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Mostrando postagens de outubro, 2018

01/11/2018 - MENOR DESEMPREGO DO ANO

O desemprego com carteira assinada já foi maior do que 13 milhões em um ano. A última pesquisa do IBGE, agora divulgada, relativa à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua revelou que o desemprego aberto está em 12,5 milhões. Neste ano já foram criados de forma líquida 719 mil empregos diretos. Ainda é pouco, porque antes da recessão de 2014-2016, existiam cerca de 6 milhões de desempregos abertos, menos de 50% do estoque total de hoje. Ademais cresceu enormemente também o subemprego, os desalentados, os autônomos, os microempreendores individuais. O mercado de trabalho mostrou melhoras no terceiro trimestre do ano, mas a geração de vagas permanece concentrada na informalidade, trazendo prejuízos à arrecadação da Previdência Social. A taxa de desemprego formal recuou de 12,4% no segundo trimestre, para 11,9% no terceiro trimestre, graças à geração de 1,384 milhão de vagas, embora apenas 138 mil delas com carteira assinada no setor privado. Foram criadas 522 mil va

31/10/2018 - REFORMAS NA VISÃO DO BRADESCO-UNIBANCO

O maio grupo bancário, o Bradesco-Unibanco, em número de agências espalhadas pelo território nacional. É também o segundo em maior poder de capital e lucro do Brasil. O primeiro nestas circunstâncias é o Banco Itaú, que ainda não se pronunciou sobre reformas. Veio o Bradesco-Unibanco se pronunciar ontem sobre as reformas estruturais que o País precisa ter, através do seu presidente, Cândido Bracher. A primeira é consenso do mercado: a reforma da Previdência Social, inclusive, tão urgente, que poderá ser votada pelo Congresso Nacional mesmo antes da posse do novo presidente da República. A segunda seria a da Educação. “Não é só por ganho de produtividade, mas com igualdade de oportunidades”, declarou à Folha de São Paulo, publicado hoje. A terceira seria a política, que melhoraria a representatividade no Congresso. A quarta, a da dívida pública, mediante uso de reservas externas, hoje em US$380 bilhões. O argumento é de que ela custa em torno de 6,5% e rende em dólares 1,5%. P

30/10/2018 - SOLUÇÃO DO DÉFICIT PÚBLICO VIA ESTATAIS

A solução da questão do déficit primário, isto é, arrecadação tributária menos gastos do governo, antes de pagar os juros da dívida, que, se fossem incluídos seria o déficit nominal, apareceu em 2014, depois de 16 anos consecutivos de superávit primário, permanecendo como a maior dificuldade financeira da União, o que muito contribuiu para a recessão econômica de 2014 a 2017, bem como para a estagnação econômica de 2017 a 2018. A solução em questão está em gerar receitas e reduzir despesas. O governo eleito de Bolsonaro pretende acabar com o déficit primário em um ano. Não há milagre na economia, esfera materialista e não espiritual, por definição. Assim, a solução passará pela venda de estatais, a conhecida privatização. Existiam no final de 2017, em torno de 147 delas, gigantes concentradoras de capital, pesadas, por isso mesmo, custosas, trazendo, no seu conjunto, mais necessidades de recursos para fechar suas contas. No ano passado, as receitas da União menos os gastos levou

29/10/2018 - COMPROMISSOS DE BOLSONARO

Jair Messias Bolsonaro foi eleito com mais de 55% dos votos, representando quase 58 milhões de cidadãos. Sua posição na economia é de defesa do liberalismo econômico. Escolheu para seu Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, um antigo keynesiano, isto é, defensor do Estado intervindo na economia, formado pela Fundação Getúlio Vargas como economista. Tornou-se doutor em economia pela Universidade de Chicago, quando se fez um ultraliberal. Assim, o presidente pretende fazer as reformas estruturais do País. Em primeiro lugar está a reforma da previdência social. Hoje os seus gastos tomam 60% do orçamento federal. Difícil. Será o seu primeiro teste. Poderá ainda fazer com que Temer leve a plenário o projeto que está no Congresso. Os capitalistas acreditam ser este o primeiro caminho. Precisará de dois terços do Congresso Nacional. Segundo, a reforma do Estado, mediante fusão e redução de ministérios, através de projeto de lei. Terceiro, reforma tributária, a mesma dificuldade da refor

28/10/2018 - ELEITO MUDARÁ A ECONOMIA

Qualquer um dos dois candidatos mudará a economia brasileira. Se o presidente for Jair Bolsonaro a economia sairá da estagnação e voltará a crescer, segundo o mercado financeiro (investidores), onde está a poupança nacional (somente o grupo Votorantim possui R$20 bilhões em caixa para tal), além de poder atrair a poupança externa, desde que ele faça as reformas estruturais. Se o presidente for Fernando Haddad, devido as suas declarações de que irá intervir no mercado financeiro, no mercado produtivo, no mercado de fatores de produção, tudo indica que a economia reingressaria em recessão. Ademais, Haddad se referiu a extinguir a reforma trabalhista e a lei do teto dos gastos, tão caras aos capitalistas, aumentar em 20% o Programa Bolsa Família, dar ganho expressivo ao salário mínimo e fixar preço do bujão de gás em R$49,00. Tudo que os capitalistas não querem. Desde 1989 que o Brasil possui eleições diretas, como a atual. A oposição era entre PT e PSDB, basicamente. Agora é en

27/10/2018 - EQUIPE ECONÔMICA QUE SAIRÁ

Provavelmente, a equipe econômica que sairá em 31-12-2018, terá membros convidados a permanecer, tal como é o caso de Ilan Goldfajn, mencionado para continuar à frente do Banco Central. Em cerca de dois anos de gestão, conseguiu com uma gestão autônoma, reduzir a taxa básica de juros dos 14,25%, deixados por Dilma, para os atuais 6,5%, mantendo a inflação em níveis até abaixo do centro da meta de 4,5%. Claro, a inflação baixou porque a forte recessão reduziu bastante a demanda e o BC controlou com firmeza a expansão dos meios de pagamentos, chamados de M0, M1, M2, M3 e M4, respectivamente, base monetária, dinheiro a curtíssimo prazo, em curto, médio e longo prazos. Na Secretaria do Tesouro, Ana Paula Vescovi, refez a credibilidade do Tesouro com uma contabilidade correta, ao contrário da contabilidade criativa da gestão anterior, que promoveu as pedaladas fiscais e muito contribuiu para o déficit primário em 2014, depois de 16 anos de superávit. Henrique Meirelles, que formou a

26/10/2018 - OBRAS PARADAS

Segundo Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União, existem 12 mil obras paradas no Brasil. Uma auditoria daquela Casa revelou que 30% de 40 mil empreendimentos estão paralisados em todo o Brasil. O número então conhecido era de 8 mil. Este novo relatório incrementou o resultado em 50%, de outros documentos que o próprio TCU tem divulgado. O que há? O TCU é um mastodonte que, provavelmente, não é ágil e não tem o devido controle que deveria ter. No segundo governo do ex-presidente Lula foi criado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 21 de janeiro de 2007, elegendo cerca de 200 grandes obras que estavam paradas e muitas novas. Estados federalizados e 5.570 municípios iniciaram pleitos e o governo acolheu no PAC. Na verdade, quando havia superávit primário, de 1998 a 2014, a União tinha recursos para iniciar ou reiniciar obras. Em destaque existiam 29 grandes empreiteiras que assumiram as maiores obras. Depois se verificou que a corrupção, que sempre exi

25/10/2018 - INTERESSE ESTRANGEIRO EM INFRAESTRUTURA

O interesse do capital estrangeiro em infraestrutura se deve exclusivamente ao fato de que ela é área de órbita do monopólio. O capital monopolista fixa o preço que quer, se não houver a atuação do governo, ele cobra o máximo que puder. Sem lucro, o monopólio não fica produzindo, a não ser que cubra os custos fixos, parte dos custos variáveis e na esperança de ter lucro. Se não obtiver sai fora. A situação do monopólio é a de uma empresa que é a única vendedora de um produto que não tem substitutos próximos. No caso brasileiro, a estatização do Brasil sempre ocorreu em escala ampla. Durante o governo de Ernesto Geisel, de 1974 a 1979, o Brasil criou 400 grandes estatais, gigantes mesmo. Atualmente, há 150 delas. Entretanto, no caso do monopólio estatal o lucro nem sempre acontece, devido à estrutura administrativa pesada, da burocracia, dos penduricalhos e do aparelhamento ou apadrinhamento para cargos de chefias. Até 2010, o capital estrangeiro externo privado só representav

24/10/2018 - MERCADO CONTINUA SUBINDO EXPECTATIVA DA INFLAÇÃO

Pela sexta semana seguida o mercado sobe expectativa de inflação. Os analistas de instituições financeiras subiram a estimativa inflacionária para este ano e também para o ano que vem. A expectativa consta do boletim de mercado, conhecido como relatório Focus, divulgado no dia 22 pelo Banco Central. Referido documento é resultado do levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras, como de praxe. Considerando que o IPCA é a inflação oficial do País, a previsão do mercado financeiro elevou a previsão de 4,43% para 4,44%. Entretanto, a estimativa ainda segue ligeiramente abaixo do centro da meta da inflação. O viés é de 1,5% para cima ou para baixo, intervalo entre 3% e 6%, em 2018. A meta da inflação é fixada anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que se reúne mensalmente as portas fechadas, compostas pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e presidente do Banco Central (BC). O CMN é normativo. O BC é executivo. Este é

23/10/2018 - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

Classicamente, são funções administrativas: planejar, organizar, dirigir, controlar. Na história brasileira, não se planejava ex ante, função precípua da gestão racional, um dos dez princípios da economia, conforme o livro Introdução à Economia de Mankiw. Os modelos de crescimento da história nacional são entendidos de forma ex post. O Brasil se iniciou como uma colônia de exploração, em que a Metrópole tinha o exclusivo comercial. Isto é, pau-brasil, cana de açúcar, mineração, café, sendo os principais itens de produção para exportação, enquanto a pecuária era para consumo doméstico. O modelo econômico do País era chamado de Modelo Primário Exportador. Veio o Império, a República Velha, estando em ambas o domínio do capital agrário. Ao tomar o poder em 1930, Getúlio Vargas irá instalar o Modelo da Substituição das Importações, qual seja o de promover indústrias, que foram reprimidas, de 1500 a 1930. Tal modelo durou até aproximadamente 1990. Mas, o planejamento econômico no Bra

22/10/2018 - RIQUEZA GLOBAL

O banco Credit Suisse encerrou em junho o seu relatório de Riqueza Global. Na verdade, o escopo do banco suíço é saber quantos milionários existem no globo. Aumentou-se o número ou diminuiu. O conceito de milionário é mundial, de que quem tem um milhão de dólares ou mais é um milionário. No caso brasileiro, a forte recessão e a desvalorização cambial fizeram o Brasil perder 36 mil milionários, no último ano, encerrado em junho. O Brasil tinha cerca de 190 mil ricos da espécie e está por volta de 154 mil. No mundo o Brasil liderou a perda deles, no período referenciado e o montante estimado alcançou R$280 bilhões. No mundo, a riqueza agregada cresceu R$14 trilhões, do final de junho para a atualidade, somando R$317 trilhões, um crescimento de 4,6%.   São 42,2 milhões de milionários no mundo. Ou seja, 2,3 milhões de ricos a mais desde o último estudo. Quer dizer, é bem claro que o País se distancia da riqueza mundial e vai mais para o lado de pobres do que o de ricos. Em exa

21/10/2018 - PESSIMISMO NA ECONOMIA BRASILEIRA

Como a variável independente mais importante da equação da economia brasileira é o consumo das famílias, responsável por cerca de 60% do produto brasileiro, os reflexos da forte recessão de 2014 a 2016, além das incertezas devido ao cenário eleitoral, têm impactado negativamente os consumidores nacionais. Relembre-se aqui a referida equação: PIB = C + I + G + X + M, onde PIB é produto interno bruto; C é o consumo das famílias; I é o investimento; G é o gasto do governo; X são as exportações; M são as importações. Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) revelou que 82% dos consumidores consideram ruim o desempenho atual do País, estando tal percentual estagnado nestes quase dois anos (2017-2018). No enfoque de 2% dos entrevistados, a economia se encontra em um cenário positivo, ao tempo em que 19% estão otimistas e acreditam em uma melhora nos próximos seis meses. Por seu turno, o mercado financeiro, joga

20/10/2018 - ESTIMATIVAS DA MASSA DE SALÁRIOS E DO CAPITAL

Em exame simplificado, a Renda Interna Bruta = Produto Interno Bruto. Na repartição marxista seria distribuído entre trabalho e capital. Qual é a massa de salários da economia brasileira? Qual a massa do capital no Brasil? Mais adiante a resposta.   Ontem foram divulgadas estimativas do Departamento Intersindical e Estudos Sócio-econômicos (DIEESE), entidade com mais de 63 anos (1955), que o pagamento do 13º salário injetará R$211,2 bilhões na economia brasileira até dezembro, visto que algumas entidades parcelam o 13º, as demais terão que pagar obrigatoriamente o 13º, dividido 50% em novembro e 50% em dezembro. O valor representa cerca de 3% do PIB, beneficiando 84,5 milhões do mercado formalizado, sendo 48,7 milhões ou 57,6% dos cidadãos da ativa. Os empregados domésticos são 1,8 milhão ou 2,2% do total. Os aposentados e pensionistas somam 34,8 milhões ou 41,2% do total. Dos R$211,2 bilhões, os empregados na ativa ficarão com 66% ou R$139,4 bilhões. Os aposentados e pension

19/10/2018 - MAIS UMA VEZ CAIU EM COMPETITIVIDADE

Um dos assuntos econômicos mais debatidos todos os anos tem sido a baixa competitividade do Brasil no comércio internacional. Isso é antigo, vem desde 1930, quando Getúlio Vargas passou a proteger a indústria brasileira, que substituía importações e, residualmente, exportar também produtos semi-industrializados, além de continuar sendo forte exportador de matérias primas, desde quando fora descoberto. Nas décadas que se seguiram até os dias atuais, o Brasil não passa de 1% das transações internacionais. Suas exportações e importações totais são inferiores a 25% do PIB, quando se sabe que um país desenvolvido tem cerca de 40%. O Fórum Econômico Mundial divulgou esta semana que o Brasil ficou menos competitivo no ano passado, saiu de 69º lugar para 72º, no rol de 140 países. Na avaliação do Fórum, nações como Armênia, Bulgária ou Romênia, que giravam em torno do extinto bloco da União Soviética, reconhecidas como economias atrasadas, têm hoje economias mais competitivas do que

18/10/2018 - SETOR ELÉTRICO EM GUINADA DE 180º

Um segmento de capital intensivo, isto é, que exige grande capitalização, estratégico, fundamental e que cabe ao Estado regulamentar é o setor elétrico da economia. O primeiro Plano de Desenvolvimento do Brasil, o Plano SALTE, sigla de letras iniciais para saúde, alimentação, transportes e energia, aspiração da era Vargas, para ser iniciativa do Estado, tendo o maior esforço desenvolvido depois da segunda guerra mundial, quando a Comissão Mista Brasil/Estados Unidos elegeram 100 projetos para serem financiados pelo EXIMBANK, banco de exportação e importação americano sendo vários deles na área elétrica. O SALTE foi pensado desde 1946, aprovado em 1948 pelo Congresso, cujo início se deu em 1949. Nasceu estatal e hoje tem poucos segmentos privatizados na área de distribuição. Na área de geração é basicamente do Estado. O governo Temer tentou estatizar as geradoras, a começar pela Eletrobras.   Perante o debate do segundo turno da eleição, o candidato Fernando Haddad é contra qu

17/10/2018 - CONTEÚDO NACIONAL NA ÓRBITA DA PETROBRAS

No primeiro mandato o ex-presidente Lula praticou uma política econômica ortodoxa, seguindo o modelo do tripé econômico, estabelecido desde 1999, no segundo mandato de FHC, composto de sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal. Para obter o apoio do Congresso, Lula chefiou o mensalão, ou seja, esquema de pagamento mensal de dinheiro, para ter apoio congressista, exposto por denúncias de Roberto Jefferson e somente julgados 40 réus, em 2012, sendo 25 condenados. Lula não foi julgado. A economia ia bem e ele foi reeleito para segundo mandato. Neste, já com maioria congressista, bem como no auge da descoberta do petróleo existente na camada do pré-sal, o governo promoveu a corrupção sistêmica. A corrupção sempre existiu, mas não generalizada como se tornou a partir de 2007, escândalos que explodiram na operação Lava Jato, em 2014 e ainda não findou. Tais investigações resultaram na colocação de cerca de 29 conglomerados de empreiteiras nos contratos da Petro

16/10/2018  - BOLSA EMPRESÁRIO NÃO ELEVOU INVESTIMENTO

O Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, criado em junho de 2009 e que durou até dezembro de 2015, após o País ingressar em leve recessão naquele ano, objetivava sair logo dela e ampliar o investimento privado. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) está mostrando que o PSI não ampliou o referido investimento. Inspirado em outros países, para a defesa da economia contra a segunda maior recessão do capitalismo, desde 1929, o PSI continha longos prazos e taxas de juros subsidiadas. Porém, justamente porque era farto o dinheiro nem sempre as melhores oportunidades foram alocadas. Na verdade, a escolha de empresas campeãs, gigantes econômicos nacionais, chegou até a desperdiçar recursos e se ingressou no processo de corrupção sistêmica, iniciado no segundo mandato do presidente Lula, principalmente nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento e na desidratação da Petrobras. Os processos de apuração estão em curso desde 2014 e ainda não cessa

15/10/2018 - MUDAR A CONSTITUIÇÃO

Na história nacional foram criadas sete Constituições Federais. Trata-se da lei maior do País, em que todas outras se curvam. Faltando treze dias para o segundo turno das eleições, os dois candidatos, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, continuam colocando suas propostas de um provável governo de um deles na União. A maioria das proposituras acena em alterar a Constituição, a qual, para ser modificada, precisa de três quintos dos congressistas. A Câmara de Deputados tem 513. O Sendo, 81. Somam 594. O número mínimo para aprovação é de 357 deles. No primeiro turno eleitoral o número de partidos se elevou de 25 para 30 com representação nas Casas. Estão aprovados as inscrições de 35 e existem mais de 40 propostas de novos partidos. Uma verdadeira Torre de Babel, onde, segundo consta, falavam-se inúmeras línguas e não se entendiam. O Congresso está se tornando em casa semelhante. O absurdo de Casa Legislativa existe na Índia, onde mais de 1000 dialetos são falados. No fundo das intenç

14/10/2018 - INFORMALIDADE ALTA TRAVA O CRÉDITO

As pessoas físicas que possuem carteira assinada podem obter com facilidade crédito no sistema bancário. As pessoas jurídicas não têm nenhuma dificuldade. Ambas as pessoas têm que possuir ficha limpa. Já aqueles que se encontram na informalidade não podem se cadastrar para obter crédito bancário. O crédito é forte fator que pode impulsionar o consumo e o investimento agregados. O consumo é mais de 60% do PIB brasileiro; o investimento global é superior a 15%. Ambos também subindo a economia brasileira se recupera e pode até crescer bem. Atualmente existem 37,8 milhões de cidadãos na informalidade, isto é, não têm carteira de trabalho assinada e não podem se credenciar para o crédito, conforme dados do IBGE. A População Economicamente Ativa é de cerca de 92 milhões. Aqueles informais representam 41%. Estes estão em trabalhos domésticos, no setor privado ou trabalhando por conta própria. Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas os consumidores que não usam créd

13/10/2018 -  CONSENSO PELO MERCADO

A um passo das eleições presidenciais, Jair Bolsonaro é escolhido pelo mercado. Por que não forma bem diferenciada. Bolsonaro apresentou seu provável Ministro da Fazenda e do Planejamento, Paulo Guedes, doutor em economia pela Universidade de Chicago, conhecida como liberal. Paulo Guedes é tido como ultraliberal. Bolsonaro tem declarado ser a favor do livre mercado. Haddad não anunciou seu provável Ministro da Fazenda, receando indicar um defensor da intervenção do Estado na ordem econômica, tendo dito que é contrário a reforma da Previdência, nos termos do anunciado, mas favorável à tributária; de que irá revoga a lei do teto dos gastos públicos e a lei da reforma trabalhista. Em ambos não se vê um modelo macroeconômico, de curto prazo e o planejamento da economia no longo prazo. O Brasil precisa crescer a taxa maior do que o seu crescimento populacional. Bem maior, tendo em visto recompor o atraso em que se encontra. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que pode

12/10/2018 - PRINCÍPIO PELO MERCADO

A teoria econômica existe porque tem suas leis, princípios e modelos. As leis são verificações empíricas em longo percurso da história. Os princípios são formas de decisões tomadas pelas famílias, empresas e governos, que são três setores que formam a economia doméstica. Os modelos são a arte econômica, visto que partem dos seus pressupostos. No livro Introdução à Economia, o autor, Mankiw, refere-se a dez princípios, sendo o sexto enumerado: “6. Os mercados são geralmente, uma boa maneira de organizar a atividade econômica”, relativos a “como as pessoas agem”. Lógico, ganhar a eleição é estar com o mercado, dito de forma ampla e comprovado por eleições de virada dele como foram a de 2002, que elegeu Lula. Lula era contra certos fundamentos de mercado. Porém, fez “Carta aos Brasileiros”, em meados de 2002, prometendo respeitar contratos e o mercado acreditou. E ele cumpriu. Porque se fosse executar o programa do PT, faria, por exemplo, uma auditoria na dívida pública,   para

11/10/2018 - FORTE RETORNO DA EXTREMA POBREZA

Ao assumir o governo em 2003, o PT veio decidido a reduzir a extrema pobreza e, em contrapartida, aumentar a riqueza. Afinal, depois do primeiro mandato de Lula, o jornal londrino Financial Times referia-se a que: no Brasil os ricos ficaram mais ricos e os pobres menos pobres. Credita-se ao presidente Lula pelo menos dois programas para tal. O Programa Bolsa Família, que chegou a atender 14 milhões de famílias, aproximadamente 46 milhões de pessoas, gastando em 13 anos uma média de R$28 bilhões anuais, totalizando R$364 bilhões. O Programa Bolsa Empresário que contemplou poucos dos grandes grupos econômicos do País, notadamente empreiteiras e agroindústrias, a maioria investigada em esquemas de corrupção, tendo recebido cerca de R$500 bilhões no mesmo período, conforme cálculos do doutor em economia Alexandre Schwartzman, em artigo no jornal Folha de São Paulo, de ontem: “Os petistas transferiram recursos para empresários bem conectados... bem mais do que o Bolsa Família... na c

10/10/2018 - 50º PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA

Há dois dias foi conferido o 50º Prêmio Nobel de Economia, no valor de um milhão de dólares, a dois economistas dos Estados Unidos, cujo mérito reconhecido pela Academia Real de Ciências da Suécia, é por integrarem a mudança climática e a inovação tecnológica ao crescimento econômico, aliando, assim, clima, inovação e economia. Em resumo, sustentabilidade. Foram agraciados William Nordhaus, de 77 anos, professor desde 1967 da Universidade de Yale, bem como Paul Romer, de 62 anos, que foi economista-chefe do Banco Mundial, sendo professor da Stern School of Business, ligada à Universidade de Nova York. William Nordhaus realizou estudos pioneiros sobre os efeitos do aquecimento do planeta terra. Ele propõe um imposto sobre as emissões de carbono com o fito de diminuí-las. Paul Romer é reconhecido por investigar como a inovação tecnológica requer condições específicas para surgir e evoluir. Na verdade, créditos empresariais pela poupança de emissões de carbono.   Os dois premiados,

09/10/2018 - PROPOSTAS INSUFICIENTES

Definidos que estarão os vitoriosos candidatos ao segundo turno das eleições, no dia 28 próximo, ontem, a bolsa brasileira subiu por volta de 4,7%, chegando ao recorde acima de 86 mil pontos, além de o dólar recuar mais de 2%, indo para R$3,75, em resposta ao resultado do primeiro turno, em que Jair Bolsonaro bateu Fernando Haddad, de 46% por 29%. A bolsa de valores é o local onde os grandes capitais se apresentam como investidores de peso, que poderão retornar ou retirar seus projetos da gaveta, tal como o grupo Votorantim, que possui R$20 bilhões em caixa. Contudo, as propostas apresentadas até agora pelos finalistas do referido turno são insuficientes e não estão claras para o mercado financeiro. Insistem os candidatos em três pontos. Para Jair Bolsonaro. Primeiro, implementar o modelo de capitalização da Previdência Social. Segundo, estabelecer a alíquota única de 20% do imposto de renda para quem ganha até cinco salários mínimos, ficando estes isentos de recolhimento na

08/10/2018 - QUAL O TAMANHO DO REAJUSTE?

O novo governo terá que poupar cerca de R$300 bilhões no ano que vem, para que a dívida pública não saia do controle. Da casa dos 50% até 2014, aproxima-se perigosamente de 80% do PIB. A boa gestão da dívida pública indica que não deveria ultrapassar 60% do PIB, para continuar a obter capacidade de pagamento. De onde tirar isto? De duas formas: aumentando a arrecadação e reduzindo despesas. Por mais que se negue que não elevará impostos, o governo federal terá de fazê-lo. De forma inversa terá que contrair os gastos púbicos. O problema maior do fluxo de caixa do governo são os gastos com a Previdência Social, que tomam 60% do orçamento federal. A problemática da Previdência atinge também as finanças públicas dos Estados e dos municípios. A economia brasileira tem que fazer crescer a sua produtividade. Há espaço para tal. Induzir o investimento doméstico e fazer maior abertura ao comércio exterior deverá advir com a melhora do ambiente dos negócios. Há muitas regras, normas, l

07/10/2018 - CHANCE DE CRESCER

O primeiro turno das eleições acontece hoje com 13 candidatos. Ficarão dois deles: Jair Bolsonaro e Fernando Hadad, para o segundo turno, no dia 28 próximo. O cenário é favorável para o crescimento econômico. A inflação está bem baixa; os juros básicos da economia são os menores da história, mão de oba disponível e capacidade ociosa. O PIB potencial, hoje calculado em 2%, pode levar a um PIB real maior. Vai-se completar o mandato de presidente nestes 2018, caminhando o País para o quinto ano de déficit primário. O candidato que vencer terá de eliminá-lo. Endereçar medidas de corte de gastos já no primeiro semestre de 2019, pondo fim ao rombo do fluxo de caixa. Suas propostas de campanha passam pela reforma da Previdência Social e reforma tributária. Os dois candidatos pensam bem diferentes. Mas, não poderá se furtar a melhorar o ambiente geral de negócios. Pode parecer simples fazer as reformas, mas não é. É preciso negociar com o Congresso a pauta das reformas. Congresso ess

06/10/2018 - INVESTIMENTOS GLOBAIS

A teoria econômica apresenta um conjunto de leis sociais, que dão ensejo a princípios para a política econômica. A teoria econômica é positiva. A política econômica é normativa. A ciência econômica tem sua Teoria Geral (nome do livro de Keynes), onde fica claro que o crescimento econômico é puxado pelos investimentos. Agora, o que é primordial é o investimento público, notadamente em infraestrutura. Assim, vêm em primeiro lugar: estradas, saneamentos, energias, portos, aeroportos, telecomunicações. Ele abre caminhos para os investimentos privados. O investimento público saiu de 1,20% do PIB em 2010 para 0,69% em 2017. A queda alcançou 42,50%. O que aconteceu neste Brasil de 2010 para 2017 acerca do investimento global? O investimento total recuou por volta de 20,6% para 15,6% do PIB. Recuou, assim, em torno de 24%. Como resultado o PIB saiu da casa dos 7% anuais para 1% anual. Dessa maneira, enquanto o investimento global caiu 24%, o PIB caiu 600%. Por aí se vê porque a “Teor

05/10/2018 - REFORMA TRIBUTÁRIA

Para o novo governo é indispensável a reforma tributária. Exigências das pessoas físicas e jurídicas. É muito difícil fazê-la, em seu arcabouço. Basta dizer que a última foi promulgada pela Constituição de 1967. O Executivo impôs ao Legislativo, em regime autoritário. De lá para cá se buliu em um ou outro imposto, em suas alíquotas, mas não na malha geral. O imposto mais eficiente é o imposto de renda. Ele é na fonte. Referir-se à reforma tributária geralmente o exemplo vem dos Estados Unidos. Não foi sem motivo que o presidente Donald Trump reduziu os tributos de renda da pessoa jurídica de cerca de 35% para 25%, tornando-o mais popular ainda, um sopro para a reeleição. No resto do mundo ele eleva a carga tributária, aplicando sanções e sendo contra o multilateralismo ou globalização. Defende a América First. Outra vez, o faz mais popular. Provoca no resto do mundo desconfiança. Para ele, “e daí?” No Brasil, os quatro candidatos à presidência mais citados em pesquisas, Jair

04/10/2018 - SANEAMENTO BÁSICO

O saneamento básico é o esgotamento sanitário de milhões de lares brasileiros. O Instituto Trata Brasil calcula que 45% dos lares do País não têm esgotos e água potável. Tampouco esse assunto foi destacado nas plataformas dos 13 candidatos à presidência da República. Em uma população de 208,5 milhões de habitantes, cerca de 94 milhões não possuem canalização dos seus dejetos físicos e líquidos. Na verdade, é corrente popular que colocar cano debaixo da terra não dá voto. Ou seja, o político não está muito interessado em prover isto, bem como pleitear por aterros sanitários, também em enorme carência. Além do mais, lixões são caros e a solução encontrada muitas vezes são municípios se cotizarem e ratearem seus gastos. No caso dos esgotos é de cada município orçamentar suas necessidades de águas e esgotos. As cem maiores cidades do País despejam diariamente mais de 2.300 piscinas olímpicas de esgotos em mares e rios. Ou seja, mais de 110 quilômetros de rios do País estão poluíd

03/10/2018 - PAÍS MAL EDUCADO

País Mal Educado é o título do livro de Daniel Barros, publicado pela Editora Record, em setembro. A questão que o livro procura responder é por que se aprende tão pouco nas escolas brasileiras? Inúmeras pesquisas atestam isso. A mais recente enquete, feita pelo MEC, publicada no início de setembro, confirmou a “eterna” crise de aprendizagem, conforme dados do Sistema de Avaliação de Educação Básica (SAEB). No final do ensino fundamental, quando os adolescentes têm entre 14 ou 15 anos, evidenciou-se que o desempenho médio em matemática permaneceu estagnado, como medíocre. O aluno médio no 9º ano do ensino fundamental não sabe somar o preço de dois produtos, que custam, por exemplo, R$15,60 e R$3,90. Quatro em cada cinco jovens no final do ensino fundamental não conseguem calcular o desconto de 30% em um produto que custe R$60,00, conforme o MEC. O pior retrato é feito pelos alunos do ensino médio. Mais de 40% dos jovens não terminaram o seu nível até os 19 anos. Os 60% estão

02/10/2018 - NÃO HAVERÁ ATAQUE ESPECULATIVO

O último ataque especulativo à moeda brasileira ocorreu na gestão do segundo mandato de FHC, quando a moeda nacional estava apreciada, havendo grande contingente de dólares aplicado no mercado financeiro, devido às elevadas taxas de juros, valor muito superior as reservas externas de então. Os capitais estrangeiros resolveram sair e não havia dólares suficientes para convertê-los. A inflação ameaçava o Plano Real e chegava à casa de dois dígitos, ainda que pouco acima de 10%. Porém, o governo federal tinha que manter elevadíssima a SELIC para reter os capitais financeiros aqui investidos. Assim, FHC chegou a praticar SELIC de até 49,25% ao ano. A situação atual é outra.   Dívida brasileira externa está por volta de US$300 bilhões, enquanto as reservas estão em US$380 bilhões. Logo, não haverá ataque especulativo. Pelo menos isto. O novo governo tem que cuidar é da situação doméstica. Esta que tem sido desanimadora. As relações comerciais com o mundo estão provocando a anos su

01/10/2018 - REAÇÃO LENTA DO EMPREGO FORMAL

Ao contrário do que aconteceu no início do segundo mandato da ex-presidente Dilma e do primeiro ano de Michel Temer na presidência, quando o desemprego pulou da casa de 6% para a de 13%, neste ano, sendo o seu pior momento em 2016, o desemprego vem baixando lentamente, desde janeiro para julho, conforme a PNAD-Contínua, mais atual, divulgada pelo IBGE. O desemprego em sete meses só caiu para 12,6%. O Brasil teria naquela oportunidade 12,7 milhões de desempregados formais. Foram pesquisados 211 mil domicílios em 3.500 municípios. Não fazem parte dessa PNAD pesquisar os empregos sem vínculos com carteira assinada. Porém, revelaram-se 4,8 milhões de pessoas “desalentadas”, ou seja, aquelas que desistiram de buscar um emprego, o que faria a estatística total do desemprego formal subir para 17 milhões de pessoas. Também a PNAD calculou a taxa de subutilização, quando o profissional trabalha menos de 40 horas por semana e gostaria de ampliar seu tempo. Na data da pesquisa 24,4% dos tr