28/03/2016 - PETROBRAS EM PREJUÍZOS E DEMORADA RECUPERAÇÃO
A Petrobras nasceu de uma luta em
todo território brasileiro, denominada por “o petróleo é nosso”, principalmente
no governo democrático de Getúlio Vargas (1951-1954), cuja criação foi
efetivada em lei federal. O petróleo é uma matéria prima mundial e o Brasil era
importador da totalidade do petróleo importado. Com a criação da estatal, a
matéria prima era obtida exclusivamente nas áreas mediterrâneas do País. Após o
primeiro choque do petróleo, em setembro de 1973, quando o País produzia menos
de 20% dos combustíveis que produzia, o governo Geisel dirigiu a empresa para a
plataforma continental e o Brasil foi, paulatinamente, se tornando a maior
produtora da plataforma marítima mundial, até chegar à autossuficiência na
primeira década do século atual. Pelo menos, a partir da resposta também do
segundo choque do petróleo, em setembro de 1979, a Petrobras, ao ampliar sua
escala produtiva, foi se tornando cada vez mais lucrativa. Abriu seu capital no
Brasil, tornando-se a ação mais negociada da Bolsa de Valores de São Paulo e,
depois, um respeitável papel negociado na Bolsa de Nova York. Porém, em dois
anos agora completos, pelas investigações da operação Lava-Jato, descobriu-se
um amplo esquema paralelo de aproveitamento das riquezas geradas pela estatal,
através de contratos de obras, onde se revelou um cartel de 29 grandes
empreiteiras, combinando desvios de dinheiro para o crescimento do cartel,
alimentando doleiros e políticos federais, que acobertavam tais ilícitos. Este
já é o maior escândalo de falcatruas em dinheiro da história.
Em seis anos, do maior lucro da
Petrobras ao maior prejuízo, de + R$35 bilhões a – R$35 bilhões. Ou seja, em
2010, lucro de R$35 bilhões; em 2011, lucro de R$33 bilhões; em 2012, lucro de
R$21 bilhões; em 2013, lucro de R$24 bilhões; em 2014, prejuízo de R$22
bilhões; em 2015, prejuízo de R$35 bilhões. O último grande prejuízo expõe as
dificuldades da maior empresa para se reerguer, seja defenestrando ilícitos,
vendendo ativos e tornando-se eficiente. Porém: “Quando se desconsideram os
efeitos da variação no patrimônio e os gastos com os juros da dívida,
percebe-se que a parte operacional voltou a apresentar lucros, em 2015. É um
sinal de que, uma vez estancados os rombos da má administração, da corrupção e
do subsídio no preço dos combustíveis, a Petrobras poderá ser novamente uma
empresa rentável... Ao fim, a reestruturação da Petrobras avança lentamente.
Isso se traduz em uma queda brutal nos investimentos, em um setor que se
encarrega de mais de 10% do PIB brasileiro” (revista Veja, datada de
30-03-2016). Claro, há ainda muito a fazer, não obstante os prejuízos do sistema
Petrobras, que chegaram a corresponder a 2% do PIB. Não se sabe exatamente se
todos os 2% descarregado em 2015, pequena parte foi em 2014, a maior parte em
2015 e pequena parte em 2016, aqui se supõe, dado que o grosso mesmo dele foi
em 2015, quando foram suspensos praticamente os contratos que traziam os ilícitos
descobertos. Hoje em dia, os acordos de leniências estão sendo feitos, cerca de
R$4 bilhões estão sendo devolvidos pelas empreiteiras, os contratos serão mais
rigorosos, em novas bases e condições.
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