16/10/2013 - ENSAIO MODESTO DA REVERSÃO


 

O Índice de Confiança do Consumidor brasileiro aumentou 2,3% em setembro, em relação a agosto. Aguarda a equipe econômica agora que seja revertida a situação, de maus resultados obtidos pelo governo da presidente Dilma, já que, segundo a referida equipe, a economia chegou ao fundo do poço. Para tanto, argumenta não só que o consumo reagiu, mas também que as expectativas dos cerca de 100 analistas consultados semanalmente pelo Banco Central, publicadas no boletim FOCUS, elevaram sua projeção de alta do PIB em 2013, para 2,47%. No ano de 2012 a economia cresceu 0,9% e em 2011 se elevou em 2,7%. É esperada também pela pesquisa citada, que o País cresça 3% em 2014, encerrando o mandato da presidente Dilma com taxa média de 2,3%, a mesma que foi a da era de oito anos de FHC. Ademais, nos oito primeiros meses deste ano, mais de um milhão de empregos foram criados com carteira assinada. Nos últimos quatro trimestres a agropecuária brasileira cresceu 7,4%, um recorde. Até agosto, as exportações do setor rural renderam US$69 bilhões, alta de 10,3% diante de igual período do ano passado. Isto, também graças à desvalorização da moeda real. A indústria provavelmente crescerá por volta de 2% neste ano.
Parte das pioras dos números de Dilma também decorreu dos resultados colhidos pela economia internacional em seu quinto ano recessivo, refletindo na retração das importações e de investimentos externos. Porém, a economia americana reagiu, esperando crescer entre 1% a 2%. Na Europa, o PIB de Portugal cresceu 1,1% entre abril e junho, perante o trimestre anterior, o melhor resultado em três anos. Lá, o desemprego caiu de 17,7% para 16,6% da população. Na Espanha, julho representou uma mudança positiva nos números do emprego. A produção industrial do Reino Unido cresceu 0,5% em julho, em comparação com junho, a maior alta desde setembro de 2006. No segundo trimestre da França o PIB se elevou em 0,5% perante o trimestre anterior. Quer dizer, o mundo avançado está dando sinais de que também está saindo do fundo do poço.
Assim, a pergunta que não quer calar: a crise ficou para trás? Os fatos resumidos são de que, pela primeira vez no ano, a expectativa de crescimento da economia, que desde o início do ano, vinha em ladeira abaixo, tem agora o mercado financeiro, consultado pelo BC, projetando crescimento para cima. Por outro lado, a economia americana tem dado sinais de recuperação desde o início do ano, bem como as nações desenvolvidas da Europa comemoram os primeiros sinais de que a tempestade se dissipou. No ar, permanece justamente para decisão de hoje, se o Congresso americano vai elevar ou não o teto da dívida pública dos EUA. Em caso positivo, a esperança renasce para a melhoria geral do globo, visto que a economia americana é o carro chefe da economia mundial, que, injetando dinheiro, aquece o sistema econômico. Em caso negativo, os Estados Unidos poderão dar o calote de parte de sua dívida e poderá provocar nova onda recessiva no globo. Amanhã, ter-se-á o resultado. Aqui se vê a conjuntura diária, para exercício e reflexão.

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