06-05-2013 - FACE DE UM SINDICALISMO

 
Os sindicatos podem ser de empresários e de trabalhadores. No entanto, existem muito mais sindicatos de trabalhadores. Os empresários se unem mais em associações, federações, confederações, dentre outras entidades. Existe no Brasil o Imposto Sindical, que é o valor de um dia de trabalho, compulsoriamente arrecadado anualmente, direto no contracheque de todo empregado. Em todo o País existem 15.007 instituições que se beneficiam do citado tributo. O valor total alcança anualmente R$2,4 bilhões. Referidos órgãos estão repletos de sindicalistas, ligados a 30 diferentes partidos políticos. Tais partidos são ligados a seis centrais de trabalhadores, sendo as maiores a CUT e a Força Sindical. Há sindicatos, como o dos Bancários da Bahia, que possui mais de 100 diretores. Por ano são criados 250 sindicatos de empregados. 
No dia do Trabalho, primeiro de maio deste ano, o deputado federal e líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, PDT-SP, o Paulinho, conclamou os seus pares para aprovar a recriação do gatilho salarial, que seria reajustado trimestralmente, para repor as perdas da inflação, em discurso de comemoração daquele dia, em praça pública de São Paulo. A proposta é demagógica, visto que já vigorou no Brasil, no período do Plano Cruzado (1986), de triste memória. Naquela época se criou o gatilho salarial, que dispararia automaticamente, assim que a inflação atingisse 20%. Aconteceu o seu primeiro disparo após um ano. Imagine-se agora com a proposta de a cada três meses¿ Revelou-se naquela época que ao indexar salários, os custos salariais automaticamente são repassados aos custos de produção, retroalimentando os aumentos de preços, conforme aconteceu em 1986-1987, A medida, de início, agradou aos trabalhadores, porque recuperava o poder de compra. Porém, lançava a inflação em perigoso patamar, consoante aconteceu. O mecanismo fracassou e trouxe severos prejuízos à sociedade brasileira. No final do processo, o trabalhador foi quem pagou a conta.
A irresponsabilidade da proposta não tem a menor chance de prosperar. Instado pela imprensa sobre ela, Paulinho declarou: “Não é problema nosso (o gatilho gerar inflação), quem tem que lidar com isso é a equipe da Dilma”. A propositura recebeu críticas da situação e da oposição, como oportunista e atrasada.

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