06/10/2013 - CICLO REVERSO


Três agrupamentos de países é um consenso, aprovado pela ONU e especialistas em desenvolvimento econômico. Países ricos, países emergentes, países pobres. Os pobres estão com a renda per capita de até US$3 mil. O que daria uma renda média mensal de até a casa dos R$500,00. Na verdade, muito pobres. Os emergentes possuem renda per capita de US$3 mil a US$16 mil, pobres e em vias de serem ricos. Ou seja, renda média mensal variando de R$500,00 a R$2.700,00. Os países ricos teriam renda per capita acima de US$16 mil ou R$2.700,00. Claro, aqueles que estão no começo da faixa ainda não são suficientemente ricos, à semelhança da faixa anterior, daqueles que são emergentes, no início da sua faixa ainda são pobres. O ciclo econômico para os emergentes e os desenvolvidos é o normal, entre intercalar subir e descer, em diferentes níveis. Porém, para os pobres, quase o ciclo é reverso. Existe a tendência secular do ciclo vicioso da pobreza, conforme salientava o conhecido cientista Gunnar Myrdal, desde os anos de 1960. O ciclo para os emergentes é tendencial ao desenvolvimento. Contudo, existem aqueles países emergentes que ficam na longa faixa da estagnação intertemporalmente. Trata-se da armadilha da renda média. Há 50 anos o Brasil entrou no grupo de nações de renda média, estágio do qual poucos países conseguiram se livrar até hoje. As nações de renda média têm sérias dificuldades competitivas. Na exportação de commodities, concorrem com os países pobres, que muitas vezes levam vantagem por ter custo mais baixo de produção. Na indústria, não conseguem oferecer serviços e produtos sofisticados e inovadores como os países de alta renda. Os principais exemplos de países presos na faixa da renda média são Brasil, Peru, China e Malásia. O Brasil está há cinco décadas nessa faixa. Os países que, neste período, já saíram foram o Japão e a Coréia do Sul. Referidos países superaram a citada armadilha deixaram de ter uma economia baseada na imitação de produtos e serviços dos países ricos e passaram a inovar. Investiram muito em infraestrutura, tecnologia, empreendedorismo, educação e a internacionalização de suas empresas.
O Brasil, infelizmente, depois de passar quase uma década recente, de recuperação econômica, têm três anos com indicadores que mostram uma desaceleração econômica. Na verdade, um processo de estagnação. As vezes que ensaiou um crescimento sustentado se encontrou em ciclo reverso. A indústria derrapa no processo de crescimento e a economia internacional não estimula, conforme a década passada, as exportações de matérias primas. Não bastam somente estímulos ao consumo, mediante redução tributária e crédito farto, é preciso ajustes e reformas estruturais, consoante um planejamento estratégico.

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