29/04/2012 - RESCALDO DA CRISE


Ainda não é o momento para se ter o rescaldo completo. No entanto, como a economia americana cresceu 3,1% no primeiro trimestre deste ano, é bem possível que o segundo mergulho da crise, iniciada em 2007/2008, esteja no fim. Há quem afirme que tal crise de cinco anos foi maior desde aquela de 1929. O fato é que o mundo mudou muito. A maior mudança decorreu de a China ter continuado com o pé no acelerador, em menor proporção seguida pelos grandes emergentes, tais como Índia, Brasil, Rússia e África do Sul, chamados de BRICS. Dessa forma, o grupo que dava ordens no mundo, chamado de G-7, que fazia concessão para um G-8, ao incluir a Rússia, como observadora, não conseguiu mais fazer nenhuma reunião no período em tela, enlanguescendo o poder de cúpula mundial para o G-20, referindo-se aos 20 maiores países do planeta. No entanto, do G-20 ainda não saiu nenhuma nova ordem, somente escuta e atenção. Ou melhor, medidas de preocupação com a pobreza e o meio ambiente, além de procurar sair da crise em que se encontram ainda os ricos.

A China aumentou a sua participação no PIB mundial de 10,9% para 14,3%, nestes cinco anos, tornando-se a segunda maior economia do planeta. Os Estados Unidos eram 21%, atualmente são 19%. As importações chinesas se elevaram de US$955 bilhões para US$1,7 trilhão, enquanto as importações dos americanos subiram de US$2 trilhões para US$2,2 trilhões. Quer dizer, a China também não permitiu que a queda do PIB mundial fosse maior.

O G-7 sempre foi o maior grupo da economia mundial, mas perdeu quatro pontos percentuais no PIB global, saindo de 42,6%, em 2008, para 38,4%, em 2011. As bolhas imobiliárias e financeiras da atualidade tiveram como respostas gastos públicos para cobrir os rombos. O dominó da queda afetou mais os países europeus, que ficaram mais endividados. As crises fiscais geralmente são de longa duração como esta tem sido. Cerca de dez países europeus já pediram socorro aos organismos internacionais. Soluções de reduções de gastos levam a recessão. Soluções de aumentos dos gastos levam também ao maior endividamento. Crê-se que somente com a recuperação da economia americana e a manutenção do grande crescimento dos países emergentes conseguirão mudar o ciclo de baixo crescimento mundial. O BIRD e o FMI crêem em crescimento do PIB planetário superior a 3%, nos próximos anos, de que a crise de cinco anos estaria debelada. Parece que é isso mesmo. O Brasil esta otimista.

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