22/04/2012 - PORQUE OS PAÍSES FRACASSAM
A notoriedade de Adam Smith se deve ao fato de ter publicado “A Riqueza das Nações”, um dos livros mais vendidos e festejados do mundo, considerado o manual de criação da ciência econômica, e, Adam Smith, seu autor, o pai da economia. Contudo, existe o reverso da medalha. Existem muitos países que fracassam, estando a maioria na África. Conforme a consultoria Economist Intelligence Unit, há apenas dez democracias no continente africano, sendo nove delas imperfeitas, segundo ela. Metade da população de lá vive abaixo da linha da miséria. A mortalidade infantil é de 80 por 1.000 nascimentos. A renda per capita é por volta de 1.000 dólares. O fracasso africano é preocupação da Organização das Nações Unidas.
O prêmio Nobel de Economia, Douglass North, que já visitou o Brasil, tendo declarado que o Brasil melhorou muito desde a Constituição de 1988, mas que tem de melhorar muito mais, porque, para ele, um país desenvolvido é aquele que tem solidez nas suas instituições democráticas. North é o fundador, e por isso ganhou o referido Nobel, da linha de pesquisa chamada de “nova economia institucional”. Historicamente, as sociedades ricas desenvolveram arranjos políticos inclusivos de toda a população. Os autores de Why Nations Fall – The Origins of Power, Prosperity anda Poverty, de Daron Acemoglou e James Robinson, editora Profile Books, faz o caminho de descobrir “a pobreza das nações”, o que é uma parodia ao referido livro de Adam Smith. Na verdade, para eles, a pobreza das nações se deve à fraqueza das instituições. Geralmente, tais países têm regimes políticos ditatoriais, muitos sanguinários, de décadas no poder, não inclusivos da maioria da população. A solução, para eles, claro, inicia-se com a democracia e o fortalecimento institucional.
Depois do fim da União Soviética, referidos autores raciocinam que no mundo irá prevalecer o capitalismo. Acreditam que não será o capitalismo chinês, em grande ascensão, visto que referida concentração do poder no capitalismo de Estado se esbarrará com a falta de inovações, para o capitalismo realizar a “destruição criadora”, definida por Schumpeter. Para eles, o capitalismo americano poderá manter a predominância, convivendo com o capitalismo democrático desenvolvimentista da Índia e do Brasil, bem como com o capitalismo social dos países do Norte da Europa. Aí, nenhuma novidade.
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