23/05/2013 - ESTAGFLAÇÃO


O dilema entre inflação e crescimento é motivo de muitos livros. A corrente tradicional afirma que ao crescer mais forte do que a sua potencialidade, representado pela demanda agregada, que não consegue ser acompanhada pela oferta global, ocorre em decorrência maior nível inflacionário. O processo em bola de neve pode trazer taxas indesejadas de inflação. No extremo, pode levar ao caos, processo conhecido como hiperinflação.  O inverso também é o contrário.  Quando o Estado intervém no processo econômico em tela, pode artificialmente provocar até efeitos adversos. Porém, um dia a bola estoura e surge uma inflação incontrolável. A situação atual do Brasil é um processo de baixo crescimento econômico, conhecido como estagnação, já que o crescimento econômico é praticamente igual ao incremento populacional, ao tempo em que a inflação recrudesce.
Na economia brasileira atual a inflação ascendente é decorrente de pressões sobre o mercado de trabalho, desorganizando a economia. O sistema econômico brasileiro tinha grande capacidade ociosa, antes de 2003, visto o desemprego de 11%, em 2002. Porém, o crescimento médio anual da era Lula, de 4%, trouxe o desemprego para a casa dos 5%, deixando pouca margem para elevação da oferta de mão de obra, principalmente do segmento quase qualificado e especialmente do segmento qualificado. A demanda de mão de obra principalmente para estas duas faixas, pressiona por maiores salários, maiores do que a produtividade do trabalho, resultando em pressões inflacionárias. No passado, algumas economias mundiais para sair da citada armadilha optaram por desemprego. Porém, isto foi um desastre para muitos países.
Face ao exposto, a saída atual da “estagflação” (mistura de estagnação com maior inflação) é de longo prazo, mediante a importação de mão de obra melhor qualificada e a formação de quadros de trabalho no Brasil. Para tanto, deve ser bastante incrementada a pesquisa tecnológica e as inovações. Portanto, o  Pais parece que irá enfrentar um longo tempo de baixo crescimento com elevada inflação. Isto é, inflação acima da meta central do governo.

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