13/10/2013 - CLASSE MÉDIA APERTADA


 

A estabilidade econômica conquistada em 1994 trouxe consigo o fenômeno de transformar o Brasil em um país de maioria da população de classe média de renda. Citada classe correspondia a 36% da população nacional, naquele citado ano do início do Plano Real (01-07-1994). No presente, ela corresponde a 52% da população. O conceito de classe média no Brasil é bastante elástico. Seria classe média aquela que obtêm renda mensal per capita entre R$291,00 a R$1.019,00, definido por algumas pesquisas. Na verdade, esse conceito é da ONU, do Banco Mundial, olhando o mundo. Porém, tal conceito é de classe média baixa ou de pobre. A classe média tomada pela Fundação Getúlio Vargas é um conceito mais elástico. Hoje seria de aproximadamente entre R$1.000,00 a R$6.000,00. Referido leque, mais aberto, compreende classe média baixa, classe média média, classe média alta. O leque em referência é mais adequado até quando se toma o conceito de renda per capita. Ou seja, o Produto Interno Bruto (PIB), estimado em US$2,2 trilhões, dividido por uma população aproximada de 200 milhões de habitantes. Isto é, de US$11 mil dólares. Ao câmbio de R$2,20, dividido por 13 meses, daria uma renda média mensal de R$1.861,53. Noção bem próxima de uma remuneração típica de classe média. Justamente, próxima do que seria uma classe média, em distribuição de renda bastante concentrada.
O governo do presidente Lula elevou as vantagens que já vinham sendo concedidas pelos dois governos de FHC, ampliando o Programa Bolsa Escola, chamando-o de Bolsa Família, assim como continuou elevando o salário mínimo real, em termos mais elevados do que FHC. Não bastasse isso, o ex-presidente Lula soltou o crédito imobiliário, amarrado desde os anos de 1980, que permanece bem solto até hoje. Ademais, ampliou o crédito consignado, o crédito direto ao consumidor, dilatando também as ações dos bancos estatais.
A presidente Dilma procurou prosseguir o que o governo de Lula fez. No entanto, chegou-se ao limite de uma boa taxa de crescimento econômico, centrado no consumo. Daí, o mandato da presidente Dilma somente tem colhido baixas taxas de incremento do PIB, para não dizer medíocres. É preciso redefinir o modelo para centrá-lo no incremento do investimento.
Recente pesquisa da Kantar Worldpanel revelou que o comportamento inusitado do brasileiro de não abrir mão do padrão de consumo conquistado tem levado a que mais da metade da renda média das famílias brasileiras gastaram mais do que ganharam em 2012, em aproximadamente 51% dos pesquisados. Por outro lado, isso também vem confirmar que se aproximou do limite máximo o endividamento médio do brasileiro, por isso mesmo o caminho que vem sendo trilhado pela atual presidente se encontra equivocado.

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