18/04/2012 - PARADOXO DAS MONTADORAS


A revista Exame, datada de hoje, no. 1014, traz artigo de capa, cujo título é “Por que elas crescem”, relativo a um paradoxo das montadoras de automóveis no Brasil, haja vista que elas não possuem custo de produção competitivo, porém, estão no Brasil, chegando mais, porque há o acúmulo de incentivos fiscais e de barreiras protecionistas. Quem paga é o consumidor. A quantidade de fabricantes de automóveis no Brasil é crescente, não obstante os custos de produção, tais como mão de obra e energia serem dos mais elevados.

O País possui hoje 16 fábricas de automóveis, em sete Estados. Estão previstas 25 delas para os próximos anos, em dez Estados. Construídas estão 16; em construção estão 5; projetos anunciados são 4. Isto faz do Brasil o quarto maior mercado consumidor de carros no mundo. Em primeiro lugar está a China, com 18,5 milhões; seguem-lhe, os Estados Unidos, 12,7 milhões; Japão, 3,9 milhões; Brasil, 3,4 milhões. Além do mais é o quinto em número de montadoras, as quais pretendem investir 22 bilhões de dólares entre 2011 a 2015.

Os investimentos na área decorrem pelo incremento da demanda de veículos, não obstante os elevados custos locais em relação a outros países. Por exemplo, um carro básico montado na China custa R$820,00, excluídos custos de materiais, com aço, peças e pneus. No Japão custa R$2.400,00; nos Estados Unidos custam R$2.460,00; na Alemanha, R$3.400,00; no Brasil, R$2.400,00. O custo de mão de obra por hora no Brasil é de R$30,00. No México, R$15,00. Na China, R$5,00. O custo da energia elétrica por megawatt hora no Brasil é de R$240,00; na União Européia é de R$140,00. Na China é de R$136,00. Nos Estados Unidos é de R$123,00. No México é de R$120,00. No Brasil, o imposto sobre energia elétrica é superior a 40%.

Visando proteger a indústria em referência o governo vem ampliando barreiras contra a importação de carros e os incentivos fiscais para a produção doméstica. A alíquota de imposto sobre veículo importado é de 35%, a máxima permitida pela OMC. Em 2011, o IPI dos veículos que não têm 65% de componentes nacionais se elevou em 30%. Em março deste ano, o governo limitou a importação de carros do México a uma cota de US$1,5 bilhão. Em abril, o governo anunciou que o aumento do IPI pode ser abatido se a montadora cumprir metas de nacionalização. Conclui a citada revista: “Resultado, em vez de cortar custos, o Brasil se fecha. O preço dessa opção é um carro mais caro e menos competitivo”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ONDAS DE CALOR

LÓGICA DO AGRONEGÓCIO

PREVISÕES SEMANAIS