19/04/2012 - MENOR JUROS DESDE O REAL


A economia brasileira não vem mostrando sinais de retomada do crescimento maior do que os 2,7% do ano passado. Assim, o Banco Central mais uma vez, pela sexta oportunidade, reduziu a taxa básica de juros, a chamada SELIC, de 9,75% para 9% ao ano, taxa esta que regula as aplicações financeiras, confirmando as expectativas do mercado financeiro. Referida taxa ainda está maior do que a menor delas já verificada, que foi de 8,75% em 2009, ano em que houve recessão de – 0,3%, fato único da primeira década do século XXI.

Ocorre que, em 2009, a inflação estava em apenas 4,1%, abaixo da meta do governo de 4,5%, operada desde 2005. No entanto, a expectativa do mercado financeiro hoje é de inflação anual de 5,5%, acima 1% da meta oficial, neste e para o próximo ano. Dessa forma, os juros reais estão em 3,3% contra 3,9% ao ano, naquela época. Pela primeira vez, desde o Plano Real, o Brasil não pratica os juros mais altos do planeta.

A comunicação do banco Central de ontem não acena com mais reduções da SELIC. Ao contrário, se o nível de atividade econômica crescer rapidamente a taxa SELIC voltará a subir. Trata-se da continuidade da política ortodoxa desde o Plano Real, que tem obtido relativo êxito, muito embora o PIB não saiu da casa de 5% anuais.

Nesta oportunidade, os bancos privados reduziram também suas taxas de juros. Contudo, continuam praticando altos spreads, fazendo mais exigências para os tomadores. A revista inglesa The Economist afirma que o spread médio brasileiro é “colossal”, agora abaixo de 30%, enquanto o spread médio praticado na América Latina está por volta de 5%.
O BNDES pratica uma taxa subsidiada de 6% anuais, contra a SELIC de 9%. No entanto, certos segmentos empresariais, tal como a indústria para exportação, em busca de mais vantagens, além das fiscais apresentadas, pressiona por mais baixa TJLP. O BNDES afirma que somente baixaria se a inflação cair abaixo de 4%.

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