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Mostrando postagens de janeiro, 2018

01/02/2018 - BRASIL UM DOS CINCO DESIGUAIS

Sabia-se que Brasil era um dos 10 países mais desiguais do mundo, num rol de 200. Estudo atual do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), publicado pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelou que a parcela de 1% mais rica do País concentra cerca de 23% do total da renda dos brasileiros. A desigualdade de renda no Brasil está muito acima dos padrões internacionais. O IPEA analisou 29 países, mostrando que o País está no grupo de cinco nações em que a parcela mais rica da população recebe mais de 15% da renda nacional. A proporção do total da renda recebida pelo 1% mais rico dos países observados está na faixa de 5% a 15%, em 24 deles. Os outros quatro são aqueles que estão acima de 15%, como é o caso brasileiro. O exame do IPEA foi efetuado antes da recessão de 2014-2016. Assim, entre 2003 a 2013, o País conseguiu retirar 29 milhões pessoas da pobreza. Porém, em prolongamento d

31/01/2018 - POLÍTICA FISCAL – REGRA DE OURO

Pela regra de ouro do orçamento, o governo federal não pode gastar mais do que faz de investimentos em infraestrutura. Quando o gasto ultrapassa as necessidades de gastos gerais e de inversões, o governo central se socorre com endividamento e este é aprovado pelo Congresso Nacional. O artigo 167 da Constituição estabelece que o governo só pode se endivida para financiar despesas de capital ou refinanciar a própria dívida, regra de ouro que o orçamento tem que obedecer. Desde 2014, quando o País entrou em recessão, naquele segundo trimestre, a economia brasileira apresentou déficit fiscal, depois de 16 anos consecutivos de superávits primários. Cada déficit estimado tem que ser aprovado pelo Congresso, a fim de obedecer à lei de responsabilidade fiscal. A aprovação da insuficiência é o reconhecimento de que a economia declinou como nunca. Quanto à lei que instituiu a regra de ouro, o governo atual tem revelado que cada vez mais está reduzindo a suficiência. Em 2017 fora de R$28,8

30-01-2018 - CRISE NÃO MELHOROU TAXA DE POUPANÇA FAMILIAR

Era de esperar-se que, na medida em que a confiança do consumidor recuou, de que o investimento também recuou e veio forte recessão, de 2014-2016, a taxa de poupança das famílias aumentasse. Mas o SPC-Brasil pesquisou entre os tomadores de crédito e chegou à conclusão que a crise não ensinou nada financeiramente ao brasileiro. Ou seja, 8 em cada 10 consumidores não conseguiram fechar as contas somente com o orçamento. Na verdade, no rol pesquisado, os consumidores têm poupança negativa, não só porque recorrem ao crédito como muitos ficam inadimplentes. Era também de esperar-se que houvesse comedimento na tomada de crédito devido aos juros altos. Mas, não. Continuam as famílias recorrendo principalmente ao cartão de crédito, carecendo de educação financeira. “O hábito faz o monge”, conforme ditado popular. Na verdade, querer que o consumidor seja racional só na teoria econômica pura. No livro “Rápido e devagar. Duas formas de pensar”, o prêmio Nobel de Economia, Daniel Kannemann,

29/01/2018 - O MERCADO MUDOU E NÃO SE TEM AINDA BOM CANDIDATO

O chamado mercado de forças produtivas, conduzido pelos grandes capitalistas nacionais, não vê em Lula, ora condenado em segunda instância, como o presidente que iria realizar a gestão bem sucedida da década passada. Antes mesmo de ser eleito, em 2002, ao fazer compromisso com os empresários de que respeitaria contratos, o mercado gostou muito de sua atuação, mesmo engolindo o “mensalão”, quando o aliado Roberto Jefferson denunciou o esquema de compra de parlamentares para ter maioria no Congresso. Lula foi reeleito, em 2006. Ficou claro que a bancada ruralista e os patrimonialistas, em geral, ganharam muito com ele. No segundo mandato (2007-2010), criou a “Nova Matriz Econômica”, quando estimulou a criação dos “campeões nacionais”, mediante crédito farto do BNDES, bem como fortaleceu o Estado na economia. O seu bom desempenho econômico em oito anos, PIB se levando em média 4% anuais, fizeram a maioria do povo brasileiro, segui-lo e de eleger Dilma. Dilma reforçou a citada “matr

28/01/2018 - ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS TEM PEQUENO CRESCIMENTO

Depois de três anos de receitas governamentais em queda, a arrecadação de tributos em 2017, devido a forte recessão, a saída do poço apresentou incremento tímido dela, de 0,59%, acima da inflação. Conforme dados da Receita Federal, a União recolheu R$1,36 trilhão em 2017, sendo o maior valor desde 2015. Credita-se ao aumento a fraca recuperação da economia, estimada por volta de 1%. O PIB crescerá mais do que a elevação das receitas tributárias. Por que? A resposta é clara.   A forte recessão de 2014-2016 levou aos empresários, de uma maneira em geral a agir da seguinte maneira: em primeiro lugar pagar os funcionários e os encargos trabalhistas; em segundo, pagar aos fornecedores; em terceiro pagar as despesas gerais; em último lugar, pagar o Fisco. Isto porque é elevada a carga tributária no Brasil e os empresários pressionam o governo para reduzir os tributos. A Receita se refere a 32%. Mas, a citada cobradora não arrecada todos os tributos do País. Ficaram de foram os tributo

27/01/2018 - DÍVIDA PÚBLICA SOBE 14% EM 2017

A dívida pública federal inclui a dívida interna e a dívida em moeda estrangeira, subindo 14% em 2017 e bate mais um recorde. Em princípio, isto é de uma enorme discrepância, vez que o PIB está estimado em ter crescido 1% no ano passado. A Secretaria do Tesouro Nacional declarou que seu valor alcançou R$3,55 trilhões. Para a dívida interna foi registrado um incremento de 14,43%, no valor de R$3,43 trilhões, correspondendo a 96,62% do total. Para a dívida externa se registrou uma queda de 0,09%, para R$123,78 bilhões, correspondendo a 3,38% do total. Até o final do século passado, ou seja, quase quatro séculos, a dívida do Brasil era em sua grande maioria de capitais externos. Assim, havia grande dependência ou até mesmo obediência aos capitalistas internacionais. Até os governos de FHC havia grande exposição cambial. Isto quer dizer que havia possibilidade quase que imediata de ataque externo à moeda local. Contudo, foi-se formando um colchão de reservas externas, hoje na casa de

26/01/2018 - MEDOS QUE ADVEM DA RECESSÃO

Olhando as classes sociais: os pobres temem o desemprego e a recessão de 2014-2016 trouxe o desemprego até o início de 2017, deixando 14 milhões de pessoas sem emprego, a maioria de pobres, sem carteira assinada, a uma taxa perto de 13% da população economicamente ativa, de mais de 100 milhões; os subempregados aumentaram sensivelmente e se agarraram a muitas atividades de serviços de rua e de abrir pequenas portas para sobreviver; a classe média recuou, como os outros, no seu consumo mais ainda, tendo na verdade adiado a compra da casa própria, a troca do carro usado por novo, viagens, turismo e outras formas de lazer e de pretensa luxúria; os capitalistas, mediante a grande queda do consumo, engavetaram seus projetos, reduziram sua produção, reduziram suas margens de lucro, se ainda a tinham. Ou seja, em cerca de 11 trimestres de recessão no período de abril de 2014 a dezembro de 2016, os medos criados, além de postergarem a dinâmica da economia, têm reagido lentamente, prolon

25/01/2018 - MERCADO REAGE CONTRA PRÉ-CANDIDATURA DE LULA

A teoria econômica tem como base as leis de mercado, da oferta e da procura. Simplificando, chama-se de mercado a reação dos capitalistas à execução do poder executivo. Assim, desde que se reconquistou a democracia, que Lula se candidatou à presidência. Perdeu três eleições consecutivas (1989, 1994, 1997) porque apregoava a maior intervenção do Estado nos mercados, inclusive fazendo auditorias em contas públicas e no balanço de pagamentos, num claro sentido de que não iria respeitar contratos. Na sua quarta proposição à presidência da República, o dólar disparou para R$4,00, em 2002 (nem agora, 16 anos depois o dólar está próximo de 4 reais; está mais próximo de 3) e o mercado reagia contra ele. Então, Lula fez uma “carta aos brasileiros”, em meados de 2002, comprometendo-se a respeitar contratos. Foi eleito e cumpriu promessas. Foi tão ortodoxo no seu mandato, mais do que FHC em seus oito anos de poder. No seu segundo mandato, passou a ser cada vez menos ortodoxo. Porém, tinha

24/01/2018 - COMBATE À POBREZA E À DESIGUALDADE

O assunto econômico dominante da segunda feira foi a pesquisa de organização internacional de combate à pobreza e desigualdade, ONG Oxfam, que divulgou neste início de semana que, mesmo em cenário de crise econômica, o Brasil ganhou no ano passado 12 novos bilionários. Agora o País tem 43 bilionários. No mundo atual atualmente existem 2.043 bilionários, sendo que nove entre dez deles são homens. O estudo mostra ainda que o patrimônio somado dos bilionários brasileiros alcançasse R$549 bilhões no ano passado, revelando crescimento de 13%, em relação a 2016. O trabalho mostra que cinco bilionários brasileiros tem patrimônio equivalente a 50% da população nacional. O relatório se antecipou em um dia a reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Para aqueles que pensam não haver maior surpresa mundial, houve sim. Toda a riqueza gerada no mundo em 2017, 82% ficou com 1% da população mundial. O levantamento demonstra que o aumento do número de bilionários em 2017 seria

23/01/2018 - RECORDE DO DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO

O mega déficit da Previdência Social tem sido apresentado desde, pelo menos 2003, como fortemente crescente. Estava em 1,5% do PIB, naquela época. Atingiu o seu recorde em 2017, de 2,8% do PIB. O déficit em referência é a diferença entre a arrecadação nas folhas de pagamentos de empregados do setor privado, contribuições patronais e as dos servidores do setor público. A reforma da Previdência tem sido um parto difícil. FHC só conseguiu uma parte. Lula outra. Dilma nada. Temer está tentando aprová-la em final de fevereiro, para vigorar a partir de março deste ano. Tanta celeuma para uma reforma que só vai ser plena nas idades de aposentadorias em mais 20 anos. De imediato serão exigidos 53 anos para as mulheres e 55 para homens, em idades mínimas de aposentadorias. Progressivamente, até 2038 se terá a combinação de 62/65 anos, respectivamente. O reflexo deste ano será de uma economia de R$8 bilhões, em nove meses. A Secretaria da Previdência Social informou ontem que o défi

22/01/2018 - 48º FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

Pela 48ª vez se reunirão em Davos, na Suíça, o Fórum Econômico Mundial, perante a participação recorde de 70 chefes de Estado de todos os continentes, além de 3 mil executivos, líderes internacionais e outras personalidades. O presidente Michel Temer se fará presente e anunciou que irá para principalmente captar recursos para investimentos no Brasil. Durante cerca de meio século a ideia de globalização financeira foi à tônica das reuniões para as elites das finanças internacionais. Um mundo sem fronteiras para o capitalismo, mediante abertura de mercados mundiais. A edição completa enfatizará que o mundo se libertou da segunda maior crise capitalista da história, desde 2008. O mundo voltou a crescer bem, em média geral. Porém, o globo está preso a uma crise social. Os organizadores e o fundador do evento, Klaus Schwab, irão insistir de que o mundo precisa de um novo contrato social ou de que as fundações da sociedade sejam refundadas, haja vista que a prosperidade não tem sid

21/01/2018 - MONITOR DO PIB

A Fundação Getúlio Vargas calcula o Monitor do PIB, que cresceu 0,3% em novembro perante outubro. No trimestre móvel encerrado em novembro a alta foi de 0,6% ante o trimestre móvel terminado em agosto. De dezembro de 2016 a novembro de 2017 a economia cresceu 0,8%, Na taxa acumulada de 12 meses. Antecipando ratificar as previsões de que o crescimento de 2017 alcance mais de 1%. Os destaques em novembro foram o crescimento do consumo das famílias de 4,2% e na formação bruta do capital fixo de 4,9%, perante outubro. Quer dizer que estão voltando as confianças dos consumidores e dos investidores, fortemente, de um mês para o outro (de outubro para novembro). O setor agropecuário impulsionou o desempenho positivo da taxa acumulada em 12 meses encerrados em novembro. O setor industrial teve leve recuo, de 0,1% no período em referência. O setor de serviços cresceu 0,1%. O PIB de 2017 será anunciado pelo IBGE no final de março, como faz tradicionalmente. O Monitor citado antecipa

20/01/2018 - BOLSA FAMÍLIA, RETORNO AO ASSUNTO

O primeiro relatório amplo e conhecido pela Controladoria Geral da União (CGU), das 14 milhões de famílias beneficiadas, 2,5 milhões de famílias, por volta de 18% possuem registros de “inconsistência cadastral”. De chofre, foram identificados 346 mil cadastros fraudados. O que é isso? As famílias falsificaram a declaração de informação de renda no momento do cadastro. Destas, 297 mil teriam renda subdeclarada entre meio a um salário mínimo; e 34,9 mil teriam renda subdeclarada entre um e um salário mínimo e meio. Parece que é necessário colocar a limpo qual o real propósito de distribuir “bolsa família” a “torto e a direito”. Um programa relativamente barato, custando hoje 0,5% do PIB e atingindo 14 milhões de famílias ou mais de 40 milhões de pessoas. Um exército de votos. O mundo inteiro reconhece, sendo a ONU a sua porta voz, como é importante um programa deste, criado no Brasil e exportado para o globo. Até se acredita que o objetivo final de “ajudar” os mais pobres é meritó

19/01/2018 - DESTAQUES DA REVISTA EXAME EM 50 ANOS

A revista Exame, da quinzena passada, às p. 24/25, em artigo intitulado “Um novo olhar sobre o Brasil”, refere-se à exposição “Examinando o Brasil”, de 16 de dezembro a 4 de fevereiro, no Shopping JK Iguatemi, São Paulo, em quatro pontos, conforme seu texto. “1. A transformação demográfica. Uma das atrações da exposição é um totem batizado de Espelho Demográfico. O visitante gira o dial e pode fazer uma análise interativa de como o Brasil mudou nas últimas cinco décadas, com base em dados demográficos. Entre outras informações, o totem interativo mostra que, em 50 anos, a população brasileira passou de 88 milhões para 208 milhões de habitantes. O País se tornou mais urbano, a proporção de jovens diminuiu enquanto a de idosos cresceu, a expectativa de vida aumentou, a mortalidade infantil diminuiu, o PIB per capita triplicou e as mulheres ampliaram sua presença no mercado de trabalho – mas elas continuam ganhando menos do que os homens. 2. O troca-troca de moedas em cinco décadas

18/01/2018 - PENDURICALHO É BURLA DA ECONOMIA

Penduricalhos são os nomes dos adicionais que os políticos federais, estaduais e municipais criaram para elevar seus salários, que se transformaram, assim, em vencimentos. Os penduricalhos são adicionais de salários que não pagam imposto de renda. Afinal, os legisladores sempre fizeram leis em causa própria. No Brasil, ninguém pode ganhar mais do que um ministro do Supremo Tribunal Federal, cerca de R$33,7 mil mensais. No entanto, com os penduricalhos há funcionários públicos, como os magistrados, que chegam a ganhar por volta de R$500 mil por mês. O penduricalho é um engenhoso mecanismo processual para senadores, deputados, vereadores, desembargadores, juízes e outros tantos mais. Aqui somente vai se abordar o auxílio-moradia. Vergonhas como o auxílio-palitó, selos para correspondências, diárias em motéis (no exterior motel é hotel de estrada), combustíveis, carro ou aluguel deles. Enfim, inúmeros outros. Causa espécie como é que autoridades, que se propõem dignas se pass

17/01/2018 - IMUNIDADES E ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS ACIONADAS

O cidadão paga tributos diretos e indiretos. Diretos, tais como o desconto mensal do imposto de renda na fonte, cuja defasagem da tabela progressiva atinge 88%, IPTU, IPVA, taxas, dentre outros. Nos bens e serviços paga impostos indiretos, IPI, ICMS, dentre muitos outros, sobre os quais desconhece porque as empresas ainda não fornecem os valores embutidos nos preços. Em inúmeros serviços pagam mais variadas taxas. As empresas também pagam inúmeros tributos. Ocorre que existem órgãos empresariais, mesmo alegando que não são empresas, que não tem fins lucrativos, propõem isenções, totais ou parciais, geralmente por longo tempo que tem prazos determinados e que podem ser prorrogados num tempo sem fim. Há, ainda, entidades, que se dizem não empresariais, que se constituem como associações filantrópicas, clubes recreativos ou de futebol, ou templos, de inúmeras formas, que possuem ou pretendem obter imunidade tributária. A imunidade não tem prazo e seria como ter uma característica q

16/01/2018 - PRIVATIZAÇÕES RENDERIAM AO MENOS R$500 BILHÕES

Sempre aventada solução para os problemas dos governos tem sido as privatizações, que começaram a ser postas em prática em 1990, no governo de Fernando Collor. Prosseguiram com Itamar Franco e FHC. Pararam em Lula, Dilma e Temer. Os três insistem em fazer parcerias público-privadas, até porque pesquisa recente do Datafolha revelou que 70% dos brasileiros são contra as privatizações; 20% a favor e 10% indiferentes. Ademais, a natureza do desequilíbrio fiscal não está somente na arrecadação que caiu, mediante a forte recessão, que o País está saindo lentamente. O déficit primário há cerca de quatro anos, desde 2014, poderá prolongar-se por mais quatro anos. Assim, a natureza está no crescente e explosivo déficit previdenciário e no rombo de muitas empresas estatais. Além do mais, a oposição às privatizações é grande, porque mexe com feudos políticos e com sindicatos. Por outro lado, a privatização é um processo complicado porque envolve marcos legais, a exemplo do que ocorre agora

15/01/2018 - GOVERNO DESCUMPRIU COMPROMISSO COM CASA POPULAR

O Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) foi criado em 2009, cuja meta era de construir um milhão de residências populares, por ano. Tornou-se o MCMV vitrine dos governos petistas. As ações eram efetivas, não obstante críticas da qualidade. Os governos do PT informaram que foram construídas por volta de 4 milhões de moradias. Não se sabe ao certo, número e tempo de duração. Mas, foram milhões, não há dúvida. Entretanto, desde que houve déficit primário, em 2014, depois de 16 anos, o Programa passou a atender a muito menos pessoas. No auge do Programa, em 2013, o governo se comprometeu a financiar 913 mil unidades. Trata-se de compromisso do governo de financiar as construtoras e financiar os mutuários. As casas ficariam prontas em média em um ano e meio. O fato hodierno é de que o governo Temer descumpriu em 2017 a primeira meta do seu governo do MCMV. O governo se comprometeu à meta de 170 mil, para a baixa renda. Porém cumpriu só 13,5%. Ou seja, 23 mil residências, para as f

14/01/2018 - FACTÓIDE DA NOTA REBAIXADA

A equipe econômica tem se referido ao rebaixamento da nota brasileira para BB-, pela agência de risco Standard & Poor’s, como sinal de que confia que as reformas no Congresso sejam aprovadas, até mesmo para atender os ditames do capital financeiro, que é imperialista. Demonstra que até gostou, visto que a perspectiva da referida agência é de estável. Por outro lado, as agências de risco não mudam de nota toda hora. Geralmente, uma vez por ano. Aguarda-se que as agências Fitch e Moody’s também rebaixem a nota brasileira. Como factóide, citada equipe mostra aos congressistas que isso é intimidação velada. No fundo, a dita equipe quer angariar novos votos, para sufragar a reforma da Previdência, visto que tem menos de 300 e precisa de 308. Calcula-se que precisa de mais 30 votos. O governo federal passou a ver no corte da nota brasileira um forte aliado para aprovar seus projetos de reformas. A dívida pública teve forte conteúdo de financiamentos externos, desde a consolidaç

13/01/2018 - REBAIXAMENTO DA NOTA

As agências de classificação de risco internacionais indicam os países que merecem investimentos, principalmente os fundos de pensão, que são aqueles que mais dinheiro guardado tem no mundo e que pode ser aplicado, por terem riscos menores de calote. As notas de bom e mal pagador são em 20 formas de letras. Triplo A (AAA) merece a Alemanha. Letra D (a pior) é a nota de Moçambique. A partir da forte recessão (2014-2016), que fez o Brasil descer da faixa de grau de investimento para a faixa de grau de especulação, tornando-se um país mais arriscado para capitais e, por isso mesmo, as taxas de juros são mais altas, o chamado risco-País. Além disso, fica mais difícil captar poupança externa e a imagem do país é afetada como a de uma região não confiável ou pouco confiável. Existem três grandes agências de risco, baseadas em Nova York: Standard & Poor’s (S&P), Fitch e Moody’s. A maior delas, a S&P, é aquela que calcula o índice da bolsa de Nova York das 500 maiores empres

12/01/2018 - INFLAÇÃO FREADA

A inflação brasileira, antes de 1994 era muito alta, chegando ao absurdo de 2.500% durante o ano de 1990. Em 1994, a implantação do Plano Real, derrubou a inflação para um dígito. No primeiro mandato de FHC, a inflação estava controlada, de 1994 a 1998, pela âncora cambial. Isto é, havia a dolarização da economia e o câmbio tinha intervenção do Banco Central nas bandas cambiais. Quando o dólar subia muito, o BC entrava vendendo, para forçar a baixá-lo; quando o dólar caia muito, o BC ingressava no mercado comprando, para levá-lo ao equilíbrio. Por ter havido um ataque ao real, as reservas praticamente se extinguiram, forçando o governo a abandonar a ancoragem cambial e adotar o sistema de metas de inflação em 1999. Daquela época até 2016, o centro da meta com viés de 1,5% para o piso e viés de 1,5% para o teto, tinha lugar comum de chegar perto ou de vazar o teto, nunca tinha sido vazado o piso. Ocorreu isso, pela primeira vez, em 2017, quando a inflação alcançou 2,95%, conforme

11/01/2018 - ECONOMIA SUSTENTÁVEL

Simples assim. Uma economia sustentável é aquela em crescimento expressivo, mediante baixa taxa de inflação, reduzida taxa de juros e governo administrando bem seu fluxo de caixa. Um país desenvolvido, amadurecido, rico, cresce a taxas ligeiramente superiores ao incremento populacional. Um país emergente ou um país pobre precisa crescer a uma taxa bem maior do que a taxa populacional. Entretanto, ocorre uma ironia, quem mais precisa é quem menos cresce. Atualmente, a taxa média mundial de crescimento foi de 3%, em 2017, depois de ter crescido a taxas menores, desde a segunda maior crise mundial do capitalismo (só recordando a maior crise foi a de 1929). Uma taxa invejável pelo segundo mundo e pelo terceiro mundo. Quais são as condições necessárias e suficientes para hoje garantir-se o crescimento sustentável? Os manuais de economia ensinam que é o melhor exercício da política econômica. Coube a John Maynard Keynes compor o clássico “Teoria geral, dos juros, do emprego e da mo

10/01/2018 - PREVISÕES FOCUS DA PRIMEIRA SEMANA

O Relatório de Mercado Focus, publicação semanal do Banco Central, consulta cerca de 100 instituições financeiras (às vezes, por volta de 120), chefiadas geralmente por economistas, cujas principais projeções se devem à principal meta conjuntural da economia: a inflação, medida oficialmente pelo IBGE, acerca dos preços no atacado das seis maiores regiões metropolitanas do País. O indicador é denominado de Índice de Preços ao Atacado Amplo (IPCA), calculado com quase cinco centenas de itens de consumo, mensalmente. Na época da ditadura militar (1964-1984) havia expurgos de itens da referida cesta que mais subiam, para ter-se uma inflação “menor” e, consequentemente, um reajuste dos salários menor (arrocho salarial), já que a política salarial de então acompanhava a reposição da inflação passada, na data do acordo coletivo de cada categoria, além de discutir-se ou não ganhos de produtividade. Citado documento mostra que a mediana para o IPCA do ano passado foi de 2,78% para 2,7

09/12018 - CAIXA DESCONHECIDA DAS ESTATAIS E DE SUAS PARTICIPAÇÕES

Uma empresa estatal é aquela na qual o governo é o seu dono. A sua legislação está de acordo com o Estatuto do Servidor Público. No entanto, há empresas chamadas de economia mista. Ou seja, o Estado tem o controle acionário, mas parte do capital social é negociada em bolsa de valores. Há ainda aquelas empresas nas quais o Estado tem participação minoritária, a exemplo das ações que detém o BNDES-PAR. Enfim, são inúmeras interligações com empresas com o Estado tem, seja de controle direto ou indireto. Há ainda aquelas em que o Estado é o aprovador de suas contas, membro do conselho, interveniente fiador ou garantidor. O Estado se desdobra por União, composta de três poderes, 26 Estados, o Distrito Federal e 5.570 municípios. Enfim, nem os “Estados” sabem o que têm em participações acionárias. Uma caixa de participações em ações desconhecida até dos próprios governos. Em destaque na Folha de São Paulo de hoje está a divulgação de um estudo do Instituto Fiscal Independente (IFI)

08/01/2018 - RENÚNCIA FISCAL

É incrível que o País esteja há mais de 3 anos, fazendo ajuste fiscal, na iminência de continuar com déficits primários até o próximo governo, em 2019, se este não estancar a sangria que vem desde 2014, depois de 16 anos de superávit primário, enquanto o governo central mantém renúncias fiscais e ainda promove anistias e refinanciamento de dívidas, de forma beneficiada. Quer dizer, o País vinha sendo bem administrado, financeiramente, desde 1998. Mas, no quarto ano do governo da ex-presidente Dilma se revelou déficit primário e, de lá para cá, veio uma brutal recessão, até mesmo também pela necessidade de colocar em ordem as contas públicas. É próprio do capitalismo que o Estado possa “melhorar” as condições em que o capital mantenha a sua lucratividade. Por exemplo, em regiões deprimidas, como no Nordeste, o capitalista só vai instalar-se se tem melhorada a sua taxa de lucro na região. Não é a toa que, desde 1953, foram criados o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia, além

07/01/2018 - FAMÍLIAS ENDIVIDADAS CRESCERAM EM PERCENTUAIS EM 2017

Quando boas notícias dão conta de que o investimento voltou a crescer e que o consumo tem sido o recurso mais utilizado para reativar a economia, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou pesquisa de que o percentual de famílias brasileiras com dívidas fechou 2017 em 62,2%, acima dos 59% de 2016. Os dados foram registrados na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. Já as famílias inadimplentes valem dizer, com dívidas ou contas em atraso, ficaram em 25,7% em dezembro, acima dos 24% de dezembro de 2016. Por seu turno, o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso ficou em 9,7%, acima dos 9,1% de dezembro de 2016. A percentagem de famílias que disseram estar muito endividadas ficou em 14,6%, mesmo resultado de dezembro de 2016. O que causa espécie é que 76,7% das famílias que possuem dívidas se utilizam do método mais fácil e mais caro, o cartão de crédito. Mesmo com o

06/01/2018 - RECUPERAÇÃO LENTA DA INDÚSTRIA

A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, divulgada ontem, mostra que a indústria brasileira surpreendeu positivamente em novembro. Apesar das expectativas por um desempenho fraco, a indústria teve ligeira alta de 0,2%, em relação a outubro. Faltando um mês para divulgação do resultado final de 2017, o IBGE confirma que o setor industrial interrompeu a sequência de três anos seguidos de perdas, quando encolheu no período trianual 16,7%. De janeiro a novembro a produção manufatureira cresceu 2,3%. O cenário é de recuperação lenta e gradual, mas houve segmentos que fecharam 2017 com a produção subindo 25%, em comparação com 2016, como foi o caso da indústria automobilística, segundo a ANFAVEA. Técnicos do setor anteveem aceleração no ritmo de recuperação das fábricas em 2018. Entre janeiro a novembro, a produção industrial brasileira recuou em apenas dois meses. Em – 1,9% em março. Em – 0,6% em agosto. A alta de novembro mostra tendência de recuperação. Repetindo, embora lenta, mas

05/01/2018 - AUDITORIA NO BOLSA FAMÍLIA

Surgiu em meados dos anos de 1990, em Brasília, o Programa Bolsa Escola, do governador Christovam Buarque, que propiciava um auxílio financeiro aqueles cidadãos pobres que colocassem seus filhos na educação formal. Buarque, “eterno” candidato a presidente da República, era do mesmo partido do então também “eterno” candidato Lula. Eleito, em 2002, logo em seguida, em 2003, criou o Programa Bolsa Família, que unificava o Vale Gás, o Bolsa Escola e outros menores benefícios, em dimensão nacional. De milhares de famílias passou-se aos milhões de indivíduos. Número máximo alcançou 14 milhões delas, estando até hoje próximo desse número. Depois, descobriu-se que com tão pouco, cerca de 0,5% do PIB se poderia ajudar financeiramente tanta gente: mais de 40 milhões de cidadãos e cidadãs. Devido a sua dimensão, foi elogiado pelo Banco Mundial e copiado por inúmeros países. Ocorre que, o Programa se tornou assistencialista e, pouco, autonomizando cidadãos. Contudo, seu aspecto social, d

04/01/2018 - INDICADORES SOCIAIS DO IBGE

A publicação anual Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE 2017 informa que 25,4% dos brasileiros estavam no ano passado, na linha da pobreza, contingente de 52 milhões, cujo rendimento médio foi de R$387,00 ou de US$5.50 por dia. Na pobreza extrema estavam 6,5% da população, ou seja, 13,4 milhões, cujo rendimento era de até R$133,72 ou de US$1,90 por dia. Ou seja, no Brasil todo eram 32% da população de pobres e em situação de miserabilidade. A região que tem a renda mais concentrada é o Nordeste, 43,5% estavam na linha de pobreza e 7,9% na linha da pobreza extrema. Isto é, mais da metade da população. No Norte, 43,1% na linha da pobreza e 6,2% na pobreza extrema. A média brasileira é de 4,2% da pobreza extrema. A situação calamitosa no qual o governo se envolveu, a partir de 2014, fez os indicadores sociais regredirem, naquilo que foi alcançado na década passada. Provavelmente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgará um estudo mais reunido de dados sobre

03/01/2018 -RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO BANCO MUNDIAL

Semestralmente, o Banco Mundial publica seu relatório do desenvolvimento mundial. O Brasil está muito atrasado. Entre 192 países examinados, 80 estão na frente do País. Já a facilidade para fazer negócios, o Brasil está 125º lugar entre 190 países. O retrato fica ainda pior na constatação da burocracia para pagar tributos. O Brasil está entre os 10 piores na facilitação de pagar impostos. A ONG Transparência Internacional, examinando 176 países classifica o Brasil em 79º lugar. A corrupção é hoje considerada um dos piores problemas do País. Ainda que o esforço dos últimos anos em combatê-la tem tido bons resultados. Porém, os percalços de história nacional mostram como é difícil evitar   impunidade. Entretanto, o que está dificultando o desenvolvimento brasileiro encontra-se na educação. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), baseada na Europa, tem classificado o Brasil em uma das piores classificações no teste denominado PISA. Em matemática, par

02/01/2018 - CONSUMO DAS FAMÍLIAS PUXARÁ CRESCIMENTO

Os grandes bancos possuem uma equipe de estudos econômicos encarregada de traçar cenários. O Banco Santander é o primeiro a fazer projeções neste início do exercício. Tradicionalmente, as famílias brasileiras gastam cerca de 90% da sua renda com o consumo. Tal proporção baixou para 80% na forte recessão enfrentada. O Santander acredita que o nível de consumo será retomado, até porque a inflação baixou muito e há espaço para o consumo familiar. Por seu turno, a taxa SELIC já caiu o bastante e os analistas financeiros revelam que neste ano somente cairá em janeiro. A partir de fevereiro ela poderá ficar estável. Em 2017, foram liberados R$44 bilhões das contas inativas do FGTS. As pessoas pagaram dívidas, reduzindo o grau de endividamento e outras foram retomar o consumo encolhido. Já para o final de 2017 o governo liberou R$16 bilhões das contas do PIS/PASEP. Órgãos de pesquisa tais como o Banco Central, a Fundação Getúlio Vargas, as confederações nacionais de empresários e o pró