16/04/2012 - SETORES PRODUTIVOS


Na célebre classificação de COLIN CLARK, na primeira metade do século XX, são três os setores produtivos. Primário, secundário, terciário. No setor primário se encontram os segmentos da agricultura, pecuária, mineração, pesca, agroindústria. No setor industrial se encontram a indústria de beneficiamento e a indústria de transformação. No setor terciário se encontram os segmentos dos serviços, do comércio, bancos, turismo. A história mundial mostra que as economias se tornam ricas, a agricultura diminui, a indústria cresce, depois cede lugar ao crescimento dos serviços. No bojo dessa tendência, discute-se no Brasil se há ou não desindustrialização. O fato é que a diminuição da participação relativa da indústria e o crescimento dos serviços são tendências das economias que se tornam abastadas. O Brasil segue tal caminho, não obstante alguns segmentos da indústria se definham.

A participação de cada setor como percentual do PIB nos Estados Unidos em 1953 demonstra que a indústria atingiu o auge de 37% do PIB, enquanto o setor primário era 5% e o terciário era de 58%. Em 2010, a indústria se reduziu para 19%, o setor primário desceu a 1% e o terciário alcançou 80%. Mesmo com 1% o setor primário é o maior e mais poderoso do mundo. O Brasil de 2011 tinha a indústria com 27%, o setor primário com 6% e o setor terciário com 67%. Aproxima-se do que eram os Estados Unidos em 1975, quando a indústria tinha 30%, o setor primário 3% e o setor terciário 67%. Grosso modo, o Brasil estaria “atrasado” em relação aos Estados Unidos cerca de 35 anos. Na verdade, a distância tem diminuído, visto que a literatura do século XX revela que estaria atrasado 100 anos.

Considerando o PIB de 2002 para 2011 o crescimento foi de 45%, enquanto a indústria em geral cresceu 35%. Esta seria uma tendência normal do progresso. Contudo, a indústria de transformação cresceu 3,3%, de 2002 a 2008, enquanto o PIB cresceu em média de 4%, justamente no primeiro mergulho da crise global. Já, de 2009 a 2011, o PIB cresceu em média 3,3%, enquanto a indústria de transformação cresceu 0,2% anuais em média, justamente no segundo mergulho da crise econômica mundial. Na verdade, a afetação da crise mundial no Brasil, como país emergente, é bem menor do que a dos países ricos. Entretanto, é visível certas áreas desaquecidas da indústria de transformação. Não é à toa que o governo tem criado incentivos para 15 segmentos industriais, embora temporários, o que não se constitui em efetiva política edconômica de revigoramento do setor industrial.

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