07/10/2013 - 40 ANOS DEPOIS
Sim, há 40 anos começou o
primeiro choque do petróleo. O barril custava entre US$2 a US$3.00. Devido à
guerra do Yom Kippur, a OPEP elevou o valor do barril de petróleo em
16-10-1973, em 70%, havendo elevações e ajustes de preços sucessivos. Na
especulação, uma trading japonesa chegou a oferecer o petróleo por US$22.60 o
barril, o que seria o equivalente a 1.030%, ao preço anterior menor do barril. Mas,
em dezembro de 1973, a OPEP fixou o barril em US$11.65. Portanto, 483% para o
preço de US$2.00. Seria razoável dizer que o preço do petróleo se elevou cinco
vezes em 1973. Em 1979, houve o segundo choque do petróleo, sendo seu valor em
média duplicado. Seria razoável dizer que, na década dos anos de 1970 o preço
do barril do petróleo subiu dez vezes. Como o Brasil tinha sua matriz baseada
no petróleo, a sua conta externa ficou impagável, principalmente com a subida
dos juros americanos. Em 1982, o Brasil quebrou e nunca mais repetiu taxas
acima de 6%. Nem lá chegou. Os ensinamentos foram gigantes, devido ao fato de
que cerca de 80% do petróleo era importado. Em consequência partiu a Nação para
explorar petróleo no alto mar. O progresso foi crescente e o Brasil foi
reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis. Em 2006, anunciou-se a
descoberta (já se sabia antes) do petróleo na camada do pré-sal. Isto é,
matéria prima até 7.000 metros abaixo da superfície marinha. Falou-se que o
País alcançara a autossuficiência. Mas, não é verdade. Chegou perto dela.
As reservas descobertas do
pré-sal tem estimativas que vão até 40 bilhões de barris. Porém, o grande
obstáculo é o alto custo. Dessa forma, nos sete anos do anúncio da descoberta,
somente 10% do petróleo extraído vem da citada camada. Atualmente, a Petrobras
não tem tanto dinheiro para mais investimentos de ponta, visto que, atualmente
o desafio da Petrobras é realizar inversões de US$236,7 bilhões, de 2013 a
2017. A saída é de leiloar os campos para a exploração internacional. Ocorre
que o governo federal, que já controla a Petrobras para a sua política
econômica, criou mais uma estatal, a Pré-sal S. A. para ter direito a voto nas
decisões da citada camada. Na verdade, a União tem interesse no controle total
do petróleo brasileiro. Isto trouxe interesses de três estatais chinesas, que
querem garantir a oferta de óleo futuro, mas afastou gigantes multinacionais para
a primeira licitação realizada, visto que não vêm com bons olhos a
interferência de nova estatal, sem capital para a exploração, porém com poder
de mando das explorações. Claro, oito anos revela dificuldades de caixa da
Petrobras e o adiamento cada vez mais dos seus investimentos. Não sem outros
motivos, a agência de classificação de riscos Moody’s rebaixou a nota da
estatal de A3 para Baa1, com perspectiva negativa, mas ainda mantendo o grau de
investimento. Em outras palavras, a citada agência é muito poderosa, ao nível
mundial, visto que orienta os capitais internacionais de financiamentos. Já a
nota rebaixada, aumenta o custo dos empréstimos e traz maiores dificuldades de
captação de recursos. Cada vez mais aumentam as dificuldades do atual governo,
começadas com o baixo desempenho da atividade econômica, crescendo 2% anuais.
Comentários
Postar um comentário