21/10/2013 - ESTADO LEVIATÃ
Leviatã é o monstro do caos, na
mitologia fenícia. Na Bíblia é animal aquático ou réptil, perigoso, pela sua
atuação. Há cerca de 50 anos o grupo Abril, tem feito serrada luta contra a
presença do Estado na economia. Aplaudiu os mandatos de FHC. Apoiou primeiro
mandato de Lula. Não apoiou o segundo. Está radicalmente contra o governo de
Dilma. O motivo é o governo ter criado mais 13 estatais e querer monitorar as
grandes empresas da área de infraestrutura ou na área estratégica. Traz a sua
revista Veja, nas páginas amarelas desta semana, entrevista com Sérgio
Lazzarini, diretor de pesquisas do Insper, escola de economia e negócios em São
Paulo, especialista nas interconexões que existem entre as empresas e o Estado
brasileiro. Um arauto da livre iniciativa.
A revista Veja, datada de 16-10-2013,
é taxativa: “O professor do Insper diz que o aumento do intervencionismo do
governo na economia emula os mesmos princípios da ditadura e abre espaço para
ainda mais corrupção”. Em seguida, são palavras do referido pesquisador: “Em
termos de princípios econômicos, Dilma não é muito diferente dos militares”. “Ao
conversar como empresários brasileiros, descobre-se que eles sempre apoiam um
político”. “É por segurança, dizem. Eles querem ter certeza de que, quando vier
uma mudança nas regras do jogo, terão para quem ligar”. “As intervenções
estatais geram insegurança. Isso derruba o valor das companhias. No caso da
Petrobras, melhor seria se o governo não tivesse feito nada para segurar o
preço da gasolina. Agora, o custo será alto”.
A leitura que se faz é da
contradição existente entre o governo do PT com os capitalistas. Na verdade,
Lula e companheiros são capitalistas. Porém, eles querem ter o controle das
ações do grande capital. Aí, erram, porque as grandes empresas não se submetem
à ação estatal. Lula foi dúbio, no processo de relacionamento. Dilma, não,
bateu de frente. Logo, não está tendo o apoio do grande capital, a não ser
daqueles que lhe são servis ou aliados, que apoiam a sua atuação. Dar com uma
mão não quer dizer que recebe com uma outra. Os grandes capitalistas
brasileiros simplesmente não querem investir e fazem caixa, justamente
aplicando em títulos públicos. O atual governo se apoia no assistencialismo que
realiza para cerca de 50 milhões de brasileiros. Mas, a força das urnas é
imprevisível.
Prova da ação estatal acontece
hoje com leilão de partilha do campo de petróleo da Libra, na qual o Estado tem
controle. Mesmo assim, o corporativismo dos funcionários da Petrobras em greve
é contra o leilão. Logo, são contrários à exploração e defendem seus bons
salários e que o País pague por isso. Pelo atraso, já que a Petrobras não tem
dinheiro para bancar novos investimentos.
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