14/05/2013 - MÉDICOS CUBANOS
A Federação Nacional de Prefeitos
(FNP) pressionou o governo federal a encontrar soluções para a falta de médicos
em locais interioranos que não atraem médicos brasileiros, não obstante
existirem muitas vagas e os salários serem elevados. O Conselho Federal de
Medicina (CFM) anunciou que a situação em cidades longínquas é periclitante.
Segundo pesquisa própria aquele órgão informa que na região Norte a média é de
um médico para cada mil habitantes. No Nordeste, 1,2 é a referida relação. No
Centro Oeste, 2,05. No Sul, 2,09. No Sudeste, 2,67. Perante tal quadro
alarmante, o governo federal anunciou na segunda feira, dia 6, um acordo para
importar seis mil médicos cubanos para os municípios mais distantes,
geograficamente isolados e carentes de assistência do Sistema Único de Saúde
(SUS).
As reações dos conselhos
regionais e associações de medicina foram de criticarem a medida, chamando-a de
‘irresponsável’ e ‘temerária’. Qualquer médico que venha de fora tem que
revalidar seu diploma no Brasil, mediante teste de português e qualidade
profissional. As estatísticas nacionais revelam que somente 11% dos médicos
cubanos passam nos testes brasileiros. A razão disso se deve ao fato de que os
cubanos têm formação generalista. O presidente do CFM, Carlos Vital, tem
declarado que o curso de medicina de muitas universidades da América Latina nem
sequer equivale ao curso de enfermagem no Brasil. Declarou ele que: “E comum
encontrar um ensino precário e instituições que são verdadeiras arapucas. Seria
indigno oferecer ‘pseudos médicos’ para a parcela mais vulnerável da população,
atendida pelo SUS”.
A problemática toda está em que
os médicos em geral tendem a se fixarem onde existem melhores condições de
vida, hospitais equipados, cobertura de planos de saúde, remuneração digna e
formação continuada. O ministério da Saúde oferece, desde 2012, uma bolsa de
R$8 mil por mês, com acompanhamento de universidades, para os médicos que se
instalarem no interior e nas periferias das grandes cidades. Porém, o Programa
de Valorização do Profissional de Atenção Básica (PROVAB) não tem atraído
muitos candidatos. Por seu turno, os estrangeiros que tem vindo ao Brasil, nos
últimos dez anos, dos 6.980 médicos que revalidaram o diploma para trabalhar no
Brasil, 42,22% estão no Estado de São Paulo e outros 16% em Minas Gerais e no
Rio de Janeiro. Portanto, nada garante que os médicos cubanos não sigam os
mesmos caminhos de outros estrangeiros aqui referidos.
A solução dos conselhos regionais
e associações de medicina não é a importação de estrangeiros, e sim, de mais
verbas para a Saúde, sendo um mínimo de 10% da receita bruta da União, para
aprimorar toda a rede de serviços da saúde gratuitos. A área de Educação quer
também 10%. Mais de 40% do orçamento federal é para pagar juros da dívida
pública. Assim, o cobertor é curto e ainda há uma máquina pública burocrática,
ineficiente e cara. Ademais, o Brasil precisa investir em infraestrutura para
respaldar uma melhor taxa de crescimento, pelo menos, acima de 3% ao ano. Estas
questões deste parágrafo, sim, são as mais importantes. Contudo, partidos políticos se aliam na partidarização
do governo e o País cresce lentamente.
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