembro foi de 4,8%. Em relação a setembro do ano passado o incremento foi de 11,1%. A pesquisa consultou 1.750 famílias, tanto nas capitais com em cidades do interior, revelando que houve aumento no INC em todas as regiões do País, à exceção do pequeno decremento dele que houve na região Norte. As classes A, B e C consignaram crescimentos mais significativos do INC. Porém, no global, todas as classes melhoraram de confiança no consumo, incluindo a esperança de continuar melhorando a situação futura dos brasileiros. O INC mediu t

LÓGICA DO AGRONEGÓCIO

  No dia 5, próximo passado, foi realizado o Exame do Ensino Médio (ENEM), que considera apto para ingressar nas universidades brasileiras, os alunos aprovados por notas classificatórias. A prova constou de 90 questões e trouxe uma questão bastante polêmica, criticando a “lógica do agronegócio” na região dos Cerrados, considerando de forma negativa a propriedade privada e, por via de consequência, “o modelo capitalista (que) subordina homens e mulheres à lógica de mercado”. Conforme o citado quesito: “No Cerrado, o conhecimento local está cada vez mais subordinado à logica do agronegócio. De um lado o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como universalização das práticas agrícolas e de novas tecnologias e, de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica de mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a ‘pragatização’ dos se

PROJEÇÕES CONJUNTURAIS

  Desde o ano 2.000 que o Banco Central publica semanalmente as projeções do mercado financeiro, consultando 100 especialistas, dentre os mais acreditados sobre a economia brasileira. Nesta semana, as projeções das medianas quase nada se alteraram em relação as estimativas da semana passada. A expectativa sobre a inflação para 2023 ficou inalterada, em 4,63%. Para 2024 e 2025 a previsão continua sendo de 3,50%. O cenário esperado par o valor do dólar comercial continuou em R$5,00 no final deste ano e R$5,05 para o final do próximo ano. O relatório de mercado em referência trouxe a projeção para a taxa básica de juros, a SELIC, pela 13ª semana consecutiva como estável em 11,75% no fim do ano e de 9,25% no final do próximo exercício. A estimativa das medianas das instituições financeiras para o PIB deste ano continuou em 2,89%. Para o ano que vem se manteve em 1,50%.

FORÇA DE TRABALHO

FORÇA DE TRABALHO A força de trabalho de um país é a população economicamente ativa. Em outras palavras, pessoas que podem e devem trabalhar, sem estarem sem emprego formal ou informal. Trata-se de pessoas acima de 14 anos e abaixo de 60 anos. No ano de 2020 se deflagou a pandemia do vírus covid-19, quando se adotou a prática do isolamento social. Vale dizer, elevação de níveis de desemprego, além de redução brusca da atividade econômica. Foi um efeito mundial, causando redução da força de trabalho para mais de 65% da população. Agora, a recuperação ainda não melhorou muito e a força de trabalho está em 61,6% dos brasileiros. Esta esteve, no último trimestre de 2019, em 63,6%. Quanto menor o nível de pessoas na força de trabalho, menor a taxa de desemprego formal, hoje estando em 7,7%, conforme o IBGE.

JUROS REAIS VOLTARAM A SEREM MAIS ALTOS

  Mesmo com a queda dos juros nominais, representado pela taxa SELIC, de 12,75% para 12,25% ao ano, sancionada pela reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, os juros reais brasileiros passaram a serem considerados os mais altos do mundo, estando hoje em 6,90%, superiores aos juros mexicanos, que estão em 6,89%. Os juros reais são os juros nominais descontada a taxa inflacionária. Nos Estados Unidos os juros nominais ficaram estáveis, no mesmo dia da reunião do COPOM, dia 1º, na faixa de 5,00% a 5,25%, os chamados Feds funds. Em seguida, os juros nominais do Reino Unido ficaram estáveis em 5,25%. Os juros do Banco Central Europeu ficaram também em 4,00%. Juros nominais assim são raros nas economias desenvolvidas. As expectativas são de bom crescimento neste ano, para a economia global, mas de crescimento decrescente no ano que vem na economia mundial. As razões continuam sendo quanto às expectativas de elevação dos preços do barril do petróleo pelo globo ter

PROJETOS DO CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

  O jornal O Estado de São Paulo (Estadão) divulgou ontem decisões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que relacionou 17 projetos de execução em 24 meses, através de consulta pública, visando reduzir o “custo Brasil”, identificado como um conjunto de disfunções sociais que impossibilitam ou dificultam negócios, encarecendo produtos e serviços, retraindo investimentos, não melhorando a produtividade e a criação de empregos.   Já existia no País o movimento Brasil Competitivo, presente principalmente na Federação das Industrias de São Paulo, que muito subsidiou o CNDI, comparando certas empresas brasileiras com aquelas europeias da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), quando ficou claro que o chamado custo Brasil eleva as despesas médias das empresas nacionais em cerca de 20%. Conforme o Estadão, “Seis fatores respondem por mais de 80% desse custo. Só ônus da mão de obra – composto pelas deficiências do capital humano, encargos trabal

RETRATOS DOS MUNICÍPIOS EM 2022

  Em princípio, a situação dos retratos dos municípios brasileiros parece de dificuldades no ano passado. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) tem seu indicador de Gestão Fiscal, cuja divulgação deu conta de que 33% deles não tinha recursos próprios para se manter em 2022, no que se refere aos gastos da Prefeitura e Câmara Municipal, além do que 40% deles se encontravam em situação de dificuldades financeiras. Os técnicos da FIRJAN examinaram 5.240 municípios dos 5.568 deles, que prestaram as contas de 2022, segundo a lei de responsabilidade fiscal, ou seja, mais de 94% deles, bem próximo do percentual máximo estatístico, onde residem 97,1% dos brasileiros, conforme dados do ano de 2022. Ficaram de fora 328 municípios que apresentaram dados inconsistentes. O indicador da FIRJAN levou em consideração quatro fatores: autonomia, gasto com pessoal, liquidez e investimento público. Os escores para cada item variaram de zero a um, aplicados nos dados pesquisado