20/10/2013 - COMPOSIÇÃO IMPERIAL


 

Em todas as eras houve a liderança imperial, ainda que houvesse mais de um império, a composição imperial se deu pelo uso do dinheiro ou seu equivalente na época em que ele não se constituía como espelho da riqueza. O atual império econômico surgiu pelo desmoronamento do império inglês. Portanto, em 1776, aconteceu a independência da Nova Inglaterra, intitulando-se Estados Unidos da América, em clara pretensão de anexar o novo mundo que surgiu desde 1500, compondo-se hoje de 51 Estados. Primeiro, através de guerras separatistas. Depois, dando o calote, não pagando a dívida externa, imposta pela colonização. Nos Estados citados não houve a proibição da indústria, pelo Tratado de Methuen, de 1703, entre Portugal e Inglaterra, o qual somente proibia a industrialização em colônias portuguesas. Estão aí, os dois empecilhos (nasceu o Brasil tendo que pagar dívida que não fez e tinha a indústria proibida), que colocaram o País subdesenvolvido. Voltando à composição imperial, na medida em que se deram as guerras, o dinheiro do dominador ficou também nos domínios para os negócios, compras de propriedades, instalação de empresas e instituições nas áreas dominadas. Em momentos de paz, o dinheiro continuava com o circuito da dominação nos séculos XIX, XX e XXI. Ocorre que o fenômeno do dinheiro se multiplicar, livremente, via bancos, foi também imperioso criar-se há cem anos atrás o Federal Reserve (FED), Banco Central dos EUA, que passou a ditar as regras monetárias mundiais, havendo escassez ou excesso de moeda. Como a prática imperial foi a de anexar territórios ou de fazer países sobre a sua égide de dominação, em paz, o dinheiro foi na frente, provocando a expansão econômica. Entretanto, em recessão mundial, os Estados Unidos ingressaram comprando dinheiro, com seus títulos de dívida pública, os chamados Treasury Bonds.
Atualmente, os títulos americanos correspondem a US$17 trilhões, bem próximo do PIB anual americano. O governo americano tem que endividar-se até o referido teto. Para ampliá-lo, tem que obter aprovação do seu Congresso. De eras em eras se bate no teto, como agora a cerca de um mês bateu, não tendo o Executivo mais dinheiro para realizar seus gastos e pairou no ar, a possibilidade do calote americano, que nunca aconteceu e, não foi dessa vez, dado que a situação e a oposição política americana chegaram a um acordo e elevaram o teto da dívida, já que os Estados Unidos tem conceito AAA perante as agências de risco internacionais.
Os laços fortes da dominação mostram justamente a ironia de que os títulos americanos são justamente as aplicações financeiras mais seguras do mundo. Dos US$17 trilhões, a China (2a. economia mundial) tem aplicados US$1,2 trilhão; o Japão (a 3ª.), US$1,1 trilhão; 11 países árabes petrolíferos possuem em títulos US$257 bilhões; o Brasil é o terceiro maior credor de US$256 bilhões. Dessa forma, no geral, o império sempre ganha. Os títulos da dívida americana pagam somente 0,5% de juros anuais. O Brasil, por exemplo, não podem convertê-los, para redução da sua dívida pública, já que são reservas internacionais, para garantir crédito externo. A dívida pública brasileira, no entanto, paga juros hoje, em média, da SELIC, de 9,5%. Logo, 9% a mais, em tese, é o custo de carregar a dívida americana. Em suma, o império está sempre a criar formas que reforcem a acumulação de capitais para manter o seu centro de dominação.     

 

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