05/10/2013 - NEGÓCIOS LIMPOS
Em defesa do seu conglomerado de
empresas, o grupo alemão Siemens, atuando com 190 subsidiárias em todo o mundo
(a ONU reconhece 200 países no globo, o que pode dar a grande ideia do poder da
multinacional), empregando 380 mil funcionários, publicou matéria paga,
intitulada “Por Negócios Limpos”, na revista Exame, de 02-10-2013. Ela tem sido
balançada nos últimos anos, com tendência a pique, em razão de uma série de
denúncias de práticas contrárias à boa conduta, em vários países, sendo
condenada nos Estados Unidos por prática de corrupção e multada, assim como no
Brasil teve que reconhecer que chefiava o cartel, que atua desde 1990 no
fornecimento de trens para o metrô de São Paulo, perante o Conselho Administrativo
de Defesa do Consumidor (CADE). Segundo ela, a partir de 2008 fez uma opção
radical ao compromisso de luta pela ética (compliance). Afirmou ela que, entre
seus quadros globais, puniu cerca de 2.000 empregados e demitiu 250
funcionários. Somente no Brasil, cerca de 800 empresas da cadeia logística da
Siemens passaram por treinamento e assinaram acordos se comprometendo a pratica
de negócios limpos. Ademais, refere-se que recebeu o Selo Ético, em 2011, sendo
uma das quatro primeiras empresas agraciadas pela Controladoria Geral da União.
No cenário internacional, informa que “o Índice de Sustentabilidade Dow Jones
da Siemens passou de uma classificação de 0%, em 2007, para 100%, em 2012, pela
terceira vez consecutiva”, segundo ela. Enfim, para não quebrar, confirma que
não atua mais em práticas que não primem pela ética.
Por oportuno, ela está também
anunciando na citada matéria que o Brasil, não obstante tenha caído de 48º
lugar para a 56ª posição, de 2012 para 2013, consoante Relatório Global de Competitividade,
editado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial, baseado em Davos, na Suíça,
entidade que há décadas reúne os maiores expoentes econômicos do globo, irá
mudar de atitudes. Dessa forma, assim se expressa a Siemens: “O Brasil acaba de
dar um passo decisivo rumo a um ambiente de maior transparência. Em agosto, foi
sancionada a Lei Anticorrupção (no. 12.846-2013), que estabelece punições para
empresas que cometem delitos contra a administração pública. Além de desviar
recursos da sociedade, a corrupção diminui a capacidade competitiva do País”.
Em resumo, somente perante um
Estado atuante e uma legislação punitiva é que os conglomerados que,
secularmente, praticaram corrupção, estão receosos de continuar com suas
práticas lesivas há muito tempo. Ou, deixa, ou sucumbirá. O caminho é por aí.
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