Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2023

DESEMPREGO CAIU PARA 7,9%

  A taxa de desemprego do último trimestre de 2022 teve a décima queda seguida e atinge menor nível desde 2014, ano no qual a recessão se insidiou do segundo trimestre de 2014 até o último trimestre de 2016. Foram 11 trimestres seguidos de forte recessão. O desemprego então desembestou. Quatro anos depois, aconteceu a pandemia do covid-19. Medidas de enfrentamento da pandemia levaram ao isolamento social e, em consequência, a taxa de desemprego passou de dois dígitos, chegando a ficar em torno de 14% ao ano. Porém, o enfrentamento da crise sanitária veio obtendo êxito e a taxa de desemprego recuou para 7,9%, em dezembro de 2022. A taxa média anual recuou para 9,3%, a menor taxa média anual desde 2015. Referidos números mês a mês em 2021 e 2022 demonstram recuperação do mercado de trabalho depois da citada pandemia, conforme dados constantes da Pesquisa por Amostra de Domicílio Contínua, cujos resultados são divulgados mensalmente pelo IBGE, relativos aos quatro trimestres de cada a

NOVO MARCO FERROVIÁRIO

  Desde 1956 que o Brasil passou mais a incentivar a economia urbana. Foi decisivo o PLANO DE METAS DE JK para ter-se o planejamento econômico global, construindo-se uma cidade em quatro anos, para ser o Distrito Federal, Brasília, no Planalto Central. Muitas décadas se passaram e hoje se tem o planejamento setorial feito pelas Agências Nacionais. Como o propósito desta coluna é o de escrever uma lauda diária, hoje se verá aqui o que anunciou agora a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O Ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou ontem que a pasta não pode interferir na autonomia da ANTT, provocado pelo plano que ela expôs recentemente. Assim, a ANTT anunciou o Novo Marco Ferroviário. Este envolverá R$170 bilhões de investimentos para o sistema ferroviário brasileiro, de acordo com a aprovação do novo marco legal, criado em 2021. A mudança proposta, que substituirá os leilões por autorizações administrativas, será considerada então como novo marco. Foram evidenci

NOVAS DESPESAS NO RADAR

A equipe econômica voltou a dirigir-se aos mercados com novos gastos públicos no radar. As novas despesas com certeza elevarão as despesas públicas e estourarão a lei do teto dos gastos. O governo federal, então, terá que fazer nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC), tal com fez com a PEC da Transição, para início do atual mandato, o que naquela oportunidade já anunciou que poderia ter déficit primário neste ano. Agora, a possibilidade está sendo reforçada. Em síntese, o governo federal gastando mais, impulsionando a demanda agregada, terá, como contrapartida maior dinâmica do processo inflacionário, para ajustar as contas. Ademais terá que fazer nova regra fiscal. Estão no radar da equipe econômica: a elevação dos salários dos servidores, que não será pequena, visto que se procurará corrigir as defasagens salariais, desde 2014. A começar os rendimentos das autoridades de Brasília, que respingará com força nos reajustes salarias nos Estados e Municípios. Em seguida, poder

IMPORTAÇÕES DE FERTILIZANTES

Mesmo sendo uma potência agropecuária, o Brasil produz apenas 15% de fertilizantes agrícolas, que são insumos utilizados para nutrir a terra. Entretanto, a importação de fertilizantes não era um problema para o País, até 24 de fevereiro de 2022, quando começou a guerra entre Rússia e Ucrânia, que perdura até hoje, sem nenhuma perspectiva de acabar logo, existindo muitos que ainda acreditam que a guerra referida vá durar bastante. Ela desencadeou uma segunda guerra fria no mundo. A primeira guerra fria foi entre o bloco capitalista versus o bloco comunista, do final dos anos de 1940 até os anos de 1960. O ápice foi Cuba ser comunista, em 1959, e ser até hoje, estando a aproximadamente 100 quilômetros da costa atlântica do maior país capitalista do globo, os Estados Unidos, que são a maior economia global, desde o final da primeira guerra mundial (1914-1917). Em 2022, os principais protagonistas de hoje voltaram a ser a Rússia e os Estados Unidos. Nem mesmo a pandemia do covid-19, qu

FORTE OSCILAÇÃO DO IBOVESPA

Nesta semana, encerrada ontem, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (IBOVESPA) recuou, somente ontem, 1,67%. Na semana o recuo foi de 3,09%, voltando para a casa dos 105 mil pontos, renovando o menor nível de fechamento desde o dia 4 de janeiro. Até 24 de fevereiro a perda é de 6,73%. Na semana anterior teve leve recuperação de 1,02%, mas não se sustentou e voltou a descer a ladeira. O indicador segue o seu pior rumo mensal, quando o pior de quase um ano fora de 11,50%, em junho. Neste ano, o índice indica até agora uma perda de 3,59%. As explicações são as de que a economia brasileira, com novo governo, não emplacou ainda nem uma agenda proativa. A melhor previsão se encontra com aquela das cem instituições financeiras, consultadas semanalmente pelo Banco Central, que antevê um PIB, crescendo 0,8%. As piores previsões são aquelas de que a economia brasileira está estagnada, de que poderia ingressar em recessão, de que voltaria ao caminho do déficit público, quando no ano pass

VOLATILIDADE DO DÓLAR

  O preço do dólar pode ter pequena volatidade ou nenhuma, quando um país tem estabilidade econômica. Mas, quando um país não tem estabilidade econômica ou passa por um período de instabilidade, como aconteceu no Brasil, em 2002, na campanha de Lula, para o seu primeiro mandato, o dólar saltou de R$1,40 para R$4,00, valor que atualizado corresponderia a mais de R$8,00. Há já algum tempo que o preço do dólar tem pequena volatilidade no Brasil. Isto se deve à existência do Plano Real, que estabilizou a moeda brasileira, tendo o País realizado um colchão de reservas internacionais, bem como a melhor atuação do Banco Central. Basta ver que as instituições financeiras, atuando no Brasil, estão prevendo que o dólar se encerrará neste ano em R$5,25 e no ano vindouro em R$5,29. Ontem o preço do dólar caiu 1% frente ao real, acompanhando a melhora no risco internacional e com investidores reagindo positivamente com redução de ruídos domésticos, relativos ao Banco Central e o resultado fis

RESERVAS E POSIÇÃO CAMBIAL

  As reservas internacionais são expressas em dólares e contabilizadas pelo Banco Central. Estão atualmente em torno de US$330 bilhões. Em tempo não muito distante foram maiores do que US$365 bilhões. A posição é confortável e serve para livrar o País de ataques cambiais, tal como aconteceu depois do Plano Real, vindo de especulações internacionais nos chamados tigres asiáticos e ficaram quase zeradas no início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando houve forte ataque cambial. Mas, o próprio Cardoso tomou empréstimo no Fundo Monetário Internacional e foi juntando reservas, que vieram crescendo em todos os governos posteriores. Então o País constituiu um colchão protetor e nunca mais teve ataque cambial. Ficar sem reservas nunca mais passou a ser lema de governo federal. A posição cambial leva em conta as reservas internacionais, depositadas no Banco Central (BC), a venda de dólares com compromisso de recompra, a posição do BC em swap cambial e os direitos especiais

RELATÓRIO DE MERCADO FOCUS

22-03-2023 O Banco Central (BC), como faz toda semana desde o ano 2.000, ausculta cerca de 100 instituições financeiras e publica o Relatório de Mercado Focus, trazendo as medianas das previsões de referidas instituições do mercado financeiro, para a inflação oficial, crescimento do PIB, taxa básica de juros e taxa de câmbio comercial. O cenário para moeda americana é o mesmo da semana passada, continuando em R$5,25. Há um mês era de R$5,28. Para 2024, a mediana passou de R$5,30 para R$5,29. Há um mês era R$5,30. A estimativa anual do câmbio é calculada pela média das estimativas de dezembro, não sendo mais pelo último dia de cada ano, como era até 2020. O BC espera com isso trazer melhores previsões. Pela quarta vez consecutiva, o BC, na reunião de primeiro de fevereiro manteve a SELIC em 13,75%. Mas, para o final do ano também manteve em 13,75% anuais. Já para os anos de 2024, 2025 e 2026 ficaram estáveis as estimativas da SELIC. No relatório Focus a projeção para 2024 ficou em

MERCADO DE CRÉDITO COM PÉ NO FREIO

21-02-2023 Desde que o Banco Central decidiu elevar as taxas de juros de 2,00% para 13,75%, o mercado de crédito tem ficado caro e pisou no freio, pincipalmente, depois da fraude nos balanços das lojas Americanas, quando os bancos recuaram de fazer financiamentos, em frente a referidas taxas de juros, que prometem ficar por longo tempo acima de 10,00% ao ano. Ainda mais que a inflação ficou em patamar próximo de 6,00% e o Banco Central, em postura ortodoxa, continuará com a SELIC elevada. Sendo assim, a bolsa de valores, onde são negociadas as grandes sociedades anônimas, há mais de dois ficam em uma gangorra, inibindo novos lançamentos de ações e a produção praticamente está estagnada.     Há o risco de recessão, principalmente porque o governo federal está realizando vultosos gastos públicos e poucos investimentos, principalmente em infraestrutura. Já há previsão de déficit primário, sucedendo o superávit primário do ano passado, depois de oito anos consecutivos de déficit prim

MAIOR FRAUDE CONTÁBIL DO PAÍS

20-02-2023 A maior rede de lojas varejistas do País ingressou com pedido de recuperação judicial em 11 de janeiro deste ano. Em princípio, informou que seu pedido seria de R$20 bilhões com seus fornecedores. No entanto, ao serem somados as dívidas com os bancos, fornecedores e receita federal, este valor dobrou, para R$40 bilhões. Os seus maiores acionistas são três dos homens mais ricos do mundo, com atuação internacional em diversos negócios, sendo o mais importante o de cerveja, que no Brasil é a AMBEV. Prometeram socorrer as citadas lojas, mas o processo de auditagem ainda não foi finalizado. O seu valor de mercado na bolsa de valores brasileira chegou a recuar até 90% dele. A economia brasileira está praticamente estagnada, devido a uma série de gastos públicos, que tem impulsionado a inflação, turbinada pela inflação mundial. A Alemanha, quarta maior economia do globo está com inflação de 8,7%, em doze meses. Os Estados Unidos já reduziu sua inflação de 7,0%. Mas está alta.

TURISMO CRESCEU 28% EM 2022

19-02-2023 A Federação do Comércio, de Bens e Turismo (Fecomércio – São Paulo) registrou que o Turismo atingiu R$208 bilhões em 2022, cujo crescimento foi de 28%, quando comparado com o ano de 2021, quando alcançou R$162,6 bilhões. O levantamento é mensal, com dados do IBGE. Todos os segmentos turísticos cresceram no ano passado. Destaque foi para o transporte aéreo, cujo crescimento foi de 65,2%, registrando um faturamento de R$66,5 bilhões. Por seu turno, os preços das passagens foram às alturas., tendo reajuste médio de 23,5, consoante o IBGE. A Fecomércio informou ainda que o fim das restrições, causadas pela pandemia do covid-19, a elevação da procura e a maior quantidade de assentos oferecidos nas aeronaves levaram a tal desempenho. A análise também mostrou que no ano inteiro de 2022 houve a substituição do modal aéreo pelo terrestre rodoviário. O segmento de transportes terrestres para passageiros encerrou o ano com crescimento de 13,9%, faturamento de R$34 bilhões. Em d

MINHA CASA MINHA VIDA

                               O governo federal reeditou na Bahia, para todo o Brasil, o Programa Minha Casa Minha Vida, sem uma reavaliação dele, desde o segundo mandato de Lula (2007-2010) até a interrupção do governo de Dilma, em 2016. Aliás, não defeito dos governos petistas. Tem sido defeito de todos os governos federais que usaram alguma dose de planejamento econômico, mesmo sem ter um plano econômico. Já tem o orçamento para o renovado programa, de R$10,4 bilhões, conforme o Ministério das Cidades, a serem emprestados pela Caixa Econômica. Não se declarou ainda, mas os juros serão subsidiados. Afinal, em campanha eleitoral, Lula disse que a Caixa Econômica não é para dar lucro. O citado programa é voltado para as classes de menor renda. Na faixa 1, o valor do imóvel poderá ser quase todo subsidiado. Segundo declarações oficiais, o programa em referência tem maior objetivo o de melhorar as condições de moradia, para aqueles que têm dificuldades de alcançar a casa própria

PESQUISA DE CONSUMO DO CARTÃO ELO

  17-02-2023 Pesquisa do cartão de crédito e de débito ELO, uma das principais empresas de pagamentos do País, sobre hábitos de consumo dos brasileiros revelou que eles gastam 46% da renda doméstica para as compras de alimentos e combustíveis. O levantamento reúne dados de consumo de 2020 a 2022, envolvendo 43 milhões de cartões ativos da marca ELO, sendo a média anual de 4,5 bilhões de transações financeiras gerenciadas pela empresa, nas 27 unidades da federação. Nos últimos doze meses, em relação aos doze meses anteriores, os gastos essenciais com alimentação e combustíveis foram de 41%, na medida em que os combustíveis tiveram isenções tributárias, quando o País obteve três meses de deflação em 2022. Vendo as faixas de renda, os  mais ricos têm o peso de 26% no seu orçamento, para o consumo de alimentos e de combustíveis. Com referência às compras no comércio eletrônico, foram registrados uma expansão de 44% nos gastos pelo público de maior renda, após a pandemia. 17-02-20

ISENÇÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS

  16-02-2023 Em março de 2023, o governo federal isentou todos combustíveis de tributos da União, até final de 2022, mas a isenção irá até 31 de dezembro de 2023, para o gás liquefeito de petróleo e para o óleo diesel. Iniciado o governo Lula, este decidiu prorrogar a isenção até 28 de fevereiro para todos os combustíveis. Por seu turno, a associação de seis refinarias dos combustíveis independentes, a recentemente criada Refina Brasil propôs ao governo federal que prorrogue a medida provisória 1157 do início do ano, incluindo a compra de petróleo no benefício. A Refina Brasil informou que o País corre o risco de desabastecimento e as empresas do pool correm o risco de prejuízo de R$5 bilhões em 2023. Para o mercado da matéria prima em referência, terminando a citada isenção haverá aumento de preços, turbinando a inflação, elevando o desemprego. A refina Brasil informou também que trabalha com margem de lucro apertada. No conjunto a Refina Brasil representa 20% de todo o proc

MAPA DA RIQUEZA

A Fundação Getúlio Vargas (FGV), em trabalho denominado Mapa da Riqueza, mostra que a desigualdade aumentou no Brasil durante o auge da pandemia, isto é, em 2020, mesmo com o pagamento do auxílio emergencial, visto que houve grande perda de renda da classe média. Claro, que isso ficou mais claro, principalmente pelas medidas de isolamento social, recolhimento em trabalho em casa, elevado desemprego e outras medidas, proibindo a circulação de pessoas. Os pesquisadores da FGV, Marcelo Neri e Marcos Hechsher, apresentaram ao público que a desigualdade na distribuição no País é maior do que aquela calculada com estatísticas do IBGE, publicadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), baseados nas informações do Imposto de Renda. Eles calcularam o índice de Gini (G), clássico indicativo da concentração ou não da renda em uma nação. Para os dados do Imposto de Renda eles chegaram a G = 0,7068, em 2020, contra G = 0,7066 do ano de 2019, enquanto para as estatísticas da PNA

BARÔMETROS ECONÔMICOS

O barômetro é o equipamento que mede a pressão atmosférica. Há o Barômetro de Liberdade Econômica, calculado pelo Instituto Mackenzie. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), através do Instituto Brasileiro da Economia (IBRE), calcula os barômetros globais, sendo um o Barômetro Econômico Global Coincidente e o outro o Barômetro Econômico Global Antecedente. Sobre estes aconteceram as últimas notícias. A reabertura da economia chinesa, após o recente fechamento para combater o covid-19 e, uma crise energética mais suave do que era prevista, fizeram com que os barômetros globais subissem desde novembro de 2022. Porém, a pressão inflacionária se continuar poderá reverter referido quadro, informou Paulo Pichetti, pesquisador da FGV-IBRE. Neste mês de fevereiro, o Barômetro Econômico Global Coincidente, o qual acompanha o nível da atividade econômica, subiu 6,2 pontos, para 83,3 pontos. Já o Barômetro Econômico Global Antecedente o qual mede as perspectivas do crescimento econômico até seis

PROJEÇÕES DE MERCADO

Pela nona vez seguida, as medianas das previsões de mercado de 100 instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) subiram a estimativa da inflação de 2024, de 3,93% para 4,00%, quando há um mês estava em 3,70%. Para 2023, a estimativa para o IPCA está praticamente na mesma da semana passada, que fora de 5,78% e nesta de 5,77%. O BC atualizou as 69 semanas para as medianas deste ano e de 65 atualizações para 2024. Para 2025, a projeção se elevou de um IPCA de 3,50% para 3,60%. Há um mês estava em 3,50%. De forma semelhante, o IPCA de 2026 se manteve em 3,50%, quando há um mês fora de 3,22%. Na reunião de 01 de fevereiro o BC manteve pela quarta vez a taxa básica de juros em 13,75% e indicou que ela ficará ainda bastante tempo neste patamar, até para além de setembro. As medianas das previsões de mercado são de que chegue a SELIC no final do ano em 12,75%. Para 2024, a SELIC projetada avançou de 9,75% para 10,00%. As projeções do BC irritaram o presidente da República,

HETERODOXIA VERSUS ORTODOXIA

12-02-2023 A grande discussão econômica do momento é sobre a taxa básica de juros, a chamada SELIC, que, na primeira reunião deste ano, foi mantida em 13,75%, bastante elevada, em relação aos dos outros países que adotam solução ortodoxa. Isto é, combater a inflação com elevação de juros básicos. A SELIC é a referência do sistema financeiro para praticar juros flutuantes em seu entorno, revelando taxa de juros reais acima de 6% ao ano. Do jeito que está é de perguntar-se se os empresários deveriam investir menos na produção e mais na aplicação de títulos públicos, quando os seus fluxos de caixa assim revelarem. O fato é que poucos negócios rendem 13,75% ao ano, em termos nominais e mais de 6,0%, em termos reais. Economistas considerados heterodoxos lançaram manifesto de reprovação aos juros elevados. O mais exaltado deles é André Lara Resende, que ontem, em programa de TV, declarou que o País está ingressando em brutal recessão. Referidos economistas cobraram do Banco Central queda

ECONOMIA POLÍTICA E POLÍTICA ECONÔMICA

  A ordem dos fatores não altera o produto, quando se usam simplesmente números. Porém, quando se usam palavras, que tem sentidos distintos, a ordem dos fatores altera o produto, como no caso de usar-se a economia política e política econômica. A economia política é a comprovação histórica de leis econômicas, sendo as mais importantes: a lei da procura, a lei da oferta e a lei dos mercados. Por seu turno, as leis econômicas têm comprovações empíricas. Assim, a ciência da economia é uma ciência inexata, respaldada na matemática e na estatística, chamada de econometria, além de tomar emprestado de todas as áreas do conhecimento para desenvolver seus postulados, o que não alcança, nas suas equações, acrescenta a condição coeteris paribus (e tudo o mais constante). A política econômica é o exercício do poder, usando a teoria economia. Pode ser de curto, médio e longo prazo. No longo prazo é o planejamento econômico; no médio prazo são os programas econômicos; no curto prazo são as po

MULTAS DE OFÍCIO E DE MORATÓRIA

  O Supremo Tribunal Federal decidiu que as grandes empresas que tiveram dispensadas as multas de ofício e de moratória com a Secretaria da Receita Federal (SRF), obtidas por decisões do Conselho Administrativo da Receita Federal (CARF), desde que antecipassem as atuação da SRF, declarando débitos como o sistema tributário, serão revistas e as receitas que se obterão, reforçarão o caixa do Tesouro Nacional. Em certos casos as multas de ofício e de moratória poderão dobrar os valores dos débitos das grandes empresas. No Brasil cabe à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) ajuizar ações contra devedores da dívida ativa federal. Isto quer dizer que, ajuizadas, não prescreverão nunca. Se não forem ajuizadas, somente serão devidas as dos últimos cinco anos. Antes, prefeituras e estados deixavam parte das dívidas com eles prescreverem. Não se tem uma ideia como escapavam da SRF. Atualmente, todos os órgãos públicos estão atentos, para não deixar escapar tais fontes de recursos

AMEAÇA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

  O mercado varejista foi pego de surpresa com o pedido de recuperação judicial da tradicional rede de lojas chamadas de Americanas. Após as suspeitas de fraude no balanço seu, mais recente, observou-se operações de crédito com recebíveis informadas incorretamente. De início foram identificados cerca de R$20 bilhões. Participante de grandes grupos econômicos e muito diversificados, sendo o maior a red internacional AMBEV (INBEV), tendo principais acionistas três dos mais ricos brasileiros, constantes das revistas internacionais sobre riqueza global, as lojas Americanas recorreu à recuperação judicial, já deferida, declarando débitos de R$40 bilhões. O dobro que foi verificado por analistas de balanços. O comércio varejista ficou balançado. Agora foi a vez da rede nacional Marisa Lojas, com presidente e um membro do conselho de administração tendo renunciado, passando ao mercado informes de que teria de renegociar a dívida com o sistema financeiro de R$600 milhões. Não ingressou and

ENERGIA SOLAR

  A política econômica, de ordem tributária, serve para estimular ou desestimular empresas e segmentos produtivos inteiros. Veja-se o caso isolado do segmento de energia solar. Antes impensável de preferências de exploração e agora a queridinha dos consumidores, na medida em que foram dados subsídios por 33 anos. Istoé, isentos os produtores de energia solar por bastante tempo. O Brasil possui o sol batendo quase o ano inteiro. Portanto, um dos países mais propícios para a exploração da energia solar e foi o que aconteceu nos últimos tempos. O progresso tecnológico ocorreu a passos largos. A importação de placas solares da China e a produção doméstica cresceram enormemente, na medida em que foi sancionada lei 14.300, pela qual se garantiu segurança jurídica ao segmento, ao mesmo tempo em que impôs tarifação a novos projetos. Pela nova lei, empreendimentos em operação e novos projetos solicitados às empresas distribuidoras de energia elétrica, até 6 de janeiro de 2023, os consumidor

AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL

  A política econômica de curto prazo e é isso que os países do mundo praticam, segundo Keynes, porque no longo prazo “estaríamos mortos”, no dizer dele, tem a tripla ação: política monetária, fiscal e cambial. Nos países desenvolvidos, a autoridade monetária, que é a do Banco Central, tem autonomia, como nos Estados Unidos. Por exemplo, Alan Grenspan, um dos mais longevos presidentes da instituição, passou 18 anos na presidência do Federal Reserve (FED) e com três presidentes da república. Assim, a política monetária tem defendido a autonomia do Banco Central. Isto quer dizer que ele utiliza de instrumentos monetários para conter a inflação. Assim, são os encaixes monetários, emissões, vendas de títulos para enxugar o dinheiro em excesso e mudanças na taxa básica de juros, aquela que rege as outras taxas de juros de mercado. No Brasil, os políticos lutaram muito entre si para conseguir a independência do Banco Central, fato ocorrido no governo anterior, cuja diretoria pode ter manda

MEDIANA DAS PROJEÇÕES DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

  Divulgada hoje a mediana das projeções das 100 instituições financeiras, consultadas pelo Banco Central, como faz toda semana há mais de 22 anos. A taxa básica de juros continuará alta em 2023, encerrando o ano em 12,50%, taxa que fora projetada assim na semana passada, conforme os especialistas referidos divulgaram. Mas, para 2024, elevaram-na de 9,50% para 9,75%. Na semana passada, o Banco Central, na primeira reunião do ano, manteve a SELIC atual em 13,75%, ressaltando que a incerteza fiscal e a deterioração das expectativas da inflação aumentaram os custos para que a autoridade monetária atinja a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional. O novo governo questionou a independência do Banco Central e alterou de forma pessimista os novos indicadores econômicos projetados. O cenário de elevada inflação segue no radar do mercado financeiro, que está aumentado o IPCA de 2023 de 5,74% para 5,78%. Enquanto isto, o CMN não alterou suas projeções de meta de inflação de 3,25% e de 3,

BRASIL NA CONTRAMÃO

  Os dados revelados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) são de que a economia global tem melhorado, do ano passado para agora, apresentando perspectivas de que a inflação das grandes economias está cedendo, os juros ainda sobem pelos bancos centrais, mas já há indícios de que irão paralisar, além de que é reforçada a perspectiva de que muitos países crescerão mais do que anteriormente previstos pelo FMI. O cenário internacional é otimista, não obstante ter continuidade a guerra entre Rússia e Ucrânia. No Brasil, a inflação cedeu até pouco abaixo de 6%, mas ficou no patamar entre 5,5% e 6,0% como projeções da inflação anual. Os juros da taxa básica estão rígidos para queda, proporcionando ganho real acima de 6% no mercado financeiro. O duro discurso do Comitê de Política Monetária, no dia primeiro deste mês, de que se a inflação não ceder, poderia até aumentar mais os juros. O assunto tem causado reações do presidente Lula e da equipe econômica, desaforadas, dizendo que o pres

INDÚSTRIA COMO PIVÔ DA DISCUSSÃO DE JUROS

  A equipe econômica e o presidente Lula não gostaram do comunicado duro que o Banco Central deu, após a primeira reunião do Comitê de Política Econômica (COPOM), que finalizou no dia 01 de fevereiro. Quando ficou evidenciado que os juros básicos da economia, a taxa SELIC, poderá ficar elevada por longo tempo e somente poderia baixar no final do ano, ainda eu muito pouco. Está é a leitura que fizeram as cerca de 100 instituições financeiras consultadas, semanalmente, pelo Banco Central, para revelar as projeções semanais das medianas da inflação, do PIB, da taxa SELIC e do dólar comercial. Na verdade, eles estão incomodados com a lei que aprovou a independência do Banco Central. Eles gostariam de baixar os juros e de interferir nas decisões do referido Comitê. A diretoria do citado banco tem sido ortodoxa. A indústria ingressou no debate, argumentando que no ano de 2022 o PIB caiu 0,7% e que em 2023 o PIB também cairá 0,5%. A razão principal da retração industrial, segundo a Federa

RECESSÃO DO COVID DUROU 2 TRIMESTRES

  Quando a Organização Mundial da Saúde decretou que haveria a pandemia do novo vírus, em forma de coroa, denominado por covid-19, no início de 2020, a palavra de ordem foi a tomada de medidas de isolamento social, causando forte desemprego, adoção do trabalho em casa e retração na atividade econômica. Entretanto, a recessão econômica se concretizou nos dois primeiros trimestres de 2020. A informação foi dada pelo Comitê de Datação de Ciclo da Fundação Getúlio Vargas. A retração do primeiro semestre de 2020 foi calculada para o Brasil em 10,7% de recuo do PIB. Foi a maior recessão brasileira da história. Antes tinha sido observada a recessão de 1980 a 1983, quando o PIB recuou naquele ano por volta de 8,11%, durante nove trimestres consecutivos. Naquela época a crise foi provocada pela dívida externa. A outra recessão gigante ocorreu de 2014(início no segundo trimestre) ao ultimo trimestre de 2016, durante 11 trimestres. Referido comitê foi criado em 2004. Dessa maneira, o impact

INFLAÇÃO CONTRATADA

  A inflação brasileira continua abaixo de 6%, mas com linha de resistência em 5,7%, devido ao fato de que a inflação brasileira, no dizer dos economistas, vem estando contratada, devido aos elevados preços praticados dentro do mercado doméstico, notadamente de alimentos, bem como dentro do mercado externo com a sustentação de preços dos commodities, especialmente o preço do barril de petróleo. Assegurando a elevada inflação internacional, a guerra entre Rússia e Ucrânia está fazendo um ano. O palco das ofensas está se dando no hemisfério Norte e as tensões estão cada vez mais acirradas. Por seu turno, o Brasil que foi praticamente o primeiro país a iniciar o ciclo de elevação da taxa básica de juros no segundo semestre de 2020 barrou o referido ciclo no final do ano de 2021. Ontem o Comitê de Política Econômica do Banco Central, em sua primeira reunião deste ano, manteve a taxa básica de juros, a SELIC, em 13,75%, enquanto a inflação anualizada alcançou 5,9%. Por outro lado, a e