08/05/2013 - COMÉRCIO INTERNACIONAL
Na história da humanidade, os ciclos econômicos são explicados normalmente como longos períodos de prosperidade, seguida de uma parada, ou ponto de inflexão, muitas vezes de ajuste, podendo haver declínio produtivo, com ponto de recobro, depois volta a prosperar. Assim, sucessivamente, por ciclos curtos ou longos. No longo prazo, a humanidade tem progredido. No caso brasileiro, na história mais recente, a partir da estabilidade, iniciada em 1994, com o Plano Real, a década dos anos de 1990, foi de várias crises internacionais, mediante recessão mundial, passando o Brasil com muitas dificuldades no comércio internacional, isto é, relação na maioria deficitária entre exportações e importações. Na primeira década do século XX, a bonança voltou ao mundo, capitaneado pela China, que cresceu acima de 10% ao ano. Daí, os preços das commodities principalmente exportadas pelo Brasil, dispararam, tendo o último saldo negativo, até 2012, ocorrido em 2011, de somente US$561 milhões. Os superávits de mais de 10 anos propiciaram a que cerca de quase dez anos o Brasil teve superávits comerciais, pagando o saldo secular dos serviços internacionais. Contudo, mediante a crise de 2008, depois de cerca de seis anos, o balanço de transações correntes voltou a apresentar déficits, que parte vinham sendo cobertos com superávits comerciais e ingresso de dinheiro externo. No período, o Brasil conseguiu fazer um colchão de reservas internacionais próximo de US$400 bilhões. Claro, que há uma folga imensa. Porém, grande parte do referido colchão serviu para aumento da dívida pública, hoje, maior do que R$2 trilhões, o que compromete, pelo pagamento de juros anuais, 40% do orçamento público federal, estimado em 2012, em R$1 trilhão.
Em 2013, o quadro mudou radicalmente. A balança comercial registrou déficit de US$6,1 bilhões, no primeiro quadrimestre do ano, recorde histórico. No caso de não voltar à bonança da década passada, as dificuldades serão maiores. Com os juros básicos baixos, a atração de capitais externos poderá não continuar nos níveis em que vinha, para fechar o balanço de transações correntes. Por outro lado, o aumento do consumo de manufaturas, em face de ma economia com problema de mão de obra qualificada, passa a ser atendido pela expansão das importações, o que pressiona a taxa inflacionária para cima. Portanto, é preciso reverter os resultados deficitários da balança comercial.
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