14/03/2016 - DIFERENÇA DA POLÍTICA ECONÔMICA DE LULA E DILMA
É oportuna mostrar a diferença em
tela. Principalmente, pelos protestos de ontem nas ruas.
Tendo praticamente o mesmo
discurso, partindo do mesmo diagnóstico, Lula exerceu uma política econômica
ortodoxa e Dilma heterodoxa. O primeiro obteve êxito, deixando o governo
(2003-2010) com 83% de popularidade. A segunda está fracassando. Já esteve com
7% e hoje está com 10% de popularidade, segundo o Datafolha. Na verdade, Lula
pegou o ciclo da curva ascendendo e, para tanto navegou na crista da onda,
tendo o PIB crescido em média 4% anuais. Já, Dilma, pegou o ciclo da curva
descendo e, ao invés de reverter logo, aprofundou os erros. Está colocando o
Brasil na maior recessão da história, já com dois anos consecutivos de crise, conforme
estatísticas oficiais, cujo PIB foi calculado pela primeira vez em 1947. Há
também referências de que o Brasil somente teve dois anos seguidos de recessão,
quando da Grande Depressão, em 1930-1931. Estimativas do economista Gustavo
Franco, ex-presidente do Banco Central, em 1931, o PIB foi de – 2% e em 1931 de
– 3%. Agora, em 2015 foi de – 3,8% e a estimativa de 2016 do Banco Central é de
– 3,5%.
Nesta coluna, à exaustão se tem
mostrado os saldos dos acertos e erros de Lula, positivos, além do saldo dos
acertos e erros de Dilma, negativos. Em outras palavras, transcreve-se aqui o
que o economista ortodoxo da FGV, Samuel Pessôa, trechos do seu artigo de ontem
na FSP: “O crescimento resulta de anos de política macroeconômica consistente –
combate à inflação, estímulo à poupança pública e privada e política fiscal
responsável -, além de medidas que incentivem a competição e a eficiência
microeconômica. O mais curioso é que esse tipo de política consistente foi
exatamente o que Lula (contrariamente ao que dizia, fez)... entre 2003 e 2008,
o superávit primário esteve acima de 3% do PIB. A taxa de juros real, que
desconta a inflação esperada, reduziu-se de 16% ao ano, no início de 2003, até
pouco menos de 7% em 2010... Evidentemente a queda consistente foi causada pela
consistente política fiscal. Nada mais ortodoxo. Quando, no primeiro mandato de
Dilma, tentou-se baixar a taxa de juros na marra – sem que a política fiscal e
a expectativa de inflação permitissem -, colhemos somente mais inflação e
juros. Chegamos onde agora estamos. Ao longo dos oito anos de Lula, o crédito
livre cresceu muito. Foi resultado da estabilização da economia e de um pacote
de políticas microeconômicas que aumentou a eficiência da concessão do crédito;
nova lei de falências; crédito consignado; melhoras no instituto da alienação
fiduciária para automóveis; instituição da alienação fiduciária e criação do patrimônio
de afetação no crédito imobiliário; e modalidades de dívidas com execução
extrajudicial (que reduz em muito o custo de reaver garantias)”.
Muita coisa poderia se escrever
sobre as diferenças das políticas econômicas em referência. Mas, o propósito diário
daqui é escrever por volta de uma lauda. Portanto, destaque-se que a principal
diferença é a confiança que inspirou Lula em investidores e consumidores, além
de contar com um virtuoso ciclo de aumento de preços das commodities
brasileiras se retraíram com Dilma. Acrescente-se que, não cresceu mais, com ambos,
porque o Brasil continuou um país bastante fechado para a economia mundial,
visto que há décadas não sai de 1% das transações internacionais. Lula começou
a ter saldo negativo já no início do seu segundo mandato, mediante forte
intervenção nas concessões e de fartos incentivos a poucos empresários
privilegiados. Mas, a boa gestão do primeiro escondeu isso. Dilma, que nunca
teve agenda de crescimento, ao invés de corrigir a linha errática deixada,
aprofundou os erros de Lula. Em 13 anos de poder, o PT “se lambuzou”, conforme
o ministro Jacques Vagner. Há 2 anos, completando-se, a operação Lava-Jato,
está também ajudando a derrubar o “governo de coalizão”, ao revelar bilhões de
reais de corrupção nos contratos com a Petrobras. Não bastou o maior julgamento
da história, o ”mensalão”, mostrar o caminho errado de manutenção do poder. Há
um tempo para tudo e o óbvio ditado aconteceu “quem semeia ventos, colhe
tempestades”. Assim, a maior manifestação popular da história nacional aconteceu
ontem nas ruas das grandes cidades brasileiras, protestando contra a corrupção
e contra a incompetente administração do Brasil. Na primeira página da FSP, de
hoje: “Ato anti-Dilma é o maior da história”. Portanto, precisa-se corrigir a
política e a economia, nesta ordem.
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