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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

29/02/2016 - RECUPERAÇÃO AINDA ESTÁ DISTANTE

De uma maneira em geral, os economistas não estão vendo ainda a luz no fim do túnel. Vários indicadores conduzem a isso. Assim, (1) a demanda agregada continua fraca tanto no mercado interno como no externo; (2) desconfianças dos consumidores e investidores continuam; (3) alto nível de endividamento das famílias e das empresas; (4) dúvidas pairam quanto a se o ajuste fiscal foi ou não suficiente; (5) incertezas no cenário político; (6) erros na política econômica. Enfim, são muitas as razões que os economistas ficam em dúvida quanto a se a crise pode se aprofundar antes de a economia retomar o crescimento nos próximos meses. Os brasileiros estão à procura do fundo do poço, na esperança de que a economia está prestes a recuperar-se da assombrosa queda que atravessa. A desvalorização cambial tornou as exportações mais competitivas, enquanto a produção nacional ganha espaço no mercado interno, estimulando o aumento da produção. Mas, o impulso positivo é pequeno devido à desacele

28/02/2016 - INFLAÇÃO DESACELERA

Menos mal, a inflação desacelera. Porém, continua o mal da recessão e do consequente desemprego. A contribuição da piora do mercado de trabalho no processo de desaceleração inflacionária é fato. Os preços não poderão crescer tanto, visto que a demanda estará sendo reprimida por queda persistente na renda dos brasileiros. Por outro lado, o reajuste dos salários vem agravando ainda mais o desemprego. O último aumento do salário mínimo foi de 11,6%. O encarecimento da mão de obra força os capitalistas a poupar trabalho ou maximizar o seu uso. Pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas projetam uma taxa de desemprego de 12% neste ano. O Banco Itaú estima 13% de desocupados em 2017. Há praticamente unanimidade de que a inflação atingiu seu pico no ano passado, quando atingiu 10,7%. Para este ano, 120 analistas financeiros consultados semanalmente pelo Banco Central, projetam a inflação deste ano entre 7% a 8% e em 2017 seria ainda menor, convergindo para o teto da meta de 6,5%. A teori

27-02-2016 - FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO PRÓ-COTISTA

A conta gotas o governo federal abre as torneiras do crédito oficial, dos quais tinha prometido pelo menos liberar R$55 bilhões, que fora o dinheiro que o Tesouro desembolsou para “pagar as pedaladas” fiscais. Ou seja, uso inadequado de dinheiro dos bancos estatais, para financiar gastos públicos, condenado pelo TCU e por isso mesmo honrados. Claro, que o financiamento sempre para fazer crescer os setores produtivos. Para este ano, o orçamento da linha de crédito para financiamento imobiliário, chamada de pró-cotista do FGTS, tinha orçamento de R$1 bilhão e acabou em dois meses. A demanda é grande porque o financiamento que pode atingir a 30 anos, pode financiar até 85% da casa própria, a taxa de juros de 8% ao ano, mais Taxa Referencial (TR), sendo a TR um resíduo entre as diferenças de taxas de juros do mercado interbancário, geralmente menor que 1% ao ano. Os recursos obedecem a três princípios do crédito (quem trabalha em banco de fomento, analisando projetos de longo

26/-02/2016 - DIVERGÊNCIAS ATRAPALHAM MAIS AINDA

Neste final de semana haverá a reunião do 36º Aniversário do Partido dos Trabalhadores (PT). A presidente Dilma não confirmou ainda presença, visto que aumentam as áreas de atrito entre eles. Há pelo menos cinco divergências entre ambos. A primeira se deveu no começo do segundo mandato (2015), quando o ajuste fiscal cortou direitos trabalhistas adquiridos, ficando contra o PT, pela sua referência programática. O ajuste fiscal ficou (está) incompleto, resultando não em superávit previsto, mas em déficit primário, em 2015, repetindo déficit primário em 2014. Ademais, a equipe econômica, que prometeu superávit de 0,5% do PIB neste ano, mas já anunciou que poderá pedir a mudança da meta, para déficit primário de R$60 bilhões, por volta de 1% do PIB, o que fica clara a incompetência na gestão pública, criticada tanto por Lula como pela cúpula do PT. A segunda, agora com a mudança do ministro da Fazenda, e no segundo ano do referido mandato (2016), falando agora a equipe econômica que

25/02/2016 - ÚLTIMO SELO DE BOM PAGADOR

Há três agências de risco consagradas pelas instituições capitalistas, que recomendam financiamentos internacionais, para grandes empresas e países. A maior certificadora mundial, a Standard & Poor’s (S&P) retirou o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015. Cinco meses depois, a S&P rebaixou mais uma vez. A nota foi reduzida no dia 17, passado, de BB+ para BB, tendo a S&P apontado perspectiva negativa da economia nacional. A segunda maior certificadora, a Fitch, retirou o grau de investimento, no final do ano passado. Isto é, colocou o país como local de especulação de capitais. A terceira maior certificadora, a Moody’s, ontem, rebaixou dois graus de vez, retirando a sua garantia de que o Brasil não daria calote, possibilidade temida pelos capitalistas, visto que geralmente em moratórias costumam perder, seja de juros seja de principal, dos seus créditos. A nota Ba2 é ruim e ainda o País foi colocado em perspectiva negativa, de rebaixar ainda mais a cit

24/02/2016 - PIOR DO QUE ANTES DE 2003

O que está pior do que antes de 2003 é que o governo da presidente Dilma nunca teve uma agenda de gestão econômica. Assim, está muito pior do que o ex-presidente Lula, que, em oito anos, conseguiu incremento do PIB de 4% ao ano, bem pior do que os oito anos do presidente FHC, que construiu taxa de incremento do PIB de 2,3% anuais, está bem pior do que a gestão de Itamar Franco, que obteve 4,9% ao ano de 1993 para 1994. Está cada vez mais próximo do desastre de Fernando Collor, dentre os presidentes eleitos pelo voto popular, desde 1960. A presidente Dilma parece que terá governo com crescimento médio anual muito mais próximo de zero do que de um, dadas às perspectivas sombrias de uma gestão que não se antecipa aos fatos. No seu primeiro triênio seguiu rigorosamente o governo de Lula, inclusive com seu Ministro da Fazenda, que não era o líder da equipe econômica anterior, e sim, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central. Depois de fracassar em seguir a gestão anterior, medi

23/02/2016 - REUNIÃO DE CÚPULA DO G-20

A segunda maior crise do capitalismo aconteceu de 2008 para 2009. O mundo hoje está recuperado e autoridades brasileiras dizem que o Brasil agora é que sofre com os efeitos da crise. Ou seja, culpando a crise capitalista, quando a culpa é da má gestão nacional. Naquela época, os países lideres do mundo, antes G-7, Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália (potências industriais), ou, G-8, que incluía a Rússia (também potência nuclear) como convidado, notaram que existiam outros emergentes, já a China assumindo o segundo PIB mundial, bem como o Brasil como sétimo PIB, a Índia, em oitavo, dentre outros, resolveram então para liderar melhor o mundo, criar-se encontros anuais do G-20. Na prática, tal grupo, como também o BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, fazem encontros de resultados sem grande expressão. Continua mesmo forte é o G-7. Para este ano, a China é a anfitriã, tendo colocado em pauta a necessidade de reformas estruturais para

22/02/2016 - MOEDAS, CÉDULAS E NICHOS

Dados do Banco Central mostram menor criação de moeda desde 1994. Encolheu o seu estoque, em termos reais, 8,4% no ano passado. Já relativo às cédulas de R$5,00, R$10,00 e R$20,00 poderão encolher cerca de 9% neste ano. Não circulam mais R$0,01 de moeda e R$1,00 de papel. No geral, o número de cédulas se reduziu em 1% no ano passado. O contingenciamento continuado do orçamento público anual tem mostrado que se gastou R$1,23 bilhão em 2013. Em 2016, R$1,35 bilhão é a previsão. Sem dúvida, caindo em termos reais o gasto com moedas e cédulas, afetadas pela forte recessão da economia. A briga por troco é grande. Há comerciantes oferecendo brindes, tais como uma lata de leite da marca moça, por R$100,00 de trocados. O nicho continua sendo se refugiar no cartão de crédito e de débito. O meio circulante da espécie cada vez diminui de forma semelhante como aconteceu com o cheque. Os meios de pagamento cada vez mais se tornam virtuais. A recessão se aprofunda no Brasil, o IBGE se refe

21/02/2016 - PRISÃO APÓS CONDENAÇÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA

Sem dúvida, a corrupção sempre foi grande no Brasil, devido principalmente à impunidade, dado que a justiça aqui é lenta, cabendo recursos em fases de quatro instâncias de Justiça. Há casos que demoram várias décadas. Muitas vezes, o réu chega a perecer ou ultrapassar os 70 anos, quando a Justiça praticamente não o atinge mais, além de caso em que o processo não chega ao seu final. A primeira instância ocorre com o juiz local; a segunda, no Tribunal Estadual; a terceira, no Tribunal Superior de Justiça; a quarta, no Supremo Tribunal Federal (STF). Em todas as instâncias cabem recurso, do recurso, do recurso. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal, na semana que passou, fechou uma janela para a impunidade, ao decidir que condenados devem ser presos assim que a sentença for confirmada em segunda instância. Claro, isto fará diminuir a corrupção, melhorando o ambiente geral dos negócios, visto que a impunidade contribui para a ineficiência econômica. Isto é, os custos das propinas s

20/02/2016 - RECONHECER A INCOMPETÊNCIA

Sem precedentes, o governo federal admite terceiro ano de déficit primário, de até R$60,2 bilhões, próximo de 1% do PIB. Desde 1901, quando a contabilidade nacional foi instaurada, não há registro de três anos com déficit primário. Mal começou o ano, o governo federal abandonou uma aspiração, agora, cortando 0,39% do PIB, de R$23,4 bilhões e passando para um rombo nas contas públicas. Por que isto? Dados do Ministério do Planejamento permitiram ao governo calcular que – 2,9% recuará o PIB neste ano. Diante disto, também recuará a arrecadação. Em consequência haverá déficit de R$60,2 bilhões do valor definido no orçamento. É ou não é reconhecer a incompetência? Incompetência em fechar suas contas. Incompetência em fazer a economia retomar o caminho do crescimento. Quem derrubou a economia foi o governo. Vacilando, desestimulando os agentes produtivos e os consumidores. Instalando o pessimismo. Por que não faz um plano econômico de verdade e não corta na própria carne? Passou da h

19/02/2016 - CÁLCULOS DO BANCO CENTRAL CONFIRMAM FORTE RECESSÃO

Os indicadores preliminares das estimativas sobre o PIB de 2015 confirmam taxa até acima de – 4%. Ontem, foi a vez do Banco Central (BC), que geralmente apresenta indicador menor ou próximo ao divulgado pelo IBGE. Assim, cálculos do BC tem confirmado a descida da economia brasileira, ainda ladeira a baixo, predizendo, através do seu Índice Brasileiro de Atividade Econômica (IBR-Br) =   – 4,08%. Se os números do BC forem reiterados pelo IBGE será o maior recuo em 25 anos, visto que em 1990, perante o governo de Collor, o PIB ficou – 4,3%. Em linha de maus resultados, no ano passado, o desemprego industrial se retraiu 6% da população economicamente ativa, segundo o IBGE. Referida previsão também está em linha com aquela dos grandes bancos, como Itaú e Bradesco, que possuem equipes de acompanhamento econômico. Assim, o PIB de 2015 estará parecido com o PIB de 2011. Vale dizer, cinco anos do governo Dilma para crescimento praticamente zero, enquanto a população continuou e continua c

18/02/2016 - REBAIXAMENTO DA NOTA DE CRÉDITO VOLTA DEZ ANOS

Após cinco meses, a maior agência internacional de risco do mundo, a Standard & Poor’s (S & P), rebaixou a nota brasileira de crédito de BB+ para BB. Ou seja, BB+ já colocou o País no rol de países especulativos, para quem as taxas de juros são mais altas e crédito escasso. O rebaixamento do grau brasileiro se reporta a volta a dez anos, quando o País começou a ter altas taxas de crescimento, parecendo que se ingressaria no longo ciclo virtuoso. Mas, não, depois de cinco anos, o Brasil ingressou na fase descendente, já há cinco anos, bem mais forte porque parece que irá persistir, visto que o governo tem piorado fortemente a contabilidade nacional. A S & P pune o País por apresentar dificuldades da equipe econômica em acertar as contas públicas, somadas à piora do quadro recessivo. Entidades externas de prestígio do mundo, tais como o FMI e a OCDE, somente fazem projeções depois de ver as projeções de brasileiros, geralmente menores do que os números nacionais. Mas,

17/02/2016 - APONTAR A SAÍDA

A questão de apontar a saída muito difícil não tem sido nem tangenciada pela atual equipe econômica que tem querido a saída fácil. Para o atual quadro brasileiro em que o PIB, embora ainda não divulgado o de 2015, espera-se por volta de - 4%, assim como – 4% será a estimativa de repetição de 2016, deixando o biênio com forte recuo de 8,16% (não é somando 4+4). A saída tem que ser brilhante. A esse respeito, será reproduzido grande parte do artigo do consagrado economista Antônio Delfim Netto, na FSP de hoje. Título: “Lucidez”. Início: “Talvez o mais difícil problema que resolvemos foi o processo inflacionário quando ele atingiu o paroxismo no governo Collor. O seu sucessor, Itamar Franco – uma personalidade mercurial -, realizou um governo de boa qualidade: 1) crescimento médio de 4,9% em 1993-1994; 2) superávit primário de 5,6% do PIB em 1994 e 3) negociou a dívida externa que se arrastava por anos. Com isso construiu as condições internas e externas para um bem sucedido progra

16/02/2016 - ECONOMIA BRASILEIRA AINDA MAIS DEVAGAR

A teoria econômica define que o papel do Estado na economia é de realizar principalmente a infraestrutura, a qual resulta em bases para o efeito multiplicador de investimentos, atraindo empresários, para realizar o efeito acelerador das inversões. Há, pelo menos, duas décadas que o País desacelerou investimentos em infraestrutura, quais sejam em luz, água, esgotos, estradas, rodovias, hidrovias, portos, aeroportos, dentre outros. A questão revela-se estrutural, precisando de várias reformas que os gestores federais têm evitado realizar, através do planejamento econômico de longo prazo. Isto é, fixando metas globais. Dessa forma, o crescimento econômico entre 1996 e 2015, conforme dados do FMI/BC/FSP, do conjunto dos países do globo o PIB alcançou 110%, o dos países emergentes mais os países pobres cresceu 190%, mas o Brasil somente aumentou seu PIB em 70%. Há poucos dias aqui foi reportado que o FMI calcula a renda média dos países do globo desde 1980, afirmando que o Brasi

15/02/2016 - ALGUMAS NOVAS ESTIMATIVAS DO BANCO ITAÚ

O maior banco privado brasileiro possui uma equipe de acompanhamento há anos, fazendo previsões. Os seus lucros continuam crescentes. Porém, para a economia brasileira, o Banco Itaú o cenário atual continua difícil, as perdas expressivas de arrecadação complicaram o ajuste fiscal inacabado do governo federal e irão demorar de reverter-se para o quadro de crescimento real de receitas. Referido banco é bem mais credor do que devedor, além de ser livre de criar ou ampliar as tarifas de seus serviços, enquanto o Tesouro Nacional é devedor de R$2,7 trilhões ou de 65% do PIB. Portanto, para a instituição é fundamental que sejam feitas as reformas estruturais prometidas. A começar com (1) fixação de limites dos gastos públicos, obedecendo a Lei de Responsabilidade Fiscal; (2) a fixação de idade mínima para a aposentadoria; (3) aprovar uma versão de novas receitas imediatas como a CPMF, ainda que tenham fortes resistências. Passada a ameaça de impeachment, a presidente Dilma tem condiçõ

14/02/2016 - FIM DA DESCIDA DO PIB AINDA NÃO ESTÁ PRÓXIMO

A economia brasileira começou a descer a ladeira em 2014 e chegará ao fundo do poço em meados deste ano, segundo expectativas dos economistas dos três grandes bancos nacionais: Bradesco, Itaú-Unibanco e Safra. Contudo, isto não quer dizer que começara a escalar as paredes do poço. As referidas instituições acreditam que ficará estagnado até o final de 2016. Somente em 2017 começaria, lentamente, a recuperar-se. Mas, para atingir o produto per capita de 2013, o maior até este momento, só em 2021. Praticamente, uma década perdida pela recessão, seguida de estagnação. O pior das citadas previsões é de que o desemprego continuaria a crescer, conforme os três bancos, até 2017, ultrapassando, desde já os dois dígitos. O embrulho decorre do desarranjo das contas nacionais, desde 2014, que continuaria até 2017. Na verdade, o fracasso do ajuste fiscal se deu em dois sentidos. O primeiro, quando verificou o governo que tem 91% das suas despesas obrigatórias ou inevitáveis. Por exemplo, o n

13/02/2016 - COMÉRCIO FECHOU QUASE CEM MIL LOJAS

Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) chegou ao número de 95,4 mil lojas comerciais fechadas em 2015. O resultado se deveu à queda do volume de vendas no varejo, que registrou no ano passado o pior desempenho dos últimos quinze anos. A retração nas vendas foi de 13,4%. A gravidade da crise atingiu mais as grandes lojas de varejo, aquelas que empregam mais de cem funcionários, cujo recuo foi 14,8% em 2015. O levantamento se deu nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho. Todos os segmentos do varejo registraram queda no número de lojas. Porém, os ramos mais prejudicados foram aqueles mais dependentes de crédito. Assim, recuaram 18,3% nas lojas de materiais de construção; 16,6% da área de informática; 15% da área de móveis e eletrodomésticos. Em termos absolutos, o segmento de hipermercados, supermercados e mercearias foi o que teve a maior redução de lojas: 25,6 mil estabelecimentos. Já era sabido que o segmento respo

12/02/2016 - GOVERNO ADIA CONTINGENCIAMENTO

Enfrentando muitas dificuldades para fechar as contas nacionais no azul, isto é, um superávit primário de 0,5% do PIB, proposto como meta fiscal deste ano, visto que a desaceleração da economia brasileira está tão forte, a equipe econômica adiou para março as indicações de reduções de gastos, que faria hoje. Porém, ó fará em março. No entanto, poderá lançar agora decreto de bloqueio provisório das despesas dos ministérios relativas ao primeiro trimestre. Na verdade, os problemas que explodiram no primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma, por conta dos erros do primeiro (2011-2014), exigiam um verdadeiro ajuste fiscal. Qual seja corte no número de 39 ministérios, com respectivos gastos e ampliação de receitas. Os ministérios foram aglutinados em 31, mas se fracassou na redução das despesas públicas. As receitas ao invés de se ampliarem se reduziram. Os agentes econômicos recuaram e a recessão se aprofundou. Como resultado houve dois déficits primários consecutivos (2014

11/02/2016 - ABALOS EXTERNOS AGORA PREJUDICAM MAIS

Desde 2014, quando o Brasil ficou estagnado em 0,1%, que a equipe econômica tem colocado as razões na economia externa. Claro, que há influencia principalmente pelas quedas amplas dos preços das matérias primas exportadas pelo País. No entanto, o desarranjo ocorreu de forma rápida nas contas nacionais e o Brasil ingressou em forte recessão em 2015. Estimada em 4%, a repetir-se em 2016 em 4%. Para 2017, crescimento zero ou de um pequeno número negativo. Já, em 2018, poderá haver pequeno crescimento econômico. A presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Janet Yellen, esteve ontem com parlamentares americanos, demonstrando preocupações com o cenário atual de turbulências nas bolsas de valores mundiais. Desde o início do ano, as perdas nelas estão estimadas em US$12 trilhões, equivalentes a quatro PIBs brasileiros. As convulsões nas bolsas se devem a uma série de acontecimentos ruins para a economia mundial. Depois de mais de trinta anos crescendo por volta de 10% anuais, a

10/02/2016 - LANTERNA ENTRE OS EMERGENTES

A Consultoria britânica Oxford Economics relacionou 18 países emergentes, estando o Brasil na lanterna entre eles, no que se refere às taxas de poupança e de investimentos declinantes. Em 2014, a relação da poupança com o PIB foi de 17,3%; em 2015, 16,7%; a prevista para 2016, 16,3%em penúltimo lugar, somente à frente da Turquia. Já no que concerne à taxa de investimento sobre o PIB, ficou em último lugar, empatando com a Argentina. O investimento sobre o PIB foi, em 2014, de 19,8%; em 2015, de 18,1%; já o previsto para 2016 está em 17,4%. Em primeiro lugar, com uma taxa de poupança de 52,5% e de investimento de 42,0% está a China. Seguem-lhe, em taxa de poupança, a Coréia do Sul, 33,5%, em segundo; Malásia, 33,3%, em terceiro; Índia, 31,1%, em quinto; Rússia, 30,1%, em sexto; Polônia, 23,9%; Chile, 21,6%, em décimo segundo; México, 18,4%, em décimo terceiro; Brasil, 16,3%, em décimo sétimo; Turquia, 14,9%, em 18º.   Em investimentos, Indonésia, 32,8%, segundo; Coréia do Sul, 30

09/02/2016 - BREVE COMPARATIVO DA ECONOMIA 2010-2015

A comparação do melhor ano econômico dos governos do PT, em 2010, quando cresceu 7,6%, com o pior ano dele no poder, em 2015, que transpareceu ter recuado 4%, demonstra que o PIB caiu de 7º lugar para 9º; a qualidade da educação em matemática, pelo teste PISA, efetuado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que examinou estudantes de 15 anos, de 65 países em 2014, classificou o País, em matemática, de 57º para 58º, na rabada; a competitividade da economia, pelo Fórum Econômico Mundial, de Davos, na Suíça, de 58º para 75º; ainda segundo o referido Fórum, quanto a pagamento de impostos de 168º para 178º; conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 73º para 75º; segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), em exportações, de 22º para 25º; consoante a ONG Transparência Internacional, a percepção da corrupção está no mesmo lugar, 69º; a Confederação Nacional de Transportes (CNT) classificou a infraestr

08/02/2016 - CADERNETA DE POUPANÇA NEGATIVA

O saldo entre as retiradas e os depósitos em janeiro ficou negativo em R$12 bilhões. O total depositado foi de R$149,5 bilhões. O total dos saques foi de R$161,5 bilhões. É o maior recorde de saques da história. A economia está em forte recessão, o que amplia o desemprego aproximando-se da faixa de 10% da população economicamente ativa, forçando aos trabalhadores sacarem ara consumo. Em si, esta é uma tendência de reduzir a taxa global de poupança da economia, tendo em consequência retração nos investimentos e recuo no desempenho econômico em geral. Por outro lado, a rentabilidade da poupança não cobre a inflação e outros poupadores acorrem a aplicações de melhores rendimentos. Em razão disto, a Caixa Econômica Federal está ampliando o rigor na concessão de empréstimos imobiliários e retardando a liberação de créditos. A medida vai de encontro ao desejo anunciado do Ministro da Fazenda em ampliar o crédito, visando à retomada do crescimento. Entretanto, o que se vê é um pessimis

07/02/2016 - CARNAVAL DE LÁGRIMAS

Pela primeira vez, se sairá da técnica aqui. Literalmente, o carnaval de lágrimas, em um País tão mal administrado. Imagine-se só, o governo federal fará pacote de incentivos ao segmento produtivo do petróleo. Uma das medidas prevê que o regime especial de tributação, que vence em 2019, será renovado por mais 20 anos. Quer dizer, subsídios para quem não precisa. Afinal, eles destruíram a Petrobras, mesmo com subsídios. Através das falcatruas que estão sendo apuradas. Agora, o colunista aqui irá, de forma inédita, sair no afoché Filhos de Gandhi. Glória de Salvador, da Bahia. Vindo do Caribe, onde conheceu a Colômbia, país que mesmo tendo as FARC, longe de resolver o problema dela, crescerá 3% neste ano. Mas, vem também da Venezuela, onde um caos está instalado. Sim, está bem pior do que o Brasil, mesmo caindo 4% no ano passado e pode ser 4% ou mias neste ano. Tem que mudar urgente. E vai mudar. Lá, na Venezuela, o estado latente é de guerra civil. Eles impõem um culto à pe

06/02/2016 - RECESSÃO MAIOR DO QUE 4% EM 2016

Gostaria de acreditar que não é verdade, mas economistas do Banco Itaú projetam recessão deste ano de – 4%. Eles, geralmente, são prudentes. Provavelmente, poderá ser maior do que 4%. Qual a informação do início deste ano, de janeiro, que pode respaldar tal crença? Sem dúvida, a inflação de janeiro de 1,27%. O IPCA deste janeiro é o maior desde 2003. Em economia, quando a inflação é alta, o crescimento é baixo, inexiste ou é abaixo de zero. Além do mais, o governo federal continua vendo “a banda passar”. Não tem plano, programa ou projeto sério para a economia. O que fazer? Dizia Lênin, com propriedade, para a revolução que estava latente. Não parece ser o caso brasileiro. Mas, quem haverá manifestações, não há dúvida. Tem uma marcada para 13 de março. O fato é que o impacto inflacionário se deve à elevação dos preços de alimentos, aumento dos ônibus e reajustes das parcelas dos pagamentos escolares. Por exemplo, cenoura subiu 32,7%; tomate, 27,3%; batata, 14,8%; alho, 10,8%.

05/02/2016 - INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA RECUA MAIS

A indústria brasileira recuou 8,3%, no ano passado. O maior recuo se deu no segmento automobilístico, que recuou 25,9%, em relação ao ano de 2014. Houve queda em 25 dos 26 segmentos pesquisados pelo IBGE. Somente a indústria extrativa cresceu dos 805 produtos investigados. Entre eles, 78,3% tiveram perda na produção, em relação a 2014. Naquele ano a indústria tinha recuado 3%. Já a previsão do boletim Focus, que ausculta 100 especialistas do mercado financeiro, através do Banco Central, prevê recuo nestes 2016 de 3,8%. A forte desvalorização do real (a favor) e a também a forte recessão (contra), fizeram de esta última ter efeito maior do que a primeira. Por seu turno, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) continuou crescendo, pelos reajustes salariais médios acima da inflação. Em 2015, o CUT era 158% maior do que o de dezembro de 2002. Ademais, há outros custos, tais como a burocracia, tributos e insumos importados, dentre outros, que, juntos, tornam a indústria brasileira menos c

04/02/2016 - ACEITAS AÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS CONTRA A PETROBRAS

A justiça americana aceitou um conjunto de ações (class action lawsuit), impetrado pelos acionistas estrangeiros contra a Petrobras. Trata-se de acionistas que compraram ações na bolsa de Nova York e que perderam muitos bilhões de dólares, após os escândalos de corrupção, que estão sendo investigados pela Polícia Federal, na operação Lava-Jato, em processo de demolição da estatal e da cadeia de empresas que a cercam, tais como grandes empreiteiras, fornecedores e no plano de negócios da Petrobras. A estatal é acusada de não seguir as regras da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, omitindo informações. O julgamento está previsto para maio. A Petrobras já avisou aos acionistas que irá recorrer da decisão, antecipando-se ao julgamento. O valor atribuído às ações coletivas referidas nos Estados Unidos é de US$93 bilhões. Os juízes americanos costumam ser muito severos com aquelas empresas que praticam falcatruas na bolsa de Nova York. Até hoje nenhuma empresa deixou de fazer aco

03/02/2016 - PRESIDENTE VAIADA NO CONGRESSO

Fato incomum um presidente da República ser vaiado na abertura do Congresso, conforme aconteceu ontem com a presidente Dilma. O principal motivo foi a sua defesa da recriação da CPMF, mesmo se referindo que ela será temporária e será divida com Estados e Municípios. Há cerca de 5 anos a presidente se declarava contra a CPMF. O caráter contraditório presidencial tem provocado reações de desconfiança, interna e externamente ao País. Externamente, demonstrada pelo FMI, quando projeta recessão continuada no Brasil, prevendo – 3,5% para este ano e crescimento zero em 2017, bem como demonstrada pelas grandes agências internacionais de risco Standard & Poor’s e a Fitch, que rebaixaram a nota brasileira, considerando o Brasil como de investimento especulativo. Internamente, a equipe econômica se demonstra incapaz de sair do atoleiro em que se meteu. No início do seu segundo mandato, prometeu um ajuste fiscal, devido ao fato de ter apresentado déficit primário em 2014. Não fez o ajus

02/02/2016 - LERDEZA ADMINISTRATIVA

Começou fevereiro, o principal Ministro, o da Fazenda, Nelson Barbosa, que tinha de anunciar as medidas de política econômica, das quais tinha adiantado a relativa à expansão do crédito ainda não se pronunciou. Embutido na sua primeira proposição está a sabedoria de que os bancos públicos e o FGTS receberam injeção de caixa de R$55 bilhões, referentes aos pagamentos das pedaladas fiscais. Quem o fez foi o Ministro do Planejamento, Valdir Simão, afirmando que o governo vai reavaliar os programas sociais, para identificar aqueles que já cumpriram o seu papel e que serão desligados. Consta da agenda dele a reavaliação do Programa Farmácia Popular, Garantia Safra, Unidade de Pronto Atendimento e a construção de creches no âmbito do Programa Pró-infância. Este último é o único que ultrapassou a meta de se construir mais de 6.000 creches. Segundo ele, o trabalho irá demorar vez que não pretende ligar o piloto automático, como se nessa atual gestão tivesse acontecido isso algum dia. Po

01/02/2016 - COMBATE INFLACIONÁRIO

A larga experiência do Brasil em usar medidas heterodoxas, desde o fim da ditadura militar (1964-1984), utilizando-se do chamado instrumento “Plano Econômico”, na verdade, um Programa de Estabilização da Inflação, a saber, foram: o Plano Cruzado, Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor e Plano Collor II, fizeram, por seu turno, um choque na inflação, para zerá-la, obtendo êxito no início, pela sua surpresa instrumental, do congelamento de preços e salários, por tempo determinado, mas fracassando em manter a inflação em torno de um dígito. Chegou-se até a hiperinflação de 2.500% em 1993. Somente um truque, com mudança de moeda dolarizada, que foi o Plano Real (1994), que incorporou uma âncora cambial, mediante uso de uma unidade de conta de transição, a Unidade Real de Valor (URV), por cerca de três meses, transformando o cruzeiro real na moeda real (1994), que permanece até agora. No primeiro governo de FHC (1995-1999) a âncora cambial se desgastou e, no seu s