27/04/2012 - ATA DO COPOM


Uma semana após a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), que se reúne a cada 45 dias, visando definir a taxa básica de juros da economia (SELIC), é divulgada uma ata em que se explica a política monetária, interpreta a situação atual e se projeta o futuro de um ano, com respeito ao comportamento da inflação, em relação ao sistema de metas de 4,5% mais viés de 2%, para baixo ou para cima, que vem sendo executado nesse nível desde 2005. Além do mais, é visto o PIB potencial, em relação ao PIB efetivo, dado que o afastamento deste último conduz à maior taxa inflacionária. A esse respeito, o PIB potencial é de 3,5%, conforme cálculos do próprio governo. Se ele cresce em torno de 5%, a inflação se comportou no passado em níveis confortáveis, o que se espera continue acontecendo. No entanto, crescendo a 7,5% como em 2010, a inflação se insinua acima de 6,5%, o teto do sistema de metas, consoante aconteceu em 2011. Portanto, o Banco Central reduz a taxa SELIC, quando o PIB está pequeno, como agora, em 2,7%, em 2011, mas a elevará, se o PIB ultrapassar de 5%, vez que ele vem com pressões inflacionárias. Data vênia, a política monetária é usada tanto para dinamizar como para arrefecer a roda da economia.

A redução de 9,75% para 9% da SELIC, na semana passada, leva geralmente as pessoas a afirmarem que a queda foi de 0,75%. Ledo engano, a redução foi de 7,69%, um número expressivo, para ser feito de uma só vez. O governo assim julgou necessário, visto que o próprio BC calcula um Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado uma prévia da produção nacional. Nos meses de janeiro e fevereiro ele teve previsões negativas, de - 0,13% e - 0,23%. No caso de março, ainda não divulgado, for negativo, tem-se u m início de recessão. O dado do IBGE de crescimento do primeiro trimestre foi uma prévia de baixíssimo incremento do PIB, de 0,3%. Por seu turno, a retração observada levou a que a taxa de inflação, medida pelo IPCA, recuasse de janeiro a março de 0,56%, para 0,45% e para 0,21%.

O relatório do COPOM tem 72 parágrafos de minucioso exame, nos quais se destaca que o objetivo principal é volver a taxa de inflação para o centro da meta de 4,5%, quando a expectativa hoje é de encerrar o ano em 5,5%, alcançar-se o superávit primário de 3,1% do PIB e manutenção dos preços atuais da gasolina e do gás de botijão na Petrobras. Em suma, o tripé é reiterado desde o início do Plano Real: controle da inflação para que não passe de 6% ao ano, por exemplo, superávit fiscal para pagar juros da dívida pública e controle dos preços dos combustíveis, o que está congelado na fábrica desde 2005, para que estes, com força que têm, não acelerem as expectativas inflacionárias.



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