02/05/2013 - CONCENTRAÇÃO EDUCACIONAL


Os dois maiores grupos educacionais do Brasil se associaram para ser o maior conglomerado educacional do mundo. O grupo Anhanguera, baseado no Sudeste, cujo valor de mercado é de R$4,9 bilhões, foi incorporado pelo grupo Kroton, também do Sudeste, cujo valor de mercado é de R$6,7 bilhões. Portanto, juntos, valem aproximadamente R$12 bilhões. As suas receitas brutas nos últimos 12 meses alcançaram R$4,3 bilhões. Valores dos mais expressivos do mundo. Em dólares corresponde o seu valor de mercado a US$5,856 bilhões. Em segundo lugar, vem o grupo chinês New Oriental, cujo valor de mercado é de US$2,889 bilhões. Em terceiro, o grupo Estácio, valendo US$2,125 bilhões. Em quarto, Devry, dos Estados Unidos, valendo US$2,073 bilhões. Já presente no Brasil. Em quinto, Apollo Group, dos Estados Unidos, valendo US$1,956 bilhão. Os quantitativos educacionais da fusão bilionária compreende 1,2 milhão de universitários, 810 escolas de ensino superior, 810 escolas do ensino básico e 940 polos de educação à distância.

O novo conjunto educacional será direcionado aos alunos da classe C e D, o que ambos já vinham fazendo, isto porque esse estrato social segue na mira dos investidores nacionais e internacionais. Os dados do último censo revelaram que apenas 12% dos jovens em idade escolar estão matriculados nas faculdades, bem assim apenas 9,3% da população com mais de 24 anos possui curso superior. Para fins de comparação, nos Estados Unidos o número último sobe para 41%, enquanto no Chile chega a 25%. Fica claro que há no País mais milhões de alunos que poderão cursar as faculdades. Nos 80 municípios onde estão localizadas as unidades educacionais somente em quatro haverá sobreposição de atividades. Dessa forma, pretendem incrementar ainda mais Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), cuja Anhanguera tem 20% dos alunos e a Kroton tem 42%. Acerca das melhoras pedagógicas, os especialistas não vêm isso em mente dos dirigentes, sendo a estratégia de ingresso de novos estudantes. Ou seja, faturarem.

O objetivo claro da fusão referida é a redução de custos, aumento de faturamento e consequentemente do lucro. Não é isso que o País mais precisa, e sim, de maior qualificação do ensino. O MEC não colocou obstáculos à citada união. Todavia, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) irá se pronunciar. O desejável seria que o MEC fizesse as exigências para melhor qualidade de ensino. Historicamente, a educação brasileira continua sendo prioridade somente em termos de retórica.





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