27/05/2013 - TRANSNORDESTINA


A estrada de ferro que começa no sertão do Piauí, passando por cerca de 80 cidades, em três Estados, até chegar aos portos de Pecém, no Ceará, assim como em Suape, em Pernambuco, visando escoar as produções agrícolas da região Nordeste, além de incentivar investimentos no semiárido, tal como exploração de ferro e gesso. Nascida no âmbito federal, o projeto foi transferido para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por três décadas, contando com financiamento do BNDES e do Banco do Nordeste. As obras da ferrovia estão atrasadas dois anos e meio, ainda não estão nem na metade do seu traçado. A burocracia estatal a tem emperrado. Por isso mesmo, o orçamento não parou de crescer. Estimada em 2007, em R$5,4 bilhões, subiu em 2010, para R$5,4 bilhões, estando agora revista para R$7,5 bilhões. No entanto, o valor não vai parar por aí. Conforme contrato, o valor é corrigido pela inflação. Já estaria em montante superior a R$8 bilhões. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) tem o traçado de 1.527 quilômetros, atravessando 64 municípios, ligando Tocantins à Bahia, também vai custar uma fábula de R$7,25 bilhões. A obra vem sendo tocada pela estatal VALEC, lançada em 2010, prevista para dois anos, mediante sete lotes de trechos, dos quais nem o primeiro lote está concluído. O diretor geral da VALEC foi afastado por corrupção, acusado de desviar R$1 bilhão, conhecido como Dr. Juquinha. Prevista para ser realizada em dois anos, já tem três. Assim, as obras gigantes, tal como também é a transposição das águas do Rio São Francisco estão atrasadas. A hidrelétrica de Belo Monte, que deverá ser a terceira maior do mundo vem sofrendo interrupções. Agora mesmo centenas de índios estão paralisando as obras dela. Há dezenas de obras atrasadas. Com isso, o crescimento fica comprometido.

O acima exposto mostra como a promessa do governo de Lula não foi ainda cumprido pela presidente Dilma. Talvez nem seja neste seu mandato. A presidente Dilma tem outras prioridades, em construir uma imagem de candidata à reeleição. Assim, na comemoração dos 50 anos da União Africana, por seu turno, como convidada especial, decidiu perdoar a dívida de 12 países africanos, no total de US$897,7 milhões. Além do mais procura justificar os saques antecipadamente feitos no Programa Bolsa Família, que aconteceram no final da semana passada, hoje reconhecidamente como falhas que ocorreram na Caixa Econômica Federal. Das 14 milhões de famílias assistidas, elas representam 56 milhões de brasileiros, mais de um quarto da população brasileira. São votos certos que estão sendo cultivados. Mesmo quando a notícia é ruim. A presidente se esforça em deixar claro que o Programa Bolsa Família não será extinto, conforme apregoado em boatos recentes, não se sabe ainda plantados por quem. O governo culpa a oposição; a oposição ao governo. A Polícia Federal está investigando o caso.

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