30/03/2012 - CONCLUSÕES DO BRICS

Os cinco países emergentes do BRICS, reunidos em dois dias, 28 e 29, não chegaram a um acordo para apoiar nenhum dos três candidatos, sendo que dois americanos pretendem dirigir o Banco Mundial e um francês o Fundo Monetário Internacional (FMI). Tem sido assim desde que ambas as instituições foram criadas nos anos de 1940. Um americano dirige o Banco Mundial e um francês o FMI. Os dirigentes do BRICS declararam que referidos presidentes devem ser escolhidos por mérito e não por nacionalidade. Afirmaram ainda que almejam que o próximo presidente do Banco Mundial se comprometa a transformar o banco em instituição multilateral, que reflita claramente a visão dos seus membros e não somente a geopolítica dos Estados Unidos. Por isso mesmo, o BRIC irá criar o seu próprio banco de fomento.

Os cinco países citados, responsáveis por quase a metade das transações mundiais, assinaram ontem um acordo que irá permitir o financiamento do comércio e investimento em moeda local, um assunto que já vinha sendo discutido pelo grupo. A finalidade do acordo é aumentar a cooperação entre os bancos de desenvolvimento do BRICS, elevando o comércio dos países do bloco, evitando a vinculação do negócio ao dólar e à exposição cambial.

A presidente Dilma Roussef se referiu ao grande progresso: “Os BRICS continuam sendo um elemento dinâmico da economia global e vão responder por uma parcela significativa do comércio. A notável expansão dos últimos anos do comércio intra BRICS evidencia também o potencial das nossas relações. Nós passamos de US$27 bilhões em 2002 para estimados US$250 bilhões em 2011”. Referia-se ao Brasil.

Os países ricos sempre executaram uma geopolítica de subordinarem os países pobres, impondo sua moeda desvalorizada, seu protecionismo desmedido, quando não invadiram estes, dizendo preservar a democracia. Agora, quando ingressaram em cinco anos de crise econômica, a maior desde a Grande Depressão, viram surgir os países emergentes com idéias de igualdade de tratamento. Neste caso, o grupo BRICS já sustenta uma posição de realce.