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Mostrando postagens de setembro, 2018

30/09/2018 - HERANÇA DE OBRAS

Várias instituições do País dão conta que cerca de 8000 obras públicas estão paradas ou em baixo curso. O novo presidente terá que conseguir recursos para levar avante. Do que está orçamentado representam cerca de R$87 bilhões adicionais. Claro, o valor é muito maior, devido ao número expressivo de obras públicas em questão. Distribuídas entre as seguintes áreas: Energia, Angra 3, R$4 bilhões; energia, privatização da Eletrobras, sem estimativa; ferrovia Norte/Sul 2,79 bilhões; ferrovia Leste/Oeste (FIOL), R$1,1 bilhão; ferrovias, renovações e concessões, R$25 bilhões; ferrovia Transnordestina, sem estimativa; rodovias, concessões de estradas federais, R$38 bilhões; rodovias, relicitação, sem estimativa; portos, terminais, arrendamentos, R$3 bilhões; óleo e gás, leilões de cessão onerosa, R$420 bilhões.     Existem muitas obras objeto de questionamentos ou em pendências jurídicas e ambientais, projetos de lei enviados ao Congresso e obras interrompidas. Alguns exemplos no TCU

29/09/2018 - RECEIO DA RECESSÃO

O que vem sinalizando o mercado com respeito às eleições? Que não quer um presidente que não faça as reformas estruturais, fundamentais para o retorno do crescimento; que não quer um presidente que eleve os gastos do governo e aumente mais ainda tributos; que não quer um presidente que não melhore o ambiente dos negócios. Assim, parece que o mercado sinaliza favoravelmente para Geraldo Alckmin, João Amoedo, Henrique Meirelles, Álvaro Dias e Jair Bolsonaro. Entretanto, Lula, em 2002, era amplamente rejeitado, mas fez o compromisso pela Carta aos Brasileiros e foi eleito presidente. Ele foi ortodoxo no seu primeiro mandato e colocou a economia nos eixos. Depois se tornou heterodoxo, no segundo mandato. Dilma foi mais ainda e deu no que deu: forte recessão. Em artigo da Folha, de hoje, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, empresa de consultoria, responde a questão da Folha: “É grande o risco de recessão já em 2019?” Ele responde sim. Inicia a sua argumentação: “Recess

28/09/2018 - REFORMAS ESTRUTURAIS

É quase um consenso de que o Brasil precisa de reformas urgentes para voltar a crescer. Isto é, o País precisa ter ganhos de produtividade. Nos últimos 54 anos existiram dois grandes ciclos de reformas estruturais. Na verdade, nunca tinha havido, visto que o País era um país pré-capitalista. O primeiro deles ocorreu no primeiro governo militar, de Castelo Branco (1964-1967); o segundo no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em ambos os ciclos houve três pontos em comum. Primeiro, foi realizado um diagnóstico do que era necessário fazer. Segundo, eles tinham o apoio de formadores relevantes de opinião. Por exemplo, mesmo com ditadura, O Globo apoiava. Terceiro, tinham lideranças pra mobilizar o sistema político e implementar as reformas. No quadro atual, as duas primeiras condições estão definidas. A terceira é que não. Está faltando o líder, alguém capaz de fazer a articulação política e aprovar os projetos no Congresso. O consenso se faz através das reformas da

27/09/2018 - PETRÓLEO COM CUSTOS ALTOS

No século XIX, capitalistas americanos descobriram que, de depósitos de plantas fósseis abaixo da superfície da terra poderiam extrair o querosene, primeiro combustível destilado de petróleo, uma substância nova para produzir luz artificial, iluminando melhor, custava menos do que o óleo animal e se produzia em massa. Desde então, inúmeros usos se vem fazendo dos derivados do petróleo. As empresas petrolíferas sempre foram os melhores negócios do mundo, visto serem estratégicas para a movimentação do sistema econômico. Entretanto, em setembro de 1973, ocorreu o primeiro choque do petróleo, através da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), decorrente de guerra entre árabes e israelenses. O choque foi de subida de preço do barril de uma média de 240% naquele ano, desorganizando o sistema econômico mundial, que entrou em recessão. O governo militar de Geisel forçou a economia e o País cresceu. Então, veio o segundo choque do petróleo, em 1979. O Brasil entrou na dé

26/09/2018 - CRÉDITO É MUITO DIFERENTE ENTRE PAÍSES

O crédito é muito diferente entre países. Na relação com o PIB, ele é maior para os países desenvolvidos do que para os países emergentes e, menor ainda, para os países pobres. O crédito, controlado pelo Banco Central, é fator de criação de moeda e, por isso, quanto mais o país for desorganizado, mas ele é restrito. Nos países ricos os cidadãos não permitem, nem o praticam o fato de que o crédito possa turbinar a inflação, devido as defesas dos consumidores, para não elevar o processo inflacionário. Evidente que o crédito é fundamental para o crescimento de um país, não só para novos investimentos, mas, principalmente, para capital de giro. As taxas de juros têm que ser saudáveis. Porém, como no caso brasileiro, no qual existe forte retenção do depósito compulsório, hoje, sobre depósitos à vista de 45% de recolhimento ao BC, os bancos creditam a isso, as elevadas taxas de juros praticadas, chegando ao ponto de exercer até posição de agiotas, quando emprestam parcela expressiv

25/09/2018 - ESTAGNAÇÃO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

Todos os 13 candidatos à presidência da República concordam que a educação é prioridade. No curso da história os políticos sempre a declararam assim. Mas, na prática não a exerceram, porque a educação brasileira tem números muito ruins. E o que é pior, está estagnada. A história bem mais recente demonstra, por exemplo, que desde 2003 até agora existiram 10 Ministros da Educação. Uma média de 1 ministro a cada ano e meio de exercício do cargo. Diferentemente de Singapura, onde desde a sua independência, em 1965, existiram 13 ministros, exercendo cada um a média de quatro anos de mandato. Aproximadamente ao mandato presidencial de lá, onde eles têm tempo de executar seus programas. Hoje Singapura está no topo da educação mundial, conforme revela o Teste PISA, realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 2015.   A cada três anos é divulgado o PISA e o atual somente será conhecido no ano que vem, visto que está sendo tabulado. A OCDE é o clube

24/09/2018 - INCLUSÃO DE DEFICIENTES NO MERCADO DE TRABALHO

A Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, define que toda empresa privada com mais de 100 funcionários deve preencher entre 2% a 5% de suas vagas com portadores de necessidades especiais. Empresas com 100 a 200 funcionários devem empregar 2% de suas vagas; entre 201 a 500 empregados, 3%; entre 501 a 1000 funcionários, 4%; empresas com mais de 1000 empregados, 5%. Conforme a Relação Anual de Informações Sociais de 2017 somente 418.521 dessas pessoas estavam empregadas, correspondendo a menos de 1% da população que possuía alguma deficiência. Segundo o IBGE, mais de 24% da população têm necessidades especiais, sendo um contingente de 45 milhões de cidadãos. Atualmente o contingente se reduziu para 306 mil pessoas, em razão de nem todas as empresas terem condições desses funcionários se locomoverem com autonomia e de adaptação ao tipo de trabalho. A inclusão no mercado de trabalho é garantida por lei, conforme visto. Entretanto, inúmeros problemas são sentidos pelo Setor de Recursos

23/09/2018 - PRODUÇÃO DOS DEPUTADOS FEDERAIS

Melhor seria medir a produtividade dos deputados federais. Porém, os dados hoje divulgados pela Folha de São Paulo são da produção deles. Para o cálculo da produtividade se deveria ter pelo menos dois levantamentos consecutivos. O fato concreto é que a própria manchete de primeira página da Folha estampa: “Deputado candidato aprova somente 1% do que propõe”. O levantamento levou em conta os deputados que buscam reeleição. São 452 deles entre 513 parlamentares. Ou seja, 88% deles buscam permanecer na Câmara Federal. A primeira conclusão que se observa é que praticamente será muita pequena a renovação, justamente porque a verba bilionária para a campanha das eleições será destinada para os mesmos. Assim, muito mais da metade tem condições de retornar àquela Casa. Isto quer dizer que o futuro presidente da República terá muitas dificuldades para aprovar as suas propostas. O que não é bom porque o País precisa das reformas estruturais para voltar ao crescimento econômico. Dessa f

22/09/2018 - PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NO COMÉRCIO MUNDIAL

A participação do Brasil no comércio global é pequena. Historicamente, há décadas, é de apenas 1% de tudo o que o mundo exporta e importa. Conforme artigo de Marcos Troyjo, participante da equipe de professores do núcleo das economias emergentes da Universidade Colúmbia, em artigo da revista EXAME CEO, deste mês, intitulado “Em busca da inserção global”, ele pontifica: “Nenhum país nos últimos 70 anos realizou um salto socioeconômico sem que o comércio exterior representasse uma fatia substancial – em geral, superior a 40% - do PIB. O Brasil raramente passou de 25%. O que fazer? O atual cenário global carrega uma contradição. Desde que a inovação se tornou motor da prosperidade, com sucessivas revoluções industriais, da máquina a vapor à inteligência artificial, sempre se verificou uma coincidência: o epicentro da economia global – primeiramente, o Reino Unido e, depois os Estados Unidos – desempenhava também a defesa do livre-comércio. Hoje, ao contrário, observamos o fenômeno

21/09/2018 - ANSIEDADE

A ansiedade é uma epidemia mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem no mundo 300 milhões de pessoas que sofrem algum tipo de distúrbio. O Brasil tem uma das populações mais ansiosas do globo, segundo a OMS. São 19 milhões pessoas sofrendo com a doença. Os Estados Unidos, que tem cerca de mais de 100 milhões de habitantes do que o Brasil possui menos ansiosos por volta de 17 milhões. Conforme a Interfarma, que congrega as principais farmacêuticas, em 2016 o faturamento com a venda de ansiolíticos foi de R$342 milhões. Em 2017 saltou 10%, indo para R$376 milhões. A ansiedade é uma reação natural do cérebro a algo detectado como ameaça. Ela prepara o corpo para reagir. Há vários movimentos simultâneos no cérebro. É acionada a amígdala, estrutura ligada aos instintos e responsável por dar o alerta. Onde as são memórias são processadas entram em ação. A informação é avaliada no córtex pré-frontal, cuja função é fazer análise racional. A combinação entre o que

20/09/2018 - SELIC MANTIDA

O Banco Central manteve a taxa básica de juros, a SELIC, pela quarta vez consecutiva, por unanimidade da sua diretoria. Permanece a SELIC no seu menor patamar histórico, desde início da série em 1986. Referido indicador sinaliza para o mercado financeiro o valor nominal de 6,5% de juros ao ano. Acima da inflação, cuja taxa esperada para este ano é de 4,09%, conforme pesquisa semanal do boletim Focus, propiciando um ganho real de 2,32%, após desconto da taxa inflacionária. Não são 2,41 como se erra a tirar por diferença, quando é dividindo a SELIC unitária (+1) pela inflação (+1) menos 1. Outro período de SELIC menor ocorreu de outubro de 2012 a abril de 2013, quando a taxa foi mantida em 7,25%, erro repetido, visto que a inflação estava ascendendo. Então voltou o BC a reajustá-la gradualmente até 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016 voltou a ser reduzida gradualmente até o patamar atual, ao tempo que a inflação também cedia. Em comunicado o BC afirmou que a SELIC e

19/09/2018 - PRÉVIA DO PIB SURPREENDE

O Banco Central divulgou a sua prévia do PIB com alta de 0,57% em julho, em relação a junho, surpreendendo o mercado, visto que a recuperação da atividade se deu depois dos impactos da greve dos caminhoneiros. Diferente do cálculo do PIB trimestral divulgado pelo IBGE, O IBC-Br serve para a avaliação mensal do ritmo da economia brasileira. A previsão atual do BC, para a atividade doméstica em 2018 é de 1,6%, enquanto a estimativa do mercado financeiro é de 1,36, conforme levantamento semanal pelo boletim Focus. No acumulado do trimestre até julho, o IBC-Br apresentou queda de 0,76%, perante os três meses imediatamente anteriores, de fevereiro a abril, descontados os efeitos do calendário. O Brasil continua com déficits primários e o governo impossibilitado de investir em infraestrutura para atrair os investimentos privados. Os candidatos à presidência ignoram o fato ou propõe solução mágica. Desde a redemocratização de 1989, que os candidatos fazem mentiras eleitorais. Fernan

18/09/2018 - DANÇA DO DÓLAR

Fenômeno econômico que ocorreu em 2002 e se repete em 2018, que é a dança do dólar. Claro que não é o mesmo ritmo. A volatilidade daquela época foi maior do que a atual. No centro daquela época estava o efeito Lula, qual seja o receio de que Lula cumprisse o programa do PT de então. Agora, o efeito Lula voltou mesmo ele preso, na pessoa de Fernando Haddad, que promete conceder indulto a Lula, se eleito. O Lula de 2003 a 2010 não realizou o programa do PT, sendo ortodoxo no seu primeiro mandato e, heterodoxo, no seu segundo mandato, realizando uma grande intervenção do Estado na economia e transferiu para o mandato da presidente Dilma o excesso dos gastos públicos. Ela então os turbinou, levando a megas déficits primários em série. Enfim, a consolidação de um nome para a presidência da República nas próximas urnas não tem sido suficiente para fazer a pressão do dólar sobre a moeda brasileira. Á semelhança de 2002, o mercado pode continuar na defensiva após a eleição de outubro

17/09/2018 - DÉFICIT PRIMÁRIO IGNORADO

Os candidatos à presidência da República, que irão a escrutínio no próximo dia 7 de outubro, têm ignorado o déficit primário em suas propostas, em sua forma e em seu conteúdo. Jair Bolsonoro afirma que irá resolver o problema em um ano. Geraldo Alckmin, em dois. Ambos não dizem como. Os 11 outros candidatos não se referem a nada. Parecem desconhecer o problema ou porque a solução que poderão fazer seguramente será amarga. Isto é, o ajuste fiscal, para voltar a ter superávit primário terá que ser feito com corte drástico de despesas e elevação de tributos. O Plano Real, de 1994, foi muito importante para debelar a inflação acima de dois dígitos, que permanece até hoje abaixo desse patamar. Porém, os eixos da economia não estão aprumados, de tal maneira a que haja elevação da produtividade, de uma maneira em geral. Somente no agronegócio ela tem se elevado. Porém, neste segmento produtivo gera muito pequeno valor agregado. Na indústria é onde ele deveria estar mais desenvolvido

16/09/2018 - O SINAL DO LEHMAN BROTHERS

Há dez anos, o mundo foi tomado de surpresa, com a quebra do Banco Lehman Brothers, de mais de 170 anos de existência. Começava-se a reconhecer a segunda maior crise do capitalismo mundial, visto que o Banco Central americano ingressou em socorro. A primeira foi em 1929. Naquela, a Grande Depressão, decorreu da superprodução, sem demanda correspondente. A datada de 15-09-2018, data do anúncio da quebra do referido banco, aconteceu pela especulação imobiliária nos Estados Unidos. Os bancos de lá forneciam crédito fácil, sem garantia real, somente pignoratícia, para as pessoas comprarem imóveis. Os cidadãos poderiam ter mais de um imóvel e os tinha para alugar. Ocorre que se formou uma bolha. Na hora que esta explodiu, houve uma corrida aos bancos americanos, que não poderiam manter os compromissos. Os créditos chamados de prime se tornaram subprimes e os cidadãos começaram a realizar prejuízos. A cadeia dos mercados financeiros atacou os mercados produtivos e a pirâmide derreteu.

15/09/2018 - ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO E O IDH

O Brasil saiu da 79ª posição para a 96ª no Índice de Percepção da Corrupção, segundo a Transparência Internacional (TI), entre 180 países. Esta escalada de 17 degraus no indicador se deve às elevações no combate à corrupção. O índice existe desde 1996. Não houve em 2017, o esboço de respostas às causas estruturais de corrupções no País. Diz a TI que a velha forma de fazer política se apega ao poder, tendo foro privilegiado milhares de pessoas que não querem mudar.   Por seu turno, a sociedade fica com dificuldade em se definir em que lado está até mesmo acreditando que não haverá mudanças. O descrédito é grande perante a impunidade ou a quantidade sem tréguas que a justiça brasileira permite aos mais ricos. Ainda mais agora quando se conhece o fato de que a verba de campanha, aprovada pelos congressistas, irá para a maioria, para eles mesmos, em seus 35 partidos políticos, o que não permitirá a renovação dos quadros partidários. Quanto às empresas denunciadas, estas estão se com

14/08/2018  - DÓLAR JÁ SE VALORIZOU 27% NESTE ANO

O dólar comercial já se valorizou 27% neste ano. Saiu de R$3,30 no inicio do exercício e fechou ontem em aproximadamente R$4,20. Esta é a maior cotação desde a criação do Plano Real. O recorde anterior ocorreu em 21-01-2016, cotado a R$4,16. Por que está havendo isto desde, pelo menos, o dia 14-08-2018, data da primeira publicação do Instituto Datafolha sobre a corrida presidencial. Portanto, a disparada tem um nome: a incerteza política. Para Folha de São Paulo: “Medo de avanço do PT na eleição, mercado eleva dólar a R$4,20”. Na verdade, o candidato do mercado é o Geraldo Alckmin, que não avança. Os demais geram desconfianças. Espera-se “carta de compromisso de candidato”, que o leve a ganhar a eleição. Na verdade, os planos dos candidatos mudam todo dia e não estão factíveis. A forte valorização do dólar comercial é uma ameaça real à recuperação econômica. Assim, observou-se, por exemplo, que os preços no atacado saíram de uma deflação de 4%, em agosto de 2017, para uma alt

13/09/2018 - DESNUTRIÇÃO VOLTOU A AUMENTAR

A unidade da Organização das Nações Unidas (ONU) relativa à Alimentação e Agricultura (FAO, em inglês) veio a público revelar que, depois de uma década de avanços no combate à fome, a desnutrição voltou a elevar-se no globo, pelo terceiro ano consecutivo, até 2017, devido às condições climáticas nos países pobres, principalmente na África. No caso brasileiro, foi devida à forte recessão de 2014 a 2016. Em 2017, a FAO informou que havia 821 milhões de pessoas com desnutrição no globo. Em 2016, foram de 804 milhões, subindo de 10,6% da população global para 10,9%. Dito de outra forma, uma em cada nove pessoas tem desnutrição no mundo, segundo a ONU. Apesar da elevação, a taxa de 2017 é inferior àquela vigente em 2005, quando 14,5% da população eram considerados como desnutridos. Na América do Sul por volta de 4,7% passavam fome; em 2017, a taxa subiu para 5%. No geral, a população da América Latina que passava fome subiu de 19,3 milhões para 21,4 milhões, de 2016 para 2017. Entret

12/09/2018 - COMÉRCIO INTERNACIONAL

No livro de Introdução à Economia, Mankiw afirma que o comércio pode melhorar a situação dos povos, sendo este um dos dez princípios econômicos. A palavra pode significa que pode também piorar. Em teoria pura o “”pode” é o livre comércio, em que todos sairiam ganhando. Ocorre que a história não é feita assim. Há países protecionistas, que impõem barreiras ou cobra taxas nos atos comerciais. O comércio doméstico é feito de legislação de uma nação. E, mesmo assim, como no caso brasileiro, os Estados praticam a “guerra fiscal”, alterando alíquotas, criando subsídios e outros benefícios. No comércio internacional a situação fica mais difícil, na medida que os países criam blocos de livres negócios e impõem barreiras aos demais que não participam de seus grupos. São eles: Nafta, Mercado Comum Europeu, OPEP, Pacto Andino e Mercosul, além dos tratados bilaterais. Depois do término da segunda guerra mundial se criou a Organização das Nações Unidas e se criou o Acordo Geral de Transpo

11/09/2018 - ESTABILIDADE FISCAL

A forte recessão de 2014 a 2016 trouxe consigo os déficits primários, que permanecem até hoje e as perspectivas são de que ultrapassem mais um governo, no caso de não ser fazer uma reforma fiscal. Esta, do lado dos ativos, tem-se as despesas, obrigatórias e discricionárias, além dos investimentos em infraestrutura. Do lado dos passivos, tem-se a arrecadação, venda de ativos e dividendos recebidos das estatais. Se for eleito um presidente que consiga apoio para as reformas estruturais passarem no Congresso, a situação dos déficits poderá ser revertida em dois anos. Hipótese razoável, já que os tributos que são criados somente poderão valer depois do princípio de anualidade. A reforma fiscal não é a única. Mais importante é a reforma previdenciária. Entra governo e sai governo, desde o Plano Real, de 1994, a expectativa de vida do brasileiro só tem subido, agora em 76 anos e se tem cidadãos se aposentando na faixa de 50 anos. Ademais, os aposentados do setor privado têm teto de

10/09/2018 - INFRAESTRUTURA ENCOLHEU NESTES DOIS ANOS

Na medida em que existe um déficit primário cavalar, aprovado pelo Congresso, de até R$159 bilhões, o governo federal foi insuficiente nos dois últimos anos em R$40 bilhões, para a infraestrutura. Isto se deveu à depreciação, conforme cálculos da Consultoria Inter.B. Os desperdícios de água e tratamento do esgoto são de 25%, em distância enorme com o Japão de 6% de perdas. O Brasil investir 1,7% em 2017 em infraestrutura. Os países que se modernizaram gastam uma média de 7%. Hoje no País há mais de 8.000 obras paradas. O Banco Mundial (BIRD) tem se queixado de que os projetos brasileiros não têm sido eficientes, devido à baixa qualidade. A corrupção é só mais um problema, segundo o Banco. Há muita incompetência. Não se fazem avaliações ex post. O BIRD aponta a crise fiscal de quatro anos como de grave consequência. A insegurança jurídica trava os investimentos privados. De 1980 até 2017 a renda per capita cresceu somente 0,7% ao ano. Menos do que o crescimento vegetativo da p

09/09/2018 - DEFLAÇÃO EM AGOSTO

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice oficial da inflação. Calculado nas seis maiores regiões metropolitanas do País registrou em agosto deflação de – 0,09%. Para a Região Metropolitana de Salvador a deflação foi de – 0,24%. Foi o menor IPCA para um mês de agosto na RMS em 20 anos, desde 1998, quando o indicador fora de – 0,67%. Mediante tal desaceleração, a terceira seguida na RMS, o IPCA acumulado no ano está em 2,94%. Em julho estava em 3,22%, mas ainda superior à média nacional de 2,85%. Conforme o IBGE, a deflação maior na RMS foi decorrente da queda média nos preços de apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o índice: alimentação/bebidas e transportes. São os grupos de maior peso na formação do IPCA, representando juntos 46,5% das despesas médias das famílias na RMS. No final de maio por 11 dias a greve dos caminhoneiros gerou escassez de produtos e foi inflacionário em junho. Mas, em julho e agosto os preços voltaram a

08/09/2018 - ORÇAMENTO PREVÊ MAIS RECURSOS PARA O SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS), no projeto de orçamento para o ano que vem, o governo propôs ao Congresso, o fortalecimento do referido Sistema. O número ultrapassa os R$100 bilhões, a variação é de 0,36%, em relação a 2018. A baixa qualidade no atendimento médico do País foi responsável por 153 mil mortes no ano passado, conforme pesquisa da Fundação Bill e Melinda Gates. A estimativa da instituição é de que o número de mortes por atendimento precário é de cinco vezes maior do que as mortes globais anuais por HIV/AIDS. O Conselho Federal de Medicina e o Instituto Datafolha revelaram que os brasileiros estão insatisfeitos com a saúde pública e 39% apontaram a área como prioridade máxima do governo federal, seguidas de educação, combate a corrupção e desemprego. Cerca de 20% dos consultados querem a redução do tempo de espera por consultas e outros procedimentos; 13% desejam maior fiscalização dos serviços e 11% reivindicaram a construção de mais hospitais. A melhoria do SUS não

07/09/2018 - FALTA UM MÊS PARA O PRIMEIRO TURNO

No dia 7 de outubro deste ano se realizará o primeiro turno das eleições presidenciais, para senadores, deputados federais, deputados estaduais e governadores. A primeira impressão é de que, faltando somente eleições de prefeitos e vereadores, haveria condições de mudar bastante o País. Nada disso, os próprios congressistas, na proibição do STF, de dinheiro das empresas par os candidatos, criaram o fundo partidário, para distribuição de dinheiro público para eles mesmos. Portanto, a renovação política será muito pequena, ao contrário do esperado. Para o cargo de maior relevo, o do presidente da República, há 13 candidatos. Quase tudo indica que haverá segundo turno. Saíram na frente os candidatos que não representam parcelas significativas dos capitalistas, o chamado “mercado”, estando a economia em grande volatilidade, refletida principalmente na bolsa de valores, além do dólar estar em alta, desde o dia 14 de agosto, quando foram divulgados as primeiras prévias das pesquisas.

06/09/2018 - MISÉRIA AUMENTOU SENSIVELMENTE

O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula os índices de miséria e pobreza no Brasil. As chamadas flexões e inflexões do indicador da FGV Social, baseando-se nos últimos tempos na PNAD-Contínua do IBGE. Há vários anos que o professor Marcelo Neri divulga os resultados estimados na FGV. Assim, ele informou agora que o País tem hoje 23,3 milhões de pessoas, vivendo abaixo da linha de pobreza, faixa de pessoas em situação de miserabilidade, percebendo a renda de até R$233,00 por mês. Quer dizer que Isto   significa cerca de 11,2% do contingente populacional brasileiro. Mais do que a população do Chile. Para Neri, nos últimos quatro anos, de 2014 a 2017, a miséria cresceu 33%. Vale dizer que houve a adição de 6,3 milhões de novos paupérrimos. O objeto dessa última análise da FGV foi a PNAD trimestral, encerrada em junho, ocorrendo a reversão do crescimento de 12 meses da renda média de 5,12%, no primeiro trimestre de 2014, para uma queda na ordem de 5,

05/09/2018 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO BÁSICO

Aplicado pela primeira vez em 2007, depois de dois em dois anos, o Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (IDEB) é calculado para o Brasil como um todo. As provas são de língua pátria e de matemática. No Ensino Fundamental I, do primeiro ao quinto ano, saiu de uma média de 3,5 e chegou em 2017 para 5,5, ultrapassando a meta que era de 5,2. No Ensino Fundamental II, do sexto ao nono ano de estudo, saiu-se de 2007 de 3,3 para 4,4, em 2017, número inferior à meta do MEC de atingir 4,7. Já o Ensino Médio saiu-se de 3,2 para 3,5 nos dez anos referidos, não se alcançando a meta do MEC que é de 4,4. É notório o fracasso da evolução no Ensino Médio. Ou seja, 70% dos alunos estão sendo insuficientes em português e matemática. Chegou-se ao ponto de ver-se o Ministro da Educação, Rossielli Soares, nas TVs, no dia 31, passado, afirmar o nível médio de ensino está “absolutamente falido e no fundo do poço”. O IDEB é calculado a partir do exame das aprovações dos alunos nas escolas e do

04/09/2018 - DÓLAR ALTO

Quando um país tem sua moeda valorizada, conforme ocorre com o dólar e o euro, verifica-se crescimento sólido de suas economias. Como o desempenho econômico está bastante fraco, o dólar dos Estados Unidos e o euro estão caros e segundo os analistas permanecerão assim até que se tenham os resultados da eleição em sete de outubro vindouro. O dólar comercial fechou ontem a R$4,15. O dólar turismo cotado a R$4,30. No mês de agosto o dólar subiu 8,5%. A incerteza no Brasil e o protecionismo no comércio internacional, pouco espaço tem deixado para a economia crescer. O aumento das importações reduziu o saldo comercial brasileiro para US$3,77 bilhões no mês de agosto. No ano, o superávit comercial alcançou cerca de US$19 bilhões. Mesmo com o dólar alto, o saldo comercial subiu pelo 21º mês consecutivo. No dia 31 de agosto o preço do óleo diesel subiu 13%. A Agência Nacional de Transporte Terrestre já avisou que irá ajustar a tabela de fretes. Depois de um fim de semana em que hou

03/09/2018 - TRANSPORTES E LOGÍSTICA

A Confederação Nacional de Transportes como faz todo ano lançou o Plano CNT de Transportes e Logística, nos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e transporte urbano, cuja demanda implica em R$1,7 trilhão de investimentos. São 2.663 obras elencadas. A tipologia dos projetos de (1) Integração Nacional, abrangendo grandes rotas de escoamento, de captação e movimentação de pessoas. Rodoviários, sendo 981 estradas, orçadas em R$496,1 bilhões. Ferroviários, 440 projetos, no valor de R$532 bilhões. Terminais, 262, no valor de R$25,7 bilhões. Portuários, 248, R$133,3 bilhões. Hidroviários, 193, R$147,6 bilhões.    Aeroportuários, 219, R$30,3 bilhões.   (2) Projetos Urbanos. Rodoviários, 234, R$71,9 bilhões. Ferroviários, 61, R$212,3 bilhões. Terminais, 20, R$5,5 bilhões. Aquaviários, 5, R$1,3 bilhão. Amazonas, 67 projetos, no valor de R$30,83 bilhões. Acre, 21, R$12 bilhões. Roraima, 19, R$6,1 bilhões. Rondônia, 47, R$33,41 bilhões. Pará, 144, R$125,2 bilhões. Amapá, 20,

02/09/2018 - PERDA DE RITMO DO PIB

A greve dos caminhoneiros, que conturbou a atividade econômica no País, fez com que o PIB crescesse somente 0,2% no segundo semestre deste ano, conforme cálculos das contas nacionais pelo IBGE. Por outro lado, reviu o IBGE, o crescimento do primeiro trimestre, para 0,1%. Os resultados das pesquisas eleitorais não se traduziram até então em surgimento de um candidato apreciado pelo mercado. Porém, anteontem, ao TSE barrar a candidatura de Lula à presidência, que, mesmo preso por corrupção e lavagem de dinheiro, vinha crescendo nas pesquisas eleitorais, podendo até ganhar no primeiro turno, o dólar recuou e a bolsa subiu. Reacenderam as esperanças de um melhor nome para o mercado, que não quer um candidato sem compromissos com as reformas estruturais e com o reajuste fiscal, de retornar ao superávit primário, além das suas promessas de crescimento do tamanho do Estado e o receio da corrupção. A principal dúvida do mercado é se o candidato será capaz de voltar ao superávit primá

01/09/2018 - AGRO VOLTOU A COMANDAR COM HEGEMONIA

Na verdade, nunca deixou de comandar. Do século XV ao XIX (com convicção até 1930), o poder do agro foi soberano. Os autores chamaram este modelo de gestão de MODELO PRIMÁRIO EXPORTADOR (1500-1930). O País foi organizado em grandes atividades rurais, chamadas por Celso Furtado de CICLOS ECONÔMICOS. Pau-brasil (extrativo), cana de açúcar, pecuária nordestina, pecuária sulina, mineração, cacau, sisal, mamona, arroz, algodão e café. No século XX agregou-se a soja. Matérias primas estas tipicamente de exportações. Não se geravam praticamente valor agregado. Não se tinham indústrias de portes, somente oficinas. Grandes partes das necessidades do País eram satisfeitas com importações. Daí a premência, na época, de criar-se o MODELO DA INDÚSTRIA DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (1930-1990). Indústria quase toda protegida, quando passou a dividir o poder com os ruralistas, os industriais. Estes chegaram até ter mais proeminência do que os ruralistas. Porém, quando Fernando Collor (1990) r