10/04/2012 - MEDIDAS TÓPICAS
Os governos do PT prometeram uma série de mudanças estruturais. No entanto, não tem tido coragem de executá-las. Tem-se pautado por medidas tópicas, muito tímidas, tal como agora realizou para 15 segmentos industriais, quando eles são 127. Assim mesmo se tratam de reduções temporárias de impostos, aceleração da queda da taxa de juros, restrições ao ingresso de capitais especulativos, que vem justamente porque a taxa real de juros é a maior do mundo e impostos sobre produtos industriais importados. O receituário permanente é o mesmo desde Fernando Henrique Cardoso, o de uma política econômica ortodoxa de manter o tripé macroeconômico de câmbio flutuante, metas para inflação e superávit primário. Com um agravante: os governos do PT incharam a máquina pública. Lula criou ministérios e secretarias gerais, com nível de ministério, deixando em 37. Dilma já os tem em 39.
Não realizando as reformas prometidas, a exemplo da tributária, da austeridade nos gastos, da trabalhista, educacional, da saúde, dentre outras, tem-se serviços públicos de baixa qualidade, fazendo com que quem pode possa pagar por serviços privados. Acresça-se a isso um ambiente de negócios ruim, conforme o Banco Mundial o classifica em gastos públicos como 136º entre 142 países. O Brasil se tornou um país caro, com uma burocracia estonteante, dentre outros entraves por demais conhecidos.
O Brasil, depois do Plano Real consolidou seus fundamentos econômicos. Porém, tem perdido oportunidades, principalmente agora que está ingressando no bônus demográfico. O fato é que a sociedade civil se acostumou com as ações afirmativas partirem do governo. No entanto, o quadro está mudando, ainda que lentamente, com as iniciativas populares, a exemplo da lei da ficha limpa, de uma nova lei seca e de um novo código penal. Sem dúvida que muitas esperanças existem para que Brasil seja um país desenvolvido. Somente que as amarras históricas estão bem amarradas e difíceis de soltarem.
Comentários
Postar um comentário