30/05/2013 - EPSÓDIO REVELADOR


Nos dias 18 e 19 de maio, sábado e domingo, aconteceu uma corrida à Caixa Econômica Federal, por volta de um milhão de pessoas, em 12 Estados Federativos, beneficiários do Programa Bolsa Família, devido aos boatos de que o citado Programa iria acabar, quando efetivamente puderam retirar na boca do caixa eletrônico, as suas parcelas programadas, até o final do mês do benefício chamado de Bolsa Família. A balbúrdia tem breve histórico de dez dias. Na segunda feira, dia 20, as explicações do governo federal foram as mais desencontradas possíveis. A presidente da República, Dilma Roussef declarou ter sido um ato criminoso, mandando a Polícia Federal apurar. A Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, saiu dizendo que o vexame fora provocado pela oposição. O Ministro da Justiça, antecipadamente, declarou que havia sinais de “coisa orquestrada”, ele, que chefia a Polícia Federal (PF), não deveria ter feito tal ilação, visto que a PF ainda não tinha produzido o diagnóstico da situação. A Ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campelo, responsável pelo cadastro do citado Programa, confirmou que os saques foram liberados por conta dos boatos. Isto, na segunda feira, dia 20. Depois daí, foi um zum-zum danado. No dia 21, terça, a Caixa fez uma comunicação ao público que também liberou os saques na segunda feira, dia 20, com a finalidade de aplacar os ânimos. O Vice-Presidente de Habitação da Caixa, responsável pela área, disse que os pagamentos foram antecipados desde sexta feira, dia 17, mas ele não sabia. A presidente viajou a África e de lá disse que o assunto estava sendo apurado com o maior rigor. Sumarizando, para que qualquer bom entender faça sua síntese, o Presidente da Caixa, no dia 28, declarou aos canais de televisão, rádio e imprensa, que a culpa tinha sido da área operacional da Caixa, que não lhe comunicara nada. Assim, pediu mais de uma vez desculpas, pelas falhas que a Caixa tinha cometido.

O episódio é revelador de quanto está sendo difícil a presidente Dilma conduzir com eficiência o seu governo. São 39 ministérios, mais de 500 mil funcionários públicos, mais de 25 mil cargos de confiança. E possível se ver que a presidente tem sido centralizadora das decisões, de forma autoritária, revelando que ela não tinha experiência administrativa para o cargo, haja vista que não vêm produzindo bons resultados econômicos. Ontem mesmo, o IBGE divulgou o crescimento trimestral do PIB, não obstante o Banco Central tenha divulgado o seu indicador do PIB, calculado em 1,5%, sendo o real, o do IBGE, de 0,6%. Logo, a expectativa dos mercados é de que ele neste ano esteja na faixa de 2% a 2,5%. Tomando este limite superior, mais 0,9% do ano passado, mais 2,7%, de 2011, a média do desempenho econômico do governo Dilma estaria em 2,3%. Frustrante. Atingiu a média dos oito anos de FHC, que enfrentou várias crises, internas e externas, que ela não enfrentou. Portanto, seu discurso não se justifica. A sua equipe econômica agora procura menosprezar o PIB, dizendo que seu governo é de qualidade, gerador de milhões de empregos. Isto é, quando o crescimento foi bom, cerca de 4% no governo de Lula, o PIB era o maior. Dilma era a ministra mais forte, da Casa Civil. Guido Mantega era da pasta da Fazenda. Por enquanto, eles estão despistando o seu desempenho e preparando a sua continuidade, maltratando, para continuar fiéis, seus milhões de eleitores, beneficiários do Programa Bolsa Família.

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