14-10-2013 - MAIOR MAL DA ECONOMIA
Não sem motivo a revista The
Economist passou de 200 anos. Também, não sem motivo a revista Exame passou de
47 anos. Formadores de opinião e levantando temas polêmicos. No teatro
econômico brasileiro, a citada revista realiza anualmente o EXAME FÓRUM, em seu
quinto número, do dia 30-09-2013, publicado na revista datada de 06-10-2013.
Presentes no fórum os pré-candidatos a presidente da República, Aécio Neves,
Eduardo Campos e Marina Silva. O governo foi representado pelo ministro Guido
Mantega. O poder Judiciário pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa, e pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto
Nardes. Participaram também como debatedores empresários, executivos,
jornalistas e economistas brasileiros e estrangeiros. Inclusive o professor
Dani Rodrik, do Instituto de Estudos Avançados, com base em Princeton, Estados
Unidos, sede de uma das melhores universidades do mundo.
Os conferencistas foram taxativos
quanto ao maior problema da economia brasileira na atualidade, qual seja a
baixa produtividade. Isto é, a produtividade é o melhor uso dos recursos
produtivos. Ficou patente que, em média, um trabalhador americano produz cinco
vezes mais do que um trabalhador brasileiro. De que, também, nos últimos 30
anos, a produtividade brasileira cresceu à taxa média inferior a 2% ao ano,
muito menos do que os outros países chamados de emergentes. A saída, para todos
os participantes do citado evento, em primeiro lugar, é investir em educação.
Há vários bons exemplos. Porém, considerando cidade interiorana, de médio porte
para a sua região, evidenciou-se o município de Sobral, no Ceará, onde existe
um sistema de avaliação mensal, para o professor detectar a fraqueza do aluno e
atacá-lo com aulas de reforço. Lá os diretores de escolas deixaram de ser
indicados por padrinhos políticos, conforme acontece na maioria dos municípios
brasileiros, tendo que passar em concurso público, receber treinamento regular
e são premiados com bônus. O resultado é a nota de 7,3 no Índice de
Desenvolvimento do Ensino Básico (IDEB), que mede o desempenho do quinto ano do
ensino fundamental. A média brasileira é inferior a 5, portanto, de reprovação.
Em segundo lugar, melhorar o ambiente geral dos negócios brasileiro, o qual se
encontra em 120º lugar entre 184 países pesquisados, conforme classificação
realizada anualmente pelo Banco Mundial. O presidente do STF, acima citado, exemplifica
com o sistema judiciário. Se, por um lado dá bom exemplo a organização das
eleições, por outro lado, a justiça é de lentidão paquidérmica ao julgar
processos, muitos deles que nunca se acabam ou vão para a prescrição. O tempo
médio de julgar processos fiscais é de dez anos. Em terceiro lugar, a
ineficiência da execução de obras públicas. O presidente do TCU, supracitado,
revelou que, das 1.153 obras do DNIT, 160 estão paradas. Em defesa do governo,
Guido Mantega acenou o Plano de Logística, que pretende elevar a taxa de
investimento de 18,6% de 2012, para 24% em 2022, sem demonstrar como chegar lá.
Enfim, sem tomar partido, quem esboçou no debate a melhor a saída para a
elevação da produtividade foi Aécio Neves: “O aumento da produtividade depende
da superação de quatro desafios: simplificação do sistema tributário, melhoria
da educação, maior abertura comercial e incentivos à inovação”.
Comentários
Postar um comentário