15/10/2013 - BARREIRA AO CRESCIMENTO
A principal barreira ao
crescimento econômico é a inflação. Em formulação simples, a inflação é um
fenômeno de excesso de moeda, que dá poder de compra a quem a detêm, permitindo
aceitar preços mais altos. A inflação é justamente elevação geral e persistente
no nível geral de preços, que foi puxada pela demanda de bens e serviços, pelos
detentores de moeda. Se a inflação é baixa, 1%, 2%, 3%, ela é boa, porque faz
com as pessoas não fiquem com dinheiro em caixa, o chamado desentesouramento,
levando a colocá-lo nos bancos, para render alguma coisa. Por sua vez, os
bancos criam moeda e ativam mais ainda a economia, conforme ensinamentos de
Ignácio Rangel, em seu livro clássico “Inflação Brasileira”. Uma inflação acima
de 4%, 5%, 6% já vai se tornando prejudicial ao crescimento econômico, uma vez
que ela desestimula, pouco a pouco, a produção e favorece as aplicações
financeiras, que, não necessariamente, irão para os investimentos. Geralmente,
vão alimentar a dívida pública, que, em tese, não reproduz ou reproduz muito
pouco na dinâmica produtiva, conforme faz o investimento, que é multiplicativo.
Acima de 6%, o crescimento ainda vai se tornando mais baixo. Na época da
ditadura militar, nos anos de 1970, o PIB cresceu por volta de 10% ao ano,
mediante inflação em média de 20%. Porém, naquela época havia controle de
preços e manipulação das taxas de inflação, para, dentre outros motivos,
promover arrocho salarial. Em situação de normalidade, estabilidade da
economia, conforme acontece desde 1994, pode-se observar que, por exemplo, em
2004, a inflação foi de 3,1%, uma das menores taxas já verificadas, já o PIB
subiu muito mais do que 5%. Por outro lado, com uma inflação acima de 6% ou por
volta de 6%, consoante acontece no governo da presidente Dilma, em quase três
anos, o crescimento do PIB está por volta de 2% anuais.
O governo da presidente Dilma
cometeu um equívoco recentemente, de 2012 para 2013, de reduzir a taxa básica
de juros, rapidamente, a SELIC, em 5%, em reuniões do Comitê de Política
Econômica (COPOM) do Banco Central (BC), quando a SELIC chegou aos 7,25%, a
menor taxa básica da história da SELIC. A inflação saiu da casa de 5% e foi
para a casa de 6%, ameaçando passar para o patamar de 7%, em diante. O COPOM
voltou a subir já cinco vezes a SELIC, hoje em 9,5%, voltando a ser a maior
taxa real de juros do mundo. O mercado financeiro acredita que a SELIC fechará
o ano em 10% anuais. O cenário que se desenha para 2013, pelo BC é de inflação
de 5,7% e crescimento do PIB de 2,5%. Já, para 2014, projeta o BC inflação por
volta de 5% e PIB crescendo a 3%. Se acontecer isto, a taxa média dos quatro
anos do governo de Dilma será de 2,3%, os mesmos 2,3% médios da era FHC.
Portanto, a inflação dificulta mesmo o crescimento econômico e seu combate é
prioridade máxima para qualquer governo.
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