31/10/2013 - REPERCUSSÃO DO CASO BATISTA


A lei da recuperação judicial de empresas substituiu a lei das concordatas, não tendo mudado a essência de a empresa recorrer à justiça para arbitrar a renegociação de suas dívidas. Em menos de uma década da sua existência aproximadamente 5% das empresas que recorreram a ela voltaram à normalidade.
Causa furor internacional o brasileiro Eike Batista, que construiu patrimônio meteórico, tendo sido classificado pela revista Forbes como o homem mais rico do Brasil, detentor de uma das cem maiores fortunas mundiais, ter recorrido à justiça para recuperação judicial da sua empresa petrolífera OGX. Os jornais especializados do Hemisfério Norte teceram sérios comentários sobre o acontecido, fazendo correlação entre o grande crescimento do emergente Brasil, em face do grande incremento do preço das commodities na década passada, o qual agora patina no processo de crescimento econômico, sendo Batista a prova de que a situação mudou para pior. Os baixos indicadores econômicos do PIB brasileiro no atual mandato da presidente Dilma, bem como a deterioração das contas externas, que há dez anos era praticamente próximo de zero e de que agora é de 3,6% do PIB, estão a comprovar isto. Contudo, é pouco provável que o pedido de recuperação judicial em tela terá efeito significativo na economia brasileira, haja vista que muitos dos investimentos dele estavam em projeto, tampouco irá contribuir para retirar o Brasil do conceito de grau de investimento. Mas, a situação é de aperto e as taxas de juros internacionais dos empréstimos locais vão subir. A fortuna pessoa de Batista encolheu US$30 bilhões.
A questão em foco mostra que nenhum grupo econômico se torna gigante “da noite para o dia”. O empresário Batista conduziu mal seus negócios, por ter se alavancado demais, visando atrair capitais na bolsa de valores, para projetos ainda não efetivados. Desde 2005 que o BNDES aprovou R$9,1 bilhões em financiamentos para o grupo das empresas chamadas de X. A Petrobras estava nos planos de Batista para ser sua sócia. Portanto, caiu por terra a ideia de que novo grupo (ou novos) rapidamente renovaria o capitalismo brasileiro, haja vista que ele também mamou e queria continuar mamando nas tetas do governo. Os novos grandes capitalistas, à semelhança dos grandes grupos existentes, levaram várias décadas para serem as potências que hoje são.

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