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Mostrando postagens de maio, 2012

27/05/2012 - ESGOTO E LIXO ABERTOS

Pesquisa inédita divulgada nesta semana pelo IBGE, acerca de infra-estrutura urbana, mediante exame dos dados do Censo de 2010, trouxe como principais conclusões de que 11% das casas brasileiras possuem esgotos a céu aberto e de que 5% das residências despejam irregularmente lixo. O levantamento contemplou 47,2 milhões de moradias. Mais conclusões foram ainda extraídas relativas à iluminação pública, pavimentação, calçadas, arborização, identificação do logradouro, bueiros, rampas para cadeirantes, dentre outros itens da vida nas cidades. Outras ilações virão em outros exames futuros. A iluminação pública foi o item mais presente no Censo, cerca de 96,3% das moradias tem postes de luz com qualidade, o que se traduz em maior segurança para a população. Os domicílios com ruas pavimentadas atingem a 81,6%. Já 77% têm meio fio ou guia de quadra. Mais de 69% são calçadas. No entorno das cidades, 68% dispõem de pelo menos uma árvore. Por seu turno, 60,5% dos domicílios têm identificaçã

26/05/2012 - POLÍTICOS E A ECONOMIA

A literatura brasileira registra livros fantásticos sobre a formação da classe política. Citam-se os livros: “Os Donos do Poder”, de Raymundo Faoro, “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freire, “Formação Econômica do Brasil”, de Celso Furtado. No conjunto da obra, Sérgio Buarque de Holanda, definia “o brasileiro como cordial”, tese que se verifica falsa, mas que muitos acreditam. No conjunto da obra, John Maynard Keynes, afirmava que por trás (respaldando) de todo político havia um economista “morto”. Já o artigo de Patrícia Melo, na revista Isto é, desta semana, datada de 23 mais próximos, chama de “Povinho Ruim”, título do seu texto, à classe política brasileira. Respalda-se no livro “O Caminho da Liberdade”, do austríaco Arthur Schnitzer, para definir os políticos em geral: “... “basicamente se diz haver dois tipos de políticos (ou nenhum, conforme se verá); o primeiro, composto por homens de negócios, impostores ou aduladores; e o segundo, formado pelos ‘ativos... ou geniais’. Ex

25/05/2012 - CUSTO DO EMPREGADO

Inúmeros estudos se referem ao custo dos encargos sócio-fiscais na geração de emprego. Os manuais de projetos econômicos dos anos de 1960/1970 se referiam a 30% como um número razoável para incluir nas projeções. Olhando o caso brasileiro, daquela época para cá, o custo da espécie começou a subir, gerando uma grande aceitação o cálculo do professor José Pastore, da Universidade de São Paulo, de que o custo dos referidos encargos seria de 102%. Alguns analistas se referiam ao exagero do pesquisador. Agora, vem a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentar trabalho de que o custo do empregado representa até três vezes o salário mensal, mostrando novos ingredientes antes não considerados, tal como é o vale do transporte. O segmento estudado foi a indústria têxtil. Conforme a Pesquisa do Custo do Trabalho no Brasil, realizada pelo Centro de Microeconomia Aplicada da FGV, em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria, o custo do empregado pode ser de até 2,83 vezes (ou 183%) o sal

24/05/2012 - CONTAS DO 1º ANO APROVADAS

O tribunal de Contas da União (TCU) aprovou ontem as contas do primeiro ano do governo da presidente Dilma, por unanimidade, mediante 25 ressalvas e 40 recomendações. A síntese das ressalvas é feita pelo ministro José Múcio Monteiro, relator do processo, referindo-se à execução do orçamento abaixo do previsto, inclusive no item investimentos, até a persistência das desigualdades regionais do País. As recomendações foram realizadas quanto à melhoria da qualificação da mão de obra, para atender as demandas do desenvolvimento do País, à elevada dívida pública líquida, de mais de R$1 trilhão, aos gargalos da infra-estrutura, principalmente, no que tange à energia e ao transporte para escoamento da produção. O relatório do TCU foi entregue à ministra da casa Civil, Gleisi Hoffmann, a qual declarou que o recebia ”com responsabilidade e tranqüilidade”. Para a ministra o TCU fez o seu papel de examinar as contas públicas, aduzindo que “nos cabe agora avaliar com critério e responsabilida

23/05/2012 - POUPANÇA NEGATIVA

Incrível, mas quem tem mais dinheiro, o governo federal, tem poupança negativa. Não é difícil perceber isto, mesmo sem os grandes números. A peça contábil das finanças públicas tem, de um lado, as receitas, oriundas dos tributos, hoje em sufocantes 36% do PIB, o que denota pouca mobilidade de dinheiro em direção à produção. De outro lado, os gastos públicos, dirigidos para 39 ministérios, pagamento de mais de um milhão de funcionários públicos, máquina burocrática, onerosa, deficiente, além de braço eivado de corrupção, conforme milhares de processos correndo na Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União, dos Estados, dos Municípios, justiça de primeira entrância, na justiça de desembargadores, dos tribunais estaduais, tribunais federais, Supremo Tribunal de Justiça e Supremo tribunal Federal. Não bastasse tão grande embrulho, cerca da metade do dinheiro é dirigido para manter o grau de confiança do governo por parte dos credores da dívida pública. Ist

22/05/2012 - RESPOSTA TÍMIDA

Enquanto as previsões são de que a economia brasileira permanecerá onde está no rol planetário, visto que o terceiro mergulho da economia mundial se concretiza, isto é, a Europa se debruça pela terceira vez na recessão, sendo a primeira vez de retração em 2008; a segunda vez em queda, em 2011; ao tempo em que os Estados Unidos reduziram o seu crescimento projetado. Eles, que começaram as bolhas especulativas, estouradas desde 2008, não estão conseguindo colocar o mundo em crescimento virtuoso. Dessa forma, passarão de cinco anos a atual queda do produto mundial, a maior desde a grande depressão de 1929. O que tem feito o Brasil? Nesta semana, veio uma resposta tímida. Um pacote de R$2,7 bilhões para estimular o consumo, dado que a quinta redução seguida da SELIC não o ampliou significativamente. O segmento beneficiado foi o automotivo, com ações voltadas para elevar as vendas de carros, caminhões e ônibus. A equipe econômica reduziu o IPI, até 31 de agosto, para carros de até 1.0

21/05/2012 - DISCURSO E PRÁTICA ECONÔMICA

Em sala de aula o professor apresenta a disciplina através da Teoria Econômica, a forma positiva, onde aflora a verdade relativa, sendo os modelos de entendimento, de acordo com a formação do estudante. Classicamente, estuda-se que os três poderes são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, havendo harmonia entre eles. Na prática, isto não existe. Existem países de regime político presidencialista e parlamentarista, cabendo ao Judiciário resolver as pendengas entre eles, dentro da normalidade. Porém, como no caso brasileiro sempre existiram medidas constitucionais de exceção, em sete impérios de constituições históricas, hoje chamada de Medida Provisória, entrando imediatamente em vigor. Na contemporaneidade, surgiram mais três poderes: o Ministério Público, a Mídia e a Opinião Pública. No entanto, os atos e fatos do cotidiano inúmeras vezes não dão razão à teoria. Tampouco, a tantos poderes observados. Em artigo do jornal Valor Econômico, deste final de semana, André Lara Res

20/05/2012 - CONTÁGIO FINANCEIRO

O Brasil começou neste mês a receber o contágio do terceiro mergulho da crise econômica mundial, iniciada nos Estados Unidos, em setembro de 2008, irradiada pelo mundo todo, sendo sentida no Brasil principalmente em 2009, quando a economia recuou – 0,3%. Na época o presidente Lula disse que era uma ‘marolinha’. A economia brasileira se recuperou brilhantemente em 2010, crescendo 7,5%. Porém, sentiu os reflexos da crise internacional em 2011, no segundo mergulho dela, crescendo 2,7%, em 2011. As autoridades econômicas, acreditando que o Brasil iria deslanchar em 2012, de repente, agora em maio, está começando a sentir os efeitos do terceiro mergulho da crise mundial, neste mês muito sentida por toda a Europa, quando os Estados Unidos estavam mostrando sinais de recuperação, para capitanear novo ciclo de prosperidade, haja vista que os cinco anos de recessão deveriam se acabar. O contágio da situação européia se intensificou na medida em que o crédito externo parou completamente pa

19/05/2012 - CRESCIMENTO MENOR

“O nosso crescimento vai ser menor do que esperávamos”, declarou à imprensa, ontem, Antônio Delfim Netto, economista de 82 anos, ex-ministro da Fazenda em governos do regime militar após 1964, ainda hoje na ativa como economista, sendo consultor informal dos governos de Lula e de Dilma. O fato é que mais um dito do mercado de ações se confirma: a de que a bolsa de valores cai no boato e cresce no fato. A BOVESPA entrou em parafuso, desde as péssimas notícias da Europa, do terceiro mergulho da crise mundial, iniciada em 2008. Caiu a bolsa de valores oito vezes seguida, encerrando a semana com perdas anuais. O governo federal já tinha as estatísticas ruins do primeiro trimestre. Não foi sem motivo que desde abril a presidente Dilma tem feito uma cruzada pela queda do sistema de juros do mercado financeiro brasileiro, considerado dos mais altos do mundo. Por outro lado, ela tem sido alertada que somente a redução dos juros, para elevar o consumo, já bastante alto, acima de 60% do PI

18/05/2012 - LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Nesta semana entrou em vigor a lei de acesso à informação. Trata-se de dispositivo que rastreará licitações, contratos, aplicações orçamentárias, repasses de verbas no Executivo, Legislativo e Judiciário, nos três níveis de governo, federal, estadual, municipal, tanto para pessoa física como para pessoa jurídica. As informações disponíveis terão de serem fornecidas logo, pessoalmente, via carta ou meio eletrônico. Aquelas informações que precisam de pesquisas poderão ser fornecidas no prazo de até 20 dias, prorrogáveis por mais 10 dias, mediante justificativa. Os governos estão obrigados a criar os Serviços de Informações ao Cidadão, conforme previsto pela lei, com estrutura específica, tipo serviço de atendimento ao público. O cidadão agora poderá fiscalizar eficazmente o serviço público. Obviamente, a lei não acaba com o sigilo nas áreas de seguranças, nas áreas de foros privilegiados, nas áreas das particularidades médicas dos cidadãos, nas áreas dos sigilos bancários, dentre

17/05/2012 - IDOSOS

Atualmente, o Brasil tem cerca de mais de 20 milhões de idosos, definidos por lei como 60 anos completos, perto de 10% da população brasileira, as crianças e jovens, na idade de 1 dia a 14 anos, incompletos,   aproximando-se de 40 milhões, por volta de 20%. Logo, o Brasil está ingressando na faixa conhecida como bônus demográfico, em que cerca de 70% da sua população, na faixa de 14 anos a 60 anos, incompletos, estão constituindo a principal de força de trabalho. Isto é, aproximadamente, 140 milhões de brasileiros. Trata-se de oportunidade única na história, na qual os países hoje desenvolvidos passaram por ela, destacando-se os seguros exemplos de fibra, como são os casos do Japão e da Coréia do Sul. A situação da China é bastante semelhante. Porém, muitos anos ainda se passarão para considerá-la exemplo seguro, muito embora já seja a segunda economia do planeta. No entanto, sua renda per capita ainda está muito inferior a renda dos países desenvolvidos. A renda dos chineses não che

16/05/2012 - BOLSA MUITO VULNERÁVEL

A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) é uma das dez maiores do mundo. Às vezes, pontifica entre as cinco maiores. Entretanto, é uma das mais voláteis. Seguramente, entre os   mergulhos da atual crise mundial, iniciada em 2008 (1º mergulho); recuperação em 2010, mas recaída em 2011 (2º mergulho); com prenúncios agora, no final do 1º semestre de 2012 de nova queda (3º mergulho), com futuro incerto da Grécia, mediante temores de sua saída da zona do Euro, desemprego assustador na Espanha, de 25% da população economicamente ativa; crise na Itália, bem como em todos os países da citada região, até mesmo atingindo fortemente a França e a Alemanha (esta em menor intensidade, visto que é líder do bloco, cujo crescimento do primeiro trimestre foi de 0,5%, parece que o maior da referida área). A BOVESPA caiu mais do que as bolsas dos países desenvolvidos nos últimos dias. A sexta queda seguida da BOVESPA, a maior seqüência de baixas desde julho do ano passado. Mediante os tombos, pela pr

15/05/2012 - BRASIL CARINHOSO

O registro de mais um programa social dos governos do PT, mostra como, tanto Lula como Dilma, adotam o populismo, até por ser mais fácil e gerar mais popularidade, do que as reformas econômicas prometidas em campanha. Trata-se do Programa Brasil Carinhoso, de igual forma que o Programa Brasil sem Miséria, vai agregar-se ao Programa Bolsa Família. As ações sociais representarão um investimento de R$10 bilhões até 2014, consoante a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo. As medidas estão voltadas para as crianças que estão em extrema pobreza, isto é, percebem renda de até R$70,00 por pessoa, com idade entre 1 dia até 6 anos, em contingente de beneficiários de 2,7 milhões de crianças componentes de 2 milhões de famílias. Referidas famílias deverão integrar o contingente de mais de 14 milhões dos já contemplados do Programa Bolsa Família. Cada criança na faixa da idade referida receberá R$70,00, sendo os recursos pagos a partir de junho.   O Programa Brasil Carinhoso també

14/05/2012 - JUROS SÓ NÃO RESOLVEM

A redução dos juros somente não é suficiente para a economia brasileira passar dos 4% de crescimento anual da economia, conforme projeta o governo federal. É tanto que as previsões dos cerca de 100 analistas financeiros consultados pelo Banco Central semanalmente afirmam que o PIB não se elevará mais do que 3% a 3,5%. A equipe econômica insiste em incentivar o consumo para promover o crescimento econômico, tal como fez a partir de 2008, como resposta do primeiro mergulho da crise internacional. Porém, na atual circunstância da vivência do segundo mergulho da crise mundial o modelo parece estar esgotado. A evidência disso se encontra no fato de que a taxa de consumo sobre o PIB já está acima de 60% e ela não se alterou praticamente, tendo em vista que o Banco Central já reduziu a SELIC em 4,75%. Além do mais, tem crescido o endividamento das famílias, que dobrou nos últimos cinco anos, para 41%, o que tem também reduzido seu poder de compra. Por seu turno, os bancos denotam aumento na

13/05/2012 - POLÍTICA QUE FALTA

A Nova República, fundada em 1985, permeada pela Constituição de 1988, somente seria democracia com as eleições diretas em 1989, quando se postaram 20 candidatos, sendo decididas no segundo turno entre Fernando Collor de Mello e Luiz Ignácio Lula da Silva. Ganhou Collor, iniciando mandato em 15-03-1990, mas renunciou, foi julgado, perdendo direitos políticos por 8 anos. Assumiu o seu vice, Itamar Franco, para cumprir aproximadamente 16 meses restantes. Na sua gestão foi lançado o Plano Real, em 1994. Em 1995 assumiu Fernando Henrique Cardoso, cumprindo dois mandatos, entregando o poder a Lula, também em dois mandatos, que cumpriu de 01-01-2003 a 31-12-2010. A presidente Dilma assumiu em 01-01-2011 e cumpre mandato. Portanto, de 1990 até hoje, cinco presidentes somente trabalharam com as políticas monetária e cambial, tangenciando sempre a política fiscal, esta última praticamente ausente nos governos democráticos brasileiros. Por que na democracia é tão difícil realizar a política fi

12/05/2012 - SISTEMA DE METAS DA INFLAÇÃO

O fenômeno da inflação tem origem no movimento monetário e repercussão no nível de preços como ajuste na equação de trocas, definida com MV = PY. Logo, quando há aumento maior da esfera monetária (MV) o acerto se dá via elevação de preços na esfera produtiva (PY). A inflação mínima é considerada até de 3%, por muitos tida até como benéfica, visto que as pessoas deixam de manter dinheiro em casa. Para colocar nos bancos, fazendo a moeda circular. A inflação depois de 3% começa a preocupar, até alcançar dois dígitos, quando então começa a desestabilizar a economia, tornando-se instrumento pernicioso para a condução econômica. A partir dos anos de 1990, a Irlanda começou a fixar a meta da inflação, seguida por cerca de dez países. Em 1999, foi a vez do Brasil. De certo, o sistema tem se revelado bom. É tanto que neste ano, pela primeira vez os Estados Unidos adotaram a meta de 2%. Na Europa também se seguiu os 2%. Mas, no Japão é de 1%. Todos os três grupos adotaram explicitamente o sis

11/05/2012 - ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

A célebre equação quantitativa da moeda, definida nos manuais como MV = PY, onde MV é a esfera financeira (M = quantidade de moeda; V = velocidade renda das espécies monetárias); onde PY = esfera produtiva (P = nível de preços; Y = volume das transações), resume o funcionamento do sistema econômico. A comparação das duas esferas citadas é muito importante como se fossem as relações entre dois hemisférios. O Norte e o Sul, por exemplo, mas poderia incluir também Leste/Oeste, traduzindo-se todas as relações econômicas. Sendo conhecido que o Brasil ainda vem se organizando como um país capitalista desenvolvido, cabe destacar que somente a partir de 1964 foram criados o Conselho Monetário Internacional, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, o Tesouro Nacional, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgãos superestruturais da organização financeira. Dessa forma, o Brasil passou a ser um país que tem procurado definir tecnicamente a base monetária (M z

10/05/2012 - EMBATE DOS JUROS

Os bancos foram criados na Idade Média como uma necessidade do sistema de transações econômicas. Os bancos sempre tiveram operações ativas e operações passivas. As operações ativas sempre foram cobranças por serviços e operações passivas sempre foram cobranças de juros por empréstimos. Porém, no fim da Idade Média, lá pelo século XIV, os bancos eram proibidos de praticar juros entre os cristãos. A Igreja Católica condenava tal prática. Somente os juros eram praticados por judeus e por outros adotantes de outros cultos. Os juros sempre foram praticados pelos ciganos e cobrados com o maior rigor. Com o surgimento do capitalismo mercantil, fruto das trocas entre os povos, depois da Idade Média, os bancos financiaram as grandes navegações e cobravam juros. Na medida em que o capitalismo promoveu a revolução industrial, formou-se o capitalismo industrial, o papel dos bancos se tornou ainda mais importante. As sociedades foram se tornando urbanas, os serviços começaram a ter maior particip

09/05/2012 - BOLSA EM ABRIL

Uma reflexão importante é saber por que as informações das grandes bolsas de valores estão presentes em quase todos os noticiários das rádios, televisões, jornais, revistas semanais, revistas mensais, dentre muitos outros comunicados do cotidiano? Seguramente, em termos de repetição do tema, nenhum outro se apresenta com tamanha freqüência. Isto deve acontecer desde quando se organizaram as primeiras grandes bolsas de valores, a partir dos anos de 1700, época das grandes invenções, que cristalizaram o capitalismo, chamada de “revolução industrial”. Por isso mesmo, as bolsas de valores representam o local de negócios dos títulos das empresas abertas. Valem dizer, aquelas que podem ter uma parcela do seu capital comprada pelo público, parcela esta chamada de ação, que é um título de propriedade. Entretanto, as bolsas de valores foram dominadas pelas grandes empresas e praticamente não existem mais as pequenas ou médias que abriram seu capital social, com vistas a serem capitalizadas. N

08/05/2012 - TEORIA NA PRÁTICA

Um ditado popular diz que “a teoria na prática é outra”. Sem dúvida, que a teoria aplicada em países desorganizados, como era o Brasil desde 1994, antes do Plano Real, não dava certo. A inflação descontrolada e elevada tornava as previsões grandes fiascos. Porém, a população passou a querer acreditar no Plano Real, na nova moeda, no funcionamento dos mercados. Portanto, desde então, desde Itamar Franco, passando por Fernando Henrique Cardoso, por Lula e agora por Dilma, o cerne da política econômica tem sido ortodoxa. Isto é, o governo tem procurado estabilizar, primeiro, suas finanças públicas, fazendo superávit primário, para pagar pelo menos os juros da dívida, o que lhe conferiu o grau internacional de investimentos estrangeiros, concedido pelas agências de risco mundiais. Segundo, o câmbio é flutuante, agindo o Banco Central para não haver especulação com moeda estrangeira. Terceiro, adotou desde 1999 o sistema de metas de inflação, que tem sido bem sucedido, visto que desde 200

07/05/2012 - POUPANÇA MEXIDA

    A população chama a caderneta de poupança, criada durante o império de Dom Pedro II de simplesmente poupança. Existem mais de 100 milhões de cadernetas, muito mais de 50% da população de 192 milhões, estimada pelo IBGE para 2011. Na história brasileira os índices de correção monetária foram muitas vezes manipulados, mas os juros sempre foram fixos. O mandatário mais audaz do País, Fernando Collor, realizou em 1990, o maior confisco da história, deixando o brasileiro atônito. Tratou-se do primeiro presidente eleito depois de 21 anos de ditadura militar, a qual não teve a coragem de confiscá-la. Mas, Collor congelou por 24 meses a poupança e a devolveu em 12 parcelas, após os 24 meses referidos. Acredita-se que, além do confisco, o seu governo também manipulou as taxas de correção da sua remuneração.   Depois de Collor, 22 anos atrás, a população ficou traumatizada e não pode nem ouvir falar em mudar regras da poupança. Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luis Ignácio

06/05/2012 - PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO

O artigo de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura do governo de Lula, que escreve a cada 15 dias na Folha de são Paulo, de ontem, termina assim: “Em resumo, o excelente estudo FIESP/ICONE mostra as projeções feitas no ano passado   pela OCDE, segundo as quais o Brasil precisa crescer 40% na sua produção de alimentos para que o mundo cresça 20% não estão fora da realidade. Vamos chegar lá”. As expectativas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), baseada na Europa, acompanha os países desenvolvidos e os grandes emergentes, inclusive o Brasil, embora o País não faça parte dela. Os dados referem-se até 2022. Convém lembrar que o Departamento de Agricultura do Reino Unido tem divulgado estudos de que até 2050 o Brasil será o maior produtor mundial de agronegócios. Conforme a teoria, os bens oriundos do setor primário geralmente são inelásticos. No entanto, mediante exame de tais projeções acima, eles não são mais inelásticos ou se tornaram elásticos?

05/05/2012 - FONTE DA FELICIDADE

Em inúmeros estudos econômicos é possível entender que a variável mais importante dos fenômenos econômicos é a renda, que é igual ao produto. Trata-se de variável explicativa mais reluzida. Por isso mesmo é a variável independente. O produto global ou a renda global, também chamado de PIB ou Renda Nacional é a expressão de grandeza. No entanto, o PIB não expressa o grau de satisfação das pessoas com a sociedade em que vivem. Robert Kennedy, irmão do presidente americano John Kennedy, este assassinado no exercício do mandato, o primeiro também assassinado exercendo mandato de congressista, poucos anos depois, ambos de incrível simpatia, inteligência e popularidade nos anos de 1960. Cunhou o citado Robert a expressão bem humorada de que “o PIB mede tudo, menos o que faz a vida valer à pena”. Sempre os economistas procuraram medidas melhor do que o PIB. A maioria dos estudiosos chegou à renda per capita ou PIB per capita, que é a mesma coisa, ressalvando que sendo uma média aritmética é

04/05/2012 - FONTES DE CRESCIMENTO

Não há milagre na economia. O progresso tem que ser bem trabalhado. O bom nível de crescimento somente acontece com bom nível de investimento. Bom nível do PIB é acima de 5%, assim como bom nível de investimento é acima de 20% do PIB. Ou seja, o PIB é principalmente função do investimento global. A estabilidade da economia, a partir do Plano Real, em 1994, criou as bases para as fontes de crescimento da economia. Contudo, tais fontes estão se esgotando e novas fontes têm de ser criadas. Em artigo na revista Veja, datada de 02-05-2012, Mailson da Nóbrega, mostra porque o governo de Dilma está obtendo “Menos crescimento” (título). Assim se refere: “O potencial se elevou na era Lula em razão dos ganhos de produtividade decorrentes de reformas anteriores e dos dois primeiros anos de seu próprio governo. As principais, além da abertura da economia e da estabilidade, foram a Lei de Responsabilidade Fiscal, a privatização, a reestruturação do sistema financeiro e a aceitação do capital

03/05/2012 - PIB POTENCIAL

No dia 01-03-2012 deste blog foi abordado o Produto Potencial. Na verdade, o mesmo assunto de hoje com nova roupagem de atualização. Tecnicamente, PRODUTO INTERNO BRUTO = CONSUMO DAS FAMÍLIAS + GASTOS DO GOVERNO + INVESTIMENTOS (PRIVADOS E PÚBLICOS) + EXPORTAÇÕES – IMPORTAÇÕES (PIB = C + G + I + X – M, letras usadas nos manuais para fazer modelos). É muito comum se relacionar as variáveis da demanda agregada (2º membro da equação) com a oferta agregada, o PIB. Ao introduzir a análise dinâmica, examinam-se as variações em cada variável macroeconômica acima. Por exemplo, o IBGE calcula o PIB trimestral e divulga as variações relativas das variáveis agregadas. Depois, examina as alterações em cada uma delas, mostrando a sua contribuição para o progresso econômico. O último trimestre fecha os dados do crescimento anual, geralmente divulgado no início do ano. O PIB real acima citado pode ter até duas correções durante um ano. Por exemplo, em 2009, houve pequena recessão depois de mais

02/05/2012 - COTAS UNIVERSITÁRIAS

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é constitucional o sistema de cotas universitárias, por unanimidade, na semana passada. Inúmeras opiniões, com ponderações, encontram-se na sociedade. Apesar de ter sido considerado legal, o modelo de reserva de vagas em faculdades continua polêmico até entre possíveis beneficiados. Mas, agora é decisão final e o sistema não poderá ser questionado. O sistema de cotas é um modelo de política de ação afirmativa, que reserva um número de vagas nas universidades do País, para estudantes negros e índios, oriundos de escolas públicas, que tenham passado por vestibular e atingindo a nota necessária para aprovação. Além do mais, é necessário comprovadamente que o candidato seja de baixa renda. Isto é, a sua família tenha uma renda de até três salários mínimos. A condição da cor da pele é verificada pela declaração no censo do IBGE. O Brasil não se trata de único país a adotar tal modelo. Em 1980, os Estados Unidos foram os pioneiros a colocá-l

01/05/2012 - MIRAGENS DO PAC

Dilma Roussef está no poder desde 01-01-2003, quando o PT chegou ao governo com o presidente Lula. Ministra das Minas e Energia. Ministra da Casa Civil. Presidente da República. No governo do ex-presidente Lula, em 22-01-2007, tornou-se, por designação de Lula, a coordenadora da equipe gestora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), chamada por Lula de “mãe do PAC”. Projetos novos, projetos velhos, grandes sonhos, fazem parte de mais de 2.000 obras. O governo lançou o PAC 1, para o período de 2007/2011; o PAC 2, para 2011/2014; o PAC 3, para 2015/2018. A última avaliação da União quanto ao PAC é de que concluiu 40% das obras projetadas. Em contraste, a ONG Contas Abertas afirma que somente 19% foram concluídas. Em paralelo, lançou também o Programa Minha Casa, Minha Vida, projetando no segundo mandato do ex-presidente Lula, para concluir um milhão de casa. Já para o mandato em curso da presidente Dilma a meta é de construir mais dois milhões de residências, sendo 80% delas pa